N/A: me desculpem por postar essa coisa horrível aqui. Eu realmente odiei essa fic, mas estava fazendo um longa KxB quando essa idéia me surgiu na cabeça. Esperem que não fiquem bravos, é a minha primeira fic que publico e etc.

Maya abrira os olhos. Ouvia o noivo gemendo, como todas as noites desde que se tornaram publicamente compromissados. Ela sentia que seu casamento seria uma farsa, mas nada poderia fazer para impedi-lo. Amava demais aquele ruivo para simplesmente entrega-lo a outra mulher. Mesmo que soubesse que seu noivo amava esta outra.

Você jurou que me amava

Me disse que seríamos felizes juntos

Agora eu me pergunto

Porquê você disse essas palavras

Se elas não eram verdadeiras?

Levantou-se cautelosamente, para não acordar Kurama. Sua cabeça doía por todas as noites mal dormidas. Kurama continuava a se debater, como se quisesse se libertar de algum espírito maligno. Maya sabia exatamente qual era esse espírito, e sabia que para Kurama ele não era nada maligno, mas para ela, era mais do que isso: era uma barreira completamente poderosa.

Você cometeu um erro

Tentou esquecer o amor

Mas eu te digo, meu querido,

Com o amor não se brinca

Foi para o banheiro, pegando o pente que jazia mofado sobre a pia, lavou-o rapidamente e começou a pentear os cabelos castanhos claros. Pelo espelho, podia ver seu noivo ainda gemendo e se debatendo. Suspirou, lembrando do dia em que percebeu tudo.

Você podia simplesmente tentar de novo

Mas decidiu ignorar

E eu te digo novamente, meu querido:

Você cometeu um erro fatal

Ainda se lembrava dos olhos rosados se enchendo de lágrimas quando, em um jantar, fora anunciado o casamento de Suuichi Minamino e Maya. Ainda se lembrava das trocas de olhares entre Suuichi e essa garota de olhos rosados, como se estivessem se desculpando por tudo e se arrependendo de tudo. Ainda se lembrava da tristeza nos olhos do rapaz ao anunciar o casamento, um sorriso forçado preenchendo seus lábios. Ainda se lembrava dos beijos sem amor, das palavras sem verdades, dos olhares sem brilho.

Porquê tentava me amar, se sabia que nunca conseguiria?

Porquê insistiu em me fazer sofrer,

E sofrer também?

E eu te digo, meu querido

Isso tudo é uma farsa

Uma lágrima rolou silenciosamente pelo rosto de Maya. Nervosa consigo mesma por mostrar este sinal de fraqueza, limpou rudemente a lágrima com a manga do pijama. Ela jurou que seria forte e que agüentaria até onde fosse agüentar. Voltando a pentear o cabelo, lembrou-se de como era antes.

Você não me ama

Nem nunca me amou

Porquê insiste em fazer isso?

Alguns meses antes do pedido de casamento, Maya tinha certeza que Kurama a amava verdadeiramente. Ele era tão carinhoso, tão afetuoso, tão amoroso, que para ela não restava dúvidas. Para ela, a outra já saíra do coração de seu amado, e só restava Maya para preenchê-lo. Mas foi no anúncio que ela percebeu que nada mudara no coração de Kurama. Os olhares de ambos de um para o outro. Os gestos. A tristeza. O arrependimento. O ato mal feito. Maya percebeu na mesma hora que aquilo era um erro, mas decidiu prosseguir com a decisão. Ela sabia, que, apesar de tudo, eles seriam felizes.

Mas eu sei

Que nós fomos feitos um para o outro

E mesmo que você tenha cometido um erro

Foi este erro que nos juntou

Ela sabia. Ela acreditava. Ou desejava acreditar.

Eu acredito.

Olhou-se no espelho. Sua cabeça doía, seu rosto estava péssimo pelas noites de lágrimas, seu cabelo, agora penteado, mostrava-se um pouco mais comportado do que na noite anterior.

2 meses se passaram. 2 meses desde que o erro fora cometido. 2 meses desde que um amor fora quebrado por um capricho de ambas as partes.

"Não foi um erro". Pensou Maya. "Kurama me ama. Eu sei disso."

Agora que estamos juntos

Ninguém poderá nos separar

E eu te digo, meu querido

Você cometeu um erro fatal

E eu nada poderei fazer para reverte-lo

Maya, na frente do espelho da suíte, proferiu as palavras: Maya Minamino.

Maya Minamino. Como soava bem. E nenhuma mulher poderia mudar aquele som. Maya Minamino. Ela sonhara a vida inteira por aquelas palavras. Sonhava no dia em que encontraria Suuichi Minamino de novo. E encontrou, por força do destino, como ela mesma repetia inúmeras vezes. A relação deles já estava escrita.

Você acreditou, e eu também;

E eu sei, meu querido, que juntando nossas forças

Poderemos ser felizes

Maya voltou a pentear o cabelo demoradamente, repetindo para si mesma: Maya Minamino. Maya Minamino. Seria Maya Minamino, e nenhuma mulher de cabelos azulados e olhos rosados poderia mudar isso. Kurama era dela e ela era dele.

Continuou assim por vários minutos, ouvindo os gemidos de Kurama no quarto ao lado. Seria Maya Minamino. Ela estava certa disso.

Voltando ao quarto, começou a observar seu noivo. Kurama tinha parado de gemer e se debater, e seu peito arfava calmamente. Ela ficou assim, observando-o, até que ouviu algo que fez uma lágrima teimosa rolar pela sua face.

"Botan..."

De repente, o nome Maya Minamino não soou tão bem como antes.

Eu desejava acreditar.