N/A: Fic escrita para o III Challenge de Crimes do MM, mestrado pela Fla e eu usei a imagem 5. Os personagens não são meus, são da JK e, como ela não deu informações definidas, para mim a Pansy é morena e a Astoria é loira, ok? Desculpem, não consigo vê-las de outro modo.
Capítulo Único
Clock, clock. Os saltos dos scarpins faziam barulho enquanto ela andava, um sorriso quase cínico nos lábios pintados de vermelho, os olhos castanhos a brilhar pela vingança que ela ia, finalmente conseguir.
Ela lembrava-se bastante bem dos olhos cinzentos de Draco sem qualquer expressão, enquanto anunciava que ia casar. Lembrava-se do sorriso de canto dele, a proferir o nome delae do ódio enorme que sentira por ele, por ela e pelos pais dele.
Ele fora o único homem que ela amara, por quem se entregara de corpo e alma. Ela sempre se sujeitara àqueles meros encontros casuais entre eles, com a esperança que um dia tudo iria mudar. Mas, de repente, tudo desmorona. E muda para pior.
O que é que ela tinha, que Pansy não? Dinheiro? Os Parkinson eram das famílias mais ricas da Grã-Bretanha. Beleza? A outra não passava de uma loira magrela e sem-sal, e não podia competir contra os longos e lisos cabelos negros e a beleza quase oriental de Pansy. Os Malfoy podiam tê-la escolhido. Era mil vezes mais formosa, mais educada e conhecia Draco como ninguém.
Ela é que devia estar no lugar de Astoria Greengrass.
A desilusão, aquela inveja desmedida e a sede de vingança era o que a faria fazer aquela loucura. Perseguir Draco e Astoria nas suas férias em Paris, esperar que ele saísse do quarto de hotel luxuoso e entrar nesse mesmo hotel, a elegância e a frieza em pessoa.
- O número do quarto dos Malfoy, por favor. – Pediu, educada, com as unhas cuidadosamente pintadas de negro a fazer um barulho impaciente no balcão de mogno. – Eles estão à minha espera, não é preciso avisar. – Proferiu, quando obteve a sua informação – obviamente depois de entregar uns quantos galeões, o mais discretamente possível.
Tinha tudo planeado ao mais ínfimo pormenor. Saberia até o que fazer se Draco aparecesse mais cedo. Nada iria falhar. Nada poderiafalhar.
Após subir os degraus de mármore, entrou sem bater na porta do quarto número três, fechando a porta o mais silenciosamente possível. Ignorou a decoração e os móveis luxuosos e apenas seguiu para o banheiro, onde estava a sua vítima a tomar um banho relaxante.
Seria uma morte bem mais rápida, se tirasse a varinha e murmurasse um "Avada Kedavra", mas isso não lhe daria prazer algum. Astoria era uma barata peçonhenta que ela tinha de pisar milhentas vezes para a matar, nem que seja pela satisfação de ouvir o som da casca a estalar contra o salto do seu sapato.
Murmurou um feitiço Imperturbável na porta do banheiro, para ninguém ouvir os gritos que ela de certeza daria, após entrar. Tirou um secador de cabelo portátil trouxa da sua mala, e fê-lo voltar ao seu tamanho original. Procurou uma ficha de electricidade – hoje em dia até os bruxos sangue-puro usavam as coisas inteligentes que os trouxas inventavam – e ligou o secador, que começou a trabalhar, fazendo com que Astoria finalmente notasse a sua presença.
Com um sorriso presunçoso no rosto, Pansy atirou o secador ligado para a banheira cheia de água, ignorando o olhar piedoso da loira. Ignorou também os gritos de dor, por ser electrocutada e apenas ficou a olhá-la contorcer-se e a gritar, sentindo prazer por causar dor.
Era tudo por vingança, afinal.
Com uma navalha afiada, a morena cortou os pulsos da outra, fazendo o líquido vermelho escorrer pela banheira de mármore e tornar a água avermelhada. Com o seu próprio batom vermelho pintou os lábios de Astoria e, no espelho do banheiro, deixou uma mensagem escrita a batom, especialmente para Draco:
"It's all about revenge, my dear."
