- Você promete dizer a verdade, e nada mais que a verdade?– o juiz perguntou, estendendo o livro para Isabel Kabra pousar a mão.

Isabel, com uma expressão de tédio, pousou a mão no livro e respondeu:

- Eu prometo.

Mal sabia o juiz que da verdade, Isabel já tinha desistido há muito tempo.

O advogado contra Isabel levantou-se e iniciou suas perguntas.

- Isabel Kabra, estamos aqui na presença do Júri condenando-a a cadeia perpétua pelos homicídios de três pessoas. Você confirma que foi a assassina de Hope Cahill, Arthur Trent e Irina Spasky?

Isabel olhou passiva para o advogado.

- Não.

O advogado respirou fundo e foi a te a sua mesa, pegando um papel. Isabel logo reconheceu o papel e gelou no lugar. Não podia ser...

- A senhora pode-

- Senhorita. - ela falou irritada.

- A senhorita pode, por favor, ler a parte grifada para a corte?

Isabel pigarreou e, hesitante, pegou a folha que lhe foi estendida pelo advogado.

- Quinze de Novembro, 2001. Missão sucedida com sucesso. Alvos Hope Cahill e Arthur Trent eliminados. Missão 957 de Isabel Kabra.

E aquela foi a sua sentença final.


Ela podia sentir as câmeras focando em seu belo uniforme laranja. Ela chamava a atenção em qualquer lugar que estivesse, mesmo que fosse em um cubículo mínimo cinzento, onde sua única vista era uma outra parede cinza, atrás das barras também cinzas que a mantinham presa.

Cinza, cinza, cinza. Tudo muito cinza e monótono. Essas pessoas que desenham as cadeias não têm senso de moda?

Quem diria que Isabel Kabra, mesmo presa, mesmo sentenciada a uma vida de roupas laranjas horrendas e tudo cinza, mesmo tendo o seu nome na lista negra, poderia, ainda sim, pensar como uma perua?

Mas a verdade... Ah, a verdade. A verdade era terrível, era seca, era falsa.

Quando você é acostumado a uma vida de mentiras, a verdade parece errada. A verdade parece uma falsa amiga, que lhe colocará em sérias situações por confiar nela.

A verdade era que a mentira havia tornado-se a melhor opção para Isabel Kabra. A única opção disponível. E a única que permaneceria até seu coração parar. Já que a verdade de seus atos, a verdadeira razão de suas mentiras ela só revelaria quando a verdade fosse a única coisa que importava no momento.

Porém ela nunca seria.

No presídio, o guarda que estava cuidando de Isabel disse que ela poderia escolher o que queria - para comer, é claro, dentre as opções de água da privada e musgo das paredes, mas a Kabra só ouviu até o "o que queria".

No momento, Isabel só queria um modelito Chanel.


... Ok, ficou estranho e... Idiota. Normal para fanfics minhas.

Alguém gostou? Era como se fosse a sentença final da Isabel e depois ela já presa. E seu pensamentos perunianos (de perua).

Enfim, reviews seriam legais agora...

~CaahT39C