The silence isn't so bad,
(O silênçio não é tão mau)
Till I look at my hands and feel sad,
(Até eu olhar para as minhas mãos e me sentir triste)
Cause the spaces between my fingers
(Porque os espaços entre os meus dedos)
Are right where yours fit perfectly.
(São exactamente onde os teus encaixam perfeitamente)
Talvez ninguém consiga compreender a falta que me fazes. A forma como a minha pele chama pelo teu toque gelado, como os meus lábios esperam pelos teus… Do meu passado, sei apenas que foi vivido para ti. Eu ainda me lembro de todas os momentos vividos, dos beijos trocados e das palavras que ficaram por dizer…
Hoje tento acreditar que este era o nosso destino, que mesmo que tivéssemos lutado, ficar juntos não era uma decisão nossa. Pensar assim, consola-me. Faz-me acreditar que a culpa não foi nossa e esquecer a culpa que me assome quando a tua falta se torna demasiado pesada para eu aguentar. Sim, eu ainda penso em ti. Talvez confessá-lo seja difícil, mas preciso das tuas palavras. Preciso de te ouvir dizer que tenho razão… que não havia outro caminho para além do que seguimos. No entanto, não consigo mais ouvir a tua voz. Ela parece demasiado distante, apagada pelo tempo que passou desde que pertencemos um ao outro.
Eu lembro-me das palavras que disseste antes de partires. O pedido de desculpas e a garantia que uma vida juntos seria algo impossível… Mas por vezes eu ainda me pergunto sabes? Pergunto-me se seria possível termos sido felizes, se tivéssemos lutado... Se tivéssemos ficado e juntado forças para fazer o amor vencer…
De qualquer forma eu sei que isso agora pertence ao passado, ás memórias que guardo de ti… Dias felizes de tu e eu, que por mais anos que passem nunca conseguirei esquecer…
Talvez tu tenhas razão. Talvez nós fossemos mesmo uma impossibilidade desde o dia em que nos conhecemos. O nosso amor sempre foi um risco, um acto de rebeldia que nos fez contrariar tudo aquilo para que tínhamos sido educados.
No fundo é sempre assim não é? Enchemos o peito de ar, andamos em frente de cabeça erguida e ficamos felizes por enfrentar aquilo que julgávamos impossível. Achamo-nos mais fortes, mais corajosos, acima de qualquer um e capazes de fazer qualquer coisa…
Mas um dia percebemos que afinal isso não foi nada. Que apenas atravessámos um muro que nem nos ficava por cima do joelho e que o que está a frente é ainda muito pior. É aí que caímos em baixo, frustrados e envergonhados. Baixamos a cabeça e choramos perante a nossa própria incapacidade e damos como perdido algo sem dar luta. Achamo-nos incapazes de subir algo tão alto, tão doloroso. Temos medo de cair, medo de nos magoar ou de simplesmente não conseguir chegar ao outro lado.
Talvez esse tenha sido o nosso erro, ou talvez nós fossemos mesmo um "amor impossível"…
De qualquer forma não interessa pois não? Tu já não aqui estás e nem sei se ainda te lembras de mim.
Pois eu lembro-me. Em cada noite que não é o teu corpo que se deita ao lado do meu. Em cada beijo que não tem o teu sabor, ou quando as mãos não encontram onde poisar, ou simplesmente poisam em quem tu não és…
Seguimos as nossas vidas, preferimos ignorar o "erro"… Um erro que ainda nos perguntamos se fomos nós ou a nossa fraqueza.
Por vezes pergunto-me onde estás, se ainda pensas em mim como eu penso em ti... mas sei que isso não é mais importante. Se no passado não tivemos força, agora muito menos.
Já não importa… afinal já esquecemos. Esquecemos o passado, a humilhação…
Não… não esquecemos. Mas fingimos sempre esquecer…
FIM
Espero que tenham gostado. Fic feita ao som da musica "Onde Errei" do Edmundo Vieira… depois de um dia depressivo e de um teste horrível de francês --'.
Continuem lendo…
DanielaMPotter
