Capítulo Um: O loiro e a ruiva
- Hei Ichigo... Que cara é essa hum? – Megun me perguntou, eu ela e Mimi estávamos no Mac Sundae uma sorveteria que ficava três quarteirões depois do colégio.
- Hum? Que cara? – Perguntei franzindo a testa
- Para começar, você não toma o seu sundae a mais ou menos vinte minutos, e nem tá prestando atenção no que eu tô falando. – Mimi disse.
- Claro que estou! – Falei tomando um pouco do meu sundae.
- Claro que está não é? O que eu acabei de dizer mesmo? Sobre o Masaya? – Ela sorriu
- Hum... Você disse que ele... Err... É bonito! – Sorri, devia ser isso. Tinha que ser isso.
- Ãn, errado. Eu estava dizendo que ele é afim de você... – Ela suspirou
- Sério? – Perguntei animada
- Sério... – Ela suspirou
- Que... Lindo! Ai, ele é tão perfeito... – E eu acabei me juntando na conversa daquelas duas, até agora elas eram as minhas melhores – E únicas – amigas.
Depois de umas duas horas de conversa e uns quatorze sundaes saímos da sorveteria. Depois de ir lá iríamos ao shopping.
- Ok, então nós vamos. Espera só eu trocar de roupa, por favor? Eu fico péssima com essa calça. – Falei
- Que nada! – Mimi sorriu
- Não fica não. – Megun disse rindo
- Claro que fico! – Contradisse
- Ok, se você acha... Vai se trocar logo então. – Megun resmungou alguma coisa que não pude escutar.
- Estou indo então. – Avisei
- Tá, vai ser no New Sun ok? Daqui a uma hora... Dá?
- Ahã. – Respondi monotonamente.
- Ótimo. – Megun sorriu, ela e Mimi deram os braços e começaram a andar conversando animadamente.
A minha casa ficava bem perto dali. Ah sim, prazer sou Momomiya Ichigo, tenho quatorze anos, moro no Japão mais precisamente em Tókio. Faço a oitava série, sou maluca, encrenqueira, engraçada, companheira e... Bom, não sou muito boa em falar sobre mim. Que eu me lembre não tenho nenhum segredo muito importante, apenas sou perdidamente apaixonada por um jovem chamado Masaya Aoyama, ele é o garoto mais popular de toda a escola. Todas as garotas são completamente e totalmente fanáticas por ele. Ele recebe uns trinta mil e quinhentos cartõezinhos com mil e uma declarações de amor. Quer dizer, com trinta mil e quinhentas declarações de amor. Sei que às vezes utilizo números muito altos, mas, eu sou meio exagerada mesmo. Você se acostuma um dia. Ah, vamos falar de aparência. Não me acho feia, nem bonita. Meus cabelos são vermelhos, por isso acho que posso me considerar ruiva, tenho pele branca, olhos castanhos, não sou muito alta nem muito baixa, mas não vejo minha altura a uns três meses.
- Droga, desde quando minha casa fica tão longe? – Reclamei – Será que indo pelo parque é mais perto...? Hum, deve ser. – Ignore esta minha terrível mania de falar sozinha também. Como já disse você se acostuma com o tempo.
Do nada escutei um grito masculino vindo de dentro do quarto, e encontrei uma coisa muito, muito anormal lá. Bom, você não vai acreditar... Eu vi um rato. Um rato gigante. De uns quatro metros. E eu vi o Masaya no chão, desacordado. E eu fiquei desesperada.
- Espero que alguém lá em cima goste de mim... – Sussurrei, piada mais besta. Eu estava prestes a ser morta, mastigada e engolida.
O rato ergueu uma pata para me acertar, eu fechei os olhos esperando pela dor. Mas, como eu já disse... Alguém lá em cima gosta de mim. Eu fui salva. EBA! Por um garoto lindo. EBA! Que me jogou de cima de uma árvore de cinco metros de altura... Bom, eu fui salva para ser morta. Que ótimo. É, ninguém lá em cima gosta de mim. Quando me aproximei do chão me surpreendi ao parar de quatro, como um gato.
- Hei, ô ruiva... Pega! – O loiro jogou algo para mim, eu o observei era tão lindo... Um pingente.
- Diga Mew Mew seu nome metamorphosis! – Ele mandou
- Pra q... – O rato tentou me acertar, errou por pouco – MEW MEW ICHIGO METAMORPHOSIS! – Gritei, depois disso senti algo estranho... Quando me observei de novo, tinha o cabelo rosa, uma roupa rosa, os olhos rosa, uma bota de cano longo perfeita vermelha. É, eu estava linda.
- Meu estilo meu disfarce, meu poder na sua face! – De onde eu tirei essa frase besta? Bom, não vamos discutir. Frases de heróis podem e devem ser idiotas. Espera heróis? LEGAL!
- Ei, o que é isso garoto?! – Perguntei
- Cala a boca, e fala a primeira coisa que te vier na cabeça! – Ele mandou
Ok, ele me mandou calar a boca e falar o que me vier na cabeça. Ok, ele é tão maluco quanto eu. Ok, eu não vou discutir. Ok, eu vou parar de falar ok antes que eu dê um tiro em mim mesma. (N/a: Ok, essa foi idiota.)
- Sutoro Bell Bell! – Gritei, bom não sei por que, mas foi a primeira coisa que me veio a cabeça. Do nada, um sino apareceu na minha mão. Legal.
- Ribbon Ichigo Surprise! – Gritei, e o sino soltou alguma coisa, como... Bolhas. Que foram na direção do monstro e acabaram com ele.
- Aoyama-kun! – Gritei correndo na direção do jovem
- Ei, ô ruiva! – O jovem que havia me salvado chamou-me – Ele não pode te ver assim, saí daí! – Ele mandou
- Hei! Eu nem te conheço garoto!
- Eu acabei de salvar a sua vida. – Era verdade, como eu era egoísta.
- Bom, estou completa e totalmente agradecida "loiro" – Sorri, o troco por ele me chamar de ruiva.
- Prazer, Shirogane Ryou.
- Momomiya Ichigo, igualmente. – Eu sorri, ele não retribuiu o sorriso. Insensível, grosso, idiota, patético!
- Bom... Ichigo, agora você é uma mew. Espero que esteja feliz. Só poderá voltar ao normal quando derrotar os cinyclons que querem acabar com a terra e todo aquele papo... – Ele saltou da árvore.
- Quem são esses caras chamados cinyclons? – Perguntei
- São os seres que criaram essa kimera animal. – Ele apontou para o lugar onde estaria o monstro, em que agora só restava um ratinho minúsculo e completamente inofensivo.
- Hum... E eu vou ter que lutar com eles sozinha?! – Perguntei
- Bom isso você vai saber mais tarde. Venha comigo
- Por quê? Você pode ser um seqüestrador tarado! – Falei
- Bom, então não venha e ficará com essas orelhas e rabo para sempre. – Ele se virou, agora que eu me avaliava melhor, eu tinha orelhas e rabo. De gato.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! AGORA EU SOU UMA GATA EM TODOS OS SENTIDOS! – Gritei
- Você é bem metida, sabia? – Ele abriu um meio sorriso.
- Hei! Você me conhece a meio minuto Shirogane! – Falei nervosa
- Eu sou bom em reconhecer as pessoas... – Ele deu de ombros
- Idiota. – Murmurei
- Lembre-se que acabei de salvar sua vida ruiva. – Ele disse
- Hei, eu já te disse meu nome! – Reclamei, nem notei que havia voltado ao normal. Não era mais aquela gata de cabelos rosa. Se tivesse notado tinha ido embora, não haveria mais motivos para ir junto com ele.
- É, mas, ruiva cai mais bem com você.
Revirei os olhos, garoto idiota, estúpido.
- Hei, peraí! – Pedi ao ver que ele já estava longe. Cheguei ofegante ao lado dele.
- Demorou exatamente dois minutos e cinqüenta e oito segundos. – Ele disse
- Não precisava saber disso, obrigada.
Ele deu um sorriso torto.
- Ai, amei essa bota... – Falei comigo mesma
- E o que eu tenho a ver com isso? – Ele perguntou
- Não falei com você, retardado.
- Falou com quem, com o nada?
- É, o nada é dez vezes mais legal que você. – Murmurei
- Escutei isso. – Ele falou
- Nem ligo. – Respondi normalmente – Ah, olha o café mew mew. – Apontei – Eu adoro vir aqui.
- Que ótimo. Apartir de hoje é aqui que você trabalha! – Ele sorriu erguendo as duas mãos para o lugar, no sentido de mostrá-lo.
- QUÊ? – Gritei
- É, algum problema? – Ele perguntou
- Todos os problemas do mundo! – Me vi nervosa – Eu estudo, sabia?
- Trabalhe a tarde.
- Mas...Mas...
- Não quer salvar a Terra? Você que decide, você é a única esperança. – Ele disse dando de ombros – Todos nós vamos morrer se você não lutar.
- QUÊ? ENTÃO... VOCÊ TÁ JOGANDO TODA ESSA MERDA NAS MINHAS COSTAS?! – Gritei, só depois notei o palavrão. Ops... Rebaixei legal, bom isso não importa.
Ele assoviou.
- Que extresse. – Comentou – Não, você terá mais quatro companheiras.
- Sério?
- Sério. – Ele respondeu sem ânimo
- Legal! – Sorri animadamente
- É. – Ele falou ainda sem ânimo.
- Insensível. - Murmurei
- Mal educada
- Idiota
- Retardada
- Burro!
- Feia. – Ele não se alterava
- Ridículo
- Estúpida
- Mongolóide
- Ruiva
- Loiro...
- Ryou! Por que não disse que tínhamos convidados? – Alguém abriu a porta do café interrompendo nossa briga.
- Não é um convidado Keiichirou. – Ele respondeu suspirando – Apresento a você Momomiya Ichigo a mais nova, e também líder das mew's.
- Oh! – O tal Keiichirou sorriu
Eu corei e retribui o sorriso.
OooOooOooOooOooOooO
- Você está muito bonita. – Keiichirou disse
- Obriga... Da... – Corei
- Pff... – Ryou revirou os olhos, eu havia vestido a roupa de trabalho do café. Era uma blusinha super fofa com uma saia, ambas rosas. E ainda tinha um troço que eu esqueci o nome na minha cabeça rosa e branco.
- Gostou? – Keiichirou perguntou
- Amei. – Respondi sorrindo
- Amanhã você começa o seu trabalho, esteja aqui as duas se não ficará de castigo. – Ryou falou.
- COMO?! DUAS?! EU SAIO DO COLÉGIO UMA E MEIA! – Retruquei
- Você vai ter que almoçar aqui mesmo então.
- Ah... – Suspirei – Está bem, pelo bem do mundo... Farei isso. – Frase idiota. Mil vezes idiota. Ryou riu de mim. E eu considerei estrangula-lo.
- Eu te odeio. – Murmurei
Ele abaixou os olhos fingindo que eu era nanica.
- Também te amo. – Falou sorrindo
Keiichirou pareceu fazer uma expressão estranha, mas, logo voltou ao normal.
Eu fiquei vermelha de raiva. Bom, talvez de vergonha também. Mas, eu nunca admitiria isso. Bom, eu sou uma garota do século XXI, eu tenho o direito de ficar vermelha. Não tenho? Bom... Ah! Comecei com essa maldita mania de novo que bosta. CHEGA!
- E como faremos para encontrar as outras mew's? – Perguntei
- Não sei. – Ryou admitiu – É meio difícil. Mas, quando são atacadas por uma kimera é por que tem algo em especial...
- Hum... – Murmurei, espera ele estava me chamando de especial.
Ah, ele me chamou de especial? ESPECIAL?! Foi isso que eu ouvi! Eu fui atacada por uma kimera, então eu sou especial. Só espero que isso não seja algum tipo de indireta estranha... AH ESQUECE! Cara, eu to falando comigo mesma... Cala a boca. Não, cala a boca você!
- Produções Ichigo alerta, eu sou mongolóide. – Murmurei falando comigo mesma de novo.
Ryou não escutou.
- Mas não pense que você é especial... – Ele deu ênfase na palavra. – Você só foi atacada por que é idiota o bastante para tentar salvar um namoradinho estúpido.
- Eu chamaria isso de co-ra-gem. – Retruquei
- Eu chamo de idiotice.
- Idiotice é você me salvar e depois me jogar de uma árvore de cinco metros.
- Dã. Aquela árvore não chegava nem a três sua débil. – Ele revirou os olhos.
- Tanto faz imbecil! Eu podia ter me quebrado toda.
- Aquilo foi só para ver se você era mesmo uma mew. – Ele disse com descaso.
- E se eu não fosse? – Perguntei com ódio.
- Bom, você teria quebrado um braço e o pé. Talvez tivesse uma torção grave na perna...
Gritei.
- SHIROGANE! EU TERIA PARADO NUM HOSPITAL TODA QUEBRADA E VOCÊ ESTARIA RINDO POR QUE A RUIVA TINHA SE QUEBRADO?!
- Hum... É. – Ele sorriu
- Eu te mato seu idiota!
- Por favor, não aqui dentro. – Keiichirou pediu sorrindo, tinha até esquecido que ele estava ali.
Ryou se sentou numa cadeira.
- Ótimo. – Suspirei – Estarei aqui amanhã as duas. E vou levar a roupa no corpo mesmo. Tchau Keiichirou. – Dei um sorriso encantador
- Tchau, até logo. – Ele deu um sorriso de galã.
- Espero que você morra Shirogane. – Falei com todo o amor do mundo
- Igualmente.
Ele me tirava do sério.
OooOooOooOooOooOooO
- Bom dia meninas. – Sorri ao avistar Megun e Mimi próximo ao portão do colégio. Elas me ignoraram. – Bom dia, meninas. – Repeti, elas continuaram me ignorando – BOM DIA!
- Ei, Mimi... Acho que uma mosca está enchendo o nosso saco... Vamos dar uma volta? – Megun sorriu para Mimi
- Claro.
- EI! VOCÊS! – Chamei-as
- O que você quer sua furona estúpida? – Mimi perguntou
- Ah é, o shopping...
- "Ah é, o shopping" – Megun imitou minha voz
- Meninas não levem a mal, mas, eu... Eu... – Se a desculpa não fosse boa elas nunca mais falariam comigo. – Conheci um garoto LINDO!
- Ahã. – Mimi riu
- Claro que sim. O nome dele é... – Putz, era só o que me restava – Shirogane Ryou.
- Nunca ouvi falar... – Megun riu também.
- Esperem e verão... – Eu sorri e peguei o meu celular, ah. Oh Ryou ia me matar.
- AAAAAAAH! RYOU SOCORRO! – E desliguei o telefone
- Ele vai estar aqui em segundos. – Sorri para elas, elas se entreolharam e riram.
Capítulo 2 – Uma Farsa bem sucedida
- Gente, olha aquele loiro... – Ouvi algumas meninas dizendo, Megun e Mimi se viraram na direção do jovem.
- Que... gato... – Murmurou Megun.
- S...Ryou! – Gritei, ele virou-se para mim e chegou ao meu lado exausto.
- O que houve? Uma... – Ele ia falar kimera, mas, observou duas garotas próximas a mim.
- Meninas, este é Shirogane Ryou meu... – Engoli em seco – Namorado.
Ele me olhou mais surpreso que Megun e Mimi. Eu me virei discretamente pra ele e fiz um olhar pidão.
- Pra...zer. – Ele não havia se recuperado do choque.
- Olá... – Megun olhou ele da cabeça aos pés e assoviou – Essa pesca foi boa Ichigozinha...
- É, eu sei. – Eu fui pro lado dele sorrindo
- Ichigo, eu fiquei preocupado quando você me ligou que nem uma desesperada... – E ele beijou meus cabelos.
O que esse maldito débil mental está fazendo?! Shirogane, eu vou te matar.
Dei um sorriso belo fingindo que estava adorando a caricia.
- Bom, Ichigo... Com isso ai... Está perdoada. – Megun piscou para mim – Bom, vou deixar vocês a sós... VEM MIMI! – Ela puxou Mimi que estava hipnotizada.
- O que foi tudo isso hum? – Ele perguntou erguendo uma sobrancelha.
- Se eu não fingisse elas não iam mais falar comigo... – Falei boazinha, pois todos estavam olhando.
- Mentira, você queria ganhar beijos meus não é? – Ele sorriu maliciosamente para mim.
- ÓBVIO QUE NÃO! – Quase gritei, todos nos olharam.
- Eles estão brigando? – Ouvi
- SEU CIUMENTO... – Falei em tom de brincadeira, mas, alto. E então... Eu toquei meus lábios com o dele. Todos entenderam que era apenas uma pequena crise de ciúmes e voltaram a conversar animadamente ignorando-nos. Eu separei meus lábios do dele.
- Desculpa. – Pedi, ele sorriu maliciosamente
- Não disse que queria me beijar? – E então ele saiu do colégio.
Eu te odeio Shirogane. Seu desgraçado. Maldito, gordo, idiota, babaca, mongolóide, loiro oxigenado de merda, sua bicha louca, seu retardado...
- Vou mata-lo. – Murmurei
OooOooOooOooOooOooO
- SHIROGANE! – Entrei no café aos berros
- Ichigo, os clientes. – Keiichirou lembrou, eu sorri timidamente e pedi desculpas
- Por favor Keiichirou, onde fica o quarto do Shirogane? – Sorri fofa
- No segundo andar, terceira porta a... – Eu comecei a subir as escadas - ... Direita... – Ele completou
Eu subi as escadas pisando duro. Nem bati na porta, simplesmente a abri.
- Shi-ro-ga-ne! Que história foi aquela no colégio?! – Perguntei adentrando no quarto dele
Tomei um susto quando vi que ele estava com uma toalha presa na cintura. Nunca imaginei entrar no quarto do Shirogane e mesmo no meio da briga, observei-o todo.
- O que você está fazendo aqui sua retardada? – Ele perguntou nervoso
Bom, o quarto dele era assim: Tinha uma cama de casal, uma escrivaninha com um note book e diversas folhas de papéis empilhadas, uma cômoda com uma foto de uma mulher loira e de um garoto loiro. O loiro parecia o Shirogane menor, quem seria a loira? A mãe... Dele?
- Estou te perguntando o que perguntei. – Falei normalmente, foi confuso, mas, acho que ele entendeu.
- Nada, devia ter ficado feliz por eu ter te ajudado a falar com as suas amigas idiotas e fúteis.
- Quem você acha que é para falar assim de pessoas que você nem ao menos conhece? – Perguntei com ódio
- Nada além de um loiro de olhos azuis órfão. – Ele respondeu
- Or...Fão? – Perguntei
- É. – Ele respondeu – Aquela da foto é a minha mãe.
Meu coração se despedaçou. Ele tinha um passado tão triste. Minha vontade foi de abraça-lo e deixa-lo chorar em meu ombro. Mas, ele ia me empurrar, não ia chorar e além de tudo ele estava só de toalha.
- Shirogane... Eu... Sinto muito... – Murmurei, ele se aproximou de mim.
- Tanto faz. Veio aqui para mais beijos? – Ele perguntou voltando ao normal de sempre. Mas... Eu queria ser legal com ele. Ele tinha um passado tão triste.
- Na verdade não. – Respondi – Apenas para conver...sar... – Ele chegou perto de mais. Eu fiquei prensada contra a porta.
- Por quê está recuando? Medo? – Ele perguntou
- Não. – Respondi incerta
- Pelo meu passado... Me beije. – Ele pediu. Aquilo era golpe baixo.
- Como? Não... Eu não... – Imaginei como deveria ter sido triste a vida dele sem os pais. Ergui minha cabeça pronto para ele me beijar. Ele se ergueu para mais perto e deu um beijo em minha testa.
- De qualquer forma... Obrigada. – Ele disse virando-se e entrando no banheiro. Eu saí pela porta depois de um tempo. O que havia sido aquilo? Eu senti-a... Decepção. Uma decepção enorme. Por... Ele não ter beijado minha boca.
O que é isso? Hã? O que é isso?! Me explica Ichigo. Que sensação é essa? Você queria que ele te desse um beijo?!
- Ichigo, você precisa ir para casa? Está se sentindo mal? – Keiichirou perguntou
- Iie, Akasaka-san... – Respondi, acho que ele deve ter perguntado três vezes antes deu responder.
- Melhor ir Ichigo. – Ele disse
- Por quê? – Perguntei triste
- Ichigo, você jogou um onigiri dentro do chá verde... E está colocando chocolate junto com arroz... – Ele sussurrou para que só eu escutasse
- AH! – Acordei do meu devaneio.
- Melhor ir para casa, eu cuido de tudo. O Ryou daqui a pouco vai descer e então... – Não consegui escutar o resto. O nome dele, o nome do Shirogane... Estava me afetando. Muito. Não conseguia ouvir mais nada, só via imagens do rosto dele. E só ouvia o palpitar de meu coração. Parecia que eu respirava seu cheiro...
- Está bem Akasaka-san... – Acho que respondi antes dele terminar, pois ele fez uma expressão desolada e voltou à cozinha. Depois iria me desculpar com ele.
Saí do café normalmente com passos lentos.
- Já vai? – Escutei, aquela voz...
- Uhum. – Respondi
- Você não presta pra nada mesmo, nem para trabalhar...
- Tem razão. – E fechei a porta do café. Imaginei a cara dele, pensando "Porque ela não me deu um fora".
Suspirei. Eu... O amava. Eu o amava! Isso era tão estranho...
- AAAAAAH! SOCORRO! – Ouvi, sabe quando o despertador toca e você sente que ele está bem longe, bem longe MESMO? Foi assim que eu senti. Só quando ouvi o socorro pela terceira vez é que me toquei.
- O... Quê? – Me virei para o oeste.
- SOCORRO! – Ouvi novamente e corri na direção do grito.
O que vi foi a seguinte cena: Um pássaro de tipo dois metros com uma garota de cabelos verdes na pata.
- Hei! Você, garota! – Gritei
- Socorro! – Ela chorava
- Em pub... AH, CALA A BOCA SUA IDIOTA! – Mandei para mim mesma, mas, acho que a garota entendeu que era para ela... – Mew Mew Ichigo Metamorphosis!
- Uma kimera animal, hum... – Murmurei – Ribbon Ichigo Surprise!
A kimera virou uma andorinha e voou.
- Hei... Menina, você está bem? – Perguntei
- Obrigada! – Ela me abraçou chorando
- Calma... – Pedi
- Caiu... – Ela sussurrou em meu ouvido
- O quê? – Perguntei
- Ribbon Lettuce Rush! – Ela gritou
- O quê? – Perguntei batendo em uma árvore com tudo e caindo no chão.
- Quem é você? Está contra mim?! Por que me salvou? Quer que eu confie em você?! – Ela perguntou – Ribbon Lettuce Rush!
Respondi todas as perguntas.
- Momomiya Ichigo, mew mew morango. Não que eu saiba, a menos que você seja uma kimera ou cinyclon... Porque eu odeio ver pessoas gritando... E eu sou uma heroína devo salvar... Eu acho... Se você quiser confiar em mim...
- Olá, sou Midorikawa Retasu... Acho que somos parceiras... Sou a mew mew alface... – Disse ela erguendo a mão, para eu poder me levantar do chão.
- Você é o quê? A líder das mews? – Perguntei
- Eu já tenho uma outra mew comigo. – Ela respondeu – Mas, acho que não sou não. Na verdade, acho que você é.
- Porquê? - Perguntei
- Foi o que o Akasaka Keiichirou me disse. – Ela respondeu
- Você conhece o Akasaka-san? – Perguntei surpresa
- Conheci ele hoje, e também me transformei pela primeira vez hoje. – Ela respondeu
- Me acompanhe Ichigo. – Ela sorriu – Eu devo te apresentar Pudding.
- Pudding? – Perguntei
Nós caminhamos até uma casinha que ficava não muito longe do meu colégio.
- Pudding! – Retasu chamou-a.
- Hai! – Uma jovem loira, de mais ou menos onze anos apareceu na porta da casa.
- Apresento a você, Momomiya Ichigo. Mew Mew Morango e líder das Mew's! – Ela ergueu as mãos na minha direção.
- Wow! – Ela sorriu animada – Prazer Ichigo-oneesama. Meu nome é Fon Pudding, tenho onze anos... E adorei você. Espero que sejamos ótimas parceiras!
Eu sorri. Que garota fofa.
- Pudding, conheci um moço hoje que sabe das mew's, Ichigo também o conhece. – Retasu falou séria – Vamos trabalhar a partir de amanhã no Café Mew Mew!
As duas riram animadas. Eu também fiquei feliz, até que enfim teria amigas de trabalho.
OooOooOooOooO
- Ah! Bom dia Ichigo-san. – Retasu me cumprimentou quando entrei no café
- Bom dia Ichigo-oneesama. – Pudding deu uma estrelinha
- Bom dia Minna. – Eu sorri abertamente
- Parece que já se conheceram. – Keiichirou apareceu diante de nós sorrindo
- Como ele consegue ser tão rápido? – Murmurei
- O quê Ichigo? – Ele virou-se para mim ainda sorrindo
- O quê? Eu? Nada. – Sorri
- Menina Falsa.
Ergui minha cabeça para a escada, era ele, aquela pessoa que me havia feito entrar em devaneio que me fizera não conseguir dormir direito. Era ele. Shirogane Ryou.
Haja normalmente, normalmente. Brigue, reclame, chingue. Normal...
- Bom dia pra você também, idiota. – O fitei com raiva.
- Bom dia. Vocês devem ser as novas pessoas... – Ele não podia dizer mew's por causa dos clientes – A trabalhar... Aqui. – Ele sorriu – Muito prazer sou Shirogane Ryou, dono do café. É claro junto com o Keiichirou.
- Infelizmente... – Murmurei, mas, entrou na minha cabeça o dia de ontem. A história dele ser órfão, do beijo na testa, da decepção. E de repente, sem mais nem menos eu corei.
Merda.
Mas, para a minha felicidade, Shirogane entendeu de outro modo. Como se eu estivesse desconfortável por ele estar ali depois da conversa de ontem. Ele abriu um sorriso para mim.
- Hei Ichigo, quer ir tomar um sorvete depois?
Eu vibrei por dentro. Retasu me olhou de esguelha. Ela deveria estar pensando "Um encontro?"
- H-Hum... Ta. Espero que você tenha alergia a morango, porque eu vou pagar um pra você.
Ele me deu língua.
- Claro, claro morango-san. Sou alérgico a você... – Ele revirou os olhos
- Chega, chega Shirogane. – Pedi – Vamos voltar ao trabalho.
Ele parecia surpreso.
- Não é mesmo Akasaka-san? – Sorri
- Puxa-saco... – Ele murmurou
- Não é o seu. – Dei língua.
- Nossa... – Ele desceu as escadas.
- Vai sair do seu quarto pra trabalhar é "loiro"? – Utilizei o antigo apelido.
- Você é que fica dormindo em serviço, "ruiva". – Ele fez o mesmo.
Nós dois rimos e percebemos que todos estavam com uma interrogação na cabeça, mas, aquilo nós não precisávamos explicar para ninguém. Era uma brincadeira entre eu e ele... Uma brincadeira nossa.
