Mais uma tentativa! Bye bye bloqueio, eu acho...

É uma oneshot tipo PWP?, mas em dois capítulos (twoshot?).

Só exercitando a caixinha de escrever lemon...

SxD

No Air!

Era assim que se sentia longe dele!

SxD

Sam Saiu do banheiro ainda pingando água dos cabelos, apenas uma toalha puída enrolada na cintura cobrindo os quadris estreitos, se recostou contra o batente da porta de madeira velha e decrépita, como aquele quarto todo. Velho e decrépito.

Como tantos outros, velhos quartos de motéis de quinta, cheirando a ranço e suores antigos de seus antigos ocupantes.

Olhou para a cama, os lençóis embolados por baixo do corpo adormecido. Apele brilhando de suor.

Aqui e ali, manchas avermelhadas começando a arroxear.

Por um momento se preocupou, pensando se lhe tinha feito algum mal, se podia ter machucado na sua ânsia apaixonada, depois sorriu.

Não, não tinha machucado. Marcado com certeza, mas machucado não.

Marcado!

Marcado a pele clara como sua.

A linha dos seus dentes perfeitamente cravada nos ombros sardentos, círculos arroxeados pelo pescoço.

Suas marcas gravadas na pele, da mesma forma que o gosto da pele estava gravado na sua boca.

Para sempre.

Sam suspirou em correspondência ao remexer suave na cama, ao dobrar ligeiramente de uma perna, ao brilho dos músculos suarentos, vislumbrou os pelos louros das coxas musculosas reluzindo a luz mortiça da manhã.

Se aproximou lentamente e se deitou ao lado...dele.

Com cuidado para não acordá-lo.

Inclinou o rosto e aspirou a curva do seu pescoço, bebendo sôfrego do cheiro quente e doce da pele suada.

Pousou um beijo delicado na sua nuca, ele suspirou profundamente mas não acordou.

Sam sorriu em felicidade.

Era tão estranho...

Uma briga, xingamentos, empurrões e de repente um beijo.

Não tinha certeza sobre quem foi o primeiro, quem se inclinou e tocou os lábios, não se lembrava direito, nem do motivo da briga se lembrava na verdade. Provavelmente tinha sido ele mesmo.

Não se lembrava, mas não importava.

Lembrava se apenas de ver o rosto dele muito de perto, as sardas se destacando sobre o nariz e os malares, e de repente seus lábios estavam próximos demais e tudo se transformou. Tudo começou a fluir de um modo diferente, os ruídos a sua volta foram se apagando e ele só queria tocá-lo e ser tocado. Não podia afastar-se, não podia permitir que ele se afastasse. Se abraçaram e beijaram com intensidade.

Sons molhados e gemidos angustiados escapavam e chegavam aos seus ouvidos, mas não saberia dizer de quem era aquela voz tão necessitada.

Sua?

Dele?

Deles?

Não importava.

Por um momento quando se separaram e se olharam nos olhos, tudo estava certo. Como se não houvesse nada a dizer e tudo já fosse sabido. Como se as palavras pudessem ser dispensadas entre eles porque tudo estava certo e era assim que tudo deveria ter sido desde sempre, mas de repente viu o pânico crescer dentro dos olhos dele e aquele mesmo pânico se instalar no seu peito. Tomou consciência de quem era, quem eram, e o que havia acontecido entre eles.

Irmãos!

Errado!

Se afastou e viu ele fazer o mesmo. Dar dois passos largos pra trás, se encostar contra a parede, esfregar as costas da mão na boca como se quisesse arrancar o gosto daquele beijo dos seus lábios.

-Dean...

- Meu Deus Sam...

-Dean, eu...

Não conseguia pensar em nada, não conseguia falar, sequer conseguia respirar direito e não pode se mover quando minutos depois ele passou feito um raio em direção à porta, a mochila arrumada às pressas enganchada no ombro.

Só muito depois do som do motor do Impala se perder na distância Sam conseguiu acalmar a própria respiração, seu corpo tremia todo e continuaria assim por dias. A cada vez que se lembrasse do beijo trocado.

Dias infernais de agonia.

Não se falavam.

Nenhum telefonema, nenhuma mensagem, nenhuma notícia. Nada.

Sam se sentia consumido, vagando sem muito rumo, totalmente desconectado da realidade, numa confusão de sentimentos.

Culpa, medo, vergonha.

Não dormia mais, não se alimentava direito, bebia muito além do que sempre se permitiu. Só encontrava descanso quando se deixava levar finalmente esgotado, os pensamentos embotados e sua consciência consumida pelo álcool.

SXD

-Dean...

Finalmente tinha juntado coragem depois de vários dias agoniados passados a alisar a tecla de discagem do celular, vendo o nome dele piscar no visor sem conseguir se decidir a ligar.

-Alô! Dean? Você tá aí?

Apenas silêncio.

-Dean, por favor...fala comigo.

Um suspiro fundo e uma resposta sussurrada.

-O que você quer?

- Dean...olha...vamos conversar. Nós precisamos conversar...

-Não.

-Dean...cara, por favor!

-Sam...não...eu não...não sei o que dizer...eu não sei o que aconteceu...

-Onde você está?

-O que você quer Sam...eu acho melhor a gente não...

-Onde você está porra?

Mais silêncio do outro lado da linha.

-Dean, a gente tem que conversar.

-Não sei...eu não posso Sam...me desculpa tá...sobre...aquilo...eu não sei o que me deu...desculpa.

-Não foi sua culpa...eu também...olha, não adianta a gente fugir assim um do outro. Isso vai continuar entre nós, atormentado a gente. A gente tem que conversar e esclarecer as coisas.

-Não Sam! Esquece isso, tá?

-Não! Não consigo esquecer e acho que você também não. Onde diabos você está?

-Sammy...

-Eu vou te achar Dean...é só questão de tempo e eu te acho. Você pode facilitar as coisas ou pode se surpreender quando eu aparecer na sua porta porque eu juro! eu vou te achar.

-Tchau Sammy!

-Dean...

-Se cuida.

-SXD-

Sam o achou. Demorou mas Sam finalmente o encontrou e quando bateu na sua porta no meio da madrugada, simplesmente não lhe deu tempo para nada, apenas se jogou sobre ele o abraçando forte, com a sensação de que estava conseguindo respirar direito pela primeira vez em semanas.

E quando cingiu seus movimentos o prensando contra a parede o impedindo de se afastar, grudando seus lábios nos dele, tudo entrou nos eixos de novo e quando ele retribuiu deixando de resistir e simplesmente se entregou, aquela sensação de que tudo estava finalmente certo o consumiu totalmente.

Sam se afastou ligeiramente de Dean para olhar nos seus olhos, ver sua expressão, ter certeza de que todo aquele sentimento que o consumia o consumia também.

Acariciou seu rosto com a mão trêmula, Dean permanecia de olhos fechados, a boca entreaberta, os lábios vermelhos, respirando rápido e raso com o peito subindo e descendo ruidosamente.

-Dean...

Sam o chamou temeroso.

-Dean...-esfregou a boca contra seu rosto soltando a respiração num suspiro angustiado.

Dean abriu os olhos, segurando o rosto de Sam entre as mãos e o afastou ligeiramente. Correu o olhar pelo seu rosto, sua boca molhada da sua saliva, seus olhos brilhando, a expressão sedenta e desesperada.

-Por Deus Dean...- Sam implorou e Dean não pode ou não quis mais se conter, finalmente correndo a mão livremente sobre sua pele, sua nuca, enrolou os dedos nos seus cabelos, puxou-o contra si e o beijou com força.

Com amor, com saudade, com paixão.

SxD

Continua...