Addicted

7 dicas para se livrar do vício do cigarro:

• Se conscientize do próprio vício.
• Reduza gradativamente a quantidade de cigarros fumados ao dia.
• Realize exercícios de respiração quando a vontade surgir.
• Assim que a vontade aparecer, tome dois copos de água gelada.
• Pratique exercícios físicos
• Masque um chiclete para distrair o cérebro.
• Enfrente cada dia como se fosse o primeiro e siga em frente. Acredite na sua força de vontade.

Risque as dicas acima. O melhor jeito de se livrar de um vício... É se viciar em outro.

Universo Alternativo


April, 20.
04h49min PM
J Porter Chartered Accountants
Old Street, Londres.

Rose remexia em sua bolsa impacientemente. Ela vasculhava o interior em busca de seu maço de cigarros, mas parecia que o que tanto queria estava soterrado pelas bugigangas que ela guardava. A mulher sentia a irritação fluir por todo o corpo e a vontade de virar a bolsa e despejar todo o seu conteúdo na calçada estava a tomando por inteiro. Respirando fundo, ela continuou a procurar até segurar triunfante o maço em suas mãos. Agora a moça estava imersa em outro dilema: Fumar ou não fumar?

Rose encostou-se no prédio onde trabalhava e inspirou longamente tentando refrear a própria vontade. Olhou analiticamente o cigarro em sua mão e pensou nas inúmeras desvantagens em fumar. Desvantagens que pareciam não fazer diferença à medida que ela sentia o corpo tremer de necessidade.

- Dizem que mascar chiclete ajuda – uma voz masculina tirou Rose dos pensamentos em que estava imersa e a fez derrubar o maço.

- Você me assustou – ela acusou o estranho enquanto mirava o cigarro no chão e conjecturava apanhá-lo ou não.

- Serviu para algo, certo? – ele perguntou meneando a cabeça em direção a calçada – Sabe, fumar faz mal.

- Eu sei – ela suspirou resignada – Eu estou tentando parar, mas não estou tendo muito sucesso nisso.

- No começo é difícil – o homem murmurou compreensivamente – Mas estava falando sério, mascar chiclete ajuda.

- Vou procurar fazer isso – Rose mordeu os lábios indecisa, antes de se afastar da sua tentação – Eu só preciso de um estímulo.

- Sua saúde vai melhorar – ele comentou displicente – É um bom estímulo, não?

- Um estímulo além desse, quero dizer – a mulher suspirou cansada – Sabe, estou atolada de problemas e fumar parece ser meu único refugio. É o único momento do dia em que eu sinto o meu corpo relaxar totalmente.

- Isso é um vício.

- Oh, eu sei – ela assentiu sorrindo envergonhada – Mas é minha válvula de escape. Afinal, você é médico ou coisa assim?

- O que um médico estaria fazendo em uma empresa de contabilidade? – ele riu – Não, eu trabalho aqui. Vim tomar um ar antes de voltar ao escritório.

- É mesmo? – Rose perguntou o analisando – Nunca te vi por aqui.

- Mas eu já te vi.

- Isso não parece muito justo – ela brincou – Você trabalha em que setor?

- Recursos humanos – o homem respondeu passando os dedos pelo cabelo – E você?

- Setor financeiro – Rose informou displicente – Me chamo Rose Weasley, e você?

- Scorpius Malfoy – ele informou fazendo uma careta – Mas me chame de Scorp, se quiser, é mais fácil.

- Prazer Scorpius – a mulher estendeu a mão – Obrigada por salvar o meu dia por hoje – ela murmurou meneando a cabeça em direção ao maço largado no chão.


April, 28
7:02 PM
J Porter Chartered Accountants
Old Street, Londres.

Scorpius estava tendo um dia de cão. Havia acordado atrasado, a resistência de seu chuveiro queimara e ele teve que se submeter a um banho congelante seguido de um café escaldante sorvido as pressas. Café esse que deixou as papilas gustativas do rapaz praticamente danificadas por toda a vida.

Dificilmente o sistema de metrô de Londres sofria de algum tipo de problema, mas, pra deixar as coisas ainda piores, a Northern Line sofreu uma queda de energia e todos os metrôs ficaram parados nos trilhos por quase meia hora.

Scorpius chegara na J Porter Chartered quase quarenta e cinco minutos atrasado, tempo que se equivaleu a duração do sermão que seu chefe entoou energicamente assim que ele pisou os pés no escritório.

Como tudo que começa ruim, continua ruim e provavelmente termina pior, o dia de Scorpius não fora diferente. O rapaz não estava disposto a fazer hora extra, e decidiu recompensar seus minutos perdidos em sua hora de almoço. O que não deu muito certo no fim das contas. Disposto a correr contra o relógio, Malfoy se aventurou a engolir um sanduíche mal feito servido na lanchonete a duas quadras da empresa que acabou causando enjôos e mal estar no rapaz pelo resto da tarde.

Pisando no hall da J Porter e se dirigindo até a saída, Scorpius sentia o alívio perpassar pelo seu corpo. Logo estaria em casa, logo poderia descansar e logo poderia dar um jeito no seu estômago revolto. O rapaz inspirou o ar gelado de Londres assim que pisou os pés na calçada, ar que pareceu faltar em seus pulmões quando ele sentiu um corpo esbarrar fortemente contra o seu e conseqüentemente o derrubar no chão em um baque surdo.

- Que droga, não olha pra onde anda? – Scorpius esbravejou sentando-se na calçada e ajeitando os cabelos bagunçados pela queda.

- Desculpe-me, eu não te vi – a moça que o derrubou estendeu a mão tentando ajudá-lo a se levantar – Ora... Scorpius? É você?

- Rose? – ele riu aceitando a ajuda e levantando-se prontamente – Quer me matar ou coisa assim?

- Me desculpe – ela pediu e suas bochechas coraram instantaneamente – Eu estava meio distraída, não te vi.

- Tudo bem – Scorpius deu de ombros – Você não deveria estar saindo da J Porter?

- Deveria – ela assentiu – Mas quando estava a caminho do metrô, senti falta do meu celular e não o encontrei na bolsa, aí achei que tinha esquecido aqui – Rose contou apressada – Até que, você não vai acreditar – riu – Acabei de me lembrar que o coloquei na bota! – ela esticou um dos pés rindo sonoramente – Eu sou mesmo uma idiota!

- Desculpe-me perguntar – Scorpius murmurou franzindo o cenho – Mas por que você decidiu guardar o celular na bota?

- Foi idéia da minha prima, Victoire – ela explicou passando os dedos pelo cabelo – Ela acha que no caso de eu ser assaltada, o bandido não vai pedir pra revistar meus pés.

- Bem, é um pensamento inteligente – o rapaz sorriu – Tem muitos assaltos onde você mora? Onde é?

- Quase do outro lado da cidade – Rose suspirou – Tenho que pegar o metrô, desço em Waterloo. Você acredita que hoje deu uma pane no sistema? – ela soltou um muxoxo indignado – Me atrasei horrores, tive que recorrer ao banco de horas para não ficar aqui até mais tarde.

- Não brinca – o rapaz arregalou os olhos – Eu também!

- Também se atrasou?

- Sim, isso também – ele balbuciou divertido – Mas também desço em Waterloo. Moro perto do South Bank.

- Scorpius! – Rose exclamou maravilhada – Somos quase vizinhos!

- É verdade – o rapaz riu da expressão dela – E eu tenho uma ótima idéia.

- Qual? – ela perguntou ajeitando sua bolsa em um dos ombros.

- Pode usar suas botas apenas para calçar seus pés.

- Quê? – Rose franziu o cenho confusa.

- Bem, podemos ir e voltar do trabalho juntos agora que sabemos que embarcamos na mesma estação. O que você acha?

- Ah... Acho ótimo – ela sorriu envergonhada – Vai ser legal ter uma companhia.

- Oh sim – Scorpius assentiu – E agora você não será mais uma donzela indefesa andando pelo metrô londrino.

- Minhas botas serão apenas botas daqui pra frente? – ela gargalhou – Isso me parece ótimo. Vamos!

E andando lado a lado com a nova colega, Scorpius estava rindo pela primeira vez em doze horas. Parando para analisar, ele chegou à conclusão que ela quem havia sido a heroína do dia essa vez.


N/A: Eu sou completamente apaixonada por Rose e Scorpius e precisava escrever algo sobre eles. Embora meu shipper preferido seja James e Lily, eu sempre quis escrever uma Rose sob o meu prisma. A fic em si não é muito longa, as partes em negrito mostram a data (que é muito importante para situar o envolvimento deles), o local em que as personagens estão e etc. Espero que gostem, mandem reviews, por favor!