Título: Durch Den Monsun.
Autora: Sofia.
Gênero: Comédia, Romance.
Censura: +18
Link Original: Orkut - Comunidade Fics de Bandas.
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Prólogo.
-Parabéns, senhora, você será mãe de dois lindos garotos. – disse o médico, sorrindo cordialmente para a mulher grávida à sua frente, esta não retribuindo o sorriso, tampouco sorria – Algo de errado, senhora?
-Não, nada. – levantou-se ao sair do seu atual estado de transe. Pegou sua bolsa e saiu imediatamente da sala de exames. A frustração era aparente em sua face.
Andando pelas ruas da Berlim Oriental, já reunificada, a mulher que vimos agora a pouco se via sendo bombardeada com as mesmas perguntas.
-Gêmeos? – falou para si mesma – Não tenho condições de alimentar uma boca. Duas? Isso seria impossível. Eu teria que trabalhar duas vezes mais. – parou, deu meia volta e seguiu para o lado oposto – É o que eu vou fazer agora.
A mulher, mais um mísero ser improfícuo que rondava a capital Berlim, seguiu em direção à um ponto de prostituição movimentado, mesmo ainda no meio do dia.
-Boa Tarde, Gabriella. – a mulher que já conhecemos cumprimentou.
-Boa tarde? – riu ríspida – Vá logo trabalhar, inútil. Sua roupa está no quartinho do lixo.
Após receber esta boa recepção, fora buscar o seu projeto de roupa. Sim, pedaços de pano não são considerados como roupa para a sociedade hipócrita que fecha os olhos para a repugnante realidade.
Após vestir os trapos, andou até uma esquina, onde em menos de cinco minutos conseguiu um cliente.
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-Vadia! – gemia o cliente, prendendo os lisos fios negros da mulher entre seus dedos ossudos enquanto tentava beijá-la. Esta recusava prontamente.
- Como foi o dia, colega? – perguntou a que estava em casa.
-Péssimo. Estou grávida de gêmeos, e atendi um inglês indesejável.
-E o que é que tem isso? – perguntou, referindo-se ao inglês.
-Eles têm tendências masoquistas, e isso é repugnante.
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Dando duro, ou melhor, recebendo duro (desculpem o trocadilho), resistiu aos oito meses que se seguiram.
Em um dia de ponto movimentado, enquanto atendia um cliente, sentiu contrações e, enquanto sua vagina se dilatava,e sua bolsa estourava, era obrigada a chupar um rapaz, que gemia em um prazer agonizante, gozando da cena em que a prostituta lhe engolia por inteiro, enquanto uma coisa muito maior estava prestes a sair "pelo outro lado".
É, como a vida é cruel. A morte nem tanto. Ela apenas os arrogantes seres humanos para longe deste plano material.
Como presumem, a mulher morreu ali mesmo naquela cama, logo após presenciar o nascimento dos seus dois filhos, gêmeos univitelinos.
A única coisa que conseguiu pronunciar antes de ser levada para um destino que nada se parecia com as reluzentes portas do céu foi:
-Eu os odeio mortalmente. – pausou – Seu eu tiver um pouco de sorte, vocês morrerão esmagados por qualquer carro desgovernado.
Não foi bem isso o que aconteceu.
Os gêmeos foram encaminhados para um orfanato, onde foram adotados. Cada um por uma família diferente.
Uma pessoa que fosse realmente atenta aos detalhes, notaria que, ao serem separados, os gêmeos perderam um profundo brilho nos olhos. Brilho este que, encontra-se nos olhos dos seres mais apaixonados, enquanto a falta dele condena uma pessoa marcada para sempre por um sentimento hostil, por um sentimento de perda.
