DiSCOVERY THE SECRET

CAPíTULO UM

- Relaxa Moony! – exclamou Sirius jogando uma almofada no amigo. – Hoje é sábado, não temos aula!

Os dois estavam sentados no salão comunal da Grifinória. Era o segundo fim de semana do trimestre, e o dia não podia ser melhor. Muitos alunos caminhavam nos jardins, ou banhavam-se no lago. Remus Lupin, que estava cursando o sexto ano na escola não parecia querer desfrutar do mesmo, mas seu amigo Sirius Black não parava de persuadi-lo.

- Já disse que se quiser ir não me espere Padfoot! Prongs está lá embaixo… deve estar com Lily com certeza, mas ele sempre te acolhe. – respondeu o garoto sem tirar os olhos de seu dever.

Sirius ficou com uma cara emburrada, não gostava de ser contrariado.

- Venha. – disse puxando o amigo pelo braço. – Vamos nos divertir!

- Já disse que não vou! – reclamou Remus se soltando das mãos do amigo. – E se você não parar de ficar me chamando não vou poder me concentrar no dever!

Sirius esboçou um sorriso maroto. Jogou-se na poltrona próxima à Remus e começou a dizer:

- Vamos lá pra fora Moony. O dia está ótimo Moony. Que tal um mergulho com a Lula Gigante? O sol está ótimo pra pegar uma cor. Você precisa Moony, está tão pálido.

- Chega! – exclamou Remus fechando o livro grosso com estrepito. – Você venceu Sirius, mas assim que passar da hora do almoço nós vamos subir!

Sirius sorriu, mas novamente daquela forma marota.

- Quem disse que vamos subir?

- Não estou entendendo?

- Você vai ver!

E foi até o amigo pelas costas e amarrou uma venda preta, conjurada rapidamente com a varinha. Remus segurou na mão de Sirius antes que ele terminasse o nó. Sirius corou, mas perguntou com a voz firme:

- O que foi Moony?

- Estou com medo… o que você vai fazer Sirius?

- Não se preocupa. – disse Sirius terminando de dar o nó e aproximando seu lábio do ouvido de Remus. – Eu nunca iria te machucar.

Remus corou furiosamente. Sirius sorriu ao ver o constrangimento do amigo.

- Venha.

Sirius pegou na mão de Remus e notou que ele estava nervoso, pois a mão estava fria, e por um instante ele sentiu-a tremer. Atravessou o buraco do retrato e conduziu Remus, ainda com os olhos cobertos até uma tapeçaria no sétimo andar, onde um homem tentava inutilmente ensinar balé aos trasgos.

- Chegamos. – anunciou Sirius bem perto do ouvido de Remus.

Ele retirou a venda e Remus ficou observando a tapeçaria com um olhar desconfiado. Depois, virou-se para Sirius e perguntou:

- O que é isso?

- Isso?! – exclamou Sirius indignado. – Isso é um achado Moony! Certo, ainda não sei pra que serve, mas ontem enquanto ia até a cozinha…

-… furtar. – completou Remus cruzando os braços.

-… pedir, com muita compaixão para que os elfos me dessem algo para comer eu ouvi um deles falando sobre uma tal Sala do Vai e Não Vai, e também uma tal de Sala Precisa.

Remus continuava a encarar o amigo com um olhar confuso.

- Eles disseram que a sala se transforma!

- Legal. – falou Remus. – Mas, como se abre ela?

Um enorme sorriso surgiu nos lábios de Sirius, era muito raro isso acontecer e Remus se sentiu feliz por proporcionar isso.

- É ai que você entra Moony! Preciso saber como se faz! – explicou o moreno quase em súplica. – Vamos, diz que vai me ajudar?!

Remus pensou. Sem dúvida aquela sala deveria conter uma magia muito poderosa. Junto com Sirius e James ele tinha conhecido dezenas de segredos, mas este estava com jeito de ser um desafio e tanto.

- Tudo bem Padfoot. Quando começamos?

- Agora mesmo! – respondeu Sirius animado, erguendo o amigo no ar.

Rapidamente ele o recolocou de volta no chão. Os dois estavam embaraçados, e vendo que Sirius não iria falar mais nada Remus começou:

- Já tentou o alorromora?

- Foi o primeiro! – riu Sirius apoiando-se ao lado da tapeçaria. – Também já fiz cócegas e tentei pedir à eles que abrissem. – e indicou os trasgos com um gesto com a cabeça.

Os trasgos olharam raivosos para os dois rapazes, e ameaçaram-nos com seus bastões de madeira, antes de voltar a bater em Barnabás, O Amalucado.

- Acho que o que nos resta é… pesquisar.

Rapidamente os dois se dirigiram até a biblioteca, e começaram a pesquisar em livros de feitiços que ajudavam a abrir coisas, clarear passagens e outros assuntos relacionados.

- Acho que essa pesquisa não irá levar a nada Remus! – resmungou Sirius jogando mais um dos livros em um canto da mesa e olhando para a janela.

- Eu também começo a pensar o mesmo Sirius. Hogwarts tem muitos segredos, e não acho que possamos encontrar isso em um desses livros. – disse Remus fechando um dos livros. – Acho que vou voltar para o Salão Comunal e fazer mais um pouco do meu dever de…

- O quê?! – exclamou Sirius se levantando de um salto. – Você não volta pra lá hoje, vem, vou te levar lá pra fora!

E pegando o amigo pela mão se dirigiu para fora da biblioteca, recebendo um olhar mortífero de Madame Pince.

Eles desceram até os jardins ensolarados, mas não foram pra onde a maioria dos alunos estavam, pelo contrário, Sirius levou Remus até perto de floresta, onde se sentaram em um tronco caído. Sirius cruzou os braços atrás da cabeça e se apoiou em uma árvore próxima. Fechou os olhos e perguntou:

- Remus, você gosta de alguém?

Remus, que até então estava com uma cara contrariada corou. Sirius nunca tinha perguntado nada parecido antes pra ele, e o lupino tentava disfarçar, mas não conseguia deixar de gostar de Sirius, não como amigo, mas sim como, como se fosse um namorado.

- P-porque está me perguntando isso Padfoot? – disse ele em uma voz descontraída, tentando disfarçar o nervosismo.

- Ora… - falou Sirius mexendo na franja que cobriam seus olhos. -, eu e James sempre saímos com garotas legais, mas nunca vi você com uma, ou falando… você nunca gostou de ninguém Moony? – os olhos de Sirius se fixaram nos de Remus.

Um momento de constrangimento se passou, onde nenhum dos dois disse nada. Até que Sirius disse:

- Se não quiser dizer…

- Não tudo bem. – respondeu Remus sem olhar para o amigo. – Eu gosto de uma pessoa. Acho que desde o dia em que nos conhecemos, mas ela… bem ela nunca irá gostar ou ficar comigo…

Sirius ergueu uma das sobrancelhas.

- Porque não Moony? Você é uma cara… bonito e… - as bochechas de Sirius ficaram vermelhas. -, inteligente… e também é uma ótima pessoa… mesmo tendo um probleminha peludo.

Os dois rapazes sorriram, e sem querer as mãos dos dois se encontraram. Sirius apertou a mão de Remus com força, mas este a soltou e ficou olhando para a grama. Sirius nunca aceitaria se Remus dissesse que o amava, talvez nem sequer fossem amigos depois disso.

- Vou almoçar. – informou ele tomando caminho para o castelo sem olhar para trás.

Sirius ficou observando o amigo se dirigir até a entrada do castelo e comentou para si mesmo:

- Se você soubesse o quanto eu gosto de você Moony… só que eu tenho medo… medo de te perder se você descobrir que eu não te quero só como amigo…