Num pequeno apartamento em um dos edifícios q ficavam em Cardiff morava uma mãe e seu filho. Alex e Victor. O nome completo dela era Alexandra Pavelichna Ludovinsky Marshall e apesar de morar em Londres ela não era dali.
Alex tinha vivido feliz na cidade por um bom tempo, mas as coisas mudaram uns meses atrás. Ela se mudou de Moscou para a Inglaterra quando se casou com Chris Marshall, um pequeno comerciante inglês. Eles se conheceram na Rússia, terra natal de Alex. Na Inglaterra nasceu Victor, o único filho do casal. Mas Chris já não estava mais ali com eles há 5 meses.
Um atentado terrorista ao metrô ceifou a vida de Chris quando o trem que ele estava explodiu. Alex e Victor tentavam se recuperar da enorme perda nesse tempo. Mãe e filho sempre foram próximos mas cada um deles lidava com a falta de Chris da sua forma individual. Victor se afundava dentro do universo dos quadrinhos, volta e meia ele estava lendo Homem Aranha, Lanterna Verde ou Quarteto Fantástico. Essas eram suas favoritas.
Naquela manhã em particular Victor lia um exemplar do Quarteto Fantástico quando sua mãe o apressou.
-Tome seu café querido-ela disse com forte sotaque russo-eu sei que é difícil, mas temos que seguir em frente.
Alex viu que Victor praticamente não reagiu. Ela tentou novamente.
-O que o Quarteto fez nessa história?-ela perguntou
-O de sempre-replicou ele desanimado.
-Victor-sua mãe chamou de novo mais firme-tome seu café ou vai se atrasar. Se você se atrasar, eu vou me atrasar.
-Vai gritar em frente ao prédio do MI6 de novo?-Victor apontou com certa sagacidade.
-Menino eu não faço isso e se eu faço é porque preciso!-agora Alex já tinha perdido a paciência.
-Tá td bem mãe-o menino desistiu da discussão e guardou seu gibi indo ir comer sua refeição.
Alex ficou por um breve momento estupefata mas aceitou a resposta.

-Anda-foi o ultimato dela e Victor se apressou.

Minutos mais tarde os dois pegaram o metrô e seus caminhos se separaram depois que se despediram. Alex foi para o MI6 pela enésima vez e Victor foi pra escola. Ela esperava que naquele dia conseguisse finalmente o que queria e estava tanto buscando.
Após a morte de Chris, foi prometido a Alex uma ajuda financeira do governo. Assistentes sociais recomendaram que ela esperasse ser chamada da fila em que estava seu nome. E ela esperou e esperou e ainda não a chamaram. Mesmo que ela tivesse um salário estável de secretária ainda seria difícil criar seu filho sozinha. E por isso ela tinha feito tudo a seu alcance para conseguir essa ajuda. Até mesmo gritar e espernear causando escândalo na recepção. Quem estava cuidando do auxílio aos parentes das vítimas era um dos departamentos do MI6 e por isso ela estava sempre no prédio.
E naquele dia em que ela se despediu de Victor ela entrou na recepção já despertando o alerta da recepcionista no balcão.
-Bom dia eu sou Alex Marshall estou na lista das vítimas do ataque das linhas de Cardiff-ela disse de uma vez com seu sotaque russo carregado-quero ver em que dia receberei o benefício.
-Deixe me checar senhora só um segundo-a recepcionista sorriu sem graça.
Ela saiu e deixou Alexandra esperando. Ela se sentou já que começou a cansar a ficar de pé, pensou em Victor,se ele tinha mesmo ido a escola,se leria suas revistinhas,pensou num grupo de mulheres que viu naquela manhã, em uma mosca que espantou com a mão... por começar a divagar ela percebeu que tinha esperado uma hora e meia. Ela mexeu nos cabelos cacheados que batiam nos ombros furiosamente.
-Moça!-Alex se levantou como uma verdadeira tempestade-eu não acredito que deixou que eu esperasse por uma hora e meia. Isso é um desrespeito e descaso! Você acha que eu tenho o tempo todo pra ficar esperando aqui?
-Senhora se acalme por favor-tentou a recepcionista-é uma lista muito longa e seu nome é um dos últimos então sinto muito por ter esperado tanto.
-Certo certo-Alex a desdenhou-tem uma data pra quando receberei meu benefício?
-Infelizmente não há uma data definida-a moça respondeu contida-e ela só será escolhida daqui 6 meses.
-Eu não acredito!-Alexandra explodiu-É inacreditável! Como eles podem fazer isso com uma pobre viúva!?
-Senhora vou ter que pedir pra se retirar-pediu a funcionária educadamente.
-É assim né?-Alex cuspiu raiva-eu vou sair, eu vou! Obrigada por nada!
Ela saiu marchando com toda fúria pra fora dali.