Trecho do livro Breaking Dawn págs. 45 e 46

Eu olhei através do mato baixo, no negro da escuridão, procurando por ele. Não foi difícil encontra-lo. Ele estava de pé, de costas pra mim, mergulhado até a cintura na água da meia noite, olhando para a lua oval.

A luz pálida da lua deixava sua pele numa perfeita cor branca, como a areia, como a própria lua, e deixava seu cabelo negro como o oceano. Ele estava imóvel, as palmas de suas mãos descansando na superfície da água; as ondas baixas se quebravam ao redor dele, como se ele fosse uma pedra. Eu olhei para as suaves linhas das costas dele, de seus ombros, seu pescoço, seu formato indefectível... O fogo já não deixava mais rastros na minha pele – agora ele queimava lenta e profundamente, ele sumiu com a minha estranheza, minha tímida incerteza. Eu deixei a toalha cair sem hesitar deixando-a na árvore com as roupas dele, e caminhei para a luz branca; isso também me fez ficar pálida como a areia branca.

Eu não conseguia ouviu os sons dos meus passos enquanto caminhava até a beira da água, mas eu imaginei que ele podia. Edward não se virou. Eu deixei as ondas gentis quebrarem aos meus pés, e descobri que ele estava certo sobre a temperatura – ela estava bem quentinha, como água de chuveiro. Eu entrei,caminhando cuidadosamente pelo chão invisível do oceano, mas a minha preocupação era desnecessária; a areia continuava perfeitamente suave, indo gentilmente na direção de Edward. Eu dei braçadas pela leve correnteza até estar ao lado dele, e então repousei minha mão gentilmente sobre a mão gelada dele que pairava sobre a água.

"Lindo", eu disse, olhando para a lua também.

"É bonita", ele disse, sem se impressionar. Ele virou lentamente pra me olhar; pequenas ondas acompanharam os movimentos dele e se quebravam na minha pele. Ele virou as mãos para cima para que pudéssemos uni-las embaixo da água.

Estava quente suficiente para que a pele fria dele não causasse arrepios na minha.

"Mas eu não usaria a palavra linda", ele continuou. "Não com você bem aqui para

fazer a comparação."

Eu dei um meio sorriso, então ergui a minha mão livre – agora ela não tremia – e a coloquei sobre o coração dele. Branco sobre branco; nós combinamos, pra variar. Ele estremeceu só um pouquinho com o meu toque. A respiração dele agora estava mais ríspida.

"Eu prometi que ia tentar", ele sussurrou, ficando tenso de repente. "Se... Se eu fizer algo errado, se eu te machucar, você precisa me dizer imediatamente."

Eu fiz um aceno solene com a cabeça, mantendo meus olhos grudados nos dele. Eu dei um passo à frente nas ondas e deitei minha cabeça no peito dele.

"Não tenha medo", eu murmurei. "Nós fomos feitos pra ficar juntos."

De repente eu fiquei abismada pela veracidade das minhas próprias palavras. Esse momento era tão perfeito, tão correto, que não havia nenhuma dúvida disso. Os braços dele me cercaram, me segurando contra ele, éramos como inverno e verão. Parecia que todas as terminações nervosas do meu corpo eram fios elétricos.

"Para sempre", ele concordou, e então nos puxou gentilmente mais pra dentro na água.