Fic escrita para o II Challenge de Épocas passadas do fórum Marauder's Map.
Marauder's Map apóia o fandon de Supernatural e a criação de fics neste.
É por essas e outras que eu amo o MM *-*
Sobre Anjos e Toques
Adriana Swan
- Eu vou para a terra, Castiel. Vou ser humana.
Castiel nada respondeu a Anael, também conhecida carinhosamente como Ana. Era sua superior, não devia ser questionada. O anjo comprimiu as asas contra o próprio corpo em sinal de preocupação. Ali, muito além do paraíso dos mortais, os anjos não precisavam de corpos, receptáculos ou imagens de mortais. Eram anjos em toda sua plenitude, beleza e fascinação.
E suas dúvidas.
Ana observou o colega se auto-envolver com as asas, como se elas o pudessem proteger do que quer que estivesse se passando dentro dele. Ela sorriu. Quieto assim, as asas protegendo seu corpo, Castiel parecia o anjo mais puro do mundo.
- Eu não consigo entender porque um anjo ia querer viver como os humanos. São filhos de nosso pai, eu sei, mas somos anjos. – Castiel comentou em sua voz calma habitual, como se refletisse – Dizem que o arcanjo Gabriel fez isso e agora você... Por quê?
- Pelo pecado, talvez – Ana comentou rindo e ficando ao lado do anjo.
- Você quer pecar, Ana? – o anjo perguntou, sua expressão angelical demonstrando medo diante daquela possibilidade.
- Eu quero ser humana, Castiel. – Afirmou com paixão.
Um pequeno silêncio se fez enquanto os dois se encaravam e talvez tenha se passado muito tempo antes que pronunciassem qualquer coisa. Quando as palavras voltaram, eram baixas, quase sussurradas e não pareciam dizer o suficiente.
- Eu não consigo entender, Ana. – O anjo lamentou, confuso.
- Um dia, Castiel, se você for a terra, você entenderá – e com um toque quente e suave como o toque humano, Ana tocou a mão de Castiel.
O anjo ficou surpreso e ainda mais confuso, sem saber como reagir. Aquele toque era demasiado humano para que entendesse seu significado, e diferente da maior parte dos anjos que conhecia, ele nunca havia vindo a terra antes, nunca havia aprendido a malícia da humanidade. Ana sorriu mais uma vez.
- Miguel não vai aceitar que vá – ele comentou sabendo que era inútil.
- Eu vou – ela afirmou e fez uma carícia na mão do anjo – e quando nos encontrarmos novamente, você saberá como reagir a isso.
Com um último sorriso ela se afastou, deixando em Castiel a sensação quente de seu toque, a curiosidade e a dúvida, o medo. Inconscientemente o anjo apertou mais as asas em volta de si e Ana se despediu em silêncio.
Ana sabia que um dia o reencontraria. Na terra. E ele já não seria mais seu subordinado.
Ela esperaria por isso.
E esperava que nesse dia, Castiel soubesse como reagir a seu toque.
