Capítulo 1
-Então?- a testa da minha chefa estava franzida e pelo que pude ouvir ela estava furiosa neste dia, com certeza não ganhou nenhumas de suas apostas na loto e devia ter tomado todas... Kami-sama quando ela ficava assim só podia significar uma coisa...
Quero dizer duas. Bom, a primeira ela está de ressaca.
-Então o que Tsunade- shishou? – E a segunda, eu , Haruno Sakura estava ferrada!
-Como assim o que? – ela gritou- Onde está aquela matéria que você tinha que me entregar?
- É que... Bem você sabe... Meio que... Então eu... - como eu gostaria nesse momento de poder ter o dom para mentir, toda vez que tento eu começo a gaguejar e meu rosto fica todo corado.
- Tudo bem já entendi! Você não terminou- disse Tsunade – Isso é bom!
-BOM?- eu gritei. Que pinga ela tomou ontem?
-Isso mesmo, esqueça a matéria sobre os pratos típicos de Konoha.
Alívio e decepção me invadiram. É verdade que eu não havia terminado a matéria, mas a culpa não foi inteiramente minha. Depois de muitas pesquisas eu havia descoberta que o ramem era uma das comidas mais consumidas em nossa vila. Além das minhas pesquisas eu precisava de algumas entrevistas e nada melhor do que entrevistar um apreciador desta iguaria e ninguém melhor do que meu grande amigo, Uzumaki Naruto, que era e continua sendo viciado em ramem.
O que eu não imaginava era o Naruto me convencer a provas os 50 sabores diferentes que ele dispunha na sua casa resultando em uma dor de barriga, várias noites de "rainha" e uma matéria não escrita. Eu cheguei à conclusão de que os amigos nos tiram de uma roubada para nós colocar em uma maior ainda.
-Esse mês a vila vai realizar um homenagem aos ninjas e você terá que fazer uma matéria sobre isso.
-Mas eu já estava acabando a matéria. Foi culpa do Naruto, fiquei doente por causa do tanto de ramem que ele me fez comer.
- É claro que quero a matéria sobre as comidas típicas, mas devido a este grande evento nós precisamos da maior cobertura jornalística possível. E para começar escolhi um ninja para você entrevistar. Quero que você escreva uma matéria sobre o ponto de vista de ninja, contanto seus hábitos e rotinas, as dificuldades encontradas no dia-a-dia entre outras coisas.
- Tudo bem Tsunade-shishou.
- Ah Sakura, antes que eu me esqueça, pegue este papel aqui. Nele está o endereço do local onde você vai ser encontrar com o nosso entrevistado.
Sakura pegou um papel e reconheceu aquele local. Ela nunca tinha ido lá, mas ela sabia onde era, sua mãe nunca tinha deixado que ela fosse lá. Era o centro de treinamento dos ninjas, "eu já disse que não é para você ir para lá, quantas vezes terei que repetir Sakura".
Sakura pensou nas inúmeras vezes que tentou ir ao lá só para ver como os ninjas lutavam e treinavam, mas sua mãe nunca deixava. "Bom sempre tem uma vez para tudo".Ela guardou o papel na sua pasta, mais tarde ela iria fazer algumas pesquisas e elaborar algumas perguntas.
A mesma coisa de sempre. Kami-sama, estou cansada dessas matérias idiotas.
XxXxXx
Sakura sempre sonhou em ser jornalista. Na verdade ela sempre sonhou em ser uma jornalista de áreas de conflitos como sua mãe. Sakura ainda se lembrava das histórias que sua mãe contava para ela quando era criança, e foi em meio uma guerra que sua mãe conheceu seu pai. Sakura nunca o conheceu, ele morreu na guerra deixando uma esposa e uma filha não nascida.
A única coisa que ela sabia de seu pai era que ele era ninja e que ela tinha a mesma cor de seus olhos. Sua mãe nunca deixou que Sakura visitasse o local de falou de sua morte, ela sempre evitava o assunto "pai". Ela não respondia e Sakura se cansou de perguntar. Era como se Sakura tivesse sido gerado pelo sua mãe. O irônico era que mesmo possuindo espírito jornalístico, Sakura não quis mais saber nada sobre ele, talvez porque ele nunca esteve presente ou talvez por medo. Medo de descobrir algo alarmante sobre seu pai.
Quando Sakura decidiu ser jornalista recebeu o apoio total de sua mãe, ao se formar possuía tantos sonhos que foram um a um destruídos. O trabalho tal aguardado não era como ela imaginava. Por ser a novata da redação, ela ficava com as matérias que ninguém queria depois de dois anos, Sakura ganhou um pouco mais de espaço, embora parecesse que sempre algo faltava para que ela se sentisse completa.
E foi assim que ela chegou em casa mais uma vez, incompleta,vazia, cansada.
Debaixo do chuveiro, Sakura meditou sobre sua nova matéria, e depois de muito tempo, pensou em seu pai. Ao sair do chuveiro, pegou uma toalha branca e enrolou ela no seu corpo e enquanto saia do banheiro parou de repente em frente ao espelho e olhou a si mesma refletida. Cabelos róseos que iam até a altura dos ombros, pele branca e olhos tão verdes quanto esmeraldas.
Quem era você? Sakura pensou
Talvez fosse o destino querendo que ela não escrevesse somente uma matéria sobre ninjas, ela não poderia saber. E finalmente, ela conseguiu dormir depois de muitas noites de insônia.
Sakura acordou as 6:30 da manhã como sempre fazia quando tinha uma nova matéria a ser feita. Apesar do seu trabalho começar as oito horas, ela não conseguia dormir devido a intensa ansiedade que a atormentava, era como se a necessidade de pesquisar e escrever artigo fosse maior que a própria vontade de dormir em uma manhã nublada como estava naquele dia.
Depois de tomar o seu café, Sakura pegou o papel onde estava escrito o endereço que se encontraria com o ninja a ser entrevistado. Quem será? Não pode ser o Naruto ou ele teria me contado.
Naruto era o melhor amigo de Sakura, desde primário eles estudavam juntos. Ele conseguiu ganhar a amizade dela depois de defendê-la de uns meninos que a chamavam de "Testuda", um infame apelido que tinham dado a ela. Naruto valentemente e estupidamente enfrentou os garotos, mas infelizmente ele não foi páreo para 3 garotos mais velhos e mais fortes que ele. Ele perdeu a luta, mas ganhou a gratidão da pequena Sakura. O que no começo era gratidão hoje é a mais pura e verdadeira amizade. Ele podia ser um idiota loiro, glutão e um sonhador irrepreensível, mas ele possuía um sorriso capaz de iluminar até o coração mais sombrio.
O telefonou tocou despertando Sakura de lembranças nostálgicas.
-Haruno Sakura – uma voz rouca e masculina disse ao telefone.
-Sim é ela. Com quem eu falo?
-Só estou ligando para avisar que não irei comparecer a entrevista nem hoje e nem futuramente.
-Com assim? Quem está falando? – Quando Sakura percebeu era tarde de mais, o telefone já estava mudo.
Foi somente depois de alguns minutos que Sakura percebeu o que aquele telefonema significava. Sem entrevistado, sem matéria. Sem matéria, Tsunade irritada. Tsunade Irritada, catástrofe total. Esse ninja fdp me paga!
- Bom se Maomé não vai à montanha...
