Oi, pessoal! Aqui estou eu outra vez com mais um fic de Sakura e Syaoran (adoro eles dois!). Desta vez, trata-se de um romance (oh, novidade!) que mostra como o destino pode causar algumas 'peças' nas pessoas. Fugindo de um casamento forçado, Syaoran vai parar numa pequena cidade e acaba se apaixonando por uma gentil e graciosa jovem (adivinha quem é?). Tomara que gostem deste fic. Boa leitura a todos e divirtam-se!
GUIADOS PELO AMOR
Por Andréa Meiouh
Capítulo Um: A decisão
Ilha de Hong Kong, China.
Um homem caminhava rapidamente entre os corredores da enorme mansão. Sua angústia comparava-se apenas com sua indignação. 'Eles não podem ter feito isso comigo! O que pensam que sou? Um garotinho?! Droga! Tenho vinte e quatro anos e nem ao menos posso cuidar da minha própria vida!', pensou freneticamente.
Abriu uma porta de mogno e entrou no quarto. Respirou fundo para se acalmar. Tinha que tomar uma drástica decisão. Precisava deixar claro que não seria manipulado por ninguém mais, nem mesmo pelos Anciões do Clã. Aproximou-se da janela e olhou a vista. Lembranças pipocaram na sua mente.
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Na janela daquele mesmo quarto, um homem de cabelos castanhos, olhos cor de âmbar, segurava no colo um menino, de quatro anos, uma miniatura de si mesmo. Acariciou a cabeça do pequeno e sorriu.
"Um dia, Xiao Lang, tudo isso será seu", disse o homem, indicando a vastidão de terras da poderosa família Li. "Sei que você será um grande líder, meu pequeno lobo".
"Tomarei conta de toda a família, Pa pa?", perguntou a criança de olhos arregalados.
"Sim, meu querido. Você será responsável por todos... Sua mãe... suas irmãs...", ao ouvir aquilo, o menino fez uma careta. Shang riu e continuou. "E até os Anciões. Mas quero que me prometa uma coisa, filho?".
"O que é, Pa pa?", o pequeno Syaoran perguntou, solenemente.
"Jamais desista dos seus sonhos, Xiao Lang. Lute por aquilo que deseja e não se deixe dominar pelos outros, está me entendendo?". Com a afirmativa categórica da criança, Shang o abraçou apertado. "Nunca se esqueça dessa promessa, meu pequeno lobo... Nunca..."
Meses depois, Shang Li, líder do Clã Li, falecia num misterioso acidente. Seu filho, Syaoran, de apenas quatro anos, se tornara o herdeiro de uma grande, poderosa e influente família. No funeral, enquanto via, entre lágrimas, o caixão de seu pai ir descendo lentamente na cova, o menino lembrou-se da promessa. 'Jamais desista dos seus sonhos, lute por aquilo que deseja e não se deixe dominar pelos outros'.
"Não me esquecerei, Pa pa... Jamais...", murmurou.
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Syaoran respirou fundo. Finalmente, estava fazendo o que seu pai lhe pedira. Finalmente, iria atrás de seu maior sonho: liberdade!
Quando pequeno, não tivera forças para realizar sua promessa. Ficara ao lado da mãe e cuidara dela, como seu pai havia lhe dito. Obedecera a cada pedido que ela fazia sem hesitar, não queria ver a mãe triste e deprimida novamente. Por isso, iniciara, com apenas cinco anos, um duro e árduo treinamento em artes marciais. Aos dez, já era considerado o melhor guerreiro da família e fora enviado para Pequim, para aprender novas técnicas. Até os dezoito anos, Syaoran realizara uma verdadeira excursão no Extremo Oriente, passando períodos nos templos e dojos mais importantes da China, Tibet, Nepal, Sri Lanka, entre outros. Quando foi considerado pronto, retornou para casa, onde começara um novo treinamento: como administrar as empresas e liderar a família.
Com vinte e um, fora proclamado Líder do Clã. Recebera como símbolo de sua autoridade, a espada e o sinete (uma espécie de anel), que haviam pertencido a seu pai, seu avô, seu bisavô e assim sucessivamente. Tudo se realizara como seu pai tinha predito: ele herdara todos os bens da família, seria responsável por tudo e por todos.
Mas havia algo que o jovem não esperava: a interferência dos velhos Anciões. Syaoran se sentia, muitas vezes, como um fantoche, um joguete nas mãos daqueles homens. Não lhe era permitido tomar alguma decisão sem consultar o Conselho, que sempre era contra suas idéias.
Ele só almejava por uma vida melhor para si, sua família, seus futuros filhos e netos. E estava ficando cansado de tanta intromissão.
A gota d'água ocorrera a algumas horas atrás, quando fora chamado a sala de reuniões. Ao chegar lá, avistou os seis Anciões, sentados em suas costumeiras posições. Do outro lado da sala, estava sua mãe e uma jovem, que pareceu um pouco familiar a Syaoran.
"Mandaram me chamar?", ele perguntou, sério, desconfiando de algo aconteceria ali.
"Sim, Xiao Lang. Por favor, sente-se", o mais velho dos Anciões, Wing Li, ordenou.
O guerreiro obedeceu e, subitamente, sentiu como se estivesse num tribunal. 'O que esses velhos estão aprontando', perguntou para si mesmo.
Após um breve silêncio, Wing Li tornou a falar. "Como sabe, Xiao Lang, o conselho dos Anciões se reúne poucas vezes... Apenas para tomar decisões importantes referentes ao futuro da família. Temos acompanhado seu progresso, Xiao Lang, e estamos muito orgulhosos de você, apesar de não concordarmos com todas as suas idéias. Você tem um tino especial para os negócios e uma liderança nata, além de um espírito forte e guerreiro, qualidades essências para a posição que ocupa. Porém, nós achamos que falta alguma coisa em sua vida".
Syaoran estreitou os olhos e encarou o homem. "Vá direto ao ponto, Wing".
"Pois bem, então... Decidimos que está na hora de você se casar, Xiao Lang", Wing falou, sem desviar o olhar.
"O QUÊ!?!", exclamou Syaoran, levantando-se abruptamente e derrubando a cadeira.
Como se não tivesse sido interrompido, Wing continuou. "Esta é Meiling, filha de um primo distante de seu pai. Ela vem de uma excelente família e nós a escolhemos para ser sua noiva. O casamento se realizará daqui a um mês".
"Espera um pouco...", disse Syaoran, enquanto se aproximava da grande mesa. "Vocês escolheram uma mulher pra mim, marcaram meu casamento e nem sequer me consultaram?!". Seu tom de voz foi aumentando gradativamente, sinal de que sua ira estava a ponto de explodir. "Quem vocês pensam que são?!", exclamou ele, dando um soco no tampo do móvel.
Enquanto os demais membros do conselho familiar tremiam nas bases, Wing permaneceu inalterado diante da explosão de Syaoran. Tinha que ser firme e contundente com aquele rapaz. Apesar de parecer frio e calculista, Wing sabia que, por dentro, Syaoran era impetuoso e emotivo. Como o pai. Se quisesse ser obedecido, tinha que ser mais forte que ele.
"Somos os Anciões do Clã", o velho rebateu num tom gélido. "Decidimos o que é o melhor para a família e você deve nos obedecer!".
"Não vou me casar com ela", o jovem replicou. "Não vou me casar à força!".
"Você não tem opções, Xiao Lang".
Syaoran olhou para cada um dos homens a sua frente. "Não serei manipulado por vocês outra vez".
"O que quer dizer com isso?", Wing levantou uma sobrancelha.
"Estou cansado de tudo isso. Não vou obedecer desta vez, vocês não têm o direito de mandar na minha vida pessoal!", disse Syaoran enquanto se afastava da mesa.
Wing ergueu-se da cadeira. "Onde pensa que vai, rapaz?".
O jovem parou diante da mãe. "Vou embora", ele respondeu, olhando a mulher nos olhos. "Já tomei minha decisão: não vou me casar".
Os olhos de Yelan encheram de lágrimas.
"Você sabe as conseqüências dos seus atos, não sabe, Xiao Lang?". Pela primeira vez, Wing sentia que perdera o controle da situação.
"Sim, eu sei", Syaoran tirou o anel do dedo mínimo e pondo-o na mão da mãe, deu-lhe um gentil aperto. "Sinto muito, Ma ma...", ele murmurou.
"Meu filho...", uma lágrima escorreu pela bochecha da mulher.
Syaoran a abraçou, beijou-a gentilmente na testa e depois saiu do silencioso salão.
Agora ele estava no quarto, arrumando suas malas para partir. Iria embora do lugar onde nascera, mas que não sentia como seu lar. Pegou documentos, algumas roupas e afastou-se definitivamente daquela casa.
Já não era mais o Líder do Clã Li.
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Continua no próximo capítulo...
