RESUMO: Uma festa de aniversário numa luxuosa suíte do inusitado e mais novo motel da região mudam a vida de dois jovens. Uma noite impossível de ser esquecida.
Fic nova! Tive umas ideias loucas e decidi escrever essa fanfic, que inicialmente seria uma short, mas deu tão certo que ninguém queria se contentar em apenas 3 capítulos, inclusive eu (risos).
Espero de coração que gostem. Esse capítulo custou para sair, apesar de fazer tanto tempo que eu comecei a escrevê-lo.
Nossa, tô até nervosa kkkkkk
Nos vemos nas notas finais?
Boa leitura ;)
OBS: Talvez Seja Amor foi retirada do FF, sendo postada apenas no Nyah.
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POV BELLA
- Vamos lá Bella, vai ser legal. – insistia Rosalie na mesa da frente.
- Não sei, Rose. Num motel? Não tinha um lugar menos criativo para você fazer uma festa de aniversário? – perguntei, revirando os olhos, enquanto olhava para o monitor à minha frente, tentando terminar o maldito relatório mensal que o nosso chefe exigiu que estivesse em sua mesa até às seis da noite.
- Bella, baby, é a moda do momento. Será uma festa privada, poucos amigos, tudo muito discreto. – continuou a loira.
Tirei os olhos do monitor, erguendo a cabeça, e olhei para ela.
- Aqueles seus amigos convencidos da outra festa? – perguntei, voltando a dar atenção ao meu trabalho em seguida.
- Ei, você nem os conheceu direito. Não fale assim deles. – repreendeu-me.
- Conheço o tipo. Um bando de rapazes lindos, ricos e metidos. – falei antes de pegar o telefone que acabara de tocar em cima de minha mesa. – Contabilidade, Fortune Magazine, Isabella, boa tarde. – falei ao atender.
Rosalie e eu trabalhávamos e dividíamos há um ano a mesma sala do setor contábil da Fortune Magazine – revista norte-americana de economia e finanças, cuja sede está localizada no centro financeiro de Manhattan, Nova York –, quando entrei como estagiária na empresa. Na época, Rosalie estava deixando o cargo de estagiária, pois acabara de se formar em Contabilidade, e eu, estudante do mesmo curso na New York University, havia me candidato a sua vaga, conseguindo uma semana depois. Porém, há quase seis meses a empresa havia me contratado como funcionária efetiva também, mesmo sabendo que eu ainda tinha um semestre de faculdade pela frente.
- Os amigos de Emmett são legais. Sim, eles podem ser podres de ricos, mas não são metidos ok? – ela falou assim que eu havia encerrado a ligação com um de nossos clientes.
- Foi a impressão que me passaram. – falei, voltando a dar atenção ao monitor de LCD que exibia o relatório que eu digitava.
- Você não pode falar deles quando nem ficou muito tempo na festa. – ela disse enquanto pegava o próprio celular, que tocava agora.
- Não estava no clima, eu avisei.
Rose fez sinal com a mão, pedindo para que eu a esperasse atender a chamada.
- Oi Emm... – entoou Rose ao atender o celular, mudando totalmente o tom de voz para algo mais carinhoso. O tom de voz que ela reservava para Emmett.
Ouvi vagamente a sua conversa ao celular enquanto digitava. Pelo pouco que consegui ouvir, combinavam algo para depois do expediente.
Rosalie e Emmett namoraram na adolescência, mas terminaram por brigar demais e porque ele estava de mudança para a Califórnia para fazer faculdade após o colegial. Ele havia voltado a morar em Nova York há alguns meses, quando reencontrou Rosalie num pub por acaso. Trocaram telefone e até saíram algumas vezes como amigos. E numa dessas noites, eles acabaram se beijando e desde então começaram a ficar constantemente. Dois sábados atrás, após a festa que Rosalie me arrastara, no qual eu não tinha ficado mais que meia hora, eles tinham transado e no dia seguinte a minha colega de trabalho e amiga não parava de suspirar e dizer o quanto tinha sido perfeito, diferente e dez vezes melhor do que quando eles eram adolescentes.
- Voltando ao assunto. – disse ela após desligar o celular. – O que você disse?
- Que avisei a você que não estava em clima de festas quando me chamou para ir naquele lugar. – repeti.
- Por causa de um canalha que não te merece. Bella, pelo amor de Deus! Você até perdeu peso! Tudo por causa de um idiota que nem chegou a te pedir em namoro, e que te largou para ficar com outra? Não estou te reconhecendo. – disse num tom um pouco mais alto, não conseguindo esconder a cólera.
- Eu estava gostando dele, ok? – disse olhando para ela. Esse assunto ainda me incomodava.
- Tudo bem, não vou mais discutir com você sobre isso. – falou, tentando abrandar a irritação, respeitando o pedido que eu havia feito dias atrás de não tocar mais no assunto. – Mas, por favor, vamos amanhã, sim? – insistiu mais uma vez com olhos suplicantes.
- Vou pensar. – disse finalmente após um longo suspiro.
- Por favor. É meu aniversário. – ela abriu aquele enorme sorriso. – Você pode levar alguém se quiser.
- Vou pensar. E se eu for, vou convidar Alice. – comentei. – Agora me deixa em paz que preciso terminar isso aqui. – completei.
Voltamos a fazer nossas atividades, falando vez em quando uma coisa ou outra. Rosalie sabia que eu precisava terminar esse relatório antes das seis da noite, então não voltou a me atrapalhar. Como era sexta-feira e o expediente de hoje terminava mais cedo, às cinco horas, ela saiu antes de mim.
Concluí o relatório, totalmente satisfeita, quando ainda faltava meia hora para as seis da noite. Fiz a impressão, em seguida levantei-me da cadeira giratória e fui em direção à sala da direção, deixando as oito páginas em cima da mesa do chefe, como ele pedira. Estava arrumando minhas coisas para ir embora quando o Sr. Sparks abriu de repente a porta, quase me assustando, perguntando enquanto caminhava com a sua enorme barriga em direção à sua sala se eu já havia terminado o relatório contábil do mês, como ele solicitara. Eu o informei que já estava em cima de sua mesa. Ele pediu para que eu o acompanhasse, e assim o fiz, seguindo-o até a sala da diretoria contábil, fechando a porta atrás de mim quando passei por ela. O Sr. Sparks era muito exigente e não admitia erros, mas, pelo semblante em seu rosto enquanto analisava o relatório sentado em sua cadeira imponente na mesa diante de mim, concluí que estava satisfeito. Fui dispensada em seguida. E como não tinha aula nas sextas-feiras, por ter adiantado muitas disciplinas nos semestres anteriores, fui direto para o meu apartamento, na Upper East Side.
Embora tivesse optado por um taxi e não o metrô como de costume, cheguei mais cansada que o habitual. Pelas luzes apagadas e o silêncio agora comum para mim sabia que a minha mãe mais uma vez não estava em casa. Renée era enfermeira chefe do Bellevue Hospital Center, e muitos de seus plantões eram noturnos. E como recentemente ela havia engatado um namoro com um dos médicos do hospital, o Dr. Phil Dwyer, suas noites de folgas eram destinadas a passar com ele.
Meus pais eram separados desde que eu tinha oito anos e o meu pai, chefe de Polícia, morava no Queens, onde nasci e vivi antes da separação. Depois disso, minha mãe e eu moramos em vários bairros de Nova York, até pararmos no apartamento onde moramos agora, há cinco anos, uma herança da minha falecida avó materna. O fato de ser na Upper East Side, um dos bairros mais nobres de Manhattan, levava muita gente a pensar que éramos ricas. A verdade era que tínhamos dinheiro o suficiente para nos sustentar e viver bem, mas não vivíamos no luxo.
Entrei no meu quarto e joguei o blazer em cima da minha cama de casal – sim, a minha cama era de casal –, em seguida sentei-me na ponta da cama e tirei o par de scarpins preto que já estavam me incomodando após um dia exaustivo de trabalho. Desabotoei a camisa branca de mangas compridas, tirando-a do corpo, para depois tirar a saia lápis. Por último o meu conjunto de lingerie de renda branco e me encaminhei ao banheiro. Após uma longa ducha, vesti o pijama e bebi apenas um copo de leite, em seguida telefonei para Alice.
- Oi Bella. – disse ao atender o celular no terceiro toque. Alice estudava comigo desde o segundo semestre da faculdade e desde então se tornou uma das minhas melhores amigas.
- Alice, uma amiga do trabalho... Rosalie, você lembra dela?
- Rosalie que trabalha com você? Que estava conosco naquele pub da 8th Avenue comemorar a sua contratação? – gemi antes de responder que sim. A menção do lugar me trazia lembranças que eu estava lutando para esquecer. – Claro que lembro, apesar de já ter algum tempo. O que tem ela? – perguntou.
- Então... Rose vai fazer uma festa de aniversário amanhã à noite. Ela disse que eu poderia levar quem quisesse por isso estou te ligando.
- Amanhã? Não tenho nada programado. Eu vou com você. – disse, naturalmente animada. – Onde vai ser?
- Hum... num motel.
- Que? – a voz de Alice subiu umas dez oitavas. – Num motel? Motel, motel mesmo?
- Motel, motel, mesmo. Estranho não é? Ela disse que é a moda do momento. Você já ouviu falar nesse tipo de festa?
- Sim, já ouvi algumas pessoas comentando. Mas sei lá... você realmente vai?
- Não sei. Não tenho ideia de quem vou encontrar lá, o que vão dizer. Estou com um pouco de receio, embora Rosalie tenha me garantido que convidou poucas pessoas, ninguém que eu conheça. Então se você me acompanhar acho que vou.
- Você está com receio, por quê? O que vai rolar lá?
- Rosalie me assegurou que não terá nada demais. Que será uma festa de aniversário como outra qualquer, só que dentro de um motel.
- Hmmm. Parece interessante. E você está precisando se divertir. – ela completou.
- Eu sei. – bufei, cansada desse assunto.
- Você não está curiosa em saber como é? – perguntou, com um sorriso perceptível no tom de voz.
- Estou. – confessei, sorrindo brevemente.
- Vamos lá, Bella. Se não for legal é só irmos embora. Agora fiquei curiosa e com vontade de ir.
- Tudo bem. Vou ligar para Rose amanhã de manhã confirmando que vamos.
Continuamos a conversar sobre assuntos da faculdade e minutos depois nos despedimos, combinando de nos encontrarmos aqui em casa no dia seguinte.
Ao deitar-me, como era esperado fiquei pensando em tudo que me aconteceu novamente.
Era inevitável. Por mais que eu tentasse não pensar sobre esse assunto durante o dia, distraindo minha mente com as tarefas do trabalho e com os assuntos da faculdade, à noite, quando eu depositava a cabeça no travesseiro vinha tudo à tona.
Rosalie tinha razão.
Eu sofria, não sabia mais o que era me divertir e até perdi peso por causa de um idiota que não merecia. Um idiota que respondia pelo nome Jacob Black.
Jacob e eu saíamos há aproximadamente três meses, mas não tínhamos nenhum compromisso. Durante esse tempo, ele nunca havia me pedido ou falado em algo próximo de um namoro, e eu muito menos o questionei sobre isso. Logo, eu não podia cobrá-lo nada. Cobrar por uma ligação telefônica ao final do dia, cobrar por programas que todo casal de namorados fazem, reclamar por ele ter optado em sair com os amigos no final de semana e não comigo. Nada.
Por incontáveis vezes quis puxar o assunto, saber o que de verdade rolava entre nós, porque estar em um relacionamento sem definição estava me angustiando. Mas sempre que pensava em conversar, mesmo quando eu sentia as palavras na ponta da língua, simplesmente elas voltavam sem nem mesmo terem saído. Porque eu tinha um medo enorme que ele terminasse o que quer que nós tínhamos.
E por ter sido tão burra, tão medrosa e idiota, por deixar essa relação chegar aonde chegou, sem enfrentar os meus receios, sem encurralá-lo contra a parede e pedir para definir o que diabos eu significava para ele, agora eu estava sofrendo. Sofrendo por alguém que eu não tive, não tenho e provavelmente nunca terei um compromisso. Alguém que nesse momento namorava outra.
Jacob foi o segundo homem que eu havia me relacionado sexualmente. O primeiro tinha sido Riley, um namorado de quando eu tinha 19 anos. Tive alguns namoradinhos na adolescência, e até fiz coisas de cunho sexual, mas fora apenas com ele que decidi entregar a minha virgindade. E ao contrário do que sempre sonhei, a minha primeira vez tinha sido decepcionante. Reclamei de dor o tempo inteiro e durante as seis vezes posteriores que Riley e eu fizemos sexo, eu nunca havia gozado com penetração, apenas por seus dedos. Ele sequer havia feito oral em mim, nem mesmo antes de transarmos, quando ele reivindicava meus lábios sobre sua masculinidade. E como Alice prevera, semanas depois da minha primeira vez terminamos o namoro.
Como muitos definem, não éramos compatíveis sexualmente.
Depois de Riley conheci outros rapazes, mas nenhum que me fizesse querer algum tipo de envolvimento mais íntimo após uma noite de trocas de beijos. Até tentei uma vez, com um colega da minha turma, chamado Doug, arrependendo-me amargamente no final da noite que saímos. Doug tinha um problema de ejaculação precoce.
Fora só com Jacob que eu realmente quis alguma coisa. Nos conhecemos há quase seis meses, numa saída com Rosalie, Alice, Jessica e Angela para comemorarmos a minha transição de estagiária à funcionária efetiva na Fortune Magazine. Nós dançamos, mas naquela noite eu não tinha me interessado por ele. Jacob me deu o número do telefone que eu nunca havia ligado, até o dia que nos reencontrarmos num pub, há um pouco mais de três meses.
Naquele dia, bebemos e dançamos de novo, como resultado acabamos nos beijando. Ficamos juntos pelo resto da noite, e dessa vez eu tinha dado o número do meu celular. Talvez o meu erro tinha sido transar com ele na segunda vez que saímos. Não pude evitar, ele propôs irmos para um lugar tranqüilo e eu concordei, achando que ele iria me levar para sua casa tomar uma bebida e jogar conversa fora, mas quando dei por mim já estava numa cama nua com ele por cima de mim. Era tarde demais para voltar atrás.
E na terceira vez que saímos e fizemos sexo de novo, tive um orgasmo com penetração pela primeira vez na vida. Às vezes me pergunto se esse fora o motivo pelo qual me apaixonei por ele, se era apenas sexo. Jacob era um excelente amante, se preocupava com o meu prazer, ao contrário de Riley, e foi o primeiro a fazer em mim sexo oral. Ele também era carinhoso, não apenas na hora do sexo. Jacob não me ligava todos os dias, mas também não passava muitos dias sem ligar. Porém, por diversas vezes eu sentia falta de ouvir a sua voz, então acabava não resistindo e ligando para ele.
Isso deveria ter sido um dos motivos para que eu não tivesse mergulhado tão fundo e me envolvido com tanto empenho. Eu deveria ter aceitado desde o início que não tínhamos nenhum compromisso, que éramos apenas dois adultos que se beijavam e faziam sexo vez em quando. Porque se Jacob realmente se importasse e quisesse algo comigo pra valer, telefonaria com muito mais freqüência.
Mas a verdade era que eu não conseguia agir dessa forma na prática.
Com o tempo, as ligações e os nossos encontros foram diminuindo ainda mais. Lembro de ter ficado mais de uma semana sem notícias, e idiota como eu sempre era, terminava ligando para ele, que dizia estar trabalhando muito, por isso não me ligara. Depois da minha ligação marcávamos de sair, transávamos, e ele ficava dias sem me ligar de novo.
Até que ele não só parou de me ligar de vez, como já não atendia mais as minhas ligações.
E fora só quando soube por um amigo dele, Sam Uley, que ele tinha voltado a namorar uma ex, uma tal de Tanya, que eu realmente me conscientizei que entre nós dois não existia absolutamente nada.
Foi um baque para mim. Passei cinco noites seguidas sem dormir, sem me alimentar, sem trabalhar direito, chorando enquanto procurava respostas para o que Jacob fizera comigo. Enquanto isso, ele estava com outra, beijando outra, transando com outra. Saber do namoro dele por outra pessoa me dilacerou de uma forma que eu não poderia descrever. Esse sentimento de perda, de ego ferido estava acabando comigo.
Constantemente me perguntava o que diabos havia de errado comigo que o fez cair fora, sem nem mesmo tentar um relacionamento sério. Por que eu era muito morena? Por que eu não era alta? Por que eu não era bonita o suficiente para ele? E pensar nisso só me fazia chorar ainda mais.
Desde que eu soube disso, quase um mês atrás, minhas amigas assumiram a missão de me tirar da fossa. Alice, Rosalie, Angela e Jessica estavam se empenhando ao máximo para me fazer esquecer o que aconteceu, tentando me tirar de dentro de casa, mas fora apenas Rosalie que conseguiu me convencer a sair, quando insistiu para que eu a acompanhasse numa festa no Latin Night Club, há duas semanas, no Downtown.
O Latin Night Club era um estabelecimento novo, com música latina, que não fazia muito o meu gênero. Havia várias mulheres circulando de um lado a outro, liberando feromônios, nitidamente interessadas nos rapazes que estavam reunidos na mesma mesa que eu. Rosalie me apresentou os sete amigos de Emmett, que eu realmente não me recordava os nomes agora. Lembro apenas que eles eram bonitos, muito bonitos. E muito ricos. Bebiam e conversavam, aparentemente não dando importância à atenção que despertavam, perceptível em todos os olhares femininos que marcaram presença no estabelecimento àquela noite.
Eu sabia que não devia ter ido, que não seria uma boa companhia. Não consegui me distrair, nem quando Rosalie insistira para irmos dançar. Optei por continuar com o meu comportamento anti-social e não interagi com os ocupantes da mesa, ficando apenas sentada no meu assento em silêncio, enquanto observava o lugar, pegando-me constantemente com a cabeça bem longe dali. Sem o meu consentimento, de cinco em cinco minutos relembrava o que Jacob havia feito comigo, fazendo-me criar um ódio de mim mesma por continuar pensando nisso. Mas isso não foi o pior.
- Isabella?
Virei-me bruscamente para ver de onde vinha a voz que me chamava.
Era um dos amigos de Emmett. Um loiro, cabelo bem curto, os olhos bastante azuis, parecia surfista.
- Sim? – respondi.
- Não está gostando do lugar? Não estou vendo você se divertir. – perguntou o loiro. Percebi que dois dos outros rapazes olharam para mim, talvez esperando a minha resposta, inclusive Rosalie, que sorria sentada no colo de Emmett, na cadeira ao meu lado.
- Não estou no clima para festas hoje. – disse, dando de ombros.
- Por quê? Brigou com o namorado?
- Quase isso. – fiz uma pausa. – Levei um pé na bunda dele. – De repente a mesa ficou em silêncio e o sorriso de Rosalie sumiu de seu rosto.
- Você está falando sério? – perguntou, erguendo a sobrancelha.
- Estou. Vim decidida a curar minha dor de cotovelo, mas pelo visto não está funcionando.
- Ele é um idiota. – disse o loiro, levando o copo à boca.
- Muito mais que idiota. Ele é um canalha! Me largou para ficar com outra! E agora deve estar por aí, sem nem lembrar da minha existência enquanto fico cada maldito minuto recordando cada maldito dia que fui idiota enquanto estávamos juntos!
Fora só após a última palavra que percebi que estava praticamente gritando. Olhei ao redor da mesa, fitando os olhos céticos de todos os ocupantes, demorando-me no rosto de um dos rapazes, talvez o mais bonito dos amigos de Emmett. Rosalie, que parecia estar com vontade de me enforcar, puxou-me pelo braço, pedindo-me para acompanhá-la até o banheiro, dizendo aos rapazes que bebi um pouco mais do que estava acostumada.
Pior que eu não havia colocado uma gota de álcool na boca.
Depois que saí de lá com Rosalie, nunca mais voltei àquela mesa.
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- Eu vou. – falei ao telefone no mesmo instante em que abria a geladeira, pegando a caixa do suco de uva.
- Ahhhhhhhhhhh. – Rose gritou animada. – Nem acredito, Bella. Consegui te convencer de novo! Mas dessa vez você não vai passar só meia hora, gata.
- Tudo bem. A que horas tenho que estar lá? – perguntei, sentando-me na mesa da cozinha, ainda de pijama.
- Às nove da noite, nove e meia.
-Ah, Alice vai comigo, tudo bem? – perguntei enquanto bebia o suco.
- Sem problemas. Pelo que me lembro, ela é legal. Você vai vir de carro?
- Não. Minha mãe vai sair com o carro, então vamos pegar um táxi.
- Pensei que Alice tivesse carro.
- Ela tinha, mas bateu com ele há um mês. Perda total e o pai dela não quer dar outro.
- Hmmm. Vou ver se arrumo uma carona para vocês.
- Carona? – questionei. – Rose, você realmente não convidou ninguém conhecido, convidou? – inquiri duvidosa.
- Bella, não se preocupa com isso. Eu já te disse que não vai ninguém da Fortune, da faculdade. Relaxa.
- Tudo bem, estou confiando em você.
- Te ligo mais tarde para dizer qualquer coisa. Obrigada por vir.
- Vir? Você já está no motel? – perguntei um pouco mais baixo, pois minha mãe estava na sala.
- Sim, estou decorando. – ela riu.
- Ah, ok. Até mais tarde. – desliguei em seguida.
Sorri, sacudindo a cabeça. Rosalie tinha cada ideia.
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Estava no meu quarto, assistindo uma reprise de True Blood enquanto passava o esmalte preto nas unhas dos pés, quando o meu celular começou a vibrar.
Era Rosalie.
- Hey. – falei ao atender.
- Bella, já consegui uma carona pra vocês.
- E com quem seria? – perguntei.
- Lembra de Edward, amigo de Emmett? Que estava naquele clube latino?
- Vagamente. – menti. Não fazia idéia de quem seria Edward. Só espero que não seja o rapaz que falou comigo àquela noite.
- Então. Como Edward é o que vive mais próximo do Upper East Side, pedi para ele pegar você e Alice. Dei o número do seu celular, tudo bem? Ele vai te ligar a qualquer momento para combinar o horário.
- Tudo bem, Rose. Obrigada. Droga! – resmunguei ao borrar o esmalte.
- O que foi mulher? O que você está fazendo? – ela perguntou.
- Pintando as unhas. E acabei de borrar. – ela riu.
- Certo. Não vou te atrapalhar. Até à noite.
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- No próximo fim de semana vamos para Miami. Passaremos cinco dias. – disse minha mãe enquanto arrumava suas coisas na pequena mala.
- O negócio está bom hein, dona Renée. – disse enquanto lia o jornal deitada em sua cama. – Jantar romântico hoje, casa dos sogros amanhã, viagem à Miami semana que vem... – continuei.
- Isso é tão estranho, não é? – ela disse pensativa.
- O que é estranho? – perguntei.
- Eu, nessa idade, ficando nervosa por estar indo conhecer os pais do meu namorado. – respondeu.
- Mãe, primeiro, você não é velha. Segundo, não fique nervosa. Tenho certeza que eles vão gostar de você. Quem não ia gostar? – assegurei-lhe com um sorriso.
- É por isso que eu não canso de dizer que você é a melhor filha do mundo. – ela disse, vindo em minha direção para beijar o topo da minha cabeça. – Sempre levantando a minha auto-estima. – disse, se sentando na ponta da cama. – Pena que não consegue levantar a própria.
- Mãe...
- Sério, Bella. Eu já falei minha opinião sobre isso. Desde que aquele rapaz apareceu aqui a primeira vez, e única, diga-se de passagem, que eu falei a você que ele não me pareceu confiável.
- Mãe, por favor, não quero falar sobre Jacob.
- Tudo bem, não vou falar mais. Mas você tem que parar de pensar nesse canalha. Ele não te merece, nunca mereceu.
Suspirei.
- Você precisa sair mais, como antigamente, antes dele aparecer. Você precisa conhecer outros rapazes.
Assenti. Eu sabia que ela tinha razão.
- Que tal sairmos na sexta que vem, antes da minha viagem? – perguntou animada. – Poderíamos ir num pub aqui perto, beber algo, paquerar um pouquinho. Você podia chamar Alice.
- Você é uma mulher quase casada agora. – lembrei a ela, também sorrindo.
- Mas não estou morta. – ela piscou o olho. Às vezes parecia que eu era quem tinha trinta e nove anos e a minha mãe vinte e um. Constantemente nossos papéis se invertiam, como naquele filme da Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis.
- Eu vou sair hoje à noite. – informei.
- Oh. Que ótimo. Onde você está indo? – minha mãe era muito curiosa.
- Hum... para casa de Rosalie, é aniversário dela. Quer dizer, o aniversário é amanhã, na verdade. – menti. Não sei qual seria a reação da minha mãe quando eu dissesse que a festa seria em um motel.
- Oh, sim. Ela disse semana passada que estava aniversariando amanhã. Parabenize-a por mim também. – disse Renée, levantando-se da cama.
- Pode deixar. – falei, sentindo o celular vibrar no bolso traseiro do meu short jeans.
Puxei-o de dentro e olhei o visor, que exibia um número que não estava gravado na agenda.
Levantei-me da cama e saí do quarto, julgando que a ligação poderia ser do amigo de Emmett que Rosalie falara para me dar carona.
- Alô? – atendi o blackberry enquanto entrava no meu quarto.
- Isabella? – uma voz suave e abafada ecoou do outro lado da linha.
- Sim?
- Isabella, é Edward, amigo de Emmett. Acredito que Rosalie deve ter avisado a você que eu ligaria.
- Sim, ela disse. – limitei-me a dizer. É tão estranho conversar com alguém que você não conhece ao telefone, você nunca sabe o que dizer. Bom, pelo menos não era quem eu estava com receio que fosse. O loiro dos olhos azuis não tinha essa voz, que por sinal devo confessar que quem quer que estivesse do outro lado da linha possuía uma voz linda.
- Está bom para você se eu passar às nove e quinze? – ele perguntou.
- Hum... sim, esse horário está ótimo.
- Certo. Você pode me passar seu endereço?
- Oh, sim, Claro. Desculpe.
Não nos falamos muito. Apenas passei o endereço do prédio que eu morava e nos despedimos em seguida.
Alice chegou ao apartamento um pouco depois da ligação de Edward, no mesmo instante que a minha mãe saía para a casa do namorado. Só perto das oito horas começamos a nos arrumar. Como era Primavera e eu não precisava me preocupar tanto com o frio, optei por um vestido de um ombro só, com estampa floral nas cores preto e vermelho vinho, cujo comprimento descia até o meio das minhas coxas. Nos pés, uma sandália de salto na cor preta. Alice usava um tomara-que-caia verde musgo, com detalhes em bege, bem justo e o comprimento descia até o meio das coxas, como o meu. Nossas maquiagens estavam perfeitas e deixamos nossos cabelos soltos.
O relógio marcava nove e vinte e cinco da noite quando Edward me ligou dizendo que já estava na frente do meu prédio. Peguei minha bolsa de mão e abri a porta para pegar o elevador. Ao entrarmos nele, ficamos praticamente todo o tempo da descida olhando para os nossos reflexos no enorme espelho lateral do elevador, enquanto ríamos.
Ao alcançar o térreo, saímos do elevador, caminhando até a saída. Quando abri a porta de vidro demos de cara com um Aston Martin prata, estacionado ao meio fio. Nele, estavam encostados dois rapazes. Edward, que agora me recordava bem quem era, já que o considerei o mais bonito dos amigos de Emmett, e um amigo, que eu não tinha certeza se estava no clube também.
- Oi. – falei ao me aproximar do carro.
- Oi Isabella. – Edward sorriu meio torto. Sua voz era ainda mais marcante ao vivo.
- Me chame de Bella. Esta é Alice.
Alice sorriu amplamente e acenou.
- Olá. – disse ela.
- Este é Jasper.
- Prazer, Alice. – disse Jasper, antes de se virar para mim. – Isabella, eu lembro do Latin Night Club. Mas você foi embora logo. – disse, confirmando minhas suspeitas de que ele também era um dos rapazes que estavam naquele sábado. Eu teria que me esforçar para fazê-los apagar a minha imagem daquela noite.
- Sim. Eu estava com dor de cabeça. – menti.
- E então, vamos? – perguntou Edward.
- Sim. – respondi-lhe, sorrindo.
Edward abriu a porta para que Alice e eu entrássemos.
- Vou avisando que o conforto para quem senta nos bancos traseiros não é dos melhores. – Jasper avisou com um sorriso enquanto se dirigia para o lado do motorista.
Edward sorriu e entrou no carro, sentando ao lado de Jasper no lado do carona.
Jasper tinha razão. Era apertado aqui atrás. E os nossos joelhos ficavam encostados nos bancos dianteiros. Mas não me importei com isso por muito tempo, pois o interior do carro tomou totalmente a minha atenção. O Aston de quatro assentos por dentro era um luxo só, tão sofisticado e suntuoso quanto o seu exterior. O carro exalava poder.
- Belo carro, Jasper. – disse Alice quando este o acelerou, saindo da rua do meu apartamento.
Ele riu.
- Uma belezura não é? – comentou o loiro. – Mas não é meu. É de Edward.
- Você permite que seus amigos dirijam o seu Aston Martin? – perguntei, incrédula, a Edward. Se eu tivesse um desses acho que nem sairia com ele de casa com medo de um arranhão.
- Apenas Jasper. – respondeu com um sorriso. – Ele é cuidadoso com meu bebê. – disse se referindo ao carro.
Sorri com o jeito que ele falou "bebê".
- Coloca algo legal pra tocar aí, Edward. – disse Jasper.
- Se ainda tiver alguma coisa. Tirei a maioria dos CDs legais que tinha aqui, não coloquei de volta. – disse Edward, abrindo o porta-luvas, pegando em seguida um porta-CDs que estava naquele local.
- Beatles? – argumentou Jasper, erguendo rapidamente a sobrancelha ao fitar o CD que Edward segurava.
- Vocês gostam? – questionou Edward a mim e à Alice, introduzindo o objeto no som do carro.
- Beatles? – indagou Alice. – Uau. Com certeza.
- É o único que tenho no momento para ouvir.
- Por mim tudo bem. – falei.
- O que fez com os outros CDs? Nem aquela baboseira de Debussy? – perguntou-lhe Jasper com os olhos na estrada, deixando escapar um certo tom de deboche.
- Não é baboseira. É música para relaxar. – disse-lhe Edward com um sorriso explícito nos lábios. – Os outros estão no Volvo.
O celular de Jasper tocou e ele o estendeu para Edward, que após olhar o visor atendeu a ligação com um cumprimento amistoso. Pelo que parecia era um amigo em comum. Ouvi Edward falar para quem estava do outro lado da linha que Jasper esteve na sua casa e esqueceu o celular, mas que não iam sair esta noite. Instantaneamente Alice me olhou, franzindo a testa. Não entendemos o porquê da mentira.
Jasper nos olhou pelo retrovisor antes de se explicar.
- Rosalie nos pediu discrição e que não falássemos da festa aos outros caras.
- Ah. Entendi. – meneei com a cabeça. Tinha esquecido totalmente que estávamos prestes a ir a uma festa num quarto de motel.
De repente me senti ansiosa. Eu ainda não acreditava que tinha concordado em ir nessa festa.
Edward encerrou a ligação, em seguida ele e Jasper conversavam algo supostamente sobre quem tinha acabado de ligar.
Olhei para o meu lado, onde estava Alice, que sorriu brevemente para mim. Eu conhecia esse sorriso, indicava que ela tinha se interessado por um dos rapazes. Só me restava perguntá-la qual deles. Infelizmente eu teria que esperar chegarmos ao local.
- Vocês sabem onde fica esse motel? – perguntou Jasper após uns minutos de silêncio, onde o único som do carro era o da banda inglesa.
- Não faço idéia. – respondeu Edward. – A única coisa que sei é que fica na Staten Island.
- Qual é mesmo o nome? – perguntou Alice.
- Taj Mahal Hotel. – respondeu Jasper.
- Que coisa brega. Quem abriria um motel e colocaria esse nome? Aposto que o proprietário é algum indiano. – comentou Alice.
- Ouvi dizer que era uma novidade na região. E que o custo do pernoite era bem alto. – informou Edward.
- Nunca ouvi falar nele, até porque é um pouco distante. – disse Jasper. – E acho muito estranho fazer festa de aniversário em um motel. Quero dizer, por que num motel? O lugar foi feito para outros propósitos.
Sorrimos os quatro.
- Esse tipo de coisa só podia ter partido de Rosalie. – falei, ainda sorrindo, balançando a cabeça.
- Bom, já ouvi alguns amigos da faculdade comentando sobre terem ido a esse tipo de festa. Mas pelo que falaram tenho certeza que foi bem diferente de como Rosalie planejou a dela.
- Quem? – perguntou Edward a Jasper, franzindo a testa.
- Paul e Demetri.
- Sério?
- Você precisava ver as fotos. – sorriu. – Eu até fiquei preocupado que algumas daquelas garotas eram travestis.
- Os caras pegam qualquer uma que pinta. Não param para pensar que podem pegar algum tipo de doença. – comentou Edward, sacudindo negativamente a cabeça.
Alice e eu nos entreolhamos. Jasper nem precisou detalhar, nós tínhamos entendido.
- Relaxem. – falou Jasper, de repente. – Só estou comentando o tipo de festas que alguns de nossos amigos passaram a frequentar, geralmente com prostitutas no meio. A festa de Rosalie não terá nada disso, ou Edward e eu nem estaríamos indo.
- Não. Nem me passou... – tentei falar, mas fui interrompida por Edward.
- Ela é sua amiga, você a conhece mais do que ninguém.
- Claro. – concordei.
- E então, o que vocês fazem? Ainda estudam, trabalham? – perguntou Jasper, segundos depois, mudando de assunto.
Os minutos seguintes foram gastos com cada um de nós contando um pouco sobre o que fazíamos da vida. Nesse tempo, soube que Edward e Jasper eram amigos de infância e que terminaram optando pela carreira de Medicina, ambos cursando na Universidade de Columbia. Os pais de Edward eram médicos, o que, segundo ele, provocara uma certa influencia na escolha da carreira. O pai de Jasper é advogado e a mãe arquiteta, mas ele se interessou pela área de Medicina após ouvir os pais de Edward comentarem constantemente sobre o orgulho que sentiam da profissão que escolheram. Os dois amigos tinham começado a fazer residência e tinham planos de abrir um hospital no futuro, como sócios. Jasper era filho único enquanto Edward tinha uma irmã mais nova chamada Lizzie. Ambos tinham vinte e quatro anos.
- Olha só, Edward. Podemos contratar as duas para trabalharem na contabilidade do nosso hospital, o que você acha? – disse Jasper, sorrindo.
- Por mim tudo bem. Elas até já podem deixar os currículos se assim preferirem. – comentou Edward.
- Olha que vou me lembrar daqui a alguns anos e vou cobrar a oferta, ouviram? – disse Alice.
- Tenham certeza de que ela fala sério. Alice não vai esquecer. – comentei.
- Não esquecerei Srta... – falou Jasper, olhando para ela através do retrovisor.
- Brandon. – respondeu Alice. – E você?
- Whitlock. Jasper Whitlock.
- Diferente. – disse minha amiga.
- Dois nomes estranhos, Alice. Pode dizer. – intrometeu-se Edward, sorrindo zombeteiro.
- Bom, é melhor que ter Anthony como nome do meio. – rebateu Jasper enquanto dirigia.
Edward já não ria como antes, dando de ombros.
- Edward Anthony? – perguntei sorrindo.
- Edward Cullen. – corrigiu o residente, rapidamente.
- Edward Anthony Cullen. – agora fora a vez de Jasper debochar.
- Ah vai, Edward. Até que é bonitinho. – comentou Alice.
- Ele odeia. – Jasper sorria.
- Não vamos ficar falando sobre o meu nome, vamos? – perguntou Edward, revirando os olhos.
- Não porque chegamos. – disse o amigo, parando o carro na frente do motel.
Não sei por que motivo, mas estremeci ao ver a placa de neon enorme indicando o nome do local.
Taj Mahal Hotel.
- Rosalie disse que teria uma lista na entrada. – disse Jasper, ligando novamente o carro e o conduzindo até a entrada.
Jasper acionou o vidro elétrico do seu lado do carro para baixo, quando surgiu uma morena fortemente maquiada, vestida num traje tipicamente de mulheres indianas, cheia de acessórios e bijuterias, olhando frivolamente para dentro do carro.
- Boa Noite senhor. – cumprimentou Jasper educadamente, sorrindo pela primeira vez.
- Boa Noite. – disse ele. – Somos convidados de Rosalie Hale.
- Ah, claro. Nomes por favor.
Dissemos um a um e após conferir nossos nomes em uma lista, a morena liberou o portão elétrico de ferro branco, todo decorado. Era impossível ver algo do lado de fora. Tanto o muro quanto o portão pareciam ter algo em torno de quatro ou cinco metros de altura.
- Suíte Kamasutra. É só ir em frente, no final vire à esquerda. É a última casa do lado esquerdo. Tenham uma boa festa.
- Obrigado. – disse Jasper a ela, subindo o vidro em seguida.
- Suíte Kamasutra? – questionou Alice. – Não podia ficar menos brega.
- Sugestivo. – comentou Edward, desligando o som do carro.
- Bem... isso é um motel. Nosso propósito aqui é uma festa, mas não podemos esquecer onde estamos. – Jasper sorriu.
Fora só quando o loiro de cabelo na altura dos ombros colocou o carro em movimento que finalmente entendemos o porquê do nome do estabelecimento. Ao invés de suítes, como a maioria, o motel era formado por casas. Casas não, isso seria eufemismo. O motel era formado por nada menos que pequenas réplicas duplex em mármore branco do verdadeiro Taj Mahal.
Fora só quando Alice cutucou meu braço que eu percebi que estava embasbacada olhando para aquelas réplicas, cujo monumento original, o da Índia, eu desejava visitar um dia. Olhei para Alice, percebendo que não era apenas eu quem estava surpresa. Os quatro ocupantes do carro estavam. Era impressionante o que víamos. Eram cópias quase idênticas. Apenas bem menores. Eram todas iluminadas, um verdadeiro espetáculo.
Definitivamente não era o que esperávamos.
- Santo Cristo! – exclamou Alice. – Ficar aqui por algumas horas com certeza deve custar uma fortuna.
- É aqui. – disse Jasper, parando o carro.
Um sensor deve ter captado a aproximação do carro, pois uma porta elétrica branca ao lado da entrada da suíte abriu de repente, revelando a garagem para carros.
- Achei que em motéis só existissem quartos. – falei, ainda estática.
- Agora entendo por que a recepcionista usou a palavra casa. – prosseguiu Alice. – Isso é além de uma casa. Esses duplex são lindos!
Jasper colocou o Aston Martin de Edward na garagem.
- Nessa garagem cabem uns cinco carros. – Edward comentou.
- Vocês viram? Tem até tapete vermelho na entrada. – continuou Alice.
- Sério, onde Rosalie encontrou isso? – perguntou Edward.
- Isso é tão extravagante. – disse Jasper.
- De Rosalie espera-se tudo. Acreditem. – murmurei.
- Vamos, vamos. Quero ver como é por dentro. – anunciou Alice, agitada.
Edward e Jasper saíram do carro, acompanhados em seguida por mim e Alice.
- Tem campainha. – disse Alice ao aproximar-se da porta de bronze.
Jasper a tocou. Um minuto depois Rosalie a abriu.
- Até que enfim! – disse sorrindo animada. Rosalie estava linda. Usava um vestido vermelho com um decote arrasador.
- Feliz anivers...
- Não! Não podem me parabenizar agora! – disse Rosalie, interrompendo Jasper. – Só à meia-noite, quando realmente for meu aniversário.
- Tudo bem. À meia-noite. – Jasper sorriu e então pode abraçá-la.
Já que não tínhamos permissão de parabenizá-la agora, nós a cumprimentamos apenas com abraços. Alice era a única que Rosalie não era próxima, já que ambas só se encontraram uma única vez, não tendo oportunidade de se verem novamente. Rosalie a recebeu como uma verdadeira anfitriã, deixando-a totalmente à vontade, como se fossem velhas amigas. Quanto a Edward e Jasper, pude perceber que Rosalie tinha um grande apreço por eles.
- Eu ainda não acredito que consegui te convencer de novo. – disse a loira, enlaçando o braço ao meu enquanto entrávamos, fechando a porta.
- Também não. – respondi sorrindo.
- Você vai ver, não vai doer e você ainda vai se divertir. – assegurou-me sorrindo. – E aí, gostaram do Taj Mahal?
- Nós estamos impressionados, Rosalie. Onde você descobriu esse lugar? – perguntou Alice.
- Encontrei por acaso enquanto navegava na internet. Inesperadamente abriu uma página e quando olhei, era o site do Taj Mahal Hotel. – disse Rosalie. – Venham, vou lhes mostrar o lugar.
Como Alice prevera, o lugar não decepcionava por dentro, era ainda mais incrível. O piso de jade, as paredes de mármore com frisos de baixo relevo e incrustadas com pedras preciosas, esculturas e pinturas de homens e mulheres indianos insinuando o acasalamento, decoração de lótus. A suíte em si não pedia nenhum tipo de ornamentação para a festa, por si só era tudo fantástico.
- O verdadeiro Taj Mahal é uma ode ao amor. Talvez daí surgiu a idéia desse motel. Por isso escolhi o "Amor" como tema desse ano. – explicou Rosalie. Todo ano, em suas festas de aniversário, ela escolhia um tema. Ano passado o tema foi "Glamour". Infelizmente não fui, não nos conhecíamos muito bem na época, eu era a nova estagiária da Fortune.
De repente senti-me como num daqueles haréns, onde a qualquer momento aparecerão mulheres abanando e servindo a seus senhores enquanto estes descansam deitados numa espécie de divã, ou qualquer outro nome que pudesse representar esse lugar. Para falar a verdade nem sei a que cultura pertence o harém, fora apenas o que de imediato passou pela minha cabeça. Só sei que parecíamos estar num daqueles documentários tipicamente indianos.
Como era de se esperar, mesmo com a beleza do local Rosalie não poupou a decoração, onde tudo se resumia em uma única cor: vermelho. Havia bexigas de festas em forma de coração penduradas por todo o lugar, pétalas de flor de lótus vermelhas estavam espalhadas pelo chão. Velas acesas completavam o clima de romantismo fazendo jus ao lugar e ao tema da festa, o "Amor".
- "Show Me The Love"? – perguntou Edward ao colocar os olhos no enorme banner com a foto de Rosalie, que estava próximo a uma escada que levava ao andar de cima.
- Sim. Sem piadinhas Edward. – respondeu a aniversariante, fuzilando-o com os olhos.
Alice e eu contemos o riso.
- Sou uma pessoa romântica.
- Eu estou achando que isso tudo é uma espécie de mensagem subliminar a um certo cara que conheço, que tem quase dois metros de altura, é bem forte, tem...
- Jasper! – advertiu Rosalie.
- Que?
- Não se faça de desentendido e nem venha insinuar que quero forçar Emmett a me pedir em namoro. – ela bateu de leve em seu braço.
- Mas eu não disse nada. – ele riu.
Alice e eu não evitamos sorrir. Eu não tinha tido tanto contato com Emmett, mas sabia que ele era louco por Rosalie. Era questão de tempo que eles começassem a namorar oficialmente.
- Argh! Não comece. – a loira sorriu. Acho que ele gostava de provocá-la e ela sabia disso.
- Parei, parei. – disse ele.
- Já que vocês são meus primeiros convidados, vou mostrar todos os compartimentos, inclusive o andar de cima. Isso aqui é incrível! Quero voltar de novo, mas dessa vez para fazer aquilo a que o local se destina. – ela riu enquanto caminhava. Rosalie não tinha nenhuma vergonha de falar sobre sexo na frente das pessoas.
- Você precisa dizer isso a Emmett. – disse Edward atrás de mim.
- Oh! Ele já sabe! Desde o dia que estive aqui para pagar a pernoite que o intimei para uma festa particular. Só nós dois. – ela piscou um olho para mim.
Lembrei-me das inúmeras vezes que a loira relatou-me os encontros explosivos de quando ainda eram adolescentes e de como a química entre os dois só aumentou agora que estavam mais velhos. Meu queixo quase caiu quando ela me confessou no dia anterior que desde o sábado que fizeram sexo após o reencontro, eles estavam transando todos os dias.
Rosalie abriu uma porta dupla e nos conduziu a um salão. O local poderia ser facilmente comparado a uma boate, só que bem menor. Com todos os aparatos, inclusive iluminação e gelo seco. A sala tinha cinco mesas redondas de metal com seis cadeiras em cada uma delas, todas formando uma fila no canto esquerdo. Havia um sofá branco de couro em forma de "L" também no canto esquerdo, após as mesas. Um telão enorme no alto, exibindo o nome "Videokê", e uma música eletrônica rolava baixinho no equipamento de som de última geração. No lado oposto ao sofá havia uma enorme mesa também de metal, com uma grande variedade de frios e salgados. Junto dela, uma menor, com o bolo branco de três andares, ornado com corações. Próximo às mesas havia um freezer metálico de dois andares, que suponho estar o estoque de bebidas. A pista de dança era em forma de círculo, no centro. Vários espelhos na parede de mármore, cujas extremidades superiores se encontravam formando um lótus.
- E então, gostaram? – perguntou Rosalie.
- Estou me sentindo no Joe's. – comentou Alice.
- Essa é a intenção. – sorriu Rosalie, satisfeita. – Vamos conhecer o resto.
Voltamos ao corredor principal, onde Rosalie caminhou até a porta oposta à da sala que estávamos ainda agora.
- Isso aqui é um quarto. Bem... vocês podem usá-lo se quiserem. Sabem como é, descansar um pouco caso tenham bebido demais, enfim. Ah, naquela porta fica um banheiro.
- Esse é o banheiro mais próximo do salão? – perguntou Jasper.
- Sim. Só há banheiro nos dois quartos, nesse e no que fica lá em cima, e um na sauna.
- Aqui tem sauna? – inquiri.
- Aqui tem de tudo. Vamos subir. Ah! Antes que eu esqueça, há caixas com vodka, wisky e cerveja quente ali naquele canto. Caso acabem as que estão lá no bar e no freezer, o que eu acho impossível. – ela riu, apontando para onde estavam empilhadas inúmeras caixas de bebidas.
- Esse é o melhor lugar do Kamasutra. – comentou Edward sorrindo, olhando para as bebidas.
Assim que subimos as escadas, com Rosalie liderando o caminho, chegamos ao andar de cima.
- Esse espaço aqui eles chamam de sala de refeição. – disse ela.
O lugar não tinha muita mobília. Continha apenas uma mesa com quatro cadeiras e alguns puffs brancos. No chão, algumas pétalas de flor de lótus vermelha e poucas bexigas penduradas. Não havia velas, apenas a iluminação do lustre no alto.
Na lateral direita desse espaço, havia uma porta dupla de correr, de vidro. A película escura nos impedia de ver o que tinha através dela. Rosalie abriu-a com as duas mãos, indo um lado da porta de vidro para a direita e o outro para esquerda, adentrando no ambiente onde nós quatro a seguimos. Essa, sem dúvida, era a parte mais luxuosa da suíte Kamasutra, e também a mais aconchegante. O local estava, intencionalmente ou não, pouco iluminado, e com algumas velas que Rosalie havia colocado. Não havia bexigas de aniversário, apenas as pétalas de flor de lótus que continuavam espalhadas no piso de jade. No canto direito, estava uma tenda, rodeada com cortinas coloridas e almofadões no colchão branco. Andando um pouco mais à frente, no lado esquerdo, encontrava-se uma King Size. Uma colcha grossa e branca a vestia, juntamente com almofadas brancas e mais pétalas de flor de lótus espalhadas. Eu nunca tinha visto uma assim, de perto. Era gigante, alta. Sentei-me na ponta, e se eu não estivesse de salto, aposto que meus pés não alcançariam o chão.
- Uau! Bem que eu poderia ter em casa uma dessas. – comentei, abobalhada.
Todos riram.
Alice caminhou até sentar ao meu lado.
- Quero esse colchão. – disse ela. – É tão gostoso, sinto como se estivesse sentada num algodão.
- Eu não posso ficar aqui ouvindo o que vocês duas estão falando. Estou começando a ficar com idéias na cabeça. – disse Rosalie nos puxando com a mão.
- Daqui a pouco Emmett chega, Rosalie. Acalma aí. – disse Jasper.
- Olha que é capaz de eu deixar a festa rolar lá embaixo e fazer outra festa com Emmett aqui em cima viu?
- Tenho certeza que ele vai não se negar a participar. – disse Edward, com uma expressão divertida.
Rosalie sorriu e voltou a nos mostrar o restante do ambiente.
Caminhando pelo corredor, do lado esquerdo havia uma porta de vidro, também de película escura, que após Rosalie abrir, descobrimos ser a sauna. Do lado oposto, a sala de hidromassagem. Nela, havia um chuveirão, além de uma enorme piscina com cascata e teto solar.
- Definitivamente, eu amei esse lugar. – disse Alice, deslumbrada.
- Me pergunto como duas pessoas conseguem aproveitar todos esses lugares sozinhos. – questionou-se Jasper.
- Só usar a imaginação. – comentou Edward, com um sorriso torto no rosto. Suas duas mãos estavam despreocupadamente enfiadas no bolso da calça.
De repente a campainha soou.
- Oh! Mais convidados. Vocês vão descer? – perguntou Rosalie.
- Vamos. – respondi por todos.
Voltamos pelo mesmo caminho. O engraçado era que os primeiros compartimentos, onde havia a tenda e o quarto com a King Size, não tinha divisão, ficavam expostos. Para chegarmos à sauna, a hidromassagem e à piscina, tínhamos que passar por esses lugares.
Rosalie fechou a porta de vidro de correr e então descemos as escadas.
- Vão para o salão. Nem preciso dizer que fiquem à vontade não é? Já sabem onde estão as bebidas e podem se servir do que quiserem. Só não partam o bolo. – ela sorriu e encaminhou-se até porta de entrada.
Entramos no salão vazio que funcionava como boate. Edward nos perguntou o que iríamos beber. Falei que queria uma cerveja e Alice, por sua vez, optou por verificar quais as bebidas que ali tinha para então escolher. Jasper a seguiu, enquanto Edward caminhou até o monstruoso freezer duplex. Escolhi uma mesa próxima ao sofá e sentei-me em uma das cadeiras, em seguida observando Edward pegar três garrafas long neck de Stella do freezer, e depois tirar um saco de gelo, despejando os cubos em um dos vários baldes metálicos para gelo que estavam ali, numa pequena mesa ao lado. Ele colocou as cervejas dentro do balde, em seguida foi até o bar, onde estavam Jasper e Alice.
No mesmo instante, Rosalie entrava no salão, acompanhada de dois casais que eu nunca vira antes. Ela os acomodou em uma mesa, dizendo-lhes que ficassem à vontade, saindo em seguida para atender novamente a porta.
Quando me virei, Edward, Jasper e Alice estavam de volta, sentando à mesa. Edward colocou o balde e energéticos em cima da mesa, enquanto Jasper e Alice colocavam quatro copos, duas garrafas da Vodka Grey Goose, uma travessa de vidro com frutas e um açucareiro, além de colheres. Peguei o abridor pendurado na alça do balde de gelo para puxar a tampa da minha cerveja enquanto observava os três preparem suas bebidas.
- Rosalie bem que podia ter contratado barmans. – disse Jasper.
- Vou preparar minha vodka. – disse Alice. – Amo com cereja.
- Eu gosto pura. – disse Jasper.
- Para mim tanto faz. – Edward comentou, levando copo de vodka à boca. – Você só bebe cerveja? – perguntou a mim.
- Hum, não. – respondi, dando um gole na minha bebida. – Na verdade prefiro daiquiris. Mas hoje vou ficar na cerveja mesmo.
- Se quiser te preparo algo, Bella. Tem uma coqueteleira no bar.
- Obrigada, Alice. Mas prefiro mesmo a cerveja.
- Certo. Vou lá preparar isso aqui. – disse ela, se levantando.
Rosalie voltou ao salão, dessa vez acompanhada de Emmett. Em sua mão um enorme e lindo buquê de flores diversas, que nem preciso perguntar se fora Emmett quem trouxera. Seu sorriso estava de uma ponta a outra.
- Hey, caras. – cumprimentou com um enorme sorriso o grandalhão ao chegar à nossa mesa.
Edward e Jasper se levantaram, cumprimentando Emmett com aqueles abraços típicos de rapazes, com tapinhas nas costas. Rosalie apresentou Alice à Emmett, que depois me deu um abraço, e logo os dois se juntaram a nós.
– Cara, fiquei muito puto com o os Giants nesse amistoso. – disse Emmett, após um tempo em que todos nós conversávamos e bebíamos.
– Perdemos para o Colts. O time só pode estar bichado. – comentou Edward.
– Os caras jogaram hoje como umas putinhas. – fora a vez de Jasper criticar.
– Eli não jogou porra nenhuma. – disse Edward, dando um gole em sua bebida.
– Vocês não pararam para pensar que o Colts é quem foi melhor no amistoso? Que o problema não foi o Giants, mas o fato do Colts estar montando o melhor time da próxima temporada? – me intrometi.
– O Giants foi decepcionante. – Edward me respondeu. – E não concordo, o Colts não está montando o melhor time da próxima temporada.
– Como não? Você realmente viu a mesma partida que eu vi? – inquiri, erguendo uma sobrancelha.
– Você está falando isso só por causa do Manning. – Edward desdenhou.
– Não faça essa cara. – reclamei. – Peyton Manning vai ser eleito o melhor quarterback da NFL esse ano. Só hoje ele conseguiu 255 jardas. – o informei.
– O irmão dele não ficou muito atrás. – rebateu Edward.
– Ora, ora. Não fora você que minutos atrás criticou Eli Manning?
Fora a vez de Edward erguer a sobrancelha.
– Você entende de football? – perguntou-me.
– Ela é quase uma técnica. – Alice disse a ele.
– E para que time você torce, Bella? – perguntou Emmett.
– Não tenho um preferido em específico. – dei de ombros.
– Aposto que torce para aquele que está ganhando. – disse Edward, sorrindo.
– Não. Prefiro torcer para o que tem os caras mais bonitos. – rebati, lançando-lhe um sorriso.
Edward não disse nada, mas sorriu torto, dando um gole no seu Grey Goose, ainda me olhando.
A noite se seguiu e mais alguns convidados chegaram. O salão tinha algo em torno de vinte e cinco pessoas agora, contando conosco. Jasper, Edward, Emmett, Alice e eu bebíamos e conversávamos. Rosalie ficava um pouco na nossa mesa, mas também tinha que dar atenção aos seus convidados, ficando apenas nós cinco grande parte do tempo.
Até que eles eram legais, devo admitir. Tenho que concordar com Rosalie quando ela defendera os amigos de Emmett, embora eu não conheça os que não vieram. Eu sabia que Jasper e Edward eram ricos, muito ricos, de família influente, mas eles não agiam como tais. O mesmo serve para Emmett, que se mostrou alguém de muito bom humor.
- Você parece melhor hoje. – observou Emmett.
Eu o olhei, e uma ruga de questionamento surgiu em minha testa.
Ele deve ter percebido a minha expressão confusa quando continuou.
- Você parecia um pouco perturbada no outro sábado, no clube.
Estremeci, lembrando a minha reação à pergunta do loiro de olhos azuis.
- Ah. Isso. – dei um sorriso forçado.
- Não é mesmo bom terminar um relacionamento. – comentou Jasper. – Ainda mais nas condições que o seu terminou. – completou, matando-me de vez.
Cedo demais, olhei para Alice. Que me olhava de cara feia.
Ela não precisava dizer nada, eu sabia o que seus olhos queriam dizer claramente: "Eu não acredito que você contou a eles sobre Jacob!"
- De que condições você está falando Jasper? – perguntou Alice.
- O que o namorado, quer dizer, ex-namorado da Bella fez com ela. Ele devia ter sido honesto.
- Namorado? – Alice riu, me olhando, sem nenhum humor.
De repente, eu precisava de uma bebida mais forte.
Desviei os olhos da minha amiga e peguei um copo vazio em cima da mesa, enchendo-o até a metade de vodka.
- Vocês estavam juntos há muito tempo? – inquiriu Emmett.
Droga!
Olhei novamente para Alice na esperança que ela pudesse me ajudar a responder. Mas ela apenas deu de ombros, uma clara expressão que dizia "se vire".
Joguei alguns cubos de gelo no copo, e em seguida o levei à boca, bebendo todo o líquido de uma vez.
- Bem... – comecei, sentindo a bebida entrando como brasas dentro do meu organismo. Tentei ignorar. – Ele não foi exatamente um namorado. – confessei.
- Não? – questionou Emmett. – Achei que você tivesse dito que ele era.
- Também pensei que fosse, você sabe, pela forma como estava chateada. – comentou Jasper.
- Não, não era. Acho que vocês não ouviram bem. Não foi nada de mais. Acho que bebi demais aquele dia. – falei, colocando mais vodka em meu copo. Tratei de mudar o assunto. – Rosalie me disse ontem que o seu cachorro estava doente, Emmett. Como ele está?
Enquanto Emmett falava, meus olhos recaíram de repente sobre Edward, que me olhava de forma insondável, fazendo-me sustentar o olhar.
- ...mas agora ele está bem. – concluiu Emmett, e eu voltei minha atenção para ele, mas só ouvira o final.
- Que bom. – sorri.
Rosalie aparecera novamente para sentar conosco.
- Acho que eu deveria ter contratado funcionários do motel para trabalharem na festa. – disse a loira.
- E barmans.– acrescentou Jasper.
- Eu sei. É só que eu queria manter essa festa privada. – ela bufou.
- Acho que você devia relaxar, meu anjo. Não há ninguém reclamando, estão todos à vontade. Esquece isso. – disse Emmett, pegando-a pela cintura e colocando-a no colo.
- Você acha? – perguntou a ele, beijando-o no canto dos lábios.
- Sim. E você devia aproveitar melhor a festa. – ele sussurrou, migrando a boca para a lateral do pescoço dela.
- Não me dá idéia. – ela lançou-lhe um sorriso cheio de más intenções, fechando os olhos e inclinando a cabeça para o lado, para dar-lhe mais acesso.
- Há quartos lá em cima, fiquem à vontade. – Edward provocou.
- Não agora, mas... quem sabe quando todo mundo for embora. – disse ela sugestivamente, colando os lábios nos de Emmett, num beijo lascivo.
- Uau! – exclamei com diversão.
- Pelo visto eles não vão conseguir esperar isso aqui ficar vazio. – comentou Jasper, rindo.
Após alguns segundos, o casal afastou os lábios um do outro, em seguida Rosalie se levantou do colo de Emmett.
- Invejosos. – gritou ela, antes de voltar a rondar o salão, sobrando nós cinco à mesa mais uma vez.
Um grupo de quatro rapazes chegara, quando Emmett comentou que dois deles eram primos de Rosalie. Ele se levantou e foi ao encontro deles. Edward se levantou em seguida, pedindo licença para atender o celular, dizendo que era a mãe. Não acreditei muito nisso. Qual era a mãe que ligaria para o filho homem às 11:30 da noite?
Jasper, eu e Alice, os únicos na mesa, iniciamos uma conversa ingênua, que de repente virara uma discussão política.
- Não voto em republicano. Tenho horror a guerras. – falei.
- Como se algum democrata se opusesse, Bella. – disse Jasper.
- Não defendo os democratas, mas pelo menos com algum deles no poder se morre menos gente no Oriente Médio. Eu odeio o George Bush. – disse com fervor.
- Quem está falando do meu tio? – perguntou Emmett, ao chegar.
- Ele é seu tio? – franzi a testa.
Ele se sentou e soltou uma risada, assim como Jasper.
- Não, Bella. Estou brincando. O que tem Bush?
- Estamos discutindo sobre republicanos e democratas. – respondeu Alice.
- Discussão sobre política? – questionou Edward também de volta, se sentando à mesa.
- Na verdade discussão entre Jasper e Bella sobre qual o partido mais razoável dos EUA. – Alice sorriu.
- Republicano, óbvio. – disse Edward.
- Ah, não. Você também não. – chiei.
- Por quê? Você é democrata convicta? – ele me perguntou, bebericando de sua bebida.
- Simpatizo. – o informei.
- Hmmm. – ele sorriu.
- O que? – perguntei.
- Aposto que é porque os democratas têm líderes mais bonitos. – seu sorriso se ampliou.
- Obama não é de se jogar fora. – pisquei um olho para ele.
- Obama?
- Bill Clinton também teve seus tempos de glória. E ainda é charmoso, mesmo depois de velho.
- Qual é. O Clinton nunca teve boa aparência. Nem quando era jovem. – gargalhou Edward.
Antes que eu protestasse, Emmett nos interrompeu.
- Chega desse papo chato de política, Obama, Clinton. Edward, me passa aí essa garrafa. – pediu Emmett.
- Até porque fomos deixados de fora da conversa. – disse Alice, rindo.
- Sinto muito. – sorri para ela.
- Já mudando de assunto, que chato essa notícia da morte de Annie Ellenhouse. – Jasper comentou.
- Era de se esperar vindo de alguém que consumia drogas descontroladamente. – comentou Edward.
- Pode parecer ingenuidade da minha parte, mas achei que ela sairia dessa um dia. – explanei.
- Sinceramente não acredito que alguém consiga largar definitivamente as drogas. É como uma passagem de ida sem volta. – opinou Edward.
- Também acho difícil. – concordou Emmett.
- Eu acredito que as pessoas possam mudar. – comecei. – Tudo bem, sei que é difícil, não vou dizer que é fácil para um viciado. Mas acho que tudo depende da força de vontade.
- Força de vontade não faz milagre, Bella. Você pode entrar numa clínica de reabilitação, passar meses, mas um dia você vai ter que voltar para esse mundo e a realidade vai te trazer de encontro às drogas novamente. Elas estão por aí em todo lugar. É muito mais difícil se livrar delas do que você pensa. – disse Edward.
- É mais difícil quando não tem ninguém para ajudar. Um viciado não tem forças para enfrentar o problema sozinho. – informei. – Sem ajuda é claro que ele vai fraquejar. Ele precisa de alguém que o diga que aquilo é prejudicial e...
- Crack, cocaína, heroína... estou falando de drogas pesadas. – ele me interrompeu.
- Também estou! – protestei.
- Olha aí, já começaram a discutir de novo. Não há nada em comum entre vocês? – Emmett riu. – Vou ali pegar mais gelo. – levantou-se.
Edward me olhou e de repente começamos a rir. Isso, de discutirmos por qualquer assunto, estava ficando realmente ridículo.
- Vou pegar algo para comermos. Já volto. – levantei-me, indo em direção a mesa com o buffet.
Peguei um prato raso, branco, e fui colocando um pouco de cada coisa que tinha ali, quando de repente ouvi uma voz muito próxima atrás de mim.
- Oi. – disse o rapaz. Acho que era um dos primos de Rosalie.
Sorri educadamente para ele.
- Olá. – respondi.
- Você gostaria de dançar comigo?
Surpreendi-me pelo convite inesperado, em seguida olhei para o centro do salão, onde só havia um casal dançando.
Olhei novamente o rapaz, que parecia ansioso pela minha resposta.
Droga, por que logo a mim ele tinha que convidar para dançar? Tinha outras mulheres aqui! Tudo bem que não éramos muitas. Contando com Rosalie, éramos apenas nove do sexo feminino, enquanto o número de rapazes era um pouco maior, talvez uns dezoito, dezenove.
Suspirei fundo antes de responder.
- Tudo bem. Espera um segundo.
Fui até a nossa mesa, colocando o prato com alguns salgados e frios. Coloquei um salgadinho na boca e em seguida fui até o provável primo de Rosalie, chamando-o para dançarmos logo de uma vez.
Ao mesmo tempo em que começamos a dançar, Rosalie e Emmett também começaram. Ela piscou o olho para mim quando me aproximei. Sorri para ela, em seguida me voltei para o rapaz.
- Desculpa, nem perguntei seu nome. – eu disse.
Ele colocou uma mão na minha cintura e começamos a nos mover, no ritmo da batida eletrônica.
- Sean e o seu?
- Isabella. Bella. – respondi, já odiando ter aceitado essa dança. Ele não tinha ritmo.
- Prazer, Bella. – ele sorriu, seguindo meu corpo com os olhos. – O nome faz jus à dona. Não poderia ter nome mais apropriado. – completou, fazendo-me agora odiá-lo pela cantada clichê.
Sean até que era bonito. Cabelo preto, curtinho, olhos escuros. Mas depois do comentário e por dançar muito mal, definitivamente essa era a primeira e última vez que dançávamos juntos.
Tentei me distrair com outra coisa enquanto torcia fervorosamente para a música acabar logo. Desviei os olhos de Sean, alcançando os ocupantes da minha mesa. Alice e Jasper conversavam, e Edward estava olhando na minha direção. Quando nossos olhos se encontraram ele sorriu, provavelmente se divertindo às minhas custas por dançar com um cara que parecia estar dançando pela primeira vez na vida. Sorri de volta e revirei os olhos, demonstrando tédio.
E quando movi os lábios, falando "socorro" sem emitir som, esperando que ele entendesse, a risada de Edward pode ser ouvida de onde eu estava. Não consegui deixar de rir alto dessa vez.
- O que foi? – Sean perguntou.
- Hmm. Nada. – respondi, contendo o riso.
E então para a minha alegria, não muito tempo depois a música terminou.
- Vou voltar para a minha mesa. – disse rapidamente, me desvencilhando das mãos dele.
- Posso te chamar para dançar novamente?
- Talvez. Eu vou indo. – dei-lhe as costas.
Praticamente corri de Sean, chegando à mesa e me sentando enquanto pegava o meu copo de vodka, engolindo tudo de uma vez.
- Que furada hein? – comentou Alice com diversão.
- Ninguém merece homem que não sabe dançar. – revirei os olhos, colocando o copo agora vazio na mesa e pegando mais um salgado.
Edward sorriu torto.
- O que? - perguntei com um sorriso.
- Nada. – ele balançou a cabeça. – Só achei engraçado o seu comentário.
- Você sabe dançar?
- Na verdade não danço.
- Por que não?
- Talvez por que eu não saiba? – ele deu de ombros, ainda com um sorriso no rosto.
- Por que não acredito nisso?
- Por que não quer acreditar? – rebateu Edward.
- Você vai dançar comigo. – informei-o, limpando o canto da minha boca com um guardanapo.
- Vamos ver. – disse, se levantando. – Vou fumar um cigarro.
- Vai lá se drogar. – disse-lhe Jasper.
Ele apenas sorriu e deu as costas, indo até o fumódromo.
- Edward fuma! Estou surpresa para alguém que é médico. – Alice comentou.
- Já foi pior. Agora ele só fuma quando bebe. – Jasper informou.
- E você? – Alice perguntou.
- Não. Não vejo graça em ficar soltando fumaça. – ele riu, fazendo-nos rir também.
Alice deslizou a cadeira para mais perto de Jasper e começou a perguntar-lhe sobre como funciona a residência. Ela parecia bastante interessada no que ele dizia. Talvez deslumbrada?
Será que era por Jasper que Alice estava interessada?
Até que eles eram bonitinhos juntos. Jasper parecia bastante empolgado enquanto conversavam. Aliás, ambos estavam. Sorriam o tempo todo para o outro, vez ou outra se tocavam. Acho que estavam flertando.
Esfreguei os olhos, sentindo a minha visão querendo ficar turva, um dos primeiros sintomas do efeito do álcool no meu organismo. Olhei para o centro e vi quando Rosalie e Emmett pararam de dançar, em seguida a loira encaminhou-se para a mesa dos dois casais que chegaram logo após de nós, enquanto Emmett ia em direção ao local onde Edward estava sozinho.
O fumódromo era uma espécie de varanda, que dava para a parte de trás da réplica do Taj Mahal, ou melhor, da suíte Kamasutra, dando de frente para o muro que rodeava e escondia o que havia dentro do motel. Como a porta era de vidro transparente, dava para se ver tudo que acontecia lá. Edward e Emmett estavam agora conversando animadamente enquanto fumavam.
Eu não tinha dado muita atenção a Edward à primeira vez que o vi no clube, assim como os demais rapazes, mas não era cega a ponto de não notar que ele era lindo. O mais bonito dos amigos de Emmett. Mais cedo, quando ele fora buscar a mim e Alice, talvez eu tenha sido mais perceptiva. Contudo, só agora estou tendo a oportunidade de avaliá-lo melhor. Além de lindo, Edward era perigosamente atraente.
Ele estava usando jeans escuro, camisa preta de gola em um "V" arredondado, deixando à mostra um pouco do seu peitoril, nos pés um tênis preto da Nike. Seu rosto era perfeito, nariz afilado, o queixo quadrado, lábios suaves e cheios, os olhos de um tom verde intenso. E os cabelos? Ah, os cabelos pareciam ter saído num daqueles comerciais de shampoo, e quando ele passava os dedos por entre os fios cor de bronze, bagunçando-os, um topete não intencional se formava.
Eles agora sorriam e, por Deus, como o sorriso dele era deslumbrante! Lindo e sedutor! Edward segurava o copo de vodka numa mão e na outra o cigarro. Não consegui nem mesmo piscar os olhos quando ele levou o cigarro à boca, o bíceps se contraindo com o movimento. Observei-o tragar a fumaça e segundos depois a expelindo. Acho que essa era a primeira vez que eu considerava o ato de fumar sexy. Na verdade, tudo nele era sexy. Eu gostava do que via. O corpo esguio, ombros largos, os músculos dos braços. Edward era o tipo de cara capaz de destruir as defesas de qualquer mulher.
Certo. Acho que eu estava ficando bêbada.
Sacudi a cabeça, fechando rapidamente os olhos, enquanto tentava recuperar alguma coerência. Ergui os olhos e vi Edward terminar de fumar, jogando então o toco do cigarro num cinzeiro que estava por ali. Ele pôs a mão agora desocupada no cabelo enquanto ouvia atento algo que Emmett lhe dizia, cujo assunto parecia sério. Depois ele desceu a mesma mão até o bolso da calça jeans, dando em seguida um longo gole em sua bebida cujo copo a outra mão segurava.
- A baba vai cair. – disse uma voz em meu ouvido, de repente.
- Ai Alice. Susto! – coloquei a mão no coração. – Onde está Jasper? – perguntei ao ver que ele não estava mais na mesa.
- Foi ao toalete. – ela sorriu.
Sem perceber, estava desviando novamente meus olhos para o fumódromo.
- Ele é muito atraente. – disse Alice, olhando para a mesma direção que eu olhava.
- Quem? – perguntei.
- Você sabe. – ela sorriu.
- Está interessada nele? – quis saber, embora perguntando despreocupadamente.
- Não, embora ele seja o mais bonito dessa festa. Mas não é meu tipo.
- Eu sei. – sorri para ela. – Eu devia saber que estava interessada em Jasper desde o início. Você não resiste a homens de cabelos compridos.
- Calma aí. Nem tão compridos. Homem com cabelo de mulher não rola. – ela riu. – E você?
- Eu o que?
- Para de fazer de desentendida. Está aí há horas olhando para Edward!
- Como você disse, ele é bonito. Estou... apenas olhando. – dei de ombros.
Alice soltou uma risada.
- Você está bêbada. – disse a ela.
- Você também. – sorriu, dando um gole na bebida.
- E Jasper, hun? – perguntei com um sorriso malicioso. – Pensa que não notei os flertes?
- Bella, juro a você, se continuar desse jeito eu fico com ele essa noite.
- E o que aconteceu com a regra "nunca beijo caras na primeira noite que os conheço"?
- Vou abrir uma exceção.
- Boa sorte. – desejei, sorrindo.
- Você também deveria fazer o mesmo. – ela disse, colocando o copo em cima da mesa. – Aquele cara que você dançou, apesar de dançar horrível é até bonitinho. Mas tem Edward. Ele é muito mais gato. Só acho que ele é um pouco... difícil. Quero dizer, não acho que ele seja do tipo que dá em cima de alguém e sim o contrário. Edward parece do tipo que tem todas as garotas aos pés e que não faz nenhum esforço para isso. Talvez, se você se esforçasse um pouquinho, quem sabe não rola? E você precisa beijar urgentemente alguém pra esquecer...
- Alice eu não vou beijar alguém pra esquecer Jacob. – a cortei. – Se eu beijar essa noite vai ser porque eu quis, independente disso.
- Eu sei, mas é que você precisa tirar da cabeça o que ele...
- Não preciso de alguém para me fazer esquecer. Eu já estou esquecendo. – a interrompi novamente.
- E por que você falou sobre ele no clube que você foi com Rosalie, hun? E na frente dos rapazes? – inquiriu de repente brava, trazendo à tona o assunto. Eu sabia que ela perguntaria.
- Porque eu ainda estava muito chateada na época. Simplesmente saiu. – respondi sem paciência. – Alice, passou ok? Eu quero esquecer aquela noite. Morro de vergonha só em me lembrar. – estremeci, desejando voltar no tempo e apagar o que falei na frente dos rapazes.
- Então pare de falar sobre Jacob e o que ele fez!
- Eu parei. Você que o trouxe a essa conversa. – lembrei a ela. – Eu realmente estou esquecendo e você não está ajudando. – ri sem humor, cruzando os braços e olhando para o outro lado.
- Me desculpe. É só que... argh... eu o odeio e o que ele fez, e isso só aumentou depois de saber que você falou sobre ele enquanto devia estar se divertindo.
Nós ficamos em silêncio alguns segundos, e então ela voltou a falar.
- Eu só quero o seu bem, Bella.
Suspirei e olhei para ela.
- Eu sei. Mas você pode parar de falar nele? – exigi.
- Esse é o pedido mais fácil de se cumprir. – ela respondeu, rindo, fazendo-me rir também.
Jasper voltou à mesa, assim como Edward e Emmett. Minutos depois Rosalie anunciou que o relógio marcava meia-noite. Hora de cantar parabéns.
Todos os convidados pararam o que estavam fazendo e nos levantamos para nos reunirmos ao redor da mesa do bolo. Confesso, já estava me sentindo um pouco tonta com a bebida. Não tinha jantado e mal tocara na comida. Estava sinceramente com medo de tropeçar com esses saltos.
Cantamos "parabéns para você", em seguida todos puderam, enfim, parabenizá-la. Rosalie partiu uma fatia do bolo, dando o primeiro pedaço para Emmett, e o segundo para mim. Voltei à mesa com a fatia do bolo, tentando disfarçar a tontura e caminhar em linha reta. Para a minha felicidade, cheguei à mesa sã e salva. Mas na hora que fui me sentar, me desequilibrei no salto e por pouco não caí no chão ao lado da cadeira, que graças a Edward, ao segurar firme o meu braço, impediu-me de passar vergonha. Senti um formigamento me atravessar quando sua mão entrou em contato com a minha pele.
- Obrigada. – disse a ele, sorrindo constrangida pelo quase tombo, desejando que ele não tivesse percebido o efeito do álcool em mim.
- Não por isso. – ele sorriu de volta.
Jasper convidou Alice para dançar, ficando apenas Edward, Emmett e eu sentados. Minutos depois, Rosalie arrastou Emmett para a dança, restando Edward e eu.
Terminei de comer a fatia do bolo e fui pegar o meu copo com vodka, notando-o vazio.
- Você quer que eu prepare pra você? – perguntou Edward.
- Por favor. – sorri.
Edward foi até a coqueteleira. Não pude ver direito o que ele estava fazendo, porque estava de costas para mim, mas o vi mexendo nos morangos. Pouco tempo depois ele voltou, entregando-me o copo. Havia um canudinho e metade de um morango na borda.
Agradeci, dando um longo gole em seguida.
- Hmmm. Isso está muito bom! – exclamei. – Não imaginei que tivesse habilidades para barman.
- Sou um homem de muitas habilidades, Bella. – disse, dando um breve sorriso torto.
Por que eu acho que havia duplo sentido nessa frase?
Tirei o morango da borda do copo.
- Muitas, é? – inquiri, mordendo o morango. – E você pretende compartilhá-las? – acrescentei, nitidamente flertando. Fazia tanto tempo que não fazia isso.
Antes que Edward tivesse a oportunidade de responder, um rapaz surgiu entre nós de repente.
- E aí, Cullen. Não tive oportunidade de falar com você direito ontem. – ele bateu nas costas de Edward, que se levantou para cumprimentá-lo.
- Hey, Barton. – os dois se abraçaram, camaradas. – Você estava com sua esposa, não quis atrapalhar.
- Tudo bem, ela foi ao banheiro. E aquele paciente? Fiquei preocupado quando você me contou. – de repente, o rapaz me olhou. – Desculpa. – ele colocou uma mão no meu ombro. – Já vou devolver seu namorado.
- Ele não...
- Como suspeitamos, ele teve rompimento do baço. – Edward me cortou. – E depois tivemos que fazer a operação, ou ele morreria.
- Você estava bem tenso.
- Ele não queria fazer transfusão. – Edward lhe disse.
- Acostume-se. Não foi o primeiro e nem será o último paciente que irá se negar a fazer algo para o próprio bem.
Edward sorriu, assentindo.
- Bom, minha esposa voltou, vou voltar para a minha mesa. Você está de plantão amanhã?
- Sim, à noite.
- Nos vemos lá. Até mais Edward. – ele me olhou antes de ir. – Até mais. – disse a mim.
Edward sentou-se novamente, dando um gole na sua dose.
- Colega de profissão? – perguntei.
- Sim. Ele é médico no hospital que faço residência e primo de Emmett.
- Qual a sua área?
- Pretendo me especializar em cirurgia cardíaca.
- Que legal. Quero dizer, tenho uma grande admiração pelos profissionais da área de saúde. Afinal, vocês são responsáveis por tantas vidas. – eu disse com sinceridade, notando que o clima de flerte de antes já havia se esvaído.
- Esse é o maior peso da profissão. Ser responsável por tantas vidas. – Edward suspirou. – Parecia tudo mais fácil na faculdade.
- Eu posso imaginar.
Nossos amigos voltaram à mesa. Suados e muito sorridentes.
Mais uma rodada de conversa e bebidas enquanto a grande maioria dos convidados começava a ir embora. Já passavam da uma hora da manhã quando restara apenas a nossa mesa, um casal, e os quatro rapazes que chegaram por último.
Eu já estava muito embriagada, embora tentasse disfarçar a todo custo. Meus lábios estavam dormentes, assim como as minhas mãos. Minha vista estava muito turva, enquanto o salão parecia girar a nosso redor. Saí para ir ao banheiro apenas duas vezes, pedindo a Alice para me acompanhar, para que eu pudesse me apoiar em seu braço. Apesar de Alice não parecer estar diferente de mim, assim como Rosalie.
Para falar a verdade, nós seis estávamos bêbados aquela altura.
Where Them Girls At de David Guetta começou a tocar no sistema de som, fazendo Rosalie arrastar a mim e Alice para a pista de dança.
Nem preciso dizer que eu dançava totalmente desinibida, cantando alto a letra da música, levantando os braços, segurando meus cabelos e remexendo exageradamente os quadris, sem me importar com quem quer que estivesse assistindo. Isso era a parte boa do álcool.
Percebi que Edward nos olhava. Ou melhor, Edward, Jasper e Emmett nos olhavam a todo instante.
E Deus, como Edward era sexy em tudo que fazia, mesmo no simples gesto de levar o copo à boca, sorrir, mexer os cabelos.
Eu estava com uma vontade imensa de beijá-lo. Mas fiquei pensando no que Alice comentara, sobre ele ser do tipo que tinha todas as mulheres a seus pés, sem fazer nenhum esforço para tê-las. Se eu quisesse beijá-lo, teria que tomar alguma atitude.
Antes que eu percebesse, meus pés estavam indo em direção à mesa.
- Dança comigo? – estendi a minha mão.
Ele não pareceu surpreso, dando um sorriso de canto dos lábios.
- Eu não danço.
- Ah, deixa de frescura. Vamos. – disse, pegando a sua mão.
Edward deu um gole em sua dose, em seguida colocou o copo na mesa.
Uma batida mais lenta que a música anterior começou a tocar, logo reconheci Man Down, de Rihanna.
Ficamos de frente para o outro, olho no olho. Coloquei meus braços ao redor do seu pescoço, e ele pôs as mãos na minha cintura quando começamos a nos mover juntos. Minha perna esquerda estava entre as pernas dele, facilitando o movimento que eu fazia de descer pelo seu corpo no ritmo da música. Quando levantei, os olhos de Edward estavam faiscando.
Nossos corpos estão agora ainda mais juntos. Fazíamos contato visual o tempo todo. De repente estou quente demais. Já não sabia se era efeito do álcool, ou se o efeito era Edward. A música mudou e nós continuamos dançando. Nossas bochechas coladas enquanto sentia o seu cheiro essencialmente de homem, de creme de barbear junto a alguma fragrância almiscarada, misturado ao odor de cigarro e bebida. Meus dedos tocavam o cabelo de Edward, na nuca, percebendo-os suados. O meu também já deveria estar suado. Só então percebi que não éramos os únicos dançando colados. Ou melhor, éramos os únicos dançando colados sem estarmos nos beijando. Porque agora dividíamos a pista de dança com Jasper e Alice, Rosalie e Emmett. Porém os dois casais se beijavam descontroladamente.
Sorri ao ver que Alice conseguira quebrar a regra.
Quando a terceira música terminou, Edward curvou a cabeça para baixo, seus lábios tocando meu ouvido esquerdo.
- Você é uma excelente professora de dança. – sussurrou, causando-me um poderoso arrepio. Suas mãos deslizaram para as minhas costas, na base da coluna.
- E você é um péssimo mentiroso. – disse, próximo ao seu ouvido esquerdo. – Você sabe dançar. – completei.
Ele afastou o rosto para me olhar e sorriu.
- Bella. – uma voz me chamou, fazendo-me estremecer.
Sean.
- Acho que terei que compartilhar a professora. – disse Edward baixinho, olhando por cima do meu ombro para o homem atrás de mim, antes de se afastar.
Bufei irritada e me virei para olhar Sean, que estava atrás de mim.
- O que? – perguntei um pouco rude.
- Uma última dança? Estou indo embora.
- Não. Meus pés estão cansados. – anunciei, voltando em seguida para mesa e o deixei lá plantado.
Edward não estava lá, aliás, ele não estava no salão. Talvez tivesse ido ao banheiro, não sei.
Dei um último gole na minha bebida, indo depois até o bar, tentando preparar algo na coqueteleira. O problema é que eu não fazia idéia de como preparar um coquetel. Fiquei ali parada, debruçada sobre o balcão tentando lembrar como era que as pessoas preparavam enquanto eu as observava. Em vão, não conseguia me lembrar.
- Quer ajuda?
Meu coração palpitou e quase me esqueço como se respira após ouvir a voz doce, sensual e quente atrás de mim. Muito perto.
Respiro fundo e me viro, com as costas no balcão, ficando de frente para ele. Nossos rostos estavam a centímetros de distância.
- Claro. – respondi, sorrindo.
Edward, com toda a sua habilidade, preparou mais um coquetel de morangos para mim, enquanto eu apenas espiava.
O último casal estava indo embora e despediam-se de Emmett e Rosalie. Agora éramos apenas nós seis e mais os quatro primos de Rosalie, ou só dois deles eram, não sei mais. Edward entregou-me o coquetel que preparara, dando-me de brinde outro de seus sorrisos, e então voltamos para a mesa, encontrando Alice sentada no colo de Jasper enquanto se beijavam.
De repente Promiscuous de Nelly Furtado começou a tocar. Larguei a minha bebida em cima da mesa e corri para dançar, Alice veio atrás de mim. Essa era a música que eu mais gostava de dançar na época do High School. Tinha tantas histórias.
Meus quadris começaram a remexer de um lado a outro no ritmo da batida, enquanto um sorriso se espalhava pelo meu rosto e eu fechava os olhos. Essa era uma daquelas músicas que você simplesmente se deixava levar.
You expect me to just let you hit it. But will you still respect me if you get it.
Minhas mãos fluíam pelas minhas coxas, levantando um pouco do vestido.
You wanna get in my world get lost in it. Boy I'm tired of runnin' let's walk for a minute.
Levei uma mão até o meu quadril, e passeava a outra pelos meus cabelos, enquanto descia o meu corpo até embaixo.
Promiscuous boy, you already know. That I'm all yours, what you waiting for?
E então senti uma mão por cima da minha, no meu quadril.
Edward.
O cheiro dele era inconfundível.
Continuei de costas para ele, balançando no ritmo da música. Sua mão direita estava fincada de forma protetora no lado direito do meu quadril, como se estivesse me segurando para eu não cair. Cedo demais senti seu peito encostando-se às minhas costas. Edward afastou o cabelo da minha nuca, fazendo-me sentir sua respiração quente no meu pescoço.
Promiscuous girl, you're teasing me. You know what I want and I got what you need.
Sua mão está agora na minha barriga, e eu sinto uma espécie de formigueiro por todo o meu corpo, crescendo de forma intensa.
Promiscuous boy, let's get to the point. Cuz we're on a ready?
Sinto o hálito quente em meu ombro direito, e então Edward o beija. Lento e molhado. Meu corpo inteiro está fervilhando com a eletricidade. Quando ele move os lábios pela minha pele, alcançando o meu pescoço, não consigo evitar soltar um gemido. Sua mão esquerda foi para o outro lado do meu quadril. Minhas nádegas encostaram à sua virilha.
Edward estava completamente excitado.
Sentir a sua dureza só me fez rebolar mais contra a sua coxa, suas mãos apertando a minha cintura, como se quisesse provocar uma fricção maior no local. Senti as pontas dos dedos de Edward no meu pescoço, e quando virei a minha cabeça para o lado, sua boca veio de encontro a minha.
De repente estou de frente para Edward, suas mãos na base da minha coluna, minhas mãos na sua nuca enquanto nos beijávamos ardentemente. Estou tão quente que sinto como se algo dentro de mim estivesse prestes a explodir. Sua língua escorregou para o interior da minha boca, batendo em todo canto dela, como se estivesse conhecendo o espaço. O sabor era incrível, o hálito de Edward, misturado a gosto de álcool e nicotina. Suas mãos saíram da minha cintura indo até o meu rosto, onde Edward o apertou como se sua vida dependesse disso. Prendíamos o lábio do outro, nossas línguas dançando não mais no ritmo da música, mas no nosso ritmo, quase que com brutalidade. O beijo é elétrico, como nunca senti em nenhum outro beijo.
Nos afastamos apenas para respirar, colando nossos lábios desesperadamente mais uma vez segundos depois. Edward puxou o meu lábio inferior com seus dentes, fazendo-me abrir os olhos, encontrando os seus abertos, olhando-me fixamente. Sua língua acariciava os meus lábios lentamente, nossos olhos presos um no outro enquanto ele fazia isso. Em seguida ele a introduz dentro da minha boca, e a minha reação foi sugá-la. Só então me dei conta que estávamos praticamente simulando o sexo com nossas bocas. Nunca presenciei nada mais sensual.
- Eu quis ficar com você desde a primeira vez que te vi. – murmura.
Fecho os olhos, sentindo um tremor ao ouvir a sua voz rouca muito próxima.
- Vamos subir. – Edward sussurra.
- Sim. – murmuro, quase não reconhecendo a minha voz.
Deixo que ele me guie com minhas pernas trêmulas até a escada. Tinha perdido totalmente o controle do meu corpo e da minha mente.
Alcançamos a sauna, mantendo as luzes apagadas, deixando apenas um pouco da luminosidade que vinha do corredor. Edward me imprensou contra a parede, esmagando os lábios nos meus. Suas mãos estavam em toda parte de mim, espalhando um rastro de fogo por todas as células do meu corpo. Nos beijávamos como loucos, intenso e desesperadamente. Minhas mãos puxavam com força os cabelos da sua nuca e a pressão que o corpo dele fazia contra o meu estava me deixando à beira da insanidade.
Eu estava hiperconsciente da sua excitação batendo no meu baixo ventre. Algo dentro de mim foi despertado e então comecei a remexer meus quadris, procurando o atrito do seu membro duro contra o calor entre as minhas pernas. Sem gentilezas, Edward puxou o lado que não tinha alça do meu vestido para baixo, levando junto o meu sutiã meia taça também sem alças, do meu conjunto de renda preto, liberando meu seio direito. Sem aviso prévio, ele segurou meu seio em uma mão e a sua boca sugava avidamente meu mamilo intumescido. Tombei a minha cabeça para trás, fechando os olhos. Repentinamente a porta da sauna se abriu. Edward e eu paramos de nos beijar e ele se colocou na minha frente como uma espécie de barreira, para esconder o meu seio descoberto.
- Foi mal, sério. Eu não sabia que vocês estavam aqui. – Jasper riu, segurando a mão de Alice.
- Tudo bem, vocês podem ficar. – disse Edward.
Ele levantou o meu vestido e cobriu o meu seio, segurando a minha mão para sairmos, deixando Jasper e Alice na sauna. A baixinha piscou o olho para mim, e eu lhe lancei um sorriso.
Quando voltamos para o corredor, Edward parou de frente para a king size, mas por algum motivo ele preferiu que fôssemos para a tenda. Ao passarmos pelas cortinas, ele se virou e suas mãos seguraram cada lado do meu rosto, seus olhos faiscando de luxúria, como se estivessem famintos.
Enquanto nos beijávamos, Edward lentamente me empurrou de costas para nos deitar no colchão da pequena cama da tenda. Seu corpo por cima do meu, enquanto recomeçávamos de onde paramos. Senti sua mão deslizando pela minha coxa, subindo aos poucos, até estar no minuto seguinte debaixo do meu vestido. Sem cerimônias, Edward afastou a minha calcinha para o lado com o dedo indicador e deslizou os dedos pela minha fenda molhada, introduzindo um dedo na minha abertura.
- Porra, Bella. – murmurou roucamente contra meus lábios. – Tão molhada.
E com uma mão só, ele deslizou a minha calcinha pelas minhas pernas, eu não fazendo nada para impedir. Estava no limite, não tinha condições de pará-lo.
Edward quebrou o beijo e lançou o corpo para trás, ficando de joelhos para passar a calcinha pelos meus pés, jogando-a em algum lugar por cima da minha cabeça. Observei ele se levantar da cama e levar as mãos até o botão da calça jeans. Ergui os olhos até seu rosto e ficamos nos encarando enquanto ele descia o zíper. Perdemos contato visual quando ele olhou para baixo, para retirar o jeans. Meus olhos seguiram a mesma direção.
Puta merda!
Edward era lindo, perfeito, tinha a voz mais sexy que eu já ouvira, e só podia mesmo ter um pênis daquele tamanho. Chamativo e apontando para mim. O fluído pré-ejaculatório na ponta era capaz de ser visto de onde eu estava. E o melhor de tudo era saber que ele estava duro e excitado por minha causa.
E então um momento de consciência invadiu-me.
Eu vou mesmo transar com Edward? Na segunda noite que o conheci, assim como aconteceu com Jacob?
Decidi afastar esses pensamentos ou eu não prosseguiria. Edward não era Jacob. E a última coisa que eu queria pensar era nesse canalha.
Eu iria aproveitar a noite.
Edward ajustou as cortinas de modo que elas nos escondessem, embora ainda assim corríamos o risco de sermos pegos no flagra. Não precisava de muito esforço, era só alguém afastá-las. E só de pensar na possibilidade de sermos pegos deixou-me inexplicavelmente mais excitada.
Ele pegou a carteira no bolso do jeans, tirando de dentro uma camisinha. Rasgou a embalagem com o dente e a vestiu em seu pênis com habilidade e maestria. Desceu no colchão, novamente de joelhos, onde suas mãos agarraram a barra do meu vestido, deslizando-o para cima. Mordi os meus lábios ao vê-lo fitar a região do meu sexo, agradecendo aos céus por estar com a depilação em dias.
Edward cobriu o meu corpo com o seu, beijando-me de forma lasciva novamente quando minhas mãos voltaram para a região atrás do seu pescoço, agarrando o seu cabelo com meus dedos. Ele pressionou a ponta do pênis na minha abertura e no minuto seguinte estava completamente dentro de mim.
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OBS: Nos EUA motel tem um significado diferente daqui no Brasil. Como todos estão carecas de saber, pelas bandas de cá motel é o lugar destinado para as pessoas terem seus encontros sexuais. Nos EUA é mais como um hotel barato, tipo beira de estrada. Mas como PRIVATE PARTY me pertence e eu posso fazer o que quiser com ela, Motel aqui tem o mesmo significado que tem no Brasil, ou seja, hotel para encontros sexuais.
"Por que parou? Parou por quê?" rsrsrsrs
Pois é, continuação ficará para o próximo capítulo, que olha... o negócio vai ficar ainda mais quente!
Quero agradecer a Bianca, que foi a minha colaboradora com essa short fic que se transformou em long fic, me dando uma força com as pesquisas e principalmente por ser essa amiga fofa e torcedora fervorosa dos meus trabalhos.
Amo!
Mas agora quero saber a opinião de vocês. Já sabem, deixando um review com carinho :)
OBS: Fotos e outras cositas mais sobre Private Party, visite o tumblr da fic: : / / private party fanfic . tumblr (JUNTE OS ESPAÇOS)
