Primeira fic, dentre séééééculos, que SEQUER tem Saga e Kanon no enredo! O.O Isso é porque tomei Gardenal!
Mas na verdade essa fic foi escrita há mais de um ano, e apenas para mim. Só que como agora voltei a divulgar as fics, tô divulgando essa tbm.
Sieg – FINALMENTE a minha amada Hilda me deu bola!
Hilda - Uu
Bom... divirtam-se!
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I
Ele olhava para o céu. Era seu dia de vigília e deveria ficar acordado por toda a noite. E mesmo que não fosse, ele era o Guardião da Rainha. Sempre a protegia, mesmo quando ele próprio estava dormindo. Até mesmo em sonhos.
No meio da escuridão e do silêncio da noite, ressurgiram passos. Ligeiros e leves, deviam ser de uma mulher. O vigia olhou na direção do som, pensando que fosse a princesa, irmã mais jovem da rainha. E eis que surge a própria monarca. Seu semblante expressava aflição.
- Minha senhora, o que houve? Não consegue dormir?
- Eu quero que você me faça um favor.
- Se estiver ao meu alcance, é claro...
- Está sim. Venha comigo!
Ela o pegou pela mão e o guiou pelos inúmeros corredores do palácio. Ao sentir aquela mão branca e suave tocando a sua, sentiu um leve tremor. Era muito raro a governante chegar tão perto assim dele, a ponto de ter algum tipo de contato físico. Ficou pensando o que seria tão urgente a ponto de tirar a rainha da cama àquela hora. Ela andava depressa e furtivamente.
Após vários corredores, ela parou em frente a uma porta, tirou uma chave de um bolso no vestido e a abriu, fazendo sinal para o lacaio entrar. Ele, pensando que encontraria no mínimo algo extraordinário, deparou-se apenas com um quarto comum. Enquanto observava tudo aquilo com súbita estranheza, a moça fechava a porta e, após cerrar os olhos e meditar alguns segundos, largou a maçaneta e foi na direção do rapaz. Ela o pegou tão de surpresa, os olhos afoitos, que ele mal pôde respirar. A rainha o estreitou contra si, numa súplica sem palavras, que depois se expressaria numa ordem que na verdade era implorada:
- Ame-me esta noite!
O efeito daquela frase foi de tal forma explosivo e surpreendente no guerreiro, que ele não pôde falar de imediato, sequer pensar. Afinal, amara aquela mulher em segredo durante anos. Na verdade, por toda a sua vida.
Fora destinado àquele cargo ainda criança. Durante toda sua vida lhe ensinaram que aquela menininha seria a rainha algum dia, e que ele teria de protegê-la, juntamente com sua família e com a pátria, mesmo que isso custasse sua própria vida. Treinava para aquilo desde quando se conhecia por gente, e ainda bem jovem já era um Guerreiro formado. Sua família tinha certos privilégios e era conhecida da família real, portanto ele se tornara um dos guerreiros da Elite.
O que o surpreendeu foi a falta de arrogância na princesa. Ela, desde sempre, soubera que se tornaria a monarca, por ser a primogênita. No entanto, fazia questão de tratar as outras crianças igualmente. Ela, Hilda, era muito mais menina do que princesa.
Ela sempre lhe dera atenção. Tratava-o não como a um empregado, mas sim como a um amigo de nível igual. Brincavam juntos e se conheciam bem desde então.
Quando cresceram, Hilda não cortou relações, ou passou a trata-lo como funcional, bem como aos outros. Ela lidava com todos como seres humanos. Ele.passou também a querer defender não só a rainha, mas acima de tudo a doce mulher por trás dela.
Aquela admiração pela personalidade de Hilda o fizera progredir muito, e lhe deu a convicção de que ele deveria ser aquele que mais lutasse por ela. Com o tempo, foi designado para ser seu guardião principal. Ela lhe demonstrava amizade, porém, por causa até das posições de um e de outro, tal não era tão próxima quanto na mais tenra idade.
O guarda continuava sempre a freqüentar os círculos da família real. Convivia no cotidiano deles quase sempre, mas não tinha sangue nobre. Ela era um ser inalcançável para si.
O rei e a rainha morreram prematuramente. Hilda logo assumiu o trono; porém, apesar da pouca idade, exerceu o cargo com uma madureza rara. Sua irmã revoltava-se contra certas circunstâncias na situação do país, mas a nova rainha, como se já exercesse o cargo há anos, sempre tinha um consolo fortalecedor a ela.
Abnegou-se e deixou grande parte de sua juventude para trás. Sempre pensava primeiro no povo, e apesar de naturalmente ter defeitos, tentava driblá-los da melhor maneira possível. Seu guardião, sempre ao seu lado, era quem cuidava de sua segurança diariamente, nos mínimos detalhes e, portanto, percebia de perto o esforço, a humildade, a honestidade e os raros atributos da sua protegida. Isso só fez com que pensasse cada vez mais nela como uma pessoa quase divina, colocando-a numa espécie de pedestal, que merecia mais do que apenas proteção: ela merecia devoção.
Da mesma forma que ela consumiu sua adolescência sendo uma boa infanta e em seguida monarca, ele gastou a juventude treinando para ser a pessoa mais forte do reino, para sempre protege-la da melhor forma possível. Sua vida, por inteiro, era Hilda. Seu trabalho era esse, mas aquela mulher era o que realmente o movia a ser o que era. Já não importavam as diversões, as bebidas, os banquetes, as outras mulheres: tudo era inferior àquela semideusa. Apenas comparecia às celebrações onde ela também estivesse, parte pelo próprio trabalho, para inspecionar inclusive o vinho que a rainha fosse beber e quem o serviria, e parte porque não queria que a bebida o inebriasse mais do que Hilda, ou seus olhos cor de violeta.
A jovem governante era vista apenas com sua irmã, e com seu guardião sempre atento. Além dos eventos políticos, ela fazia apenas suas obrigações. Seu guerreiro considerava aquela sua semi-reclusão quase como mais um indício de superioridade perante outros.
Um dia, porém, tudo pareceu diferente. Hilda parecia cada vez mais ambiciosa, calculista, querendo dominar outros povos e fazendo planos para tal. Já não pensava mais em seu próprio povo, agia de maneira controversa, vestia-se de forma extravagante, apenas dava ordens. Seus principais guerreiros ficaram incumbidos de guardar seu palácio com atenção integral, pois Hilda havia arranjado mais inimigos com suas manobras. Seu mais devoto guardião, que também era um deles, além das obrigações dos outros, era incumbido da pessoa da rainha principalmente.
Tudo que fazia naquela época era verificar se a vigilância não estava deixando a desejar e se a rainha estava bem, permanecendo quase e todo o dia na sala com ela. A monarca já não sorria, seus olhos não tinham mais aquela centelha animadora e amiga. Até a própria irmã se afastara dela, estranhando seu novo comportamento.
Em dado momento a guerra finalmente estourou. Hilda decidiu ir contra tudo e todos, arrasando com seus recursos para poder vencer. Apesar de perceber a terrível e drástica mudança em sua amada, o guerreiro não conseguia pensar que aquela moça, por si tão amada, pudesse cometer algum erro crasso a ponto de estar tomando um rumo ruim para seu país.
O cerco se fechou contras ela quando um povo estrangeiro invadiu os territórios guardados pelos sete principais guerreiros. Eles foram derrotando as forças nacionais, até chegarem a esses sete que um a um também foram sendo derrotados. O guardião estranhava mesmo o fato de Hilda não sentir falta daqueles a quem ela conhecia desde cedo. Tudo que ela queria era vencer, não importava quantas vidas fossem necessárias para isso.
Até que chegou a sua própria vez de lutar. Hilda foi, pessoalmente, ver a batalha. No entanto, tudo que ela transmitia no olhar era desejo de vitória. No fundo, seu dedicado guardião queria que ela se preocupasse com a vida dele em si. Mas não importava. Ele deveria cumprir um dever; sua vida seria o de menos.
Pronto para o que desse e viesse, ele deu um tremendo trabalho para seus inimigos. Cada vez que se deparava com um, via a imagem de sua rainha, que ainda se mesclava com a da Hilda antiga, e isso apenas lhe dava forças para lutar.
Após derrotar muitos inimigos, para o gosto de sua senhora, apareceu um estranho mensageiro de outra nação. Ele revelou que estava a favor de Hilda e que ela era aliada de seu senhor. Os inimigos da nação, porém, declararam que a rainha sofreria um colapso. O tal mestre do mensageiro a havia enfeitiçado, usando-a como um fantoche para conseguir poder e depois descartá-la, com a vantagem de não ter exaurido seus próprios recursos. No início ele não acreditou e o tal mensageiro negou. Porém, com o tempo ele percebeu que todas aquelas mudanças referentes ao comportamento dela coincidiam com o surgimento de um certo anel, o qual ela desde então usava sempre. Tal jóia era a peça principal da lavagem cerebral.
Os inimigos estrangeiros lhe disseram que queriam lutar contra as maldades daquele senhor. Eles estavam sofrendo com despotismo dele e o povo de Hilda seguramente sofreria também. Era bem provável, aliás, que ela fosse descartada depois que ele conseguisse o que quisesse.
O dedicado moço olhou para cima, ao terraço, onde sua senhora observava tudo. Jamais poderia consentir com tal embuste. As peças realmente se encaixaram, e o mensageiro acabou tendo de confessar tudo.
Porém, havia ainda uma salvação. Nas armaduras de cada um dos sete guerreiros principais havia uma jóia. Todas elas juntas trariam a espada que poderia quebrar o encanto do anel. Ao vencê-los, os estrangeiros haviam conseguido as outras seis. O guardião olhou para sua amada e viu no fundo de seus olhos violeta, mesmo que de longe, talvez sentindo mais do que vendo, a súplica da verdadeira Hilda para sair daquela prisão. Ele sabia, tendo a convivência que tinha com ela, que aquela mulher boa e amiga estava ali dentro, e seguramente não merecia morrer. Ele lhe daria um lugar seguro para viver novamente sobre a Terra, nem que fosse a última coisa que fizesse.
Entregou sua jóia aos estrangeiros e lutou bravamente contra o mensageiro. Ele, porém, era um guerreiro cheio de artimanhas. Acabou por lançar mão de um de seus feitiços, que anuviavam a mente do inimigo e sequer o deixavam pensar direito. O guardião da bela rainha não conseguia se aproximar do oponente. Até que, após muito cansaço, abriu uma brecha e conseguiu se aproximar do oponente. Até que, após muito cansaço, imobilizou-o. Sua força, porém, obtinha apenas isso, e ele não podia atacá-lo. Resolveu, então, dar cabo da própria vida, levando o oponente junto. Era a única forma de afastar todos os obstáculos para que Hilda pudesse voltar ao normal e ser salva.
O guardião não vacilou sequer por um segundo. Levou o mensageiro para a morte certa de ambos, mas o inimigo ainda teve forçar para golpeá-lo e se salvar. O último pensamento que o valoroso guerreiro teve foi o da rainha, sua amada Hilda, e de que deterá o pérfido vilão por tempo suficiente para que ela pudesse voltara ser aquela maravilhosa mulher de antes. Logo após, perdeu a consciência.
Quando acordou, estava deitado em um leito, sentindo dores e enxergando mal. A rainha estava ao seu lado, sorrindo, usando suas habituais vestes brancas e simples, já sem o maldito anel nas mãos. O brilho em seus belos olhos indicavam que ela era Hilda novamente.
- Você me salvou, e eu pensei que jamais poderia lhe agradecer. Agora eu posso. Obrigada, Siegfried.
Continua...
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PS: No próximo capítulo o flashback continua! \o/
