NA: Minha nossa, da medo de pôr isso aqui... seguinte, essa shortfic é baseada no melhor shipper que eu já li. é um shipper slash, portanto, os não fãs de slash, tcahuzinho. Já aviso de primeira que, pra entender essa fic, é melhor vc ir ler uma série chamada de Espada dos Deuses, ou, no mínimo, a trilogia L², da autoria da Massafera. Me recusarei a responder reviews perguntando como isso aconteceu, porque aquilo é assim, ou assado... se querem saber, vão ler a coisa original, pq garanto pra vcs q é bem melhor que essa fic x)

Da um grande medo de colocar isso aqui, porque a PO usada (Leah) não é minha personagem, e, apesar de ter permição de sua criadora para colocar isso aqui, sinto como se, ao colocar essa fic aqui pra vcs lerem, eu estivesse tentando me igualar a Massafera, a grande criadora da PO mais louca e foda de todas! \õ/. Sei mt bem que a Leah da Massa é única, e não quero nem vou tentar mudar este fato. Essa fic surgiu de um dia mt tedioso, com nada pra fazer, e eu ouvindo a trilha sonora da trilogia, e me deu um negócio... e eu comecei a escrever. Para todos os fãs da EdD, MdE, FdN e DD, isso é só para... erm... encher linguiça enquanto a gente espera a Requiem começar, e o tão esperado Capítulo das Trevas chegar! \õ/. Ambientada na era do Capítulo das Trevas, Redenção não influencia em nada o verdadeiro Capítulo das Trevas. Por isso, as ideias mostradas aqui são minhas. Vai ter gente pulando, e chiando sobre alguns detalhes que eu coloquei, como, por exemplo, o pai da Leah, mas já aviso logo: sei tanto sobre o Capítulo das Trevas quanto qualquer um de vcs, portanto se eu acertar algum segredo, juro que foi na merda... se eu não acertar... bom, também, eu não sei ver o futuro, né? :b'

REDENÇÃO

-Capítulo Um-

Julieta

Você terá meu coração contigo

Não preciso de bola de cristal para me dizer isso

Sussurrando no ar

Esperando que minhas palavras te encontrem em algum lugar

Mesmo quando fecho os olhos

Nunca conseguirei recriar o tempo que voa

As conseqüências bem ali

O céu cairá, mas eu não me importo...

(Juliet – Emilie Autumn)

Leah andava curvada pela casa grande, perdida em pensamentos. Alguns anos antes, ela se orgulhava de muitas coisas. Coisas como seu sangue puro; como seu poder imenso; como sua incrível habilidade com a espada... Mas, algum tempo atrás, alguma coisa havia mudado dentro dela, e ela já não sabia mais se gostava ou não dessa mudança.

Ela já não achava sua descendência importante, e tampouco se achava muito poderosa ou habilidosa. Claro, seu pai dizia que era bobagem, que ela era melhor que todos eles juntos, mas também, ele não sabia da história completa. Também, se soubesse, teria um ataque, e provavelmente acabaria cortando fora a garganta de Leah, sem contar na da dela, também, claro... Se fosse honesta consigo mesma, ela não saberia dizer exatamente quando as coisas começaram a mudar. Porém, o que ela sabia com certeza, agora, era que já era muito tarde. Leah sentou em sua cama, apoiou os cotovelos nos joelhos, e enterrou o rosto nas mãos.

Do que ela se orgulhava agora? De nada. Todo seu passado se assomava na sua frente, pairando lá, como uma ameaça. Cada vida tirada, cada família despedaçada, cada luta travada... Tudo isso voltava com força para ela, fazendo sua cabeça doer.

Mas, não. Havia uma coisa da qual ela se orgulhava. Ela estava feliz de ter achado o caminho certo, antes que acabasse sendo morta por ela. Agora, ela tinha duas opções: fingir que nada havia acontecido e acabar morrendo, ou procurá-la, como ela havia dito para ela fazer. O simples pensamento de morrer agora, lhe assustou. Sempre havia pensado que iria viver por muito tempo. Quem sabe, um dia casar, apesar de que ela não tinha planos para isso. Era uma mulher como muitas outras, mas, no momento, sua vida era muito agitada por si só, e ela não queria ter que ficar cuidando de marido nenhum. Se algum dia se casasse, teria que ser com alguém que soubesse se cuidar muito bem sozinho, pois ela não era mulher de ficar limpando a sujeira dos outros. Ou pelo menos, não costumava ser. Portanto, no fim, a segunda opção foi a melhor saída, mesmo que morresse de medo de voltar para o Castelo depois de tantos anos, sabendo como ela sabia, que ele estaria lotado de Aurores Supremos, e mesmo os aurores normais, e claro, ela também estaria lá. Leah imaginou se Tiago estaria lá também e concluiu que não; alguém tinha que cuidar do filho, afinal...

Ela se levantou da cama, e andou apressada pelos corredores da grande mansão. Estava silenciosa e vazia. Todos estavam fora, se divertindo. Leah fez uma careta ao pensar no estilo de diversão de seus amigos. Ela nunca entendeu qual era a diversão de torturar um trouxa. Não tinha graça nenhuma, já que eles sequer podiam revidar ou lutar. Leah gostava era de um bom desafio; ela gostava de ter que se esforçar, e gostava de sentir o friozinho na barriga, sem saber se iria conseguir escapar. Claro que, um ano atrás, ela nunca havia sentido aquilo antes; um ano atrás, o máximo que ela sentia era prazer em ver os outros tentarem se defender. Mas aí ela chegou, e tudo mudou. O mundo de Leah virou de ponta cabeça, e nada fazia mais sentido. Ela já não era mais a mais forte, nem a mais habilidosa. Havia perdido seu posto de melhor para uma sangue-ruim. No começo, não acreditou quando ela viu e sentiu seu primeiro corte. Ela nunca havia sido tão forte assim na escola! Leah havia acabado de matar seus pais, e imaginou que logo a veria, querendo vingança. Mas o que Leah não esperava, era que ela estivesse tão forte. Não tardou muito, e Dumbledore a nomeou como chefe dos Aurores Supremos. Voldemort havia rido da decisão do velho, e mandado sua filha, Leah, para enfrentá-la. Quando Leah voltou toda marcada, cicatrizada e ensangüentada, Voldemort havia perdido o sorriso. Era a primeira vez que Leah perdia um duelo. Porém, claro, Leah detinha uma arma que ela não tinha: não tinha medo de matar. Ela era capaz de executar golpes e feitiços incríveis e muito poderosos, mas se recusava a matar um ser humano, não importa quão ruim ou demoníaco o ser fosse. De qualquer modo, Leah sabia que se não morresse pelas mãos dela, morreria em Azkaban, depois que ela lhe capturasse.

Leah pisou fora do casarão e piscou na claridade do sol. Era meio-dia. Com sorte, ela iria chegar na hora do almoço dos aurores, e, portanto, não teria muitos problemas... Mas, por precaução, decidiu levar a Espada das Trevas junto.

*

Leah aparatou em frente aos grandes portões do Castelo. Havia dois Aurores Supremos de guarda lá, dentro de duas guaritas, uma de cada lado do portão. Eles gritaram quando a viram, e sacaram suas espadas, suas pernas já tremendo. Ela viu um deles, que ela reconheceu como Frank Longbottom, enviar seu Patrono para o Castelo. Ele se virou e gritou para ela, que estava a uns dez metros de distancia do portão atrás do qual os dois homens estavam.

-O que você quer, Leah?

Leah sorriu e se aproximou um pouco mais dos portões, levantando suas mãos para cima, em sinal de rendimento.

-Venho em paz, Longbottom. Só quero ter uma palavrinha com sua líder. Pode ser? Ela mesma pediu para que eu viesse.

Longbottom trocou um longo olhar com seu companheiro, que deu de ombros.

-Muito bem, Leah. Espere aqui, que ela já vem.

-O que? Aqui fora? Ah, fala sério... Não tem como me deixar entrar aí? Vocês tão na sombra seus putos. Eu to aqui torrando no sol.

-Não podemos correr riscos, Leah, você entende...

-Ta achando que eu vou fazer o que? Matar os dois e sair correndo pro castelo? Ta doido? Lá dentro ta lotado de auror. Pra que eu ia querer ir pra lá assim? Pelo menos com ela, eu fico protegida...

-Desculpe Leah, mas você vai ter que esperar ai mesmo...

Leah viu o companheiro de Longbottom lhe olhando furtivamente e sorriu para ele.

-Que foi? Pensou que eu fosse o que? Um demônio feioso e espinhento, é? Vai te fuder seu boiola! Sou gostosa assim mesmo.

Longbottom riu.

-Continua a mesma, heim, Leah?

Leah sorriu, calma.

-Claro. Não perco meu charme nunquinha.

Naquele instante, ouviu-se um barulho distante, como o de um trovão, e os três olharam para o Castelo. Ao longe, lá em cima do morro, eles conseguiram ver que as portas do Saguão de Entrada haviam sido abertas.

Leah suspirou, seu sorriso esmaecendo um pouco enquanto ela fitava as portas que se fechavam novamente.

-O que você quer com ela, Leah? – Longbottom perguntou, olhando a bruxa atentamente.

-Nada. Só quero conversar.

Frank olhou-a longamente, com uma sobrancelha erguida. Ela sorriu, sacudindo a cabeça.

- Que? Você acha que eu sou doida? Porque só seu eu fosse é que eu ia comprar briga com essa porra louca dessa líder de vocês!

Longbottom riu.

-É verdade. Eu sempre me esqueço que você tem medo dela. Não estou acostumado a te ver tendo medo de alguém, Leah.

-E nem eu estou acostumada a não poder puxar briga com qualquer um. Porra, ela me mete a porrada se eu fizer uma gracinha qualquer. To toda dolorida de ontem ainda... Nem fudendo eu quero brigar com ela hoje.

Longbottom sacudiu a cabeça, rindo.

-Cada dia que se passa, eu me surpreendo mais contigo, Leah.

Ela sorriu de um jeito bem cínico, jogou os cabelos negros para trás, e disse, se achando.

-Eu sei, eu sei. Eu sou foda.

-Claro que é, Leah – disse uma voz feminina. – Agora, porque você não para de exibir aí e entra aqui pra falar comigo?

-Ué! Eu queria entrar, Liloca, mas esses dois me barraram...

A mulher que acabar de se juntar ao grupo ergueu as sobrancelhas ao ouvir isso. Ela tinha cabelos de um intenso vermelho acaju, olhos verdes como esmeraldas, e trajava uma imponente roupa branca e marrom.

-E desde quando você se preocupa com um simples bloqueio de portão, mulher? – ela perguntou para Leah – Quando recebi o Patrono, imaginei que nem teria que descer aqui, já que achei que você faria questão de ir me achar pessoalmente... Ou que, quando chegasse, veria o portão despedaçado e os dois coitados estirados no chão...

-Ah, isso... Hoje eu to calminha, Lílian. Não to atrás de confusão. Achei que seria mais fácil entrar e ficar aqui dentro por tempo o suficiente pra falar contigo se eu não tivesse todos os aurores ai de dentro baforando em cima do meu pescoço, sabe? Não da pra conversar direito quando a gente tem que dar um fim em umas 20 pessoas ao mesmo tempo. Tira a concentração da conversa, e eu acabo falando merda.

Lílian deu um meio sorriso, revirou os olhos e deu uma pancadinha com a varinha no portão. Ele se abriu, e Leah entrou, sorridente. O companheiro de Longbottom, amedrontado, deu um passo para trás, tropeçou em uma pedra e caiu no chão. Leah se virou e esticou-lhe uma mão, para ajudar ele a se levantar, mas o homem, suando, se arrastou para longe dela, se levantou e saiu correndo para o Castelo, desesperado. Leah baixou a mão e ficou olhando as costas do homem, uma expressão de total incredulidade e assombro tomando conta de seu rosto. Lílian riu de leve, acompanhada por Longbottom.

-Que diabos foi aquilo? – Leah perguntou, sorrindo de um modo bem sacana. – Não se pode mais ser gentil por aqui, não?

-Leah, você não presta.

-Ah, eu sei.

Lílian riu e revirou os olhos novamente, balançando a cabeça.

-Vem, sua louca. Frank, vou pedir para Sirius descer pra ficar aqui com você, já que parece que Gotrik está muito... Erm... Abalado por minha convidada.

- A gente se vê, Longbottom – Leah sorriu, acenando para o homem, enquanto se afastava com Lílian ao seu lado.

Longbottom riu e concordou com a cabeça. As duas mulheres se viraram e começaram a subir a ladeira em direção ao castelo de Hogwarts.

*

Sirius ouviu as portas abrirem novamente e espichou o pescoço para fora do Salão Principal, onde estava almoçando com Lupin, Snape e Dumbledore, para ver quem estava indo e vindo a essa hora.

Sua boca cheia de comida abriu, revelando a todos uma visão muito grotesca de seu empadão de carne. Ele engoliu a comida enquanto se levantava de um pulo do banco, e corria para o Saguão de Entrada.

-...Leah?

-Ah, Sirius! Já terminou de almoçar? – perguntou Lílian, indo até o auror, que continuava a encarar Leah como se esta fosse um fantasma. – porque Frank vai precisar de sua ajuda lá no portão... Gotrik entrou em pane quando viu Leah e se desesperou...

-O QUE VOCE TA FAZENDO AQUI, SUA DOIDA? – ele berrou de repente, agarrando Leah pelo braço e lhe arrastando até a porta.

Leah arregalou os olhos para Sirius, que estava visivelmente abalado, e continuava a arrastá-la até a porta. Cansada de ser feita como uma boneca de pano, Leah travou os pés no chão, fazendo Sirius parar com um solavanco.

-Me solta, Sirius, que eu me explico...

-Não. Você tem que sair daqui JÁ. AGORA. – ele berrou. – Como é que você deixa ela vim aqui, Lílian?

-Ela não vai atacar ninguém, Sirius, - Lílian disse, numa voz cansada – ela só quer...

-É CLARO que ela não vai atacar ninguém, ou ela não estaria aqui parada. Eu estou é preocupado POR ela, e não COM ela.

-...Como?

-Lílian, pense. Esse castelo está infestado de aurores. Ela não vai poder nem beber água sozinha sem ser atacada. Sem contar que o Tiago vai chegar daqui a uns vinte minutos...

-E, se você soltar ela, ela vai ter ido embora antes de ele chegar. Eu não vou deixar ela sair da minha vista, Sirius. Ninguém vai matar ninguém aqui hoje.

Sirius se acalmou um pouco, e soltou o braço de Leah. Ela massageou o lugar em que ele havia segurado, fazendo uma careta.

-Agora, Sirius, se você puder descer para ajudar Longbottom...

-O que? Ah, claro... – ele saiu pelas portas, descendo o morro, sem olhar para trás.

*

-Ah, Sirius! Veio ajudar o velho aqui?

-É, vim...

-Você não parece muito bem. O que houve?

-É a Leah...

-O que ela andou aprontando agora? – ele perguntou, rindo.

Sirius franziu a testa para ele.

-Ela não fez nada ainda. Mas veio até aqui. Isso não ta me cheirando a coisa boa, Longbottom...

Ele riu, olhando Sirius atentamente.

-Você sabe por que Leah veio, Sirius?

Sirius fez que não com a cabeça, curioso.

-Ela veio falar com Lílian... Acredito, pelo que eu entendi... que algo tenha mudado em algum lugar. Talvez o Lorde queira uma trégua. Sabemos que ele manda Leah fazer tudo por ele, e ela é a opção óbvia para mandar, se quer negociar alguma coisa. É estranho, mas acho que ela até que se da bem com Lílian. Ela disse que Lílian pediu para que ela viesse. Se Lílian pediu, não devemos nos preocupar; ela sabe o que faz.

-É muito estranho ver Leah de novo e não lutar com ela – Sirius disse, olhando o nada.

-... Sim, vai contra tudo que treinamos, não é?

Sirius concordou com a cabeça, pensativo.

-E sabe, Sirius... Eu sinto falta da antiga Leah. Da palhaça que fazia todo mundo rir na escola...

-É, realmente... eu também sinto falta da Leah. Vai soar muito estranho, mas eu não quero que ela morra. Tiago me mata se ele me ouve falando isso – ele acrescentou, rindo.

*

-Certo. Pode falar.

Leah sentou na cadeira na frente de onde Lílian estava sentada, do outro lado de uma grande mesa de carvalho.

-Você sabe, claro, porque eu vim.

A outra ergueu as sobrancelhas.

-Eu sei, é?

-Porra, Lílian, não me faça dizer!

-E porque não? Quero ter certeza, Leah, de que você realmente está arrependida.

-O caralho. Tu acha que viria aqui, no meio desse bando de auror, arriscando o meu pescoço, se eu não quisesse realmente mudar?

Lílian sorriu para ela, penosa.

-Você sempre foi boa atriz, Leah, eu não me esqueci disso.

Leah encarou a outra, sem dizer nada por um tempo. Lílian sustentou o olhar, calma.

-Ta bom, ta bom! Eu falo. Desculpa por tudo, Lílian. Eu estou aqui, na tua frente agora, pedindo perdão, e pedindo para que me deixe ajudar vocês.

-Ótimo. Ta vendo, não foi tão difícil, foi?

-... Tanto faz.

-Agora, você pode me contar o que sabe? Imagino, claro, que já saiba qual vai ser seu papel aqui, sim?

Leah estreitou o olhar, mas concordou com a cabeça.

-O mesmo que o do Snape, imagino. Mas, claro, como eu sou mais influente e mais fodona do que ele, eu fico sabendo de tudo antes dele, e claro, também sei de coisas que ele não sabe.

Lílian riu e concordou.

-Claro. Voldemort nunca vai suspeitar da própria filha. Você vai ser um grande trunfo para nós, Leah.

-Sei, sei... Vem cá, eu não tenho que fazer nenhum juramento não? Como é que vocês sabem que eu não vou trair vocês, heim?

-Nós não sabemos, Leah. Nós simplesmente confiamos em você.

Leah ergueu as sobrancelhas e riu, descrente.

-Porra, vocês são doidos de pedra! Eu to traindo meu próprio pai! O que vocês têm de garantia que eu não vou trair vocês também?

Lílian sorriu para Leah. Alguma coisa naquele sorriso fez Leah engolir em seco. Não era um sorriso ameaçador, nem cínico ou sacana. Era um sorriso que Leah só havia visto antes uma vez na vida, algumas noites atrás, e era a grande razão pela qual ela estava sentada ali pra começo de conversa. Um sorriso cheio de compreensão, carinho e afeto. Era o sorriso de uma amiga para outra. Lílian se apoiou na mesa, se aproximando de Leah, sem quebrar o contato visual. Quando seu nariz já estava a meio milímetro do de Leah, ela riu e disse.

-Eu não preciso de garantia, Leah. Eu confio em você, e sei que você não vai me decepcionar.

Dito isso, ela se inclinou mais para frente, e beijou a bochecha de Leah suavemente. Leah estava pregada na cadeira, sem reação. Mas de uma coisa, seu atordoado cérebro tinha certeza: faria qualquer coisa para poder ver aquele sorriso de novo; para se sentir daquele jeito.

Alguma coisa a incomodava, porém, mas ela não queria pensar naquilo no momento. O Patrono de Sirius invadiu a sala e avisou que Tiago estava a caminho de Hogwarts. Ela tinha que sair de lá e rápido.

-Quer apostar que eu chego antes de ti?

-Há! Mas nem morta, Leah!

-Veremos, querida, veremos... – ela murmurou, quando as duas correram em direção à porta, apostando uma corrida em uma velocidade mais rápida que a luz.

*

Leah e Lílian desceram correndo a escadaria de mármore, e pararam derrapando em frente às portas. Muitos aurores já haviam terminado o almoço, e olharam as duas, espantados. Alguns inclusive, tiraram suas varinhas e espadas das vestes, prontos para atacar, outros apenas olhavam para Leah, demonstrando curiosidade e interesse. Lílian percebeu que Leah estaria em apuros logo, se ela não fizesse alguma coisa. A garota correu até a companheira e abraçou-a com força. Leah olhou para Lílian, chocada, mas viu que a outra já estava lhe arrastando para fora. Ao passar pelo aglomerado de aurores, viu vários lançando olhares feios para Lílian e entendeu: ela estava lhe protegendo, impedindo que eles lhe matassem bem ali. Ela viu Dumbledore parado a um canto, sorrindo para as duas, com Lupin ao seu lado. Ela devolveu o sorriso, e abanou, feliz.

No segundo seguinte, as duas estavam fora do castelo e Lílian havia soltado Leah. As duas se entreolharam e desataram a correr novamente, virando pequenos borrões de cor, de tão rápido que corriam.

*

Sirius e Longbottom ouviram o barulho distante das portas se abrindo, e mal tiveram tempo de se virarem para olhar, quando dois borrões doloridos voaram por eles, parando lado a lado na frente do portão.

-Te falei que eu ia ganhar!

-Que ganhou o que, sua puta! Eu que cheguei primeira, sai pra lá, sua vaca.

-Leah, desista. Você sabe que eu ganhei.

-Ganhou a puta que pariu!

-Chega, garotas, chega! Vocês empataram, ta bom? Não teve nem um segundo de diferença.

As duas se viraram para olhar Longbottom, que deu de ombros, visivelmente incomodado com tanta atenção de repente focada nele. Sirius se sacudia de risadas no canto, olhando a expressão insegura de Longbottom.

-Eu não percebi diferença nenhuma... Sirius?

Sirius sorriu, mas balançou a cabeça, fazendo uma cara séria que não convencia ninguém.

-Prefiro não me meter nisso. Não quero que sobre pra mim se elas decidirem se matar por isso.

Todos riram com isso, e Longbottom olhou relógio de pulso.

-Leah, você devia ir. Tiago vai chegar a qualquer segundo agora.

-Nem precisa falar de novo – ela disse, enquanto Lílian abria os portões e ela saia. – Já fui! Eu volto amanha no mesmo horário, pode ser?

Lílian fez que sim com a cabeça.

-Estaremos te esperando, Leah

-Eba! Comissão de chegada! – ela disse, sorrindo, e fazendo os outros balançarem a cabeça com a doideira dela.

Dito isso, com um pequeno barulho, ela desaparatou alguns passos do portão, sem tirar os olhos de Lílian. No segundo seguinte, um homem alto, de cabelos pretos e arrepiados e óculos redondos, aparatou no exato lugar em que ela havia sumido, segurando um bebe nos braços, e também olhando fixamente para Lílian.

NA: Até o próximo capítulo!

Ah, sim! Essa shortic será composta por três capítulos ;B