Vítima do Acaso - capítulo 1
Fandon: Supernatural
Personagens principais: Sam / Dean / John
Sinopse: Com a mesma rapidez com que se apaixonara, Dean agora estava com o coração partido. E sem poder acreditar que aquele garoto de sorriso meigo e olhos pidões, pudesse ser mesmo um assassino cruel.
Nota: Sam e Dean não são irmãos, e também não são caçadores.
Eram três da manhã e John se debatia na cama, sem conseguir dormir. Desistindo de teimar contra a insônia, vestiu seu roupão e foi para a cozinha preparar um café.
Enquanto a cafeteira trabalhava, resolveu dar uma espiada no quarto de seu filho Dean... Era um costume que tinha desde que Mary, sua esposa, morrera de câncer, quatro anos atrás. Antes este era o costume dela... Sempre verificar se o filho dormia tranquilo e se estava coberto, então quando John levantava durante a noite, inconscientemente acabava fazendo o mesmo, apesar de Dean já estar bem crescidinho, com seus 22 anos.
Era seu único filho, do qual John se orgulhava muito. Era um tanto preguiçoso para os estudos, ao invés de ir para a faculdade, resolveu abrir uma oficina de carros, mas John teve que admitir que ele até que se saíra muito bem nisso.
O que mais deixava John orgulhoso, era que Dean tinha um excelente caráter, e gostava de ajudar as pessoas, sempre que podia. Um costume que tinha herdado da mãe, com certeza. Desde ajudar algum velhinho a atravessar a rua, até emprestar dinheiro a algum aproveitador, Dean sempre estava disposto a ajudar. Sempre acreditava no lado bom das pessoas.
John sentou-se no sofá, colocando a xícara de café na mesinha de centro, e passou a ler o jornal do dia anterior, afinal nunca tirava tempo para isso. Era detetive da polícia, e passava a maior parte do dia se dedicando ao trabalho. Nos seus dias de folga, acabava sempre fazendo algo relacionado ao trabalho, investigando alguma coisa, revendo algumas pistas ou casos... Desde que Mary se fora, seu trabalho era a sua vida.
- Ainda acordado, pai? – Dean disse bocejando, se sentando no sofá a sua frente.
- Para falar a verdade, não consegui pregar o olho, então resolvi levantar.
- O café não vai ajudar você a dormir, quer que eu te prepare um chá?
- Não filho, eu estou bem.
- Eu já disse que você tem trabalhado demais, pai... Deveria tirar umas férias.
- E o que eu faria nas férias? Iria pescar?
- Não seria uma má idéia! A gente não pesca desde que eu era criança.
- Você sabe que eu não consigo fazer essas coisas, Dean... Coisas de gente normal...
Neste momento o celular de John tocou, os interrompendo.
- Um chamado, Dean... Parece que temos mais um psicopata a solta...
- É o que melhor você sabe fazer, não é? Colocá-los na cadeia! – Dean disse com um sorriso - Bom, eu vou voltar pra cama... se cuida, pai!
- Ok, filho, até mais.
John juntou suas coisas e entrou na viatura, ansioso... Parece que a coisa tinha sido feia desta vez.
Quando chegou na casa, do outro lado da cidade, a cena do crime já havia sido isolada.
Entrou com cuidado, verificando os detalhes com um dos dois policiais presentes.
Apesar de toda a sua experiência, e de já ter presenciado de tudo, ficou assombrado com o que viu ao entrar na cozinha...
Havia sangue por todo lado, parece que a vítima, mesmo após ter sido esfaqueada, andou pelo cômodo, espalhando sangue pelo chão e pelos móveis. O homem que aparentava uns 45 anos, estava caído de costas, envolto em uma grande poça de sangue. Estava com os olhos e com a boca abertos, um verdadeiro show de horrores. John se aproximou com cuidado, atento a qualquer detalhe que pudesse ser útil. Pode ver que o homem havia sido esfaqueado muitas vezes, no abdômen, no peito, no pescoço, no braço, provavelmente tentando se defender... A arma do crime não estava no local, então pediu para que os outros policiais verificassem o restante da casa.
Depois de alguns minutos, Richard o chamou...
- John? É melhor você vir dar uma olhada!
John se dirigiu até um dos quartos, onde Richard o chamava.
- Santo Deus! Ele está vivo?
- Sim, mas dorme profundamente, deve ter sido sedado, ou tomado algum calmante, eu não consigo acordá-lo.
- Chame uma ambulância, imediatamente! – John disse e se dirigiu para o lado da cama, onde um garoto de aparentemente uns 17 ou 18 anos dormia tranquilamente, era uma imagem contrastante, como se nada tivesse acontecido por ali aquela noite.
A ambulância chegou, levando o garoto ainda adormecido para o hospital, e John permaneceu ali, aguardando o perito em sangue examinar o local. O dia já havia clareado, e além de meia dúzia de policiais presentes, a casa estava rodeada por curiosos. Haviam cercado e isolado a área, mas a todo momento se aglomerava mais gente ao redor. John pensou que o dia seria muito, muito longo...
Após o trabalho minucioso do perito, as fotos terem sido tiradas, e todas as provas possíveis e amostras de sangue coletadas, finalmente puderam remover o corpo e deixar o local. John entrou no carro e respirou fundo, ainda horrorizado com a cena que havia presenciado.
Ligou para Dean, a caminho do hospital, para avisar que tardaria a chegar. O filho apenas resmungou alguma coisa e voltou para os seus afazeres na oficina.
Ao chegar no hospital, John procurou pelo garoto, sendo conduzido a um quarto no final do corredor.
Ele já estava acordado agora, mas segundo a policial e a assistente social que estavam com ele, o garoto não havia pronunciado uma palavra sequer. Parecia estar em choque, ou algo assim.
O resultado dos seus exames chegaram, e John constatou que realmente ele tinha ingerido uma dose muito forte de calmantes. Quem quer que tivesse feito aquilo com o pai, não o queria participando da festa.
Seus documentos foram localizados e entregues a John, Samuel Padalecki era o seu nome, e faltavam dois meses para completar 18 anos.
Tentaram localizar algum parente, mas parece que não havia nenhum. A mãe estava desaparecida, e segundo os vizinhos, tinham se mudado recentemente para aquela casa, ninguém sequer os conhecia por ali.
John ainda tentou descobrir algo com o rapaz, mas foi em vão...
- Olá, eu sou o detetive John Winchester, da polícia de Lawrence, e estou aqui para ajudar. Qualquer coisa que você puder nos dizer sobre o que aconteceu ontem a noite, será muito útil para solucionar o caso.
E depois de algum tempo...
- Acho que você não vai falar, não é? Eu vou deixar você descansar.
John seguiu até sua casa, cansado.
- Hey, ainda trabalhando neste carro, Dean?
- Não tenho nada melhor pra fazer. Mas e aí? Como foi o seu dia?
- Um verdadeiro show de horrores. Você não iria acreditar.
Os dois entraram em casa, e Dean começou a preparar alguns sanduíches para comerem.
- Foi um assassinato brutal, Dean. Um homem de 45 anos foi esfaqueado, a esposa está desaparecida, e um garoto de quase 18 anos foi encontrado dormindo no quarto ao lado.
- Dormindo?
- É, ele estava sob efeito de calmantes.
- E ele é suspeito?
- Por enquanto ainda não temos uma teoria. Mas eu acredito que não. A cozinha estava coberta de sangue, o homem levou 17 facadas. E tanto o quarto como o garoto estavam imaculados, como se nada tivesse acontecido por ali.
- A esposa, então?
- Pois é, isto que está me deixando intrigado. Nem sinal dela, por enquanto ela é a principal suspeita. Mas as provas estão sendo analisadas, e como a arma do crime ainda não foi encontrada, acho que vai demorar um pouco para pegarmos o criminoso.
- E quanto ao garoto? Ele não viu nada?
- Ele não está falando com ninguém.
- E o que vai acontecer com ele?
- Bom, como não encontraram nenhum parente que possa se responsabilizar por ele, provavelmente será levado para uma instituição, ou para algum lar provisório. Mas no caso dele, é difícil encontrar alguém disposto a recebê-lo, geralmente quando envolve algum crime deste tipo, as pessoas ficam amedrontadas. Ele provavelmente vai para uma instituição, pelo menos enquanto não estiver falando.
- Pai, eu posso vê-lo?
- E por que este interesse?
- Sei lá, ele deve estar enfrentando uma barra, não é? Eu só... gostaria de poder ajudar.
- Não sei se neste caso você vai poder ajudar, Dean. Mas se quiser ir lá comigo amanhã, tudo bem.
- Eu quero sim, pai. Obrigado!
Continua...
Beijinhos, e obrigada a quem leu até aqui!
Mary.
