Você caminha, observando impreciso o campo de batalha.
Isto também é culpa sua.

(Irmãos chorando por irmãos,
Filhos que não choram pelos pais, por não os conhecerem,
Pais que não choram ainda, porque não sabem que o filho morreu;
No fim, você chora pelos que não têm outro a chorar por eles.
Parece mais justo, assim.)

Há algo de reconfortante nos corpos dos desconhecidos,
Há algo de nobre no guerreiro que segue, espada em punho, flecha trespassando o peito,
Mas não;
Uma guerra não se faz de mortes heróicas e cadáveres anônimos.

(Há as baixas do adversário.
Essas foram causadas por alguém do seu lado, talvez você mesmo.
Tampouco se faz uma guerra com a consciência limpa.)

Um detalhe:
Não adianta expulsar o Homem sem matar a Serpente.
O arcanjo da sua história não há de cometer o mesmo erro.

Então a guerra acaba, e não acontece nada demais.
Apenas velórios – e a sensação de segurança plena
que desaparece à primeira topada no pé da cama.