Nota da autora: Crianças lindas da Shampoo-chan :)

Eu sei que foi muita falta do que fazer, mas resolvi reescrever a história. Tirei muita cena ruim, reescrevi umas, acrescentei outras. Ah, também tem capítulos novos – de trinta, o fanfiction agora tem trinta e quatro (por enquanto). São os vinte primeiros capítulos reescritos, e vou atualizar pelo menos uma vez por semana.

Poderia simplesmente ter deletado toda a história (era a minha vontade, acreditem), mas minha lindinha Rin-chan comentou em quase todos os capítulos, esteve presente do início até o final, e realmente me deu pena perder os comentários dela...

Enfim, espero que goste do reloaded Um Caminho para Dois :)

Se acharem este capítulo digno de comentário, ficarei feliz em receber um.


UM CAMINHO PARA DOIS

CAPÍTULO 1

Ele no caminho dela.

Primeiro dia de aula do quinto ano da faculdade de Direito da Universidade de Tokyo. Nozomu Rin era uma das estudantes do quarto ano, entretanto, era a primeira vez que estava ali naquela classe, pois fora transferida de outra cidade e começou a estudar apenas no último ano com aquela turma de muitos rostos desconhecidos. Ela se sentia um pouco tímida, já que vários daqueles estudantes deveriam estar juntos desde o primeiro ano, mas ela não se intimidaria com isso e trataria de conquistar a amizade da turma logo.

Rin tinha vinte e um anos, entretanto, tinha uma aparência que qualquer um a confundiria com uma adolescente. Apesar de não ser do tipo muito bonita, tinha certa beleza, e gostava de vestir roupas coloridas e usar algumas boinas, tornando-se uma elegante "garotinha", como alguns gostavam de chamá-la, na falta do adjetivo "moça", porque certamente aquela garota não parecia ter idade suficiente de estar na faculdade.

Outro forte de Rin é que ela era um daqueles tipos de estudantes que fazem o possível para manter a média acima do normal, esforçando-se para conseguir os melhores pontos e ser a primeira da turma ou pelo menos uma delas.

Agora ela estava ali. "Universidade de Tokyo, ne...", pensou com um sorriso. Aquele era seu primeiro dia e nada a impediria de deixar sua marca na sala.

Ela procurava a sala e escutava um ipod com algumas músicas que gostava.

So ashita no watashi o shinjitai

Dakara ima ganbateiru no

Kibou ga kiseki o tsurete kuru

Wasurenai anata no kotoba

(Então... quero acreditar no meu "eu" de amanhã.

Por isso faço meu melhor agora

"A esperança sempre vem com um milagre"

Nunca esquecerei (essas) suas palavras)

Entrou na sala e esperou pela chegada dos professores. A sala estava vazia e ela procurou uma das primeiras carteiras para se sentar, permitindo que assim pudesse escutar melhor o professor. Depois de alguns minutos notou que um outro aluno chegou. Analisou-o em silêncio: era muito bonito. Bem dito – muito bonito. Ele entrou, não sorriu uma única vez e logo que entrou, ele a avistou logo, mas lançou um olhar tão indiferente que Rin chegou a ficar com pena de si mesmo. Talvez fosse impressão errada e procurou não pensar mais naquilo. Mudou uma das faixas que escutava e começou a cantar baixinho, enquanto olhava o material que tinha trazido. Em qual capítulo será eles já estavam?

-Ikiteiru, ima ikiteiru... Sonna dake de nanika o motome... (Estou viva, estou viva agora... Procuro por algo nesta vida)

Mas o que aquela criança fazia numa sala de aula de um dos cursos mais concorridos do universo na Universidade de Tokyo, pensava Sesshoumaru. Observou os traços e o modo de vestir dela: eram roupas caríssimas, e podia ver pelos sapatos que não era qualquer estudante de classe baixa para receber uma bolsa e poder estudar ali. O sotaque dela indicava também que vinha do sul de Honshu.

E por quanto tempo ela pretendia ficar cantando?

-Ei, menina… - ele falou.

Sem resposta. Claro, ela estava escutando música, cantando e olhando o material da disciplina, tudo ao mesmo tempo. Faltava pular num pé só, para completar a lista de tarefas que poderiam ser realizadas ao mesmo tempo.

Levantou-se e decidiu se aproximar. Perto, percebera o brilho do cabelo por baixo daquele chapeuzinho, a pele bem cuidada e sem manchas, as unhas bem cuidadas. Não, definitivamente pertencia a uma classe mais alta, mas não era de Tokyo. A família de Sesshoumaru conhecia todos os membros da alta sociedade.

Rin não notara a aproximação dele de imediato. Só sentiu um olhar em cima dela quando sua visão periférica captou um borrão parado ao lado. O rapaz sentado. Bem, não estava mais. Ele estava em pé, ao lado dela, observando os detalhes das... unhas?

Parecia que ele queria falar com ela, então tirou um dos fones e perguntou:

-S-Sim? – por que a voz dela tremeu ao encontrar o olhar dele?

-Você sempre treina karaoke em sala de aula?

Pergunta ignorante, resposta ignorante, ela aprendera com o irmão.

-Sim, adoro chamar a atenção em Direito Penal. Uso karaoke para trair a defesa.

Aquilo foi... choque passando pelos olhos do rapaz? Ou era raiva?

Seja como for, era ruim começar um curso novo com briguinhas, ainda mais de gente que poderia servir de ajuda na hora de se adaptar. Estava começando uma vida nova, longe de casa, longe dos problemas que teve em Nagoya. Suspirou e decidiu se desculpar:

-Sinto muito... Eu não vou escutar... Vou desligar assim que o professor chegar.

Sesshoumaru deixou o brilho de raiva desaparecer assim que a escutou pedir desculpas. O sotaque era de alguém criado em Chuukyou, tinha certeza disso.

-Você é nova na turma ou entrou na sala errada?

-Desculpe? – ela tirou o outro fone pendurado na orelha e encontrou o olhar dele. Era uma guerra de mel contra chocolate.

- Você não era desta turma, não? – ele repetiu, colocando as mãos no bolso do paletó.

-Ah... – ela eu um sorriso tímido, enrugando a testa como se fosse difícil responder – Eu era da Universidade em Nagoya. Meu nome é Nozomu Rin. – fez um aceno de cabeça e continuou – Muito prazer.

Nagoya – centro administrativo de Chuukyou. Na mosca para Sesshoumaru.

-Akai... Sesshoumaru. – ele pausou para se decidir falar o nome. Ela não precisava ter dito o dela, então era sinal de que queria que ambos se tratassem pelo nome pessoal, e não o de família – Igualmente.

Viu-a piscar ao ouvir o nome. Provavelmente não havia entendido. Não podia culpá-la, já que não havia pior nome no universo para os pais escolherem.

O rapaz pediu licença e retornou ao assento, terminando a conversa. A impressão que Rin teve dele é que era um daqueles típicos rapazes que costumam mostrar algo mais do que são. Não tornou a falar, e também não ficou interessada em manter conversa.

Vários outros estudantes chegaram e Rin teve que aguardar ansiosamente pela chegada do professor, pois sentia olhares curiosos em sua direção. Estava de um vestido vermelho que ia até as pernas, que mostravam parte das botas pretas que usava, além de uma pequena boina da mesma cor do vestido. Estava bonita, como alguns rapazes pensavam naquele momento, mas não queria mais chamar atenção de ninguém.

Enfim o professor chegou: um homem que parecia ser bem enérgico, professor de Direito Penal. Rin teve que se apresentar na aula dele e de outros professores, chamando atenção da turma. Muitos a acharam simpática e ela começou a fazer alguns contatos durante os intervalos.

Em um desses intervalos, um outro rapaz de aparência muito bonita e extremamente simpático a pegou pela mão e começou a conversar com ela, levando-a a uma garota que estava sentada em um dos cantos da sala. Tudo sob um olhar atento de Sesshoumaru, que permanecia no lugar.

-Eu sei que você já conhece a Nozomu-san, mas agora chegou a vez dela nos conhecer, né?

-Acho melhor não, Miroku, ou ela vai acabar não falando mais com você ao descobrir como você é.

-Ahh... não fale assim, Sango! Ah, Nozomu-san, esta aqui é Kawashima Sango e eu sou – deu o mais lindo sorriso que tinha – Houshi Miroku. Muito prazer.

-Prazer... – ela falou um pouco sem jeito.

-Eu sei que está um pouco tímida, mas nós queremos apenas "enturmar" você. Nada de ficar sentada lá na frente, colocando e tirando toda a hora o seu lindo chapeuzinho. – falou o rapaz, colocando as mãos no ombro da garota, mas sendo, logo em seguida, devidamente retirados por Sango.

-Nem pense em fazer algo com ela, Houshi.

Mal a garota chegou e aquele rapaz da família Houshi já estava aprontando? Claro que a menina dos Kawashima não iria deixar, mesmo assim, pensou Sesshoumaru, seria bom manter os olhos nele.

-C-Claro, Sangozinha! Eu não ia fazer nada... – deu um sorriso sem graça. Rin apenas observava a cena. Sango viu que a garota ainda estava muito quieta e tratou de puxar conversa.

-E aí? Quer dizer que veio de Nagoya?

-Sim, eu... – não havia necessidade de contar o que acontecera, certo? – Eu vou terminar o curso aqui. – respondeu a garota prontamente, e com um sorriso que fez Miroku se derreter.

-Que sorriso bonitinho...

Rin corou e tratou de colocar o chapéu – que estava em suas mãos – na cabeça para disfarçar. Sango a puxou para um canto e falou-lhe:

-Escute, tome cuidado com ele. Só tem aquela carinha de monge, mas é um delinquente muito perigoso.

Rin arregalou os olhos e perguntou:

-É?

-Ei, Sango! Não queime meu filme com ela!

-Seu filme já é queimado há muito tempo, meu querido Houshi!

-Ei... – ele deu um sorriso sem jeito – Mas eu não estou mentindo... ela é mesmo uma gracinha quando sorri.

Aquilo foi a deixa para Sesshoumaru falar:

-Vocês vão ficar muito tempo por aqui? – perguntou.

Miroku olhou para trás, viu Sesshoumaru e respondeu:

-Por que, Sesshoumaru?

Rin e Sango não ouviram e tampouco quiseram saber qual resposta de Sesshoumaru. Continuaram conversando enquanto Miroku se explicava com o rapaz, que os interrompera sem saber.

-Ah.- disse Sango, batendo um punho fechado na palma aberta, como se tivesse uma grande ideia no momento que vira Sesshoumaru perto deles – Que tal se apresentarmos alguns amigos nossos mais tarde? Kagome e Inuyasha vão se alegrar muito em conhecer você.

-Bem... – Rin coçou a cabeça e deu o sorriso mais doce que tinha – Eu acho uma boa ideia, sabe? Cheguei há dois dias aqui e não conheço mais ninguém além da mulher da secretaria, que me ajudou a encontrar a sala.


Dois meses já haviam se passado e Rin não teve grandes dificuldades em acompanhar a matéria da Universidade, ao contrário de seus únicos colegas da sala, Sango e Miroku. Os três estavam reunidos na biblioteca e estudavam juntos para uma das provas que enfrentariam naquela semana.

-Pessoal, não é difícil... – falava Rin segurando um caderno.

-COMO ASSIM? "NÃO É DIFÍCIL"? – gritou Sango ao ouvido dela. – Essa é a matéria mais difícil do último ano e ainda fala que não é difícil?

-Só Rin-sama acha que não é difícil, Sangozinha. – falou Miroku – É até agora a única pessoa que consegue se equiparar com Sesshoumaru.

-Isso porque Rin-chan é muito inteligente – Sango comentou, tirando a boina azul-marinho que Rin usava naquele dia da cabeça da garota – E ela não é tão indiferente quanto Sesshoumaru-sama...

-Argh... Esse cara... – Rin revirou os olhos e pegou de volta a boina, colocando-a na cabeça – Não sei como conseguem falar com ele sem se aborrecerem...

-Rin-chan... Como sempre não curtindo o cara de Sesshoumaru-sama. – Miroku se arriscou a comentar – Podemos saber o motivo.

-Ele. É. In. su. por. tá.vel. – disse a garota pausadamente, ainda ajeitando a boina na cabeça - Não sei como vocês ainda conseguem andar com ele.

Os dois tentaram conter uma risada.

-Só por que ele reclamou do seu canto naquele primeiro dia de aula? – Miroku perguntou. Claro que não era fácil acompanhar o líder da classe. Por isso que o contato dele e de Sango com Sesshoumaru se restringia a "ois" e "bom dias" educados por ser irmão mais velho do amigo deles, Inuyasha.

-Não por causa disso. – ela revirou os olhos – Não simpatizo com ele desde aquele dia que me começou a me chamar de...

Sango e Miroku aproximaram as cabeças para ouvirem melhor. Já haviam escutado a história e rido milhões de vezes antes, mas era sempre divertido ver Rin falar.

-"De..."? – falaram para persuadi-la.

-"Menina". – ela repetiu num desprezo.

Não havia nada, nada mesmo, nada pior que as pessoas a tratarem por "menina". Ela podia aguentar "moça", "tia", "senhora", mas "menina" era quase uma ofensa para ela.

-Eu o odeio!. – enfatizou a garota, fazendo uma cara aborrecida. Os dois colegas que a acompanhavam tentaram, em vão, conter uma risada.

-Ai, ai, Rin-chan...- falou Sango – Eu não me canso de imaginar a sua cara nessas horas... Eu nunca fiquei por perto quando ele vem conversar com você.

-É mesmo, né, Sango? – Rin aproveitou para ser mais sarcástica – Pimenta nos outros dos outros não arde mesmo.

-Rin-sama é uma peça... É a única garota que odeia o Sesshoumaru-sama.

-Como assim? – ela arregalou os olhos.

-Entre todas as garotas, Rin-sama é a única que odeia Sesshoumaru.

-Caramba... – ela piscou e deu uma bufada – E por acaso existe louca que gosta daquele iceberg?

Uma enorme gota surgiu no rosto dos dois, e eles tentavam disfarçar o sorriso mais sem graça do planeta.

-Rin-sama... Praticamente todas as garotas são loucas por ele. – Miroku deu um sorriso meio sem graça – Ele é perseguido por uma das loucas há tempos já.

-Eu não sou uma delas, Miroku... – falou Sango corando. Ele também corou ao escutar aquilo e Rin se sentiu uma vela. Imaginou depressa alguma coisa para prosseguir a conversa e impedir que o assunto avançasse na parte dos relacionamentos, um assunto do qual fugia há semanas.

-Essas garotas que gostam deles devem ter um parafuso a menos, só pode... Para gostar dele assim... E além disse, ele reclamou da minha música! Só porque eu estava cantando bonitinho... Eu não canto tão ruim, canto?

-Depois a gente tira a prova no karaoke, Rin-chan.- falou Sango.

-Existe karaoke para as menininhas até sete anos? - alguém falara atrás dos três. Eles se viraram para olhar e Rin fez uma discreta careta.

-Olá, Sesshoumaru. – ela poderia ter disfarçado a expressão no rosto, mas a voz era de desprezo – Não se tem para criança, mas os velhos estão convidados.

De novo, choque entre os olhares. O chocolate não queria se misturar com o mel.

-Inuyasha pediu para avisar que vai encontrá-los mais tarde com Kagome.

-Ah... –Sango e Miroku piscaram, e ela continuou – Muito obrigada por avisar, Sesshoumaru-sama.

Assim que ele se afastou, Rin abriu a boca:

-'Tá vendo só? Ele me irrita com essas piadinhas sem graça... "Karaoke para crianças", "Medidas de segurança para crianças"... "Comida para crianças"... Tão novo e parece tão velho!

-Rin... – Sango começou – É melhor estudarmos.

-E por que estudar isso aqui? É tão fáciiiiii... – Não terminou de falar, pois Sango tinha puxado a bochecha dela.

-É fácil pra você que é inteligente, mas Código Penal é o terror do quinto ano. E pare de falar de Sesshoumaru.

-Eu tô falando? Vocês que ficam me perguntando sobre ele! E eu o odeio, eu já disse! Falar mal dele será minha especialidade. Mas... Vamos estudar, vamos estudar e... Houshi - ela virou-se para Miroku - Tire suas mãos daí.- completou, tirando as mãos de Miroku de perto da cadeira onde sentava.

-Nossa, Rin-chan tem um sexto sentido apurado... Como sabia que Miroku podia tentar alguma coisa com você?

-Por que ele ficou muito quieto nos últimos minutos. – ela sorriu, sem graça e graciosamente.


-Sesshoumaru-sama tirou uma boa média este semestre... – dissera alguém.

-Nozomu-san também tirou uma boa média. – outro comentava.

-Parece que foi a mesma de Sesshoumaru-sama.

-Os dois devem estudar juntos, né?

-Acho que não... Nozomu-san sempre estuda ao lado de Kawashima e Houshi... – a turma toda comentava.

O intervalo foi anunciado pela campa e a turma começou a esvaziar a sala. Como não tinham um lugar que fosse apenas deles, Miroku, Sango e Rin ficaram na sala, conversando enquanto a próxima aula não conversava.

-Acho que estão falando de nós... – comentou Rin, falando com Miroku e Sango, ao perceber que a turma toda olhava para eles antes de saírem da sala.

-Também estão falando de Sesshoumaru-sama. As garotas estavam suspirando. – Sango revirou os olhos – Agora começo a entender o que Rin-chan sente.

-Por que vocês o chamam pelo nome? – quis saber Rin, tirando o chapeuzinho rosa que usava naquele dia.

-Pra não confundir com Inuyasha, caríssima Rin-chan – Miroku já tinha as mãos nos ombros dela e fazia uma massagem – Que tal comemorarmos mais tarde com ele e Kagome, hein?

-Ah... – que massagem boa... – Não sei... Amanhã não tem prova, não?

-Tem sim – alguém confirmou atrás deles.

Rin não acreditou que fosse ele de novo. Parece que sempre que falavam sobre ele, Sesshoumaru aparecia para deixá-los em graça. Ela já estava começando a evitar a falar a respeito dele ali na sala para que ele não escutasse – entretanto não faria diferença para ela que seu chefe de turma soubesse o quanto ela o odiava.

-Sim, Sesshoumaru-sama? – perguntou Sango, tentando conter um riso ao ver a careta que Rin fez ao vê-lo ali.

-Nozomu – Sesshoumaru falou, fazendo com que Rin se assustasse ao escutar o nome pronunciado por ele.

-Oi? – ela se ajeitou na cadeira e tentou se mostrar o mais séria possível.

-Parabéns pelas médias. Parece que estão comentando.

-Ah... verdade? – Rin fingiu surpresa. Claro que estavam comentando. Inclusive comentavam que ela e Sesshoumaru estudavam juntos! Absurdo isso.

-Como praticamente temos as mesmas médias, pensei melhor em me juntar ao grupo de vocês... – Sesshoumaru enfiou as mãos dentro dos bolsos da calça social e tinha uma expressão tranquila. Não iria provocar Nozomu. Resistiria muito bravamente à tentação de irritá-la – Vocês aceitam mais um no grupo ou... – parou de falar ao ver o rosto de Rin assumir uma expressão de terror – Algum problema, Nozomu?

Oh-oh.

-Não... quer dizer... tem sim. – ela bateu o punho na mesa onde estava – Não podemos aceitar você porque aí todas as garotas vão querer ficar nos atrapalhando porque você estará conosco e...

-E qual é o problema, Rin-sama? – Miroku interveio, que estava pensando que seria o máximo se milhares de garotas procurassem o grupo para atrapalhar – Eu ia achar legal que ele entrasse no grupo, mesmo porque... –interrompeu a fala ao ver a expressão ameaçadora de Sango.

-Na verdade... – Sesshoumaru iria provocá-la para fechar a cota diária – Elas não atrapalham tanto assim.

-Ai... Você não sofre, não? – perguntou a garota, parece que já esquecida da raiva que sentia pelo rapaz, e Sango e Miroku a olharam interrogativamente – Quer dizer... querer estudar e um monte de gente atrapalhando... Não que nós não fizéssemos isso algumas vezes, quando conversarmos alto na biblioteca, mas... – ela continuou a falar e falar, e o sotaque não permitia fazer pausas. Os três ouvintes tentavam acompanhar o máximo que podiam. Rin quase não tomava fôlego quando falava, deixando até mesmo Sesshoumaru surpreso ao perceber que existia alguém assim.

-Podemos começar então amanhã os estudos?

Rin estalou e subitamente parou a fala. Empalideceu e tratou de inventar um "não" bem caprichado, entretanto Miroku e Sango tomaram a palavra.

-Nenhum, Sesshoumaru-sama. Amanhã estaremos estudando na biblioteca.

-Certo, então até amanhã. – e foi embora com a mesma tranquilidade que apareceu ao atrapalhar a conversa do grupo.

Um momento de silêncio e depois Rin começou a gritar no ouvido dos colegas.

-O QUE VOCÊS FIZERAM? COMO PUDERAM FAZER ISSO COMIGO?

-Calma, Rin-chan... É melhor que nós quatro estudemos juntos... É melhor para aprender... Você não se sobrecarregar ao nos ensinar... – Miroku erguia as mãos na defensiva.

-Mas tinha que ser justo ele?

-E você queria que fosse quem?- perguntou Miroku, olhando para uma das garotas e recebendo um puxão de orelhas de Sango.

-Sei lá... Qualquer um, menos ele!

-Rin-chan... Estamos no quinto ano. Não é uma boa época para ficar de briguinhas com outros estudantes como se fôssemos crianças.

-Grrrrr... –Rin rosnou diante da palavra mágica e ajeitou a boina com raiva no alto da cabeça.

-Não pense que isso funciona conosco, menina! – Sango retirou a boina que ela tinha colocado e ficou brincando com o objeto.

-DEVOLVE, SANGO-CHAN!

-Pega, Miroku!

-É pra já! – o rapaz pegou o objeto que Sango arremessou.

-Miroku, Sango, parem com isso! Devolvam a boina! – Rin falava numa voz de choro.

-Que bonitinha a Rin-chan falando desse jeito! Manda, Miroku! – o rapaz escutou a ordem dela e mandou o chapéu para a garota, entretanto alguém pegara no ar e fizera os três olharem para ele.

-Está aqui. – falara Sesshoumaru, fazendo Rin corar ao colocar o chapéu na cabeça da garota.

Tão alto... E tão grande...

E aquele cheiro...

-Não faça bagunça, menininha. – ele terminou, afastando-se dos três.

Miroku e Sango começaram a rir da expressão de surpresa e, em seguida, de raiva que a garota fizera.

-EU NÃO GOSTO DELE! – falara por fim, ao ver o rapaz sair da sala.