Pequenos acidentes podem acontecer ao excelentíssimo Sr.Malfoy em uma tarde que prometia ser tediosa... Todos pensam que é o fim dela, ele não tem tanta certeza...o seu último desejo? Hum...que tal um escravo sonserino?
A Maléfica Escada da Torre de Astronomia
Aquele prometia ser o dia mais chato de todos na escola: Dia dos namorados.
Se havia um dia em que as pessoas suspiravam parecendo estarem com algum tipo contagioso de asma, era este. Mais do que o resto dos sonserinos solteiros, existia um certo loiro muito emburrado jogado em uma das poltronas da sala comunal.
- Vai ficar aí o dia todo? – Um grande aluno tapou a luminosidade que provinha da lareira.
- Pretendo. – Respondeu friamente Draco. – Será que daria pra sair da frente do fogo Goyle?
- Arre... por que todo este mau humor? – Perguntou Goyle indo para o lado dele.
- Você tem a memória tão boa quanto à de um rinoceronte... – Comentou Draco cruzando os braços.
- Eu? E tem alguma coisa pra lembrar hoje?
- Sua besta, esqueceu que hoje é dia dos namorados? – Ele se sentou educadamente na poltrona, dando espaço para seu guarda-costas.
- Ah... – Suspirou ele se sentando.
- Agora devemos estar sofrendo uma epidemia de asma... – Resmungou o loiro olhando enjoado para um casal que se agarrava na poltrona da frente. – Eu tinha esperanças de que não se alastrasse até as masmorras, mas parece que algum incompetente já trouxe para cá... E contaminou você.
- Cara, do que diabos você está falando! – Exclamou ele animado com sua cara de desentendido. – Asma?
- Falta de ar... – Resmungou o outro impaciente. - Suspiros são altamente irritantes para mim.
- Que idiotice é essa? – Goyle deu uma grande risada. – Você está dizendo que não suporta o dia dos namorados e tudo que envolve a data?
- Oh... – Exclamou ele falsamente admirado. – Parece que alguém aqui é um gênio...
- Por que não gosta deste dia? – Perguntou ele observando uma sonserina passar. – É o único em que podemos fazer algo mais interessante na sala comunal sem sermos xingados.
- É muito simples: Eu não tenho uma namorada!
- Mas é muito fácil de arranjar uma para você! – Ele pulou da poltrona fazendo um grande barulho. – Olhe só a Parkinson, ela está sempre enchendo o saco pra te acompanhar em...
- Não. – Decretou ele. – Pansy é muito chata...
- Mas ela faz tudo que você quer! – Protestou o outro.
- Exatamente, é maçante... – Murmurou Draco o puxando de volta, para que parasse de berrar. – Nem parece que ela tem uma alma...
- Hum, mas não daria mesmo... – Balbuciou Goyle esfregando o queixo com os dedos. – Acho que ela está com Crabbe...
- Crabbe! – gritou Malfoy pulando. – Ela me trocou por Crabbe!
- Tecnicamente não... – disse Goyle calmamente. – Já que vocês nunca tiveram nada...
Ele se pôs de pé, arrumando novamente sua gravata prata e verde, que estava afrouxada, desde que havia se jogado naquele sofá há cerca de duas horas atrás.
- Aonde você vai?
- Atrás de Pansy. – Disse ele secamente.
- Mas eu pensei que você não gostasse dela... – Ele levantou as mãos escandalosamente.
- Eu não gosto. – Pegou sua capa de cima do braço do sofá, vestindo-a.
- Não entendo você...
- O grande problema, Goyle, é que todos acham que afinal temos alguma coisa. – Explicou Draco pacientemente.
- Eu e você? – Resmungou o grandalhão franzindo o cenho. – Oras, todos sabem que somos amigos...
- Não sua besta! – Xingou Malfoy indignado com a burrice do colega. – Estou falando de Pansy! Parkinson!
- Ah... – se deitou no sofá, que rangiu com o peso. – Vá então...
Depois de um último olhar descrente para Goyle, ele se distanciou seguindo o caminho para a parede que era a passagem secreta. Cerca de vinte e quatro pessoas pararam com suas comemorações privadas para cumprimentá-lo... Seria muito grato se parassem com aqueles malditos suspiros irritantes de ò querida e olhe o que eu trouxe para você...
Infelizmente a situação não mudou muito saindo para as masmorras, ele deduziu que escuro atraia enamorados, e desta vez não foi nada gentil ao realizar um Lumos estranhamente potente que iluminou o local, deixando visível cada fenda na parede.
Por um motivo desconhecido, as pessoas não o cumprimentaram desta vez, mas seu distintivo de monitor fez-se valer, e ele saiu sem nenhum arranhão dali.
Caminhando desnorteado pelos corredores do castelo no andar superior, imaginava onde poderiam estar aqueles dois... aquele maldito colégio era tão grande quando se queria encontrar alguém. Mas logo estes pensamentos cessaram, deviam estar na Torre de Astronomia, afinal, perdera a conta de quantas vezes Pansy tentara o arrastar para lá... e ele sabia muito bem que ela não tinha nenhum amor pela matéria.
Uma criatura saltitante vinha jogando corações de papel vermelho para todos os lados, com um sorriso estampado na cara e os olhos fechados, Luna Lovegood cantarolava em altos brados uma musica natalina que não tinha, na opinião de Draco, absolutamente nada a ver com a situação.
- Hoje é dia dos namorados, Lovegood. – Gritou ele observando a garota continuar sua rota, se aproximando cada vez mais. – E não natal.
Ela não parecia ter ouvido, ou pelo menos não se importou em continuar de olhos fechados, pulando onde sua intuição dizia ser seguro. Mas claro que sua intuição não tinha lá muito juízo, e ela acabou por quase atropelar o sonserino.
- O que diabos pensa que está fazendo! – Xingou ele se levantando rapidamente, seu ombro doía no ponto onde haviam se chocado, e tinha perdido totalmente o equilíbrio, caindo no chão.
- Estou sendo guiada pelo amor! – Disse ela dando giros e giros de braços abertos, espalhando corações de papel para todos os lados. – E parece que você não tem uma aura nada boa!
- Aura? – Draco sentiu-se tão tentado a colocar o pé entre as pernas dela, e fazê-la tropeçar, caindo no chão...
- Deveria estar mais feliz em pleno dia dos namorados! – Ela começou a cantarolar outra música natalina.
- Você não tem nada a ver com isso! – Retrucou ele olhando-a dar voltas em torno dele.
- Eu não admito que exista alguém tão mau-humorado neste dia! – Ela pulou a frente de Malfoy sorridente. – Já sei o que vou fazer!
Luna agarrou o colarinho dele, e puxou-o, dando selinhos em todos os lugares que alcançou.
- Hei! - Resmungou ele se afastando, estava muito bravo com aquilo, limpou seu nariz e bochechas, principais atingidos, com a manga. – Pare com isso!
- Não acredito! – Disse ela em tom de desanimo. – Sua aura está péssima!
- Eu não lhe dei o direito de fazer isso! – Ele revirou os olhos impaciente, tentando passar por ela, que trancava a passagem.
- Mas é impossível, isso sempre funciona! – Luna fez uma cara pensativa. – Talvez seja preciso passar para a fase dois... nunca vi tanto mau humor.
- Do que você está falando!
- Da sua aura! – Ela balançou a cabeça rindo. – Como você é distraído!
- Saia da minha frente Lovegood. – Sibilou Draco.
- Ah, eu acho que não vou passar para a fase dois com você... – Resmungou ela desanimada. – Seu mau humor pode me contaminar, e aí como é que eu vou ajudar as pessoas?
- Não faço a mínima idéia do que você está falando. – Retrucou ele. – Mas dava pra parar de pular e sair da minha frente!
Ela suspirou e lançou mais alguns corações nele, numa possível tentativa de fazê-lo sorrir, o que obviamente não deu certo. Então continuou a sua rota cega e saltitante.
Infelizmente desta vez ela esbarrou em um sonserino acompanhado, e procedeu da mesma maneira que havia feito com Draco, enchendo o sujeito de beijos. A namorada dele evidentemente deu no garoto um tapa que doeu até em Malfoy e saiu em passos muito zangados.
Ele olhou desnorteado para Draco, enquanto Lovegood voltava a saltitar, se distanciando. O monitor apenas sorriu continuando o seu caminho até a Torre de astronomia.
Pensando bem até que Luna era um bom antídoto para o dia dos namorados, era só colocá-la perto de caras acompanhados, que numa tentativa de purificar a aura deles, ela os separaria das namoradas. Isso lhe pareceu demasiadamente cruel para se fazer com seus colegas de casa, então decidiu que seria melhor só deixá-la chegar perto de caras de outras casas, para sua própria segurança...
A Torre de Astronomia podia ser um lugar muito sombrio se você quisesse, mas quando se está pensando que todos acham que você está sendo traído por sua suposta namorada, aquele lugar fica menos perturbador.
Nem notou que tinha alguém descendo a escada da torre enquanto ele subia, e esbarrou nesta pessoa. Ouviu um barulho atrás de si, parecia que a pessoa estava rolando escada abaixo, mas quem se importava? Estava esbaforido quando alcançou o último degrau.
Crabbe e Pansy estavam conversando alegremente, talvez perto demais para o gosto de Draco.
- Hei! – chamou ele assustando os dois.
Pansy tentou esconder o seu sorriso.
- Nós precisamos ter uma conversinha, senhorita Parkinson. – Sibilou ele se aproximando do casal.
- Quer falar comigo Draco? – Perguntou ela em seu tom mais meloso.
- Foi o que ele acabou de dizer... – Resmungou Crabbe.
- Eu quero saber o que a senhorita está fazendo aqui em cima com...
- Eu sabia que você me amava Draco! – Gritou ela se jogando em cima do loiro. – Você está morrendo de ciúmes do Vicent!
- Se você não largar o meu pescoço eu vou morrer asfixiado. – Murmurou ele tentando desgrudar a garota. – E não é nada disso!
Ela se distanciou chocada, em sua melhor pose de melodrama colocou a mão na cabeça.
- Não, não... – gritou escandalizada. – Não me diga que o seu ciúme é tanto que vai matar o Crabbe!
Draco revirou os olhos em pura impaciência, pensando no que devia ter feito para merecer aquela garota. Crabbe piscou abobalhado.
- Não! – Continuou ela dramaticamente. – Parem de brigar por mim!
Os dois continuavam parados em seus lugares, observando Pansy se debater para separar a suposta briga por ela.
- Ah, cale a boca! – Reclamou Malfoy. – Será que seria possível parar com esta encenação e me ouvir!
Ela voltou seus grandes olhos esperançosos para ele, tentando ignorar a expressão nada romântica do sonserino.
- Preste bem atenção Pansy. – sibilou ele inspirando profundamente. – Todos os habitantes idiotas deste castelo acham que temos um caso...
- E nós temos! – Ela girou.
- Não, não temos caso nenhum. – Continuou observando a garota murchar. – Mas ainda sim as pessoas acreditam que temos...
- Mas nós temos!
- Não temos não! - Gritou ele.
- Temos!
- Não!
- Escuta, vocês tem ou não este maldito caso? – Perguntou Crabbe entediado.
- Não! – gritou Draco antes dela. – E eu quero que todos tenham certeza disso! Ainda mais antes de você começar a sair com outros e todos acharem que estou sendo traído!
- Então...então... – Fungou Pansy. – Você só quer que eu termine publicamente o que nem começou entre nós?
- Isso mesmo. – deu uma viva pelo raciocínio da garota. – Assim estarei salvo das fofocas destes desocupados...e depois você poderá sair com quem quiser...
- Mas eu quero você! – Ela deu alguns pulos mimados e saiu correndo escada abaixo.
Ouviram-se alguns gemidos, provavelmente a pessoa que Draco havia derrubado da escada havia sido prontamente pisoteada por uma desamparada Pansy.
Crabbe olhou confuso para os lados, incerto que de a garota havia sumido.
- Hey, onde estão os bolinhos? – Pediu ele para Draco.
- Que bolinhos?
- Os que Pansy havia me prometido! – Ele fungou, percebendo que não havia bolinhos em um raio de metros. – Fui enganado!
- Por Merlin... – Murmurou Draco dando as costas para ele e começando a descer as escadas.
- Malfoy! Espere-me, eu não sei o caminho de volta para a nossa sala comunal! – Gritou Crabbe correndo para ele.
O grandalhão tropeçou em um de seus cadarços desamarrados, e caiu escada abaixo, quase levando Draco junto, que por sorte se agarrou à parede e continuou de pé.
Ele parou estático, esta era a segunda pessoa que havia rolado pela escada da torre de astronomia naquele fim de tarde, faturaria uma boa grana se começasse a cobrar para que as pessoas vissem o espetáculo.
Pensou mais um pouco antes mesmo de descer para socorrer o seu guarda-costas. Crabbe provavelmente havia rolado por cima da pobre alma que já havia sido pisoteada por Pansy...Isso parecia realmente grave, ainda mais por que quem tinha derrubado a pessoa, por acidente, era um monitor:ele!
Acabaria perdendo o distintivo se não ajudasse a pobre pessoa, esperava que não fosse um aluno franzino do primeiro ano que nunca resistiria a tanta tortura...
Desceu as escadas correndo, a luz da varinha iluminava o caminho para que não se juntasse aos desacordados lá de baixo. Avistou Crabbe desmaiado, mas aparentemente muito bem, e uma garota que o fez sorrir.
A Weasley havia pagado todos os seus pecados ao tentar acabar o seu dever de astronomia na torre. Chegando lá, notou que o lugar já estava ocupado, e desceu, rolou a escada, foi pisoteada e Crabbe havia visivelmente passado por cima dela.
Seu sorriso se apagou, levaria uma detenção terrível por não tê-la ajudado antes, esperava que ela não tivesse visto que fora ele o culpado pela queda. Consciente de que a grifinória faria o possível e o impossível para incriminá-lo, se lembrasse de que fora ele, a levantou com um feitiço e saiu correndo para a enfermaria.
N/A : Bem, primeira Dg, mas não primeira comédia...apesar das outras não terem sido publicadas, nem acabadas...é a preguiça e outra fic que me roubou muito tempo "Alma Intrusa" (propaganda... é um suspense com indícios de comédia...por que eu não conseguiria escrever algo inteiramente sério...) Então, não me peçam por uma interação dg no primiero capítulo, por que isso é potencialmente impossível, e não sei se vai ter no segundo, ok? Não sei mesmo...
