Ambíguo
Hina
Drama- Mpreg
1x2 - 3x2
-Essa fic nãotem fins lucrativos, é apenas de fã para fã.
Conteúdo Yaoi/mpreg.
-Se te incomoda esse tipo de material não prossiga na leitura.
Aos demais,
Espero que gostem.
Em plena guerra das nações.
Nunca havia imaginado como seria quando se desse o fim daquela guerra. Sempre fui um imutável soldado criado apenas para a batalha. Era frio e ignorava completamente qualquer coisa como sentimentos, afinal havia aprendido que eles deviam ser ignorados.Eu havia diso treinado para isso, eu era Heero Yui. Um soldado frio.
Mas eu era um humano, embora o treinamento tentasse me afastar disso. Tinha necessidades de um humano, eu não passava de um adolescente descobrindo a sexualidade.
Confesso que fiquei bem assustado quando descobri que não podia ignorar isso, embora tentasse jamais conseguiria passar sem sexo, meu corpo tinha essa vontade e eu, apesar dos treinos não consegui doutriná-lo.
A primeira vez que senti aquele calor que queima agente por dentro eu devia ter uns 16 anos, e foi bom, realmente foi bom. Naquela época eu andava agitado, sem concentração, e extremamente calorento. Estranhos sintomas, principalmente para alguém como eu. Era de noite quando comecei a sentir os fortes sintomas da excitação, estava no meu inseparável laptop quando comecei a ver alguns sites de pornografia, eram interessantes. Mas eu precisava de mais, eu precisava sentir e não apenas ver. Naquele momento meu companheiro de quarto entrou sem aviso, ele sempre fazia isso. Fui rápido o suficiente para fechar a tela com pesadas imagens de sexo explícito e disfarçar meu pênis que crescido se levantava entre minhas coxas. Duo falava sem parar, nem sei o que ele tanto dizia, não prestava atenção em quase nada que aquele americano baka falava.
Lembro-me daquele dia, e como poderia esquecer? Ele entrou falante e eu o olhei, estava escuro no quarto, mas conseguia vê-lo alià minha frente, falando e sorrindo, e pela primeira vez me senti o mais humano de todos os humanos, não sei como fui deixar acontecer, mas quis sentir o corpo de Duo. Ele era meu parceiro, o piloto 2, o shinigami, e eu ali, querendo usá-lo para me aliviar. Era no mínimo absurdo, o soldado perfeito, como Duo sempre me chamava querendo possuir o próprio companheiro de luta. Mas dane-se. Eu estava com um baita tesão, é isso, essa é a palavra que acreditei nunca usar comigo mesmo, mas era um fato naquela noite.
Lembro que Duo ficou quieto sem saber porque eu o olhava profundamente. Ele foi recuando ao passo que eu me aproximava até que parou contra uma parede e nossos corpos foram se juntando, meu pênis vibrou quando eu passei a sentir o perfume daqueles cabelos que ele trazia sempre numa trança, muito confuso ele nada falou, e nem eu. Tive que fechar meus olhos com força para conter um louco pensamento que me veio à cabeça. Era um Duo nu e de quatro abaixo de meu corpo que o subjugava a um sexo violento, era apenas o que eu queria de meu companheiro naquele momento, queria apenas o corpo dele, queria apenas que Duo Maxwell me servisse, era mesmo absurdo. Eu soube disso quando vi os olhos dele, arregalados me mostrando um conjunto violeta que me fez queimar por dentro, eu vi que ter alguém como Duo Maxwell era bem mais que ter um corpo morno, era ter a alma de um verdadeiro ser humano, uma alma vibrante e intensa. Aquilo me assustou, afinal eu de um momento para o outro descobria que podia sentir como qualquer ser humano e havia descoberto também que sentia por Duo tantas coisas fortes. Eu ainda não sabia o que era, mas sabia que sentia por ele algo que estava ameaçando a existência do Yui soldado frio. Isso eu não podia deixar.
Lembro de tê-lo golpeado com extrema força o fazendo perder os sentidos. Era fato que eu sempre fora mais forte que Duo fisicamente, eu havia sido treinado para isso e ele era mais frágil, mais sensível, seu corpo era menos musculoso. Porém eu o achei a pessoa mais linda e perfeita do mundo, tão mais perfeito que eu. Tão jovem e inocente ele pareceu ser em meus braços naquela noite quando o deitei sobre a cama. Fechei os olhos e deixei que meus dedos tocassem seus lábios, pequenos e entreabertos, tão macios e gostosos, queria ter aproveitado mais, queria ter o molestado mais, porém me decidi que ali já era o bastante, deixei o corpo de Duo ali, e levei comigo aquele toque macio em seus lábios.
Desci as escadas como uma bala, eu tinha que sair dali, tinha que me afastar dele o quanto antes, naquela noite decidi que nunca mais veria Duo novamente. Na minha ânsia por fugir, sim eu estava fugindo, esbarrei com Trowa, ele me olhou de forma inquiridora, depois olhou para a escada, supôs que havia acontecido alguma coisa com Duo, afinal eu e o americano baka vivíamos entre desentendimentos.
-O que fez ao Duo? – Trowa me perguntou agressivo.
Eu apenas o olhei com toda a frieza que consegui reunir dentro de mim e soltei um resmungo qualquer, lhe dando provas que não estava disposto a perder meu tempo com alguém como ele ou Duo.
Trowa ficou ainda me encarando atrapalhando meu caminho até que nosso outro companheiro, Quatre, o removesse da minha frente temendo que algo mais grave acontecesse. Eu na verdade nada tinha contra o piloto Três. Na verdade nutria algum tipo de compreensão profissional por ele, o rapaz era um ótimo piloto, e tinha um bom caráter, me bastava, já que não pretendia me envolver com nenhum deles, mas se Trowa ou qualquer dos outros ameaçassem meu caminho e os tornaria pó, essa era minha idéia.
Vi quando Quatre o puxou delicadamente pelo braço.
-Trowa. O que tenha acontecido entre eles não é da nossa conta. – O loiro falou baixo no seu sempre sensato tom. Eu gostava de Quatre, ele era sempre compreensivo com todos.
-Quatre, mas e se ele tiver ferido o Duo? – Trowa desviou seus médios e misteriosos olhos para o loiro. Eu nem Quatre sabíamos o motivo para a preocupação com o americano.
-Ele vai nos ter feito um favor. Ninguém suporta o baka americano. – Wufei resmungou da sala sem dar muita importância ao fato. Ele nunca se envolvia muito em nossos assuntos, assim como eu. O piloto cinco parecia querer nos ignorar, e isso era o sensato a fazer. Não erámos amigos, apenas estávamos unidos por um ideial, era assim que tinha que ser. Mas eu, justo eu, em algum momento esqueci isso. Na verdade esqueci quando me deixei ser alcançado por aqueles belos olhos violetas que Duo tinha.
Trowa e Quatre se distraíram com Wufei e eu aproveitei para sumir pela noite, não voltaria mais ao convívio dos quatro garotos que também pilotavam os Gundam. Era melhor fazer isso agora, antes que me envolvesse com eles, antes que começasse a sentir algum tipo de afeto.
Desde aquela estranha noite que eu descobrira ser um homem e que me vira sentindo por meu companheiro um tipo de excitação que não voltara mais àquela casa. Envolvi-me em muitas missões perigosas, algumas delas suicidas, havia tanta aventura na minha vida, tantos perigos, mas não havia uma maldita noite que meus lábios não abrissem e fechassem chamando aquele curto nome: Duo. Sim, Duo não saía da minha cabeça. Era em sonhos e delírios onde eu via meu companheiro fazendo as mais sensuais poses, gemidos e posições mais eróticas possíveis, de fato estava ficando obcecado por ele a ponto de me tornar ridículo, afinal aquele bobo garoto nem saberia que aquelas posições sexuais existiam, ele havia sido criado num orfanato religioso e ao que tudo parecia teria sido padre, ele jamais brincava de forma mais ousada, ele sempre me pareceu tão infantil e inocente. Mas nunca em meus sonhos, neles Duo era sempre um demônio de tentação erótica.
Dois meses se foram desde aquela noite. Eu agora vagava pelo universo com meu Gundam. Entre uma missão e outra.
Os painéis mostravam que estava em L4, uma das muitas colônias espalhadas pelo universo. Lembrei que ali era a terra natal de Quatre, aquele loiro compreensivo, e é claro que isso me lembrou Duo, fechei os olhos com força e quando os abri notei três pontos luminosos que piscavam de forma insistente, estavam se aproximando de forma perigosa. Preparei o Wing para algum possível combate, mas logo vi serem eliminados dois dos pontos, o outro se aproximou. Era um Gundam, era Sandok.
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Não sei o motivo que me fez aceitar o gentil convite do loiro para um chá, o fato é que agora estava numa das bases de Quatre, sentado numa poltrona de pernas cruzadas e com uma xícara de chá nas mãos.
Quatre me sorria tomando seu próprio chá. Queria saber o motivo que me levara a fugir naquela noite.
-Heero. Eu sei que nada temos a ver com sua vida. Mas nos deixou bem preocupados esse tempo todo. Ouvi notícias suas, das suas missões, daí vi que estava bem. – Ele havia acabado de falar.
-Hn. – Não encontrei nada mais interessante para responder.
-Trowa ficou preocupado também. – O loiro a minha frente falava, porém eu queria saber sobre Duo. Queria saber o que ele estava achando do meu sumiço, se ele falava em mim... –O Trowa achou o Duo adormecido depois que você saiu, depois ele nos contou que você o acertou... E achamos que você, assim com o Chang não o suporta. – Quatre falou bebendo mais de seu chá.
-E-ele... Acha isso? – Me ouvi triste perguntando.
-Sim... E seu chá? Não vai beber? – Ele sorriu.
Eu me vi bebendo automaticamente aquele chá, estava gostoso. Ficamos em silêncio por um bom tempo. Duo achava que eu o odiava, talvez fosse bom assim, ao menos ele também me odiaria e meu lado frio não correria mais riscos.
-Ele tem razão. Se for necessário sou capaz de eliminar qualquer um de vocês. – Falei apertando a xícara nas mãos depois de certo tempo.
-Hm... Tenho certeza disso. Duo também. – Ele falou calmamente.
-Quatre, apenas me faça o favor de não se meter em meu caminho e nada de mal lhe acontecerá. – Eu avisei antes de sair.
-Heero... Devo dar esse recado ao Duo também? – Ele quis saber.
-Ao... Duo? – Hesitei um pouco. –Não. –Finalmente falei. –Não diga nada a ele, pois terei o prazer de vê-lo morrer em minhas próprias mãos. – Dei meu recado e saí.
Mais uma vez eu me via sozinho no espaço à espera de alguma nova missão e mais uma vez não conseguia tirar o piloto 2 da cabeça. Duo. Duo... Sempre Duo. Era fato que ele não sairia da minha mente nunca.
Meu visor brilhou e em seguida doutor J surgiu na tela. Era mais uma missão.
-Missão, aceita. – Repeti como sempre. Não parecia ser difícil, era apenas o tempo de destruir mais algumas bases inimigas e fugir. Como disse, não era difícil, porém eu não podia saber que encontraria com ele nessa nova missão.
No dia seguinte eu me via lutando, mas as coisas ficavam difíceis a cada momento. Tive que abortar do Gundam para uma luta corporal, havia uma base a ser invadida, apenas isso. Mas não foi tão fácil assim, me vi encurralado e embora não goste, tenho que admitir que teria sido abatido senão fosse a ajuda dele. Ouvi os tiros, e em seguida o vi vindo na minha direção. Duo estava como sempre, com seus trajes negros, me sorria daquela forma que sempre fazia, ele correu na minha direção e foi por pouco que não o recebi em meus braços, queria muito ter feito isso. Mas sustentei toda minha frieza.
-Que faz aqui? – Quis saber.
-Ora... Ora... Você não é o único a receber missões. – Ele falou naquele tom brincalhão.
Então J estava por trás de tudo? Ou seria coincidência demais? Não, J devia saber que o piloto 2 estaria ali também, então porque nada me disse?
-Tenho que colher alguns dados dessa base... Apenas isso. Mas não sonhava te encontrar por aqui. – Ele falou enquanto atirava em alguns soldados.
Eu nada respondi. J sabia que Duo estaria na base e minha missão era destruí-la. Fiquei pensativo quanto aos motivos que levaram J a me jogar contra Duo. Porque Duo devia ser eliminado? Talvez soubesse demais, não fosse confiável, eu realmente não sabia e por isso cometi um erro, Duo me levara a errar, apenas ele seria capaz de desviar a atenção de Heero Yui, o soldado perfeito.
Apenas acordei de meu transe quando ele se pôs na minha frente recebendo um tiro no meu lugar. O sangue ainda quente de Duo se espalhou por minha roupa. E eu assustado o olhei, seu belo rosto perdendo a cor e vivacidade. Ele me sorriu de forma pura e honesta antes de perder as forças.
-Duo. Por que? – Nervoso eu não entendia o que o levara aquele sacrifício. O que o levara a oferecer o próprio corpo como um escudo a mim? Quem eu era para merecer o sacrifício de Shinigami? Fiquei sem ação. De todas as coisas imprevisíveis que aquele menino podia fazer essa era a mais improvável de todas. Não pude atinar os verdadeiros motivos que o levaram a tomar aquele tiro por mim. Fiquei quase em choque ao ver que suas duas violetas não mais me olhavam, agora seu corpo pendia amolecido e seus olhos cerrados, porém o rosto havia eliminado qualquer expressão de dor, ele apenas estava sereno, belo.
Eu tive que agir, Duo era bem leve para minha sorte, sim porque eu não consegui deixá-lo ali, ele ficaria junto a mim, o protegeria.
Com um braço mantinha o corpo ensangüentado dele colado ao meu, e com a outra mão atirava em quem ousasse se aproximar. Quando voltei a mim estava voltando para o meu Gundam, Duo ainda em meu braço parecia estar perdendo todo o sangue do corpo, mas eu tinha que fugir com ele para um lugar mais calmo, depois veria os ferimentos, ao que tudo indicava o maluco havia ido sem o próprio Gundam. J devia ter preparado tudo para matá-lo e ele como o baka que era caiu na armadilha.
Com o Wing consegui me afastar da base e explodi-la.
-Missão... Cumprida. – Falei frio como sempre vendo as explosões destruírem a base que deixava para trás. Mais uma vez eu havia conseguido meu intento, o soldado perfeito nunca falhava e passando por cima de quem quer que fosse eu havia conseguido mais uma vez cumprir minha missão.
Enquanto pilotava o Wing e tinha Duo adormecido logo atrás eu fiquei imaginado se era mesmo o correto a fazer. Desde o início eu não havia tido muitas coisas, apenas meu duro treinamento, mas eu estava pensando se valia mesmo apena aquela vida que eu levava. Viver para cumprir cegamente aquelas missões, já havia tido provas o suficiente que nem sempre agia de forma correta, porém continuava não sei por quê.
Duo gemeu atrás de mim, era dor, apenas dor. Eu como exímio sobrevivente de guerra sabia que ele estava gemendo de dor, conhecia esse gemido, olhei para o rosto dele, pálido e contorcido, suspirei sentindo-me culpado por aquele inútil sofrimento. Eu não sabia ao certo onde estávamos quando resolvi esconder o Wing atrás de algumas toneladas de sucatas, verificando os dados do meu painel vi que era alguma região neutra do espaço, alguma base, ali ninguém nos encontraria e eu teria algum tempo para verificar o estado de Duo. Como já disse ele era muito leve, tão fácil de carregar. Assim o levei nos braços, estávamos em alguma base desativada. O local não era propício aos primeiro socorros, mas não tínhamos outra opção.
O depositei no chão abrindo a blusa negra, buscando o ferimento, e lá estava. Pouco acima do coração havia o buraco da bala, a região estava já bem inflamada e sangrava. O virando percebi que não havia passagem da bala por trás, logo o projétil ainda estaria dentro do corpo dele.
-Heero... – Duo gemeu com dor.
-Baka... – Eu estava mesmo penalizado, se algo não fosse feito ele morreria bem diante de meus olhos e uma coisa que eu já sabia era que não queria vê-lo morrer. –Vai ficar tudo bem, eu prometo. – Eu falei como se estivesse assumindo mais uma missão. Quem sabe a mais importante da minha vida? Afinal eu já sabia o quanto Duo era importante para mim. Acariciei seu rosto com cuidado, ele estava bem quente e suava frio, maldita febre.
-Dói... – Ele voltou a gemer de forma infantil.
-Vai passar... – Não sei o que deu em mim, mas era certo cuidar daquele menino e deixando de lado o meu treinamento fechei os olhos abaixando minha cabeça. Levei de forma consciente meus lábios unidos até os entreabertos dele, era uma vontade antiga minha: beijar os lábios de meu parceiro Maxwell e se ele tivesse mesmo que partir eu tinha que provar aquele local antes, enquanto ainda estava morno e macio e vívido.
Maldita fraqueza humana, eu jamais me esqueceria daquele toque... Foi a coisa mais impressionante do mundo, como um mágica eterna, como um sopro quente e confortável, nenhum treinamento jamais me ensinaria coisa parecida.
Eram macios e quentes, úmidos, excitantes. Beijar os lábios de Duo era a melhor experiência que eu já havia tido na vida. Meu coração saltou quando senti aquela umidade, como era gostoso, de forma inexplicavelmente gostosa, minhas mãos foram apertar a cintura dele e eu vi minha cabeça pressionar mais para sentir os lábios, queria muito aquele beijo.
Duo pareceu relaxar da dor, ele abriu levemente os lábios aceitando os meus. Estávamos nos beijando, era meio puro, inocente, era o nosso primeiro beijo. Ele abriu a boca deixando que minha língua deslizasse, escorresse para dentro, como era gostoso, ali esqueci de tudo, de tudo que nos cercava e apenas me deixei ser um homem normal. Mexi minha língua dentro da boca dele buscando todos os gostos e calores que tinham ali. Apertei mais a cintura como se aquele corpo fosse de minha posse, logo nosso beijo se tornou bem quente e um tanto quanto violento. Eu parecia que entraria em Duo pela boca, finalmente lembrei quem eu era, e isso me dizia que era hora de deixar a boca de meu companheiro.
Meu coração estava a mil. Meus dedos tocaram a face suada de Duo afastando os cabelos do rosto, como eu o achava lindo. Meus olhos correram todo o corpo dele registrando cada parte, aquele peito que subia e descia, aqueles dois mínimos mamilos rosados, ele era realmente tudo que eu sonhava.
Mas eu era Heero Yui, um soldado frio e calculista. Notei que ele tinha uma espécie de disquete mínimo fechado na mão. Lembrei que ele mencionara algo sobre conseguir alguma informação daquela base, sem pensar removi o disquete das mãos dele, ficaria comigo, bem guardado, eu teria que saber quais informações J queria eliminar junto com Duo, no mais não seria difícil para Maxwell entender que falhara na missão, não seria a primeira vez.
Eu sempre achava que o Shinigami era mais forte do que aparentava, porém o vendo daquele jeito no chão eu percebi que Duo era só um garoto, frágil como tantos outros. Ele era diferente de mim, não havia sido submetido ao duro treinamento que eu.
-Heero... – Ele insistia em me chamar. Será que eu era tão importante assim para o Duo? –Hee... Você... Está ai? – Finalmente ele abriu levemente os olhosvioletas. Sentia dor, eu pude perceber, mas seus lábios insistiram em manter um delicado sorriso ao me ver.
-Hi. – Respondi impressionado com tamanha beleza, mas logo tive que agir como o velho Yui de sempre. Assim seria mais seguro para nós dois, se J já o queria ver morto imagina se soubesse que eu estava impressionado por ele? Seria mais seguro deixar tudo como estava; eu levaria de Duo apenas aquele beijo. Seria o suficiente por hora.
-Dói... – Ele gemeu.
-A bala está dentro de você ainda... Estava esperando que acordasse para fazer a remoção. – Avisei sem fitar os olhos dele.
-Ahh... Não. – Duo gemeu tentando ficar sentado. Falhou imediatamente, porém eu não o ajudei, eu frio como sempre fui nunca me importava com ninguém. –Somente deixe-me morrer a minguas, como o soldado perfeito que você é. Afinal eu estraguei minha missão e quase arrasei a sua... Eu sou mesmo um completo idiota e você como sempre o salvador da pátria... – Duo como sempre falava muito. Revirei os olhos ao ouvir tantas bobagens.
-Você salvou minha vida. – Eu me vi falando quase em tom de agradecimento. Se eu não me controlasse estaria a ponto de pular no pescoço dele e enchê-lo de beijos, tinha que me manter o mais frio possível. – E Heero Yui não deve favores. – Consegui me recuperar falando com certa prepotência. Duo nada falou apenas me olhou de forma triste.
Eu mantive o sangue frio enquanto abria o kit de primeiros socorros. – Isso nada doe. Basta ser forte. – Informei. Ao menos a mim aquilo era uma rotina, talvez para Duo não fosse. O ajeitei sentado e forcei uma pinça metálica dentro das carnes dele, em busca da bala. Foi instantâneo sentir o corpo tremer de dor e ele gemer tentando fugir de minhas mãos. Revirei os olhos sabendo que aquilo seria mais difícil que imaginava.
Não adiantava pedir que ficasse quieto, ele gemia e se contorcia como uma criança mimada. Logo o sangue começou a escorre novamente e eu tinha que agir rápido, na verdade queria socá-lo até ele desmaiar, porém precisava do baka acordado.
-Não importa o quanto grite. É necessário. – Informei amarrando seus braços atrás do corpo com a própria blusa dele. Foi bem fácil, afinal Duo estava esgotado pela perda de sangue. Ele apenas me olhou com piedade voltando a gemer quando eu voltei a trabalhar dentro de seu ferimento.
Nem sei quanto tempo ficamos daquele jeito. Apenas consegui chegar à bala que estava bem enterrada dentro do ombro dele, acima do coração. Remexi de todas as formas para retirá-la, estava presa.
-Ahhh... Heero... Pára. Deus... Pára! – Duo chorou não mais podendo se conter. Eu sabia que o frágil corpo dele estava beirando o esgotamento, ele respirava no limite das forças e suava, estava esgotado como já disse.
-Calma. – Meu coração estava dolorido, ver o sofrimento dele era doloroso para mim.
Quando finalmente consegui tirar o pequeno projétil de dentro dele, sorri em vitória. Ele também sorriu desmaiando em seguida. Duo teria que ser bem forte para suportar a perda de sangue e a viagem que faríamos, afinal devia o entregar aos amigos, aos outros pilotos e ir embora novamente.
Ele não ficou nada bem, a febre não o deixou até o segundo dia e seu ferimento estava bastante inflamado, eu ali não tinha os recursos necessários para curar seu corpo.
O levei para uma base na Terra onde eu sabia que Quatre estava se escondendo até a próxima missão. Eu sabia que o loiro não negaria socorro a Duo.
Assim que cheguei com ele em meus braços fui recebido pelos sentinelas de Quatre que tinham sempre ordensde dar guarita a qualquer de nós, pilotos Gundam. Em seguida veio Quatre com o semblante preocupado. Ele viu Duo desacordado em meus braços e me olhou assustado.
-O que você fez? – Era bem óbvia a pergunta do rapaz loiro.
-Hn. Removi a bala que esse baka tomou em meu lugar. – Informei sendo frio.
-Duo! – Era Trowa que chegava. Estava preocupado. – Yui, se você tiver... – Ele ia me ameaçar. Mas eu estava farto daquele comportamento de Trowa em relação a Duo.
-Eu não fiz nada ao seu precioso Duo. – Falei irônico.
-Ele precisa de cuidados. – Trowa se antecipou tomando Duo de meus braços. –Quatre, peça a seu médico que o examine, por favor. – Ele se voltou para o loiro com o trançado no colo.
-Claro... – Quatre sorriu.
Eles sumiram por uns minutos, vi que o médico havia entrado pelo mesmo corredor, agora Duo estava em boas mãos. Eu devia ter ido embora, porém alguma coisa me manteve ali, até Quatre voltar com os olhos tristes.
-Ele... Vai ficar bem? – Perguntei tentando me manter neutro.
-Vai. Você cuidou bem dele. Só vai precisar se alimentar e descansar e logo o teremos de volta, divertido e falante. – Ele sorriu, mas havia algum peso em seus olhos.
-Achei que ficaria feliz com isso. – Alfinetei.
-Estou... Eu adoro o Duo. – Quatre tentou sorrir, mas se ele realmente gostava do baka porque agia como se tivesse sido melhor que ele morresse? –Eu... Apenas... – Ele parou olhando para o chão.
-Apenas se Duo sumisse Trowa deixaria de ser tão cuidadoso... – Comentei me sentando.
-O que...? – Quatre me olhou surpreso. –Ahhh... Você notou então? – Ele também se sentou.
-Você acha que Trowa se preocupa demais com o Duo também? – Interroguei-o
-É natural... Ele gosta do Duo. – Quatre falou. –Às vezes eu queria que o Duo sumisse mesmo... Ele não ama o Trowa. – O loiro falou com raiva.
-Hn. – Resmunguei confuso. Então Trowa gostava do Duo? E eu? O que sentia pelo Duo? Porque saber que ele era alvo de outro homem estava me incomodando? – Isso torna as coisas ruins... As missões... Eles não podem atrapalhar as missões. – Emendei sem dar mostra da minha confusão nesse momento.
-Sempre as missões... Você já imaginou quando essa guerra terminar? Se o Trowa ficar com o Duo? – Quatre falou triste.
-Não se preocupe loiro. Eu mato o Duo antes disso. – Me levantei com raiva.Eu estava confuso demais. Eu não sabia oq ue sentia pelo piloto 2, mas havia me sentido completamente incomodado em saber que Trowa se dizia gostando dele.
Saí mais uma vez para o universo. Estava trêmulo de raiva, mas porque? Porque afinal desde o primeiro dia que vi aquele americano estúpido tudo que ele fazia ou deixava de fazer me incomodava? Alguém poderia ao menosme dizer porque Duo não saía da minha cabeça? Eu não tinha as respostas.
Incomodou bastante saber que havia entregado Duo nas mãos de Trowa. O havia deixado com aquele idiota, o deixei para trás mais uma vez, eu não devia tê-lo feito, não depois daquele beijo.
Uma vez sozinho no meu Gundam eu vi o conteúdo do disquete que o americano havia arriscado a vida para conseguir. Porque alguém lhe daria aquela missão? Me perguntei. O mapa da base mostrava que era um antigo laboratório, mas o que significava? Vi os planos e códigos DNA, de vários tipos e espécies.
-Uma experiência. – Sim haviam criado alguma forma de experiência naquele lugar. Mas o que? Era estranho... O DNA contido naquele código era de um ser humano... Masculino, mas... Não... Era um ser humano... Um ambíguo.
Dois dias depois...
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Olhei o relógio mais uma vez naquela tarde. Levantei passando a mão trêmula nos cabelos arrumando meu topete. Parei dainte do espelho vendo como estava abatido. Nunca pensei que eu um dia ia ficar tão apaixonado assim. Mas era aceitavel. Já que nunca tive nada na vida, não tive um passado, nem mesmo um nome, era natural que um amor de verdade me tomasse por inteiro. Há anos me auto intitulava de Trowa Barton, um homem escodido atras de uma máscara. Era assim que atuei no circo e assim que tentei fazer pelo resto da vida, mas apenas até encontrar Duo e seus olhos violetas.
Estava quase na hora de acordar Duo para tomar o remédio. Ele era bem forte e estava se recuperando, apenas o que me chateava era saber que ele havia arriscado a própria vida para salvar o mais estúpido cara que eu conhecia. E ainda mais chateado eu ficava quando parava para pensar que Yui havia retribuído o favor salvando-lhe a vida. Eu já devia saber. Duo quase não conseguia esconder que gostava bem mais do que devia do piloto número 1.
-Trowa... Ele está bem? – Quatre chegou à porta me olhando de forma estranha, ele parecia me cobrar alguma coisa com aqueles olhos.
-Sim... Está melhor. – Olhei para Duo adormecido na cama.
-Ele é muito especial para você, né? – O loiro sorriu se aproximando do leito de Duo.
-Hun-hum... Nem sei quando isso começou. – Eu falei.
-E eu nem sei como fui deixar isso acontecer... Trowa. – Quatre me olhou.
-Quatre... Somos os melhores amigos. Somente isso... Mas quanto ao Duo... – Fui defensivo. Eu e meu amigo Quatre já havíamos conversado sobre isso. Desde o primeiro momento quando nos encontramos foi imediata a simpatia, porém meu amigo assegurava que sentia por mim algo mais que amizade. Perturbou-me saber disso, pois eu ia magoá-lo.
-Não precisa mais falar... Eu sei que você gosta do Duo. – Ele falou magoado fugindo de mim. Teria ido atrás dele se Duo não tivesse finalmente despertado. Era o bastante para me prender ali naquele quarto feito um bobo.
Ele piscou me olhando com aqueles lindos olhos violetas que eu amava. Confuso buscou por mais alguém naquele quarto, alguém que temi que fosse Yui, os olhos de Duo procuravam pelo soldado perfeito, porém ele não deixou transparecer o desânimo ao notar que Heero não estava ali velando seu sono.
-Ele... Esteve aqui. Cuidou de vocêantes de te trazere só foi embora quando soube que você ficaria bem. – Me vi falando, entregando Duo ao soldado perfeito, como ele chamava.
-Eu sei... Ele me ajudou... – Duo falou voltando a sorrir. –Quatre está ai? Estou morrendo de fome e aquele loirinho cozinha muito bem. – Ele era mesmo uma graça, quando sorria do jeito que estava fazendo agora o mundo parecia se iluminar de uma forma calma.
-Deve estar na sala. Duo! Eu... É realmente muito feliz por te ver acordado... Sorrindo... – Dane-se. Eu não era tão resistente quanto Heero, eu sabia exatamente o que eu sentia por aquele garoto.
-T-trowa... Eu... – Ele corou e isso o tornou bem mais lindo aos meus olhos.
-Você sabe que estarei sempre a admirar seus sorrisos... Sua alegria... – Me confessei sem querer saber como ele me trataria depois, eu apenas estava sendo sincero. Eu sabia que estava ferindo Quatre, ou até mesmo Heero, mas eu apenas me deixei desabafar... Era verdadeiro, puro.
-Eu sei, sim. Obrigado. – Duo ficou sério, me olhou com aqueles grandes olhos violetas e me beijou. Sim ele me beijou. Seus lábios eram doces e ternos como sempre achei que fossem. Foi algo bem rápido e simples, apenas um toque de seus lábios sobre os meus.
Ele saiudo quarto indoatrás de Quatre, e eu fiquei ali parado, toquei meus lábios sorrindo como um bobo, Duo havia me dado uma esperança... E se aquela guerra toda passasse e Yui sumisse no mundo como parecia que faria, ou decidisse ficar ao lado de Relena Duo poderia ser meu...
Eram cinco os pilotos dos Gundam. Jovens, cada um já trazia consigo um passado de dor. Cada um trazia seus próprios sofrimentos, porém parecia que as coisas mudariam. O fim para aquela guerra dava essa esperança. Esse sonho de paz havia feito Heero se unir a Duo, Trowa, Quatre e Wufei e até a Relena e as colônias. Para vencer a guerra e unir novamente todo o povo terrestre em torno de um sonho. Eles lutaram comgarra até tornarem aquele sonho em uma doce realidade.
Enquanto estavam engajados naquele objetivo de paz deixaram de lado os sentimentos que os faziam ser humanos. Deixaram as diferenças e paixões. Apenas a luta e o o ideal de paz era importante naquele momento, afinal cada um deles estava dispoto a sacrificar-se em prol da paz e unificação da humanidade.
Assim conseguiram o fim da guerra.
-
Sim. A guerra que nos unira estava finalmente terminada. Eu, Heero Yui, havia cumprido minha mais importante missão. Mas algo me incomodava. Era saber que os laços que nos uniam, os laços que uniam os cinco pilotos Gundam estavam desatados com o fim da guerra. E eu atualmente sabia que já não era o mesmo homem, precisava daqueles garotos... Mas não sabia como expor isso. Não sabia o que aconteceria agora. Eu fora criado para a guerra, uma vez que ela não mais existia eu não sabia viver. Teria que reaprender, mas estava cansado e temeroso demais para isso.
E os nossos destinos agora? Eu não sabia. Não quis saber. Eu havia ido matar Relena depois do fim da guerra... Mas apenas não consegui fazer. Assim como eu não conseguia ferir Duo eu não consegui ferir aquela garota, o melhor a fazer... Era sumir.
Queria ter me despedido dele, mas não me julguei capaz. Duo seria apenas uma réstia em meus sonhos, como sempre, eu hoje tinha sempre o gosto da boca dele na minha, era o bastante. Também tenho que dizer que recusei a última missão. Não cabia mais a mim e por isso esqueci qualquer coisa que estivesse ligada a Duo, eu sabia que Trowa estava gostando dele e que poderia protegê-lo se necessário, e talvez até pudesse construir a família e o lar pelo qual Duo sempre procurou.
Quando todos acreditaram que J estava morto, ou mesmo desaparecido para sempre ele me solicitara a mais difícil missão desde que me tornei a sua máquina de Guerra. Eu ainda não entendia qual o verdadeiro motivo pela qual Duo era alvo dele, porém essa foi a minha missão: Acabar com Maxwell. Mas eu já estava distante. Heero Yui havia se resumido a um personagem na luta pela paz.
Assim recusei matar Duo sumindo no mundo.
Continua...
Heero agiu como um bobo. Ele teve a chance de amar verdadeiramente e deixou de lado, talvez apenas por medo de tentar. Mas ele viria a descobrir que uma vez tocado pelo sentimento do amor, para sempre se é vítima dele.
O destino traria Duo para seu caminho novamanete, e quem sabe não seria apenas Deus brincando de fazer as pessoas felizes dando uma nova chance ao dificil casal?
Mas, será que Heero vai conseguir ser forte o suficiente para agarrar essa chance de felicidade?
Hina
