"Nós já temos encontro marcado
Eu só não sei quando
Se daqui a dois dias
Se daqui a mil anos"

O russo cuidava de seus belíssimos girassóis cuidadosamente, os pássaros cantavam, o sol brilhava radiante.

– Ivan... – aquela voz carinhosa o chamou.

Assim que se virou, visualizou o canadense com aquele típico sorriso apaixonado no rosto. Algo lindo de se ver, era um dos mais belos girassóis.

– Ma-Ma-Matthew... – ele ficou surpreso em ver o canadense ali.

O Willians abriu os braços e esperou que o mais velho fosse abraça-lo.

"Com dois canos pra mim apontados
Ousaria te olhar, Ousaria te ver"

Ivan POV

Era algo inevitável. Aquele amor, agora, era inadmissível. Em guerra com o irmão mais velho do meu namorado. Isso se ainda somos namorados. Não podíamos olhar um ao outro. Não podíamos nos falar. Meses, anos sem poder tocar o amante era algo perturbado. Perder a guerra me fez perder o amor da minha vida.

"Num insuspeitável bar, pra decência não nos vê
Perigo é te amar, doloroso querer"

Foi num lugar fechado, em um lugarzinho da Pruzhania, que ele e eu fizemos amor pela ultima vez. Deixei uma carta para ele. Despedindo-me, não sabia se meus planos iam dar certo.
Ele dormia como um anjo e aquele sorriso lindo e as suas balbucias que diziam que me amava. Foi assim que o abandonei.

"Somos homens para saber o que é melhor pra nós.
O desejo é nos punir, só porque somos iguais
A Idade Media é aqui
Mesmo que me arranquem o sexo, minha honra, meu prazer
Te amar, eu ousaria...
E você, o que fará se esse orgulho nos perde?"

Era o que eu sabia que um dia iria acontecer. A pressão familiar ia fazê-lo desistir.
Ou ele só fingia por estar na frente do francês?
Provavelmente foi o irmão dele... Ah, o Alfred nunca foi com a minha cara, ele diz que é só porque eu sou mais alto.
Não sabia o que fazer, mas com minha mudança, o meu Matthew não podia ficar comigo novamente.
– Me desculpa, Ivan. – ele me beijou como se realmente fosse o ultimo beijo.

"No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar"

Ele me defendeu. Claro que eu estava feliz com outro. O que deve ter assustado ele, mas fez questão de me tirar de lá. Mesmo eu sendo um grande império, ele, era só alguém que estava ali por ser um subordinado, fez questão de tirar dali.
Não discutimos, saímos dali e nos amamos... Era simplesmente fantástico ter ele gemendo, suando, me arranhando.
Esse canadense me deixa maluco desde o dia em que nos conhecemos.

"O que eu sinto, meu Deus, é tão forte!
Até pode matar
O teu pai já me jurou de morte
por eu te desviar
Se os boatos criarem raízes
Ousarias me olhar, ousarias me ver"

Ele entrou em um período de guerras civis. Mesmo sendo pacíficas, Arthur dizia que a culpa da rebeldia do canadense eram altas influências minhas. Até mesmo criou uma lei onde à gente não podia se vê.
Eu dava sempre um jeitinho, mas era sempre pego.
E se realmente aquilo fosse verdade? Nunca fui á melhor pessoa do mundo.

"Dois meninos num vagão e o mistério do prazer
Perigoso é te amar, obscuro querer
Somos grandes para entender, mas pequenos para opinar
Se eles vão nos receber é mais fácil condenar
ou noivados pra fingir "

Eu era praticamente um ferrado, tinha saindo de um monte leis brutais, lutas ferozes dentro do meu próprio território e que foi provocada por pessoas de fora. Ele era só um adolescente, melhor uma criança, que tentava não se meter em encrenca.
A gente se encontrou por acidente, eu tentava fugir ou encontrar uma solução e acabei dando de cara com a coisa mais linda do mundo.
Me apaixonei naquele instante, ele estendeu a mão, me ajudou sem ninguém saber. E ainda ninguém sabe disso.
Fui embora e diversas vezes, voltei.
Em uma das vezes, a gente se aproximou de leve, nossas respirações se juntaram e nosso primeiro beijo aconteceu.
Quando eu voltei novamente, tomei o coração sem ninguém imaginar.

Fomos pegos pelo francês, que me expulsou dali.

Ivan POV

"Mesmo que chegue o momento que eu não esteja mais
aqui
E meus ossos virem adubo
Você pode me encontrar no avesso de uma dor
No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar
Nós já temos encontro marcado
Eu só não sei quando"

O russo acordou de seus pequenos flashes back, olhou o canadense e viu que a imagem deste se desfazia aos poucos.
Ele correu para tentar dar um ultimo abraço no outro, já que este estava morto.
Ivan conseguiu sentir pela ultima vez o calor do Willians... Na verdade só sua mera imaginação com saudades da sensação. Daquela tão delicada sensação.
Mesmo assim era tão bom, tão forte, tão... Tão... tão real.
Quando o Braginski deu por si estava abraçando um lindíssimo girassol, o mais belo de seu jardim.

– Eu te amo, meu girassolzinho. – o albino sorria com lagrimas escorrendo pelo rosto.

Fim.