One-Shot, U/A. Baseado em uma das falas do filme "O Amor Não Tira Férias".
Encontro Fabricado
Lily Evans não podia acreditar que sua melhor camisa tinha furado. Fez um juramento solene de nunca voltar àquela lavanderia da esquina, onde, ela simplesmente sabia, a balconista era a culpada pelo estrago na roupa. Era uma camisa de seu último ano na escola, quando houve uma gincana para arrecadar dinheiro e enviar água potável para as pessoas nos lugares mais longínquos do mundo. Era folgada e comprida o bastante para ser usada como pijama de peça única e fazia parte de um conjunto de outras camisas similares colecionadas ao longo dos anos.
Não poderia esperar muito, então decidiu que teria que sair às compras. Contrariando a maior parte da população feminina do universo, Lily odiava comprar roupas. Cansava-se fácil ao andar pelos corredores lotados, não tinha qualquer paciência para aguentar as intermináveis filas dos caixas e sabia que haveria alguma dondoca que atrasaria todo mundo porque "não fazia ideia de que tinha estourado mais uma vez o cartão". Voltava para casa zangada pelo absurdo que tivera que pagar pelo estacionamento e todos que ficavam em seu caminho eram atingidos por sua fúria.
Entrou em seu carro tentando lembrar-se de qualquer mantra do yoga que inutilmente tentou praticar anos antes.
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James Potter não era acostumado a usar roupas para dormir, mas possuía um conjunto de camisa e calça de moletom para o caso de ter que receber hóspedes ou algo do gênero. Soube que a prima de seu companheiro de apartamento passaria uma semana com eles e, na mesma tarde, a calça de seu "pijama" teve um encontro fatal com o cachorro raivoso do vizinho. Nesse momento soube também que teria que ir rápido ao shopping mais próximo.
Pretendendo ser prático e direto, entrou em uma loja grande de departamento e rapidamente se dirigiu a um guichê. Quando atraiu a atenção de um vendedor, disse:
- Só a parte de baixo.
- Só a parte de cima.
Olhou para o lado e viu a ruiva que havia falado junto com ele, que também o observava, com lindos olhos verdes. Quando ainda estava analisando a imagem da mulher ao seu lado, o vendedor disse tediosamente que a loja não vendia as peças separadas. O moreno lançou um olhar de proposta para a ruiva e ali os dois firmaram um acordo silencioso: iriam rachar o preço de um conjunto de pijama.
- Neste caso, eu gostaria de comprar aquele da segunda fileira.
James procurou o pijama mencionado e, quando o encontrou, voltou um olhar cético à ruiva.
- Sabe, estampa floral em azul-claro não combinam muito com os meus olhos. Acho que uma saia de tutu faria mais jus a minha esbelta silhueta, não acha? - ele ironizou.
- Ok Sr. Bela Silhueta, - Lily sorriu divertida, mas cruzou os braços - escolha o modelo você.
- Terei o prazer. - virou-se para as prateleiras com um sorrisinho no rosto, pensando no quanto descobrira ser agradável implicar com aquela ruiva atrevida - Quero aquele azul escuro lá em cima.
O vendedor pegou o pacote e o abriu em cima da bancada.
- Estampa de bombeiro? - ela perguntou com uma das sobrancelhas erguidas – Duvido que este combine mais com os seus olhos do que o florido.
- Achei que combinaria com o castanho - ele ainda mantinha o sorriso.
Lily teve que se segurar para não corrigi-lo, pois conseguia notar perfeitamente que ele possuía íris castanho-esverdeadas por trás das lentes dos óculos.
- James Potter - ele estendeu a mão direita, e fazendo a ruiva se perguntar como ele poderia sorrir por tanto tempo.
- Lily Evans - ela aceita o aperto enquanto o vendedor tosse nada discretamente, tentando chamar a atenção dos dois.
- Aquele azul-claro listrado, pode ser? - Lily acenou com a cabeça em concordância.
Foram ao caixa, cada um pagou a sua metade, Lily rasgou o plástico da embalagem ali mesmo e foram conversando até a saída do shopping. James insistiu para acompanhá-la até o carro, falando sobre o quão perigoso seria para ela ir sozinha e exagerando um pouco nos percentuais de sequestros na cidade. Também decidiu que deveria fazer a viagem junto com ela, pois nunca se sabe quando um pneu pode furar ou o motor enguiçar. E, é claro, lhe fez uma visita ao apartamento, já que carregar o pijama até o seu andar era um desgaste desnecessário...