Escrito por uchiha itachi-san®
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Naruto não me pertence. Do contrário,Itachi teria me dado dois sharingans como presente de natal,quando exterminou o clã Uchiha.
Vozes.
Na noite em que entrei em seu quarto, ela dormia docemente. O peitinho subia em leves e rítmicos movimentos. Os cabelos loiros, iguais aos meus, se espalhavam pelo travesseiro. A pele alva como o luar era ainda mais empalidecida pela luz fraca do abajur. Sua mãozinha, pequena como a de um anjo, segurava a mão do ursinho de pelúcia ao seu lado. As lagrimas corriam pela minha face.
"Vamos, mate-a!" -me disse a voz.
-Eu não posso! É só uma criança… um doce anjo…
"Ela já te tirou um monte de coisa, ela ira te tirar o seu marido, ela trará a desgraça para sua vida, ela te deixara na miséria…"
-É uma criança!
"Isso é o que você pensa. Vamos, mate-a. Ou quer que ela faça isso com você? Ela ira te matar com a mesma frieza que mataria uma mosca."
-Uma criança… -meus olhos já estavam inchados de tanto chorar. E a outra voz então falou:
"Ela vai sim te matar… aqueles olhos azuis dela, ela ira olhar fixamente para você e então te matara…"
-Minha filha… minha criança…
"Mate-a! A culpa é dela, Ino! Toda dela. Aquele aborto não foi espontâneo, foi ela que bateu em seu ventre em quanto dormia."
-Ela não fez isso… -minha voz havia se tornado mais dura.
"Fez sim, e ainda riu. Vamos, mate-a! MATE-A!"
Fui tomada pelo impulso. Avencei sobre ela com a faca… nova… afiada. Cortei-lhe a jugular. Foi quando cai em mim, da besteira que havia feito. Pobre da minha filha. Abriu os olhinhos assustada. Eu a vi sufocando, gemendo. Seus olhinhos azuis suplicavam por ajuda.
-Mã-aã-e -disse ela com a voz fraquinha.
Descontrolada, a abracei fortemente. Meu anjinho, minha flor, meu raio de luz. O que eu havia feito? Minhas lagrimas se misturavam ao sangue que saia de seu pescossinho. A senti apertando minha blusa. As vozes riam.
-SAIAM, SAIAM DAQUI, SAIAM DA MINHA VIDA!
Eu peguei minha filha no colo e sentei-me no chão.
-Desculpe a mamãe… desculpe…
Ela também chorava. Suas ultimas palavrinhas rasgaram meu coração.
-Dês-ss-culpe ma-m-mmãe… eu na-aa-ao quer-ia ter pego sua ma-q-q-quiag-gem sem sua ordem… desc-c-pe…
Eu chorei ainda mais. Pobre criança. O que eu havia feito com a minha doce filha?! Apertei ainda mais seu corpinho frio e mais pálido ainda. Sua mãozinha ainda agarrava minha blusa.
Naquele dia, Gaara havia viajado. Quando voltou dois dias depois, me encontrou ainda na mesma posição, sentada, com o corpinho de nossa filha agarrado a mim. Seu cadáver já não apresentava os traços angelicais de antes.
Hoje, ninguém me visita. Passo os dias sozinha nesse quarto branco… esse branco irritante que me lembra tanto o pálido rostinho da minha filhinha. A solidão é minha amiga.
Gostaria que suspendessem minha medicação. Talvez assim, as vozes voltariam pra me fazer companhia.
