Aquele momento viajado que você pensa em shipar o boss final do manga com a personagem alívio cômico.
Essa fic vai ser bem curta. Estou planejando 7 capítulos para ela.
Konjiki no gash bell! não me pertence.
Boa leitura!
Era inverno na cidade de Mochinoki. As árvores perderam as folhas e agora, descansavam tranquilas. Neve caia lentamente sobre toda a região, enfeitando os telhados das casas e presenteando as crianças com vários tipos de brincadeiras que, na maior parte delas, deixavam homens de neve espalhados pela cidade.
A noite estava quieta e por um motivo claro. Com o clima congelante, poucas pessoas tinham a coragem suficiente para vagar pela cidade, preferindo ficar no aconchego de suas casas.
Em uma parte mais afastada do centro, região aquela onde poucas pessoas passavam, uma loja de conveniências ainda estava aberta. Era um comércio pequeno, principalmente se comparado com os supermercados da cidade, mas oferecia uma boa variedade de produtos.
Sentado de qualquer jeito atrás do balcão, um jovem apoiava o cotovelo na superfície fria enquanto rosto fino era sustentado por sua mão. O olhar morto encarava alguns mosquitos voarem próximos à lâmpada acesa, que de tempo em tempo piscava.
— Clear, você fecha hoje. — Um senhor de idade disse, se aproximando da porta.
Era sempre ele quem ficava por último para fechar aquela loja, não havia sentido em avisá-lo todos os dias. Continuou imóvel, apenas levando o olhar, que era destinado aos mosquitos, para o idoso. Aquela sempre era a resposta do jovem desinteressado.
— Bem, até amanhã. — O homem se despediu e saiu da loja.
Se passou uma hora e Clear ainda continuava na mesma posição. Se não piscasse preguiçosamente de tempo em tempo, qualquer pessoa poderia dizer que o rapaz não passava de uma estátua, usada pelo dono para dar a impressão de que existia alguém lá.
O relógio bateu meia-noite e ele se levantou calmamente para dar aquele dia como encerrado. Trancou a porta e virou a placa de aberto logo em seguida.
— Espere! Espere, por favor! — Escutou uma voz ao longe.
Aos poucos, as súplicas iam se aproximando da loja e, inesperadamente, um corpo se choca contra o vidro da porta; era uma garota. Ela retirou o rosto que quase ficou pregado na entrada e esperou.
Clear apontou para a placa que, virada para a jovem, dizia "fechado". Insistindo, ela une as mãos e abaixa a cabeça, tentando fazê-lo abrir uma excessão. De nada adiantou, ele simplesmente balançou a cabeça negativamente. Assistiu aquele ser humano patético se ajoelhar no chão, implorando chorosa. Bufou e abriu a porta.
— Obrigada, é difícil achar uma loja aberta nesse horário. — Ela agradeceu sorridente.
— Não demore. — Alertou, observando a garota entrar e desaparecer entre as prateleiras.
Voltou a trancar a porta para impedir que mais alguém entrasse e foi para o caixa. Como imaginava que não iria demorar, ficou de pé mesmo, em frente à máquina registradora.
— Com licença, eu não consigo achar a sessão de frutas… — Notou a jovem se aproximar do caixa com uma expressão chorosa.
Suspirou e informou onde ficava a sessão, porém o resultado foi o mesmo, ela ainda acabava dando no caixa com a mesma expressão de derrota.
Para resolver o problema de uma vez, decidiu levá-la ao local. Não entendia o porque de alguém não conseguir se orientar em uma loja pequena.
A deixou na sessão e voltou para seu lugar, temendo que ela se perdesse denovo. Esperou cinco minutos, esperou dez minutos e então, perdeu a paciência. Tinha quase certeza que ela havia se perdido durante o caminho até o caixa.
Fez uma busca pela loja e quando a achou, piscou algumas vezes, tentando compreender a cena à sua frente. Ela ainda estava parada na sessão de frutas, usando uma caneta para desenhar carinhas em algumas laranjas.
— Você vai comprar algo ou não?
— Caramba! Essa laranja sabe falar! — Ela disse surpresa, ainda encarando a fruta. — Oi, Senhor Laranja!
— Sou eu que estou falando com você. — O rapaz chamou a atenção da jovem, batendo o pé em um suporte de frutas ao seu lado.
— Ah, me desculpe. Eu acho que laranjas não conseguem falar, não é mesmo? — Ela se desculpou rindo.
Rapidamente, encheu duas sacolas, uma com maçãs e outra com laranjas. Ela mal percebeu que, em sua pressa, deixou algumas frutas caírem. Clear suspirou, teria que organizar aquilo, mas antes precisava tirar aquele ser desastrado da loja. Sinalizou com a cabeça para ela seguí-lo e assim, a jovem o fez.
Retornando ao caixa, pesou o conteúdo das sacolas e recebeu o devido pagamento. A acompanhou até a saída, observando-a se retirar alegremente de lá.
Voltou a trancar a porta, porém dessa vez, ficou parado observando seu reflexo no vidro. Tinham se passado dois anos após as batalhas mamodo e sua aparência continuava a mesma, mas tinha algo estranho com seu corpo.
Sua antiga força havia desaparecido, assim como sua resistência e velocidade. Não poderia mais usar seus feitiços afinal, seu livro, a única forma de possuir poderes naquele mundo, fôra queimado durante a batalha contra Gash. Passou a mão pela cabeça, sentindo os chifres que eram escondidos pela cabeleira, aquelas coisas pontudas eram a única característica restante de sua raça. Será que ainda era um mamodo?
Continua
