PRIMEIRO ANO
O DESCENDENTE DE SALAZAR
CAPÍTULO UM
HAESTY PETRE
O quadro ocupava metade da parede, com sua moldura dourada. O homem retratado possuía feições simiescas e uma barba que ia quase até a cintura. A pele era muito pálida, os lábios arroxeados curvados num sorriso de escárnio. Aos seus pés estava deitada uma cobra de aspecto voraz e submisso, como um serviçal intimidador. Embaixo da pintura, gravado em letras prateadas, estava um nome: Salazar Slytherin.
-Salazar. –murmurou o primeiro homem. –Uma figura e tanto, não acha Wegen?
-Naturalmente. –concordou. –Mas, fale baixo, não queremos acordar nenhum quadro.
-Eu sei, eu sei. A pintura deve estar por aqui.
Vasculharam em silêncio pelo cômodo abafado de mofo. O aposento estava no semi-breu, iluminado somente pelas varinhas dos dois homens; não havia som nenhum que não fosse o das suas respirações, descompassadas graças ao suspense. Alguns instantes depois Wegen exclamou:
-Guideon, acho que encontrei.
E lá estava, presa a parede oposta ao quadro de Salazar, escondida por detrás de uma cortina comida por traças: A figura impotente de um barão muito bonito. O impiedoso e cruel barão Haesty Petre.
CAPÍTULO DOIS
A CARTA
-James Potter, volte aqui agora mesmo! –berrou a Sra. Reola Potter, ofegante. –Está bem, eu desisto. Por outro lado...
O menino parou onde estava, o sorriso brincalhão desaparecendo dos lábios. A mulher sorriu vitoriosa, havia conseguido a atenção do filho. Espalmou as mãos sujas de terra por causa da corrida pelo jardim de rosas-de-todas-as-cores, e ficou calada, com o semblante de alguém que guarda um grande segredo.
-Por outro lado o que mãe? –perguntou, com uma pontinha de arrependimento.
-Não irei lhe entregar algo muito especial. Aliás, irei viajar no seu lugar. Sempre quis estudar tudo de novo.
O coração de James saltou, literalmente, e o sorriso retornou ao rosto, três vezes maior. Ele correu até a Sra. Potter e a abraçou apertado.
-Me desculpa, prometo não correr de você nunca mais. –murmurou ao soltá-la.
-Está perdoado, meu pequeno destruidor de rosas-de-todas-as-cores.
Ele estava ansioso, os olhos brilhando de excitação. Vendo a demora da mãe em lhe entregar o que sabia que ela escondia grunhiu impaciente:
-Mãe, minha carta.
-Que carta? –ela se fez de boba, rindo divertida da expressão zangada de James. –Está bem, está bem. Aqui está, meus parabéns.
James leu rápido, a cada linha a empolgação crescendo. Ao terminar, gritou uma exclamação de felicidade indefinida o mais alto que seus pulmões de criança podiam suportar. A Sra. Potter riu mais um pouco e o seu marido, um homem de cabelos grisalhos volumosos e feições pacíficas apareceu no jardim, carregando uma cesta lotada de saquinhos de sementes.
-Posso saber quem ganhou na loteria?
-Fausto e suas manias de trouxa. –zombou Reola se aproximando para lhe beijar os lábios.
-Já ouviram falar em loteria? –indagou, surpreso.
-Pai, olha! –exclamou James, impaciente demais para qualquer assunto que não fosse ele e a sua carta de admissão para grande Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
-Vamos nos separar do nosso garotinho em setembro. –comentou a Sra. Potter com um muxoxo.
-Eu não sou um garotinho, estou quase completando doze anos. –corrigiu com orgulho. –Depois, se não estiver muito ocupado, posso visitá-los nas férias de verão, é claro. –emendou em tom de descaso fingido.
-Ele puxou a você, querido. –disse Reola.
Fausto deu um beliscão de brincadeira na esposa e riu, congratulando James por ter sido chamado para Hogwarts.
-Precisamos comprar seu material. Nossa, é sempre tão divertido comprar os materiais, principalmente pela primeira vez. Lembro-me como se fosse ontem. –disse a Sra. Potter.
-É porque foi ontem, meu amor. –brincou o Sr. Potter. –Por gárgulas galopantes, realmente parece que foi ontem! Mal acredito que James já tem onze anos...
-Quase doze. –corrigiu novamente, de cara feia.
CAPÍTULO TRÊS
BECO DIAGONAL
O sol refugiava numa pilha de caldeirões à porta da loja mais próxima. Caldeirões de todos os tamanhos, desde latão à prata. Anunciava um cartaz chamativo, com letras que piscavam e mudavam de cor.
A Sra. Potter buscou pela lista de materiais dentro do bolso do seu manto roxo-claro. Deu uma lida rápida e comentou:
-Você vai precisar de um, James. Quer entrar logo na loja, ou, prefere na volta? Nunca gostei tanto de caldeirões.
O menino deu de ombros, murmurando um tanto faz. Reola então tomou a decisão por ele, e logo eles estavam dando as costas para a loja de caldeirões.
Havia muitos estabelecimentos naquela ruela que serpenteava em pedras irregulares. Lojas de todos os tipos: sapatos, trajes formais, brinquedos encantados, poções do amor... Nos cantos se encontravam vendedores ambulantes, vendendo seus produtos ou lendo a sorte de quem os pagasse. Era tudo muito colorido e divertido. James estava encantado.
-Bem, aqui está à loja Floreiro e Borrões, minha favorita, e em frente está a Vestes para todos os gostos. Que tal você ir tirando suas medidas enquanto eu separo os livros?
-Por mim tudo bem. –respondeu, com alívio. Não gostava de comprar livros com a mãe, era sempre uma demora.
-Eu encontro com você na Vestes para todos os gostos, então. –concluiu a Sra. Potter, já a caminho da livraria.
James entrou na loja de roupas com passos miúdos, observando e tocando nos vários tecidos a amostra. Os tecidos mais caros, que se encontravam em prateleiras muito altas, brilhavam com uma intensidade inimaginável, mudando de estampa ao sabor do vento. A atendente era uma bruxa alta, fina e de nariz empinado.
-Não toque em nada. –sibilou, se aproximando visivelmente a contragosto. –Onde estão os seus pais?
-Mi--... –mas mudou de idéia imediatamente, um sorriso maroto surgindo no rosto. –Em Azkaban.
A bruxa pareceu surpresa, e um tanto alarmada.
-Um crime terrível. –continuou James. –Tão terrível que minha pobre avozinha não agüentou. Morreu do coração.
Parou de propósito, só para despertar ainda mais a curiosidade da mulher.
-Que... Que crime? –perguntou finalmente, engolindo em seco.
-Você quer saber qual foi o crime? Tem certeza? Está bem então, eu conto. Eles criaram um monstro, uma quimera. Meio sapo, meio peixe boi, meio coelho. Ela era especializada em matar atendentes de lojas de roupa.
-Seu pentelho. –grunhiu a atendente, percebendo que fora alvo de uma brincadeira. –Não gaste meu tempo.
E saiu categoricamente, voltando toda a sua atenção para uma família que esperava em silêncio, composta por uma mulher de cabelo impecavelmente penteado e duas crianças. A primeira, um menino provavelmente da idade de James, sentado num banquinho com cara de tédio, o cabelo muito preto caindo sobre os olhos. A segunda, um garoto menor, loiro e visivelmente muito comportado.
-Eu quero um uniforme de Hogwarts. –rebateu James, correndo atrás da bruxa de nariz empinado.
Ela, que conversava com a mulher de cabelo impecável, se voltou para ele com desdém.
-Não atendo crianças e estou ocupada. –informou fitando novamente sua cliente. –Me desculpe à intromissão do menino, Senhora...?
-Black. –respondeu, a voz pausada e fria. –Como ia dizendo preciso de um uniforme para Sirius. –continuou, ignorando completamente a existência de James.
-Não tem ninguém aqui que possa me atender? –exclamou James, impaciente. –Sinceramente, minha mãe vai pagar, sabe? Eu não pretendo roubar nada.
-Está certo, pare de falar um instante que eu já resolvo o seu uniforme. –cedeu a bruxa fina, irritada. –Hogwarts, Sra. Black?
-Naturalmente.
James bufou, se vendo obrigado a esperar. Para sua sorte havia outro banquinho próximo ao que o menino entediado sentava, os dois braços sobre as coxas, a cabeça descansando sobre as mãos.
-Ola. –cumprimentou James ao sentar. –Hogwarts também?
-É. –confirmou o garoto, um pouco mais animado. –Eu vi você falando com a lojista. Foi bem engraçado.
-Obrigado.
-Seus pais estão mesmo em Azkaban? –perguntou o garoto, interessado.
-Não, meu pai está no Ministério trabalhando e minha mãe na loja em frente. –esclareceu James.
-Que pena. –deixou escapar o garoto, decepcionado. –Digo, Azkaban é terrível e tudo, mas, seria legal se sua história fosse verdadeira. Minha mãe está bem ali, e aquele é meu irmão, Regulus. –disse, apontando para o menino de cabelo loiro. –Eu sou Sirius.
-James Potter. –anunciou, sorridente. –Seu irmão não parece nada com você, o cabelo loiro e tudo mais.
-É, eu sei. –concordou Sirius. –E acredite, a aparência é o que mais temos em comum. Olha só isso.
Sirius se pôs de pé, chamando o irmão. Quando Regulus se aproximou, ele o desafiou a galantear a atendente. O menino pareceu abismado.
-Sirius! A mamãe não gosta nada das suas brincadeiras, você devia mesmo parar com isso. –resmungou. –Mamãe diz que brincadeiras assim estragam a imagem da família, porque você não pode simplesmente ficar parado?
-Porque eu não sou uma planta. –respondeu Sirius, risonho. –Muito bem, Regulus, pode ir. Já provei o que queria provar para o James.
Regulus olhou furioso de um para o outro, voltando para o posto de companheiro da mãe.
-Não disse?
-Ele parece bem chato. –concordou James, rindo.
Mas antes que Sirius pudesse responder, a bruxa de nariz empinado o chamou, pronta para lhe tirar as medidas.
-Saco... –praguejou Sirius, baixinho. –A gente se vê, certo?
-Claro. –concordou James, ficando de pé. –Odeio esperar, acho que vou dar uma volta.
-Eu iria com você, mas minha mãe me decapitaria antes de eu chegar à porta.
James riu, caminhando para fora da loja de roupas. Podia ver pela vitrine sépia desbotada que sua mãe ainda examinava os livros, a sacola praticamente vazia. Pelo menos isso lhe daria tempo para explorar o Beco Diagonal.
As ruelas pareciam todas iguais, apinhadas de bruxos, mestiços, e alguns poucos trouxas acompanhando seus meninos. As lojas começavam a se repetir, já havia contado seis só de caldeirões e vez ou outra agora ele podia avistar homens mal-encarados ou mulheres encapuzadas. Ao olhar para trás pôde ver o banco Gringotes se distanciando mais e mais a cada passo. Quando deu por si, estava numa rua sombria, com estabelecimentos que pareciam dedicar-se unicamente à Arte das Trevas. Dois bruxos malvestidos o observavam da sombra de um portal, cochichando entre si. Apreensivo James apressou o passo.
Uma velha placa de madeira, pendurada acima de uma loja que vendia velas envenenadas, informava que ele se encontrava na Travessa do Tranco. Isto não adiantou muito, pois James nunca ouvira falar naquele lugar. Uma bruxa idosa se aproximava, abrindo um sorriso e mostrando os dentes cobertos de limo. James se arrepiou, apesar da coragem da qual se gabava. Antes que a bruxa o alcançasse, ele correu até a loja mais próxima, chamada Odalisca: Objetos e anteparos de raridade inquestionável. Ao entrar, um odor ocre lhe surpreendeu as narinas. Não havia ninguém no lugar. Os mostruários continham itens estranhos. Anéis com pedras escuras, um baralho sangrento, um olho de vidro arregalado. Máscaras diabólicas o espiavam das paredes, uma variedade de ossos humanos jazia sobre o balcão e instrumentos pontiagudos e enferrujados pendiam do teto. Era tudo bem assustador, James tinha de admitir.
Quanto mais cedo saísse dali melhor, mas, ainda podia ver a velha bruxa do lado de fora, segurando uma bandeja com insetos petrificados ou algo igualmente asqueroso, fitando um e o outro lado da rua, provavelmente procurando por ele. James ouviu barulhos de passos, e se sobressaltou. Procurou por algum lugar para se esconder, encontrando um armário preto à sua esquerda; saltou até ele e se fechou dentro, deixando apenas uma frestinha na porta para espiar. Segundos depois, uma porta de madeira negra foi aberta, e dois homens saíram dela.
-Eu preciso da faca, Nesgus. –sussurrou o segundo homem, as vestes negras feito carvão, o rosto escondido por detrás do chapéu pontudo. Sua voz era jovem. –Você não está sendo justo.
-Eu não estou sendo justo, Guiedon? Ora, eu não estou sendo um tolo isso sim. A faca não vale menos do que o que eu lhe informei. Agora, se quiser procurar outro vendedor... –emendou ele em tom irônico.
-Não brinque comigo! –rugiu Guiedon. –Você sabe que ela é única. Se ao menos você entendesse a causa...
-Eu não sou tão burro quanto você pensa. –rebateu Nesgus, mexendo na barba pontuda. –Se o senhor se dispuser a me explicar.
-Hogwarts. –respondeu, orgulhoso e ressentido ao mesmo tempo. –Não, espere. Não é seguro revelar nada aqui, você tem uma lareira de Pó de Flu não tem? Vamos para outro lugar.
-Como queira. –assentiu Nesgus, apanhando rapidamente algo do balcão e abrindo a porta. Quando os dois desapareceram, James, o mais silenciosamente possível, saiu do armário, passou pelos mostruários de vidro e saiu da loja. Seu coração batia descompassado enquanto corria para longe das ruelas tortuosas. Quando finalmente pôde divisar o edifício de mármore muito branco que era o banco Gringotes, parou para tomar fôlego. Precisava voltar para loja de roupas, ou sua mãe faria um escândalo.
Algo o deixara intrigado. O segundo homem, o tal de Guiedon, mencionara Hogwarts. Ao que ele estava se referindo? Ao julgar pelo local o qual freqüentava, boa coisa não devia ser. James engoliu em seco. A história toda lhe dava arrepios. Gostaria de tê-los seguido, mas, não poderia viajar com Pó de Flu e abandonar sua mãe no Beco Diagonal.
Ele chegou a Vestes para todos os gostos praticamente sem ar. Espiando a vitrine da Floreira e Borrões constatou muito contente que a mãe agora que estava na fila do caixa.
A bruxa de nariz empinado estava terminando de tirar as medidas de James quando a Sra. Potter apareceu, carregando duas sacolas repletas de livros.
-James, você não vai acreditar. Finalmente a tese de Schunin saiu, aquela sobre a interação trouxa-bruxa. Seu pai ficara satisfeitíssimo.
-Estamos quase terminando por aqui. –anunciou a atendente. –Tenho o uniforme perfeito numa dessas prateleiras. Seu filho tem uma medida muito... comum.
Reola ficou em dúvida se deveria sorrir ou não, o que acabou resultando numa espécie de careta. Ela colocou os dois sacos pesados no chão e foi resolver o pagamento com a lojista.
Pararam em seguida para comprar pergaminho e penas. James escolheu uma que brilhava no escuro, de bico dourado e pena vermelha.
-Bonita, filho. Lembra a Grifinória.
-É. –concordou James. –Por isso que eu a escolhi.
-Bom garoto, acho que no final das contas você puxou a mim.
Após parar na farmácia, que era bem fascinante para compensar seu cheiro horrível, uma mistura de ovo estragado e repolho podre, onde compraram ingredientes básicos para preparar poções, decidiram passar na Olivaras, a loja de varinhas.
A frente do estabelecimento era estreita e feiosa. Letras de ouro descascadas sobre a porta diziam Olivaras: Artesões de Varinhas de Qualidade desde 382 a.C. Havia somente três varinhas sobre almofadas púrpuras desbotadas na vitrine empoeirada. Foi um pequeno golpe para James, que esperava algo bem mais pomposo. Adquirir sua própria varinha era um dos grandes sonhos de infância. Um sinhinho tocou em algum lugar no fundo da loja quando eles entraram. Era uma lojinha mínima, quase vazia, exceto por um sofá marrom, bastante antiquado. Reola o acompanhou até o balcão, espiando como se fosse pela primeira vez as várias caixinhas pretas empilhadas até o teto. James sentia como se uma magia muito antiga e poderosa pairasse no ar, como efeito do silêncio e da poeira.
-Boa tarde. –disse uma voz suave. Era um homem de pouco mais de cinqüenta anos, os olhos grandes e muito claros brilhando como duas luas na penumbra da loja. –Reola, faz tempo dês da última vez que veio aqui. Corda de coração de dragão e faia, vinte e dois centímetros, estou certo?
A Sra. Potter se surpreendeu por ele se lembrar dela, estava lisonjeada.
-Sim, está. –admitiu, sorrindo. –Dessa vez, trouxe meu filho.
O homem parou os olhos em James, o fitando com uma expressão calma e interessada.
-Ele tem seus olhos. –comentou. -Sr. Potter, o senhor é destro?
-Sim. –respondeu, entusiasmado. Nunca tivera um momento tão mágico.
-Por favor, estique o braço sim? Isso. –Ele mediu James do ombro ao dedo, depois do pulso ao cotovelo, do ombro ao chão, do joelho à axila e ao redor da cabeça. Enquanto media, informou: - As varinhas Olivaras possuem o miolo feito de uma poderosa substância mágica. Usamos pêlos de unicórnio, cordas de coração de dragão, chifres de ogros das planícies. Não há duas varinhas Olivaras iguais, Sr. Potter. E é claro, o senhor jamais conseguirá resultados tão bons como a varinha de outros bruxos.
-Meu pai comentou algo parecido. –disse James. –Algo sobre a varinha escolher o bruxo e tudo mais.
-Ele está certíssimo. Bem, já chega. –falou, guardando a fita métrica. –Experimente esta Sr. Potter: Carvalho, vinte e três centímetros.
James segurou a varinha, fazendo alguns movimentos aleatórios com ela e murmurando feitiços que ouvira os pais fazerem, porém, nada aconteceu e o Sr. Olivaras a tirou de sua mão.
-Talvez ébano e pena de fênix, dezoito centímetros. Flexível.
James a balançou de lá para cá, sentindo-se mais confortável com essa do que com a anterior.
-Muito bem, vejamos outra flexível... Ah, já sei! –exclamou o Sr. Olivaras radiante, virando-se para as estantes com caixinhas pretas e escolhendo uma bastante alta, meio empoeirada. –Mogno, vinte e oito centímetros, bastante flexível. Um pouco mais de poder e excelente para transformações.
Ele apanhou a varinha, sentindo um repentino calor nos dedos. Ergueu e tornou a baixá-la, cortando o ar com um zunido. Uma torrente de faíscas coloridas saíram da ponta como fogos de artifício. Reola pareceu satisfeita. James estava encantado, sentia que aquela varinha fora feito para ele. Predestinada a sua pessoa.
-Então a encontramos. –concluiu o homem. – É uma varinha interessante. Acho que podemos esperar um grande bruxo na família, Sra. Potter. Com um pouco de dedicação o Sr. Potter será um excelente transfigurador. –previu, dirigindo-se até uma gaveta onde guardava o dinheiro. –Cinco galeões, Reola.
James estava muito feliz. Até esquecera-se do ocorrido na loja de artefatos raros. Encontrar a varinha fora como ganhar mais um pedaço de braço. Um pedaço que sempre sentira falta.
Na volta, passaram numa loja chamada Puppy-kingdom. Ela estava lotada de meninos da idade de James, todos muito animados com a idéia de comprar um animalzinho de estimação. O lugar cheirava a pêlo de gato, e á um cheiro peculiar, provavelmente dos produtos utilizados nos aquários dos sapos. Eram dois atendentes, ambos de aspecto gentil, muito ocupados com tantos clientes. Além dos costumeiros gatos, sapos, corujas e ratos havia dois espécimes mais raros, um morcego e uma cobra longa e ameaçadora.
-O que você acha? Talvez um sapo?
-Talvez, se você me ajudar a transformá-lo num dragão. –brincou, passando os olhos nas vitrines. –Eu quero um gatinho. –anunciou, depois de meio minuto.
-Ótima escolha. –aderiu Reola. –Qual?
James apontou para um filhotinho que pulava de um lado para o outro, chateando um gato mais velho. Ele era marrom com ocasionais manchas pretas, uma completamente ao redor do olho direito, o que, para a maioria das outras crianças era um péssimo defeito.
-Sabe quem ele me lembra? –questionou a mãe.
-Não posso nem imaginar. –devolveu em tom irônico.
Quando estavam finalmente voltando, pararam uma última vez na loja de caldeirões onde James comprou um bonito caldeirão de estanho, e uma balança, para pesar poções, bem trabalhada. O telescópio, seus pais já tinham em casa.
-Que nome vai dar ao gato, James? –perguntou a Sra. Potter, enquanto esperava na fila do caixa. –Que tal Arruaceiro?
-Hum, estava pensando em algo mais... egípcio. –respondeu, acariciando com a mão livre o gatinho que miava alto, implorando por liberdade.
-Ainda estou muito em dúvida de quem você puxou, afinal. -comentou a Sra. Potter, fingindo seriedade. –Egípcio; James você é uma criança esquisita.
-Eu sei. –rebateu, sorridente. –Papai deve conhecer um monte de nomes egípcios. Lembra mês retrasado quando ele estava apaixonado por múmias?
-Lembro. –Reola disse, rindo alto. –É, acho que temos um veredicto, você definitivamente puxou para seu pai.
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Não gosto da configuração do fanfiction... não sei, fica tão mais bonito no word . Bem, esse é um projeto que eu sempre quis iniciar, sabe, contar a história do James e tudo, ao mesmo tempo que também falo da vida dos outros marotos. Não prometo que vou fazer essa fic do Primeiro ano ficar tão longa quanto o livro da J.K Rowling, mas também não pretendo pular coisas importantes como o expresso, o teste de seleção, etc :) Tenho mais um cápitulo grande pronto, e vou postá-lo próximo sábado ou algo assim, quando conseguir adiantar o terceiro.
Hmm, eu gostaria mesmo de comentários :x levando em consideração que é uma fic grande e talz, incentivo é sempre muito, muito bom! Então, por favor, se leu e gostou ou tem sua reclamação comente. Só, comente...
Alguns trechos da fic eu tirei do primeiro ou do segundo livro de Harry Potter, geralmente a descrição dos lugares.
Os casais da fic não são bem uma supresa. James/Lily e Sirius/Remus. Não gosta de slash? Desculpa, mas sou uma amante incondicional do casal. Se bem que a coisa vai andar meio lenta. Esse é o primeiro ano, céus. Ninguém morre de paixões com onze anos de idade. Ok, acho que já escrevi demais, por favor, comente e prometo que posto mais! COMENTE. Certo certo, parei. O que vocês acharam do James? A personalidade tá legal? Ele parece muito velho? Hm, adoraria a SUA OPINIÃO. muito obrigada.
