Olá. Esta história vai ser diferente das outras porque é u talkshow! Neste programa vai haver todo o tipo de casos, uns com humor, outros com drama e muito mais.
Para apresentar o programa teremos uma personagem de Golden Sun, a Mia. Esta história foi escrita no meu fotolog. Boa leitura.
Programa Conversas Contigo
Capítulo 1: Primeiro Programa
Parte 1
As câmaras estavam ligadas. O programa estava a começar. Ouviu-se a voz off.
"E agora irá começar o novo programa, Conversas Contigo, destinado ao sucesso. E aí vem a magnífica apresentadora, Mia!"
A Mia entrou no estúdio acenando à plateia, com o seu magnífico cabelo azul a esvoaçar atrás de si.
Mia: Olá a todos! Hoje vou ter vários convidados aqui no programa e esses mesmos convidados vão falar-nos da sua vida, das suas experiências e muito mais.
O público aplaudiu ruidosamente e a Mia sorriu.
Mia: Para começar, vamos receber a Olívia Palitos!
A Olívia entrou no estúdio. Não, não era a Olívia Palito do Popeye, era outra. A Olívia sentou-se no sofá, junto da Mia.
Mia: Então Olívia, ao que sei, tratam-na sempre por Olívia Palitos, mas o seu nome verdadeiro é Olívia Pandim. Porque é que lhe chamam Olívia Palitos?
Olívia: Por causa do meu marido. – respondeu ela.
Mia: O último nome do seu marido é Palitos?
Olívia: Não, ele é que me trai-a e punha-me os palitos. E depois as pessoas começaram a chamar-me isso.
Mia: Estou a ver... - disse ela. - Bom, então, quis vir a este programa para contar a sua história, não é?
Olívia: Sim. Acho que a minha história pode ser um exemplo para as outras mulheres. – disse ela, abanando a cabeça.
Mia: Muito bem. Pode contar.
Olívia: Ora bem, eu casei-me aos dezoito anos com o meu marido, Jumentino Alberto, que nessa altura tinha vinte e dois anos. Ora bem, desde o início que o meu casamento foi...
Mia: Maravilhoso?
Olívia: Não, foi um horror. O meu Jumentino, bate-me todos os dias.
Mia: O.O
Olívia: Conhece aquele filme da Disney... como é que se chama... aquele da rapariga bonita e do monstrengo?
Mia: Ah, a bela e o monstro. – disse a apresentadora.
Olívia: Pois. O meu casamento era assim. Eu era a Bela e ele era um monstro.
Mia: Mas ele batia-lhe sempre?
Olívia: Sempre. Era como as refeições. Era de manhã, à tarde, à noite e nos fins-de-semana, ainda apanhava entre o pequeno-almoço e o almoço e depois do jantar.
Mia: Então, mas você não fazia nada? – perguntou ela, perplexa.
Olívia: Eu fazia. Olhe, limpava a casa, passava a ferro, lavava a loiça...
Mia: Não é isso! Quero dizer, você não fazia nada para impedir o seu marido de lhe bater.?
Olívia: Ah, claro que não. É que eu sou bonita, mas não gosto de trabalhar fora de casa, por isso não ganho dinheiro, por isso tinha de me sujeitar.
Mia:¬¬ Estou a compreender... mas é este o exemplo que quer dar às mulheres?
Olívia: Claro. Hoje em dia há divórcios atrás de divórcios. Não pode ser! Mulheres deste país e do mundo, oiçam-me! Não se divorciem, nem que os vossos maridos lhes batam!
Mia: Mas é que o seu marido, além de lhe bater, ainda a traia, não é?
Olívia: Sim. Um ano depois do nosso casamento, começou a atirar-se à nossa vizinha, a Eulália Amália, uma lambisgóia do pior! Depois, ele conheceu as cinco irmãs da Eulália e agora anda-me a trair com elas todas.
Mia: Com cinco mulheres, mais a sua vizinha? - perguntou ela, surpreendida.
Olívia: O meu Jumentino tem muita pedalada. - disse ela, sorrindo. – Disso não me posso queixar.
Mia: O.o
Olívia: E pronto, já dei o meu recado.
Mia: Espera lá. E filhos? Você tem filhos?
Olívia: Tenho dois filhos.
Mia: E como é que é a relação deles com o pai?
Olívia: É boa. Eles dão-se bem com o pai. - disse ela. - O pai é que não se dá bem com eles e bate-lhes todos os dias.
Mia: Mas a sua família, desculpe-me dizer... é horrível!
Olívia: Não é nada. Pode parecer, mas na realidade damo-nos todos muito bem.
Mia: ¬¬ Pois, nota-se...
Olívia: E pronto. Mulheres deste país e do mundo, não se esqueçam de respeitar os vossos maridos! Todos os dias eu levo porrada, mas o meu marido é que põe o pão lá em casa. É o pão que o Diabo amaçou, mas mesmo assim, é pão! Tenho dito.
E calou-se. A Mia sorriu para a câmara, com um sorriso forçado.
Mia: E agora, vamos para intervalo.
Parte 2
Mia: Olá, caros telespectadores, estamos de volta para a segunda parte de Conversas Contigo. Depois da nossa convidada Olívia, iremos receber uma outra convidada. Katrina Beijinhos! Palmas para ela.
A Katrina, uma mulher exuberante de cabelos loiros, entrou no estúdio, cumprimentou a Mia e sentou-se num dos sofás.
Mia: Então Katrina, diga-nos o que é que veio cá fazer.
Katrina: Eu vim cá promover o grupo a que pertenço, a CEGA.
Mia: Você é cega?
Katrina: Não. Eu pertenço à CEGA, Comunidade Especial das Grandes Amigas.
Mia: E exactamente, que tipo de comunidade é essa?
Katrina: Bom, basicamente, é uma comunidade constituída só por mulheres, onde nos apoiamos umas às outras, damos conselhos de beleza, falamos sobre mexericos e tudo o que uma mulher de categoria superior devia fazer. - disse ela. - Não é como a sua convidada anterior, que devia ser maluca da cabeça.
Mia: Também achei que sim... quer dizer... não, a Olívia não era maluca. - disse ela, de modo pouco convincente.
Katrina: Eu acho que as mulheres estão acima de tudo e têm de estar unidas.
Mia: Quando diz que as mulheres estão acima de tudo, quer dizer exactamente o quê?
Katrina: Ora bem... quero dizer isso mesmo! As mulheres são o centro do mundo. Por exemplo, meu marido, o Álvaro António, sabe que eu sou a pessoa mais importante. Põe sempre os meus desejos à frente dos dele. Por exemplo, no outro dia, caiu pelas escadas abaixo e ficou ali estendido. Nessa altura, estava eu para ir ao cabeleireiro e disse-lhe "Álvaro, olha, sei que estás para aí a sofrer, mas eu não posso faltar ao cabeleireiro, porque hoje a Guiomar, a manicura, vai contar-me a vida da nossa vizinha Ana Catarina, por isso, aguenta até eu voltar."
Mia: E ele aguentou?
Katrina: Claro. Ele sabe que eu estou primeiro que tudo. Aguentou e depois de eu vir do cabeleireiro, levei-o ao hospital. Assim é que eu o educo bem.
Mia: O.o Desculpe lá, mas você tem um marido ou um cão?
Katrina: Um marido, claro. O cão não sabe guiar o carro.
Mia: ¬¬
Katrina: Olhe, lembrei-me de outra coisa! Por exemplo, no outro dia, estava eu a pintar as unhas e apareceu o meu marido, que vinha a chegar do trabalho. Disse-me: "Katrina, o meu patrão se calhar vai despedir-me." Eu fiquei super zangada!
Mia: Por o seu pobre marido perder o emprego e depois, talvez, ficar deprimido?
Katrina: Não. Fiquei zangada, porque depois sem dinheiro, não dava para eu comprar o que eu quero.
Mia: Ah... - disse ela.
Katrina: Então, fui até ao escritório do meu marido e falei com o patrão. Eu disse-lhe "Sr. Sousa, se você despede o meu marido, vou contar á sua mulher que você a anda a enganar!" E pronto, assunto resolvido. O meu marido não foi despedido e até foi promovido.
Mia: Mas isso é fantástico. Como é que saiba informações sobre a mulher do patrão do seu marido?
Katrina: Ora, é para isso é que a CEGA serve. Ficamos a saber tudo sobre toda a gente.
Mia: Ah, então é algo bom.
Katrina: Claro. Mulheres deste país, juntem-se à CEGA! Vamos juntar-nos e fazer com que nos sintamos bem e que os homens nos respeitem e nos obedeçam sem pestanejar!
Mia: Como cães...
Katrina: Lá está você com os cães outra vez. Olhe, eu não gosto de animais, porque deitam pêlos e são chatos e temos de estar sempre a tratar deles e fazer-lhes as vontades, porque senão não se calam.
Mia: Desculpe lá, mas olhando para a sua descrição dos animais, assemelham-se muito às pessoas que participam na CEGA, não acha?
Katrina: Talvez...
Mia: Bom, obrigado Katrina. Agora temos de ir para um novo intervalo e voltaremos na terceira e última parte do programa.
Katrina: Adeus a todos! Beijinhos para vocês! - disse ela, lançando beijinhos.
E o programa foi para intervalo.
Parte 3
Mia: Olá caros telespectadores, estamos de volta para a terceira e última parte do programa de hoje, Conversas Contigo. Nesta parte final vou falar com o sociólogo, Tozé Torres, sobre o conceito de beleza e o seu papel na nossa sociedade. - disse ela, sentando-se num sofá, perto de um homem de bigode. - Olá Tozé Torres.
Tozé: Olá menina Mia.
Mia: Então, o que nos tem para dizer sobre o conceito de beleza?
Tozé: Bom, depois de muitos estudos, cheguei à brilhante conclusão que o aspecto da beleza está demasiado valorizado na nossa sociedade. Isto não quer dizer que a beleza não seja importante, pois muitas vezes é. Por exemplo, a menina Mia está aqui a apresentar o programa, porque é bonita. Se fosse feia que nem uma porta, não a punham aqui.
Mia: Ah... bom, isso é um elogio, não é? - perguntou ela, confusa.
Tozé: Mas, depois de ouvir a convidada anterior, ainda fiquei mais decidido na minha tese. Vou dar-lhe um exemplo pessoal. Quando eu era mais jovem, tinha duas raparigas que andavam atrás de mim. Uma, a Patrícia, era lindíssima, parecia uma deusa. Já a outra, a Filipa, era um bocado gorda. Ora bem, à primeira vista seria mais proveitoso eu ficar com a Patrícia.
Mia: Assim parece.
Tozé: Bom, eu pensei da mesma maneira. E comecei a sair com ela. Só que ela era muito temperamental. Tínhamos de lhe fazer as vontades todas, senão, ficava amuada e, além disso, não queria responsabilidades nenhumas. Obviamente que o nosso relacionamento não durou muito. Mas, depois disso, fui-me apercebendo que a Filipa continuava a olhar muito para mim. E pensei que talvez até nos desse-mos bem.
Mia: E deram?
Tozé: Perfeitamente. Para você ver, namorámos dois anos e já somos casados há vinte!
Mia: Ah, parabéns.
Tozé: Obrigado. Bom, é que a Filipa, apesar de não ser nenhuma deusa grega, era muito mais carinhosa, responsável e acima de tudo, estava disposta a fazer sacrifícios e não fazer tudo o que queria. E assim, tanto eu como ela nos respeitávamos imenso, o amor começou a surgir em mim e pronto, como eu disse, estamos casados há vinte anos.
Mia: Essa é uma história muito bonita.
Tozé: Ah, para vossa informação, a Patrícia continua solteira, pois é incapaz de manter uma relação estável.
Mia: Ou seja, o que importa realmente não é a beleza, mas sim as emoções que a pessoa tem, a sua personalidade...
Tozé: Exactamente. Compreendeu perfeitamente o que eu quis dizer. A beleza não é tudo, o que importa é o que está dentro de nós. Temos de ter em mente que a beleza é efémera. Não vai durar para sempre. Mesmo que as pessoas cuidem muito da imagem, vão envelhecer. E depois? Ficam mais feias e o que acontece? Deixam de viver?
Mia: Essa é uma boa pergunta.
Tozé: A beleza pode durar pouco, mas o que nós somos acompanha-nos durante toda a vida.
Mia: Senhor Tozé, você é quase um filósofo.
Tozé: Obrigado menina Mia. Para finalizar, tenho a dizer que cada pessoa é livre de fazer o que quiser, mas tem de pensar que, para que os outros se importem connosco, nós também temos de nos preocupar com eles. É só.
Mia: Obrigado Tozé Torres. - disse ela e depois virou-se para a câmara. - E assim, termina o primeiro programa de Conversas Contigo. Obrigado a todos os telespectadores e até amanhã!
E aqui está o primeiro capítulo. Espero que tenham gostado.
