Disclaimer: Naruto não me pertence.


Secret Lovers

Escrito por: Ann. G

Apresentava um estado completamente abalado, caótico e sofrido enquanto olhava pela janela e observava o ambiente externo. Tudo estava tão calmo lá fora, a neve caindo lentamente e se adequando magnificamente ao chão, como se ali fosse o lugar exato para cair, o lugar onde aquele pequeno floco de neve teria que se encaixar.

O que era completamente frustrante. Os flocos de neve possuíam um lugar de encaixe, algo que estaria ali quando completassem sua queda. Suspirou sabendo que nunca teria aquilo e sentiu inveja daqueles flocos de neve. Sentia inveja daquele ambiente que olhava pela janela. Tudo tão calmo, seguindo a ordem da natureza e transmitindo paz e tranqüilidade. Tudo o que ela não tinha na sua vida.

Olhou para seu corpo. Seus braços e pernas apresentavam hematomas, ferimentos e a fazia lembrar de que sua vida havia chegado a um lugar em que não teria volta. Cutucava os machucados com os dedos, com um suspiro resignado soube que aqueles hematomas eram mais do que reais. Estava envolvida com o perigo desde sempre e nunca se sentiu solitária, excluída, até agora.

O gemido sofrido a fez virar seus olhos para a cama e adotarem um ar preocupado. Andou rapidamente até a cama e se sentou ao lado do corpo estirado suavemente encima do colchão macio. Checou se ele estava com febre e quando o rosto dele se virou para ela se permitiu acariciar o rosto pálido e lindo do homem que adormecia em sofrimento. A franja longa e negra cobria levemente os olhos fechados e os fios negros permaneciam colados a pele devido ao suor que era expelido pelo corpo másculo.

Escutando outro gemido, Sakura se levantou e foi até o banheiro pegar as coisas que havia trago para cuidar dos machucados do moreno. Quando novamente se aproximou dele, parecendo sentir a presença feminina ao seu lado, seu rosto coberto de suor se virou para ela, esperando que a delicada mão acariciasse novamente sua pele.

Ela desceu o lençol que o cobria e levantou a camisa revelando os graves ferimentos que marcavam violentamente a pele pálida do abdômen masculino. Limpou-os novamente para impedirem que infeccionassem e trocou as ataduras dos machucados mais graves. A expressão de dor que o homem adormecido exibia se suavizou quando os delicados dedos femininos tocavam levemente as feridas, curando-o.

Sakura o cobriu novamente e voltou para a janela. O pôr do sol já havia acontecido enquanto cuidava de seu parceiro. Abriu um pouco a janela para que o ar pesado e quente do quarto se suavizasse com brisa do anoitecer.

O vento gélido e calmo adentrou sem impedimentos no quarto e limpou todo o ar abafado, levou embora todo o cheiro de sangue, suor e lágrimas.

Já haviam passado cinco dias desde que tinha chegado naquele quarto com Sasuke, com ele caindo inconsciente por causa do cansaço e dos graves ferimentos acometidos em seu corpo. Cinco dias e ele não havia ficado consciente nenhuma vez. Não sentia o desejo de ingerir qualquer coisa liquida ou sólida e muito menos tinha o desejo de fazer qualquer necessidade humana. A preocupação abatia o rosto feminino e ela deixou sua cabeça cair. As lágrimas voltaram a descer de seus olhos pelo seu rosto e cair até o chão, molhando os fios do longo cabelo rosa que caia em cascata a sua frente. Estava temendo o pior. Sentia o cheiro da morte entrando juntamente com a brisa calma do anoitecer. Iria perder seu parceiro, amigo e amante.

- A missão foi concluída?

Sakura virou atônita em direção a cama. Sasuke tentava se sentar e não demonstrava dor durante o movimento. Correu e não hesitou em abraçá-lo e só o largou quando ele trancou a respiração e suspirou fortemente de dor.

- Como você está se sentindo? Oh... pensei que iria perdê-lo. Onde dói? Posso... – as lágrimas invadiram seus olhos novamente e ela não se importou em abraçá-lo, mesmo ele estreitando a respiração em sofrimento.

Sasuke apertava os olhos por causa das pontadas que sentia em suas costelas. Qualquer movimento que fazia seu corpo reclamava e doía cruelmente até que ele mudasse de posição para conseguir outro dolorido protesto. Um ciclo sem fim. Suspirou. Os soluços de Sakura não ajudavam em nada, mas ele não se importou. Não sabia quanto tempo havia ficado inconsciente e pela intensidade de suas lesões sentia que havia sido por muito tempo. Abraçou sua parceira suavemente e afagou seu cabelo esperando que ela cessasse o choro.

Ela não conseguia parar de chorar. Sentia-se uma boba por estar demonstrando fraqueza na frente dele e quando sentiu os braços masculinos ao seu redor, as lágrimas derramaram com mais intensidade. Perdeu a noção do tempo, não soube por quanto tempo havia estado sendo reconfortada por Sasuke. Quando sentiu que seus olhos estavam secos se afastou um pouco dele para poder enxergá-lo. Limpou o rosto com as mãos e sorriu.

- Estou feliz que esteja bem.

- Sakura, a missão.

- Sério? – perguntou irritada. Quando viu que ele assentiu levantou com raiva, jogando as mãos pro alto olhou-o furiosamente. – Que droga Sasuke! Cinco dias, passei cinco malditos dias cuidando de você esperando o pior e quando você finalmente acorda me pergunta sobre a droga da missão! – bufou – Nem perguntou se eu estava bem, se havia me ferido... Veio me perguntar logo sobre a maldita missão.

Sasuke olhava-a assustado. Sakura era sua parceira por seis anos e sempre ficava assustado com as súbitas mudanças de humor.

- Bem, você está bem? – cruzou os braços – E a missão?

- Argh. Você é impossível. – bufou novamente e voltou para a janela – Não tenho noticia da equipe e quando tudo caiu naquele prédio não vi nenhum membro saindo. Esse é o hotel mais perto do lugar, não foi longe o bastante porque eu estava carregando um peso quase morto. Se eles sobreviveram, foram para um lugar mais longe.

- Então foi um fracasso.

- Sim. – suspirou

- Se esse hotel é perto do local onde estávamos então ele não é seguro. Devemos sair daqui o quanto antes.

- Não se preocupe. Eu estou protegendo-o.

Ele franziu a testa. Seu orgulho não permitia que uma mulher, por mais que seja sua parceira, o protegesse. Era seu instinto proteger e ainda mais ela. Ele queria que ela estivesse na cama e ele a protegendo, como deveria ser. Queria-a na cama nua esperando por ele...

Balançou a cabeça para espantar os pensamentos impróprios. Tinha que se recompor para saírem daquele quarto e irem para um local seguro o mais rápido possível.

x-x-x

Sakura o observou enquanto ele saía do banheiro com o cabelo molhado, lambeu os lábios quando desceu seu olhar para o corpo nu, exceto pela parte de baixo, que estava coberta pela toalha branca. Estreitou os olhos e crispou os lábios para os ferimentos que estavam cicatrizando, ferimentos que deixavam a palidez e a perfeição daquele tórax nu ainda mais sensual. Marcas de batalha. Desejava-o. Queria ser possuída por ele, queria o cheiro dele impregnado em sua pele e queria seus lábios presos aos dele até não conseguirem mais respirar.

Eles sabiam o quanto era errado se envolverem. A agência não permitia envolvimento entre os agentes, portanto Sakura tinha que viver no completo desejo por seu parceiro. Claro que muitas vezes eles tinham dado dane-se as regras e em segredo haviam sucumbido aos desejos. Nada mais que aquilo. Eram apenas desejos, vontades. Era o que ela dizia a si mesma enquanto observava Sasuke checar suas armas. Mentia para si mesma desde que percebeu que estava apaixonada por ele.

Queria ter mais tempo com ele ali naquele quarto, como se fossem férias merecidas.

Durante todos aqueles dias não havia percebido, identificado e nem notado inimigos ou amigos, ela e Sasuke estavam sozinhos e esquecidos naquele quarto de um motel barato. Todo o tempo permanecia alerta e quando fechava os olhos para descansar, eram apenas curtos cochilos. Mesmo não dormindo as horas recomendadas não deixava que o cansaço a abatesse. Por cinco noites velava o sono de Sasuke atenta, escutando apenas suas respirações e focando o sentido para qualquer coisa estranha que não seria normal naquele lugar. Esgueirava-se pelos lugares mais protegidos quando ia arrumar comida e água e nunca notou alguém suspeito, o que era um alívio.

Poderiam ficar mais um dia, curtir um ao outro antes de voltarem a receber mais missões estúpidas que poderia gerar a morte dos dois. Abriu a boca para lhe pedir, mas as palavras não saíram. Apenas continuou olhando-o preparar suas armas em um estado de extrema concentração. Suspirando resignada foi se sentar na cama e quando abaixou a vista para seus pés sentiu uma tontura a abater.

Deu-se conta do quão cansada estava.

Sasuke a observava pelo canto do olho enquanto arrumava suas armas que haviam sobrado da missão suicida que ambos tinham sido mandados. Notou quando seus olhos se embaçaram e suas pernas fraquejaram. Tontura. Ele já tinha percebido o quanto ela estava cansada, as olheiras em seus olhos eram nítidas e monstruosas. Mas ele também sabia que Sakura não iria demonstrar fraqueza na frente dele e por isso iria aceitar sair daquele hotel, mesmo não conseguindo andar. Suspirou. Queria sair daquele lugar o mais rápido, queria mantê-la em segurança e em um lugar que não estivesse sujo em todos os cantos. Ele não estava completamente curado, sentia dores irritantes nos mais leves movimentos.

Ficariam naquele lugar por mais um dia. Seria o tempo suficiente para ele se recuperar e para Sakura descansar. Olhou-a intensamente. Sakura não iria aceitar a recomendação dele para descansar, por isso sabia o que tinha que fazer, e isso o agradava completamente.

Aproximou da cama lentamente, observando os olhos femininos o observar curiosamente. Se abaixou até que seus olhos ficassem no mesmo nível dos dela e levemente passou os dedos nas olheiras que estragavam o rosto tão belo.

- Iremos ficar por mais um dia.

- N-não! – Forçou suas pernas para se levantarem. Um esforço inútil – Temos que sair daqui!

Sasuke levou seus dedos até uma mecha de cabelo que caía irritantemente no rosto dela e a colocou atrás da orelha. Notou quando Sakura arregalou os olhos em surpresa quando se aproximou e roçou suavemente os lábios nos dela.

Sasuke sempre fora carinhoso com ela todas as vezes que sucumbiam aos desejos. Sempre começava a seduzi-la com pequenos gestos e sabia o que viria a seguir. Sorriu internamente por isso. Ele só acariciava seus cabelos, passando os dedos através das ondas e dobrando-os para trás das orelhas.

E então ele mantinha os olhos fechados com o dela quando ele trouxe suas bocas juntas suavemente.

Acariciar e carícias. Ele lambeu os lábios, mas quando ela abriu para aprofundar o beijo, ele não mergulhou para dentro como ela esperava. Foi só mais um beijo delicado, até que ela se sentiu drogada pelo arrastar de carne na carne.

Seu corpo geralmente rugia para o seu. Agora, um desabrochar delicioso passava através dela, relaxando e aliviando, trazendo um despertar tranquilo que estava de alguma forma profunda e estilhaçando como a paixão desesperada que ela normalmente sentia.

Quando ele mudou de posição, ela não hesitou e muito menos lutou e seguiu sua liderança, indo totalmente de costas enquanto ele subia na cama retirando a toalha que o cobria. Não conseguiu evitar o rubor que atingiu sua face sempre que via o membro ereto dele. Ele se aproximou e cobriu a parte superior do corpo com o dele. O beijo continuou, e ela estava tão focada no beijo que não percebeu que ele tinha deslizado uma mão sob a parte inferior de sua camisa.

Sua palma morna, grande e máscula deslizando acima, entrando dentro... Encontrando e capturando seus seios. Sem provocações, sem beslicar. Acariciava delicadamente cada extensão, até que ela se arqueou e gemeu em sua boca.

- Sakura, - a voz de Sasuke sussurrou em seu ouvido, profunda, baixa. – quero tirar sua roupa. Posso?

- Por favor, sim... Deus, sim!

Despi-la era uma parte do prazer, retirando peça por peça, devagar, carinhosamente. Até que por fim os reuniu pele com pele. Seus seios se enrijeceram ainda mais quando o ar frio bateu-lhes e ela viu seu rosto quando a olhou. Viu que o suspiro que ele havia dado não só despertou o desejo nela como o fez cerrar os olhos pela pontada que sentiu de um de seus ferimentos. Ela ia perguntar se ele estavam bem , se...

Suas mãos estavam por toda parte, em seu estômago, nos quadris, entre suas coxas. Em seu sexo liso. O orgasmo que ele lhe deu foi como uma onda quente correndo por seu corpo, levando-a em mais uma nuvem de êxtase de prazer.

Sakura fechou os olhos quando sentiu-o dentro dela. Sorriu adorando cada pico de prazer.

Quando ele finalmente atingiu o ápice, foi como se passasse uma onda por sua coluna vertebral e uma pulsação em seu núcleo, e ela foi junto com ele, os dois embrulhados, apertados, o corpo e a alma.

Com um rolar, ele a levou em cima dele, ficando envolta de todo o seu corpo duro, peito musculoso e cheio de feridas que ele se irritava por estarem ali. Ela estava flutuando e quente e sorrindo.

- Você está bem? – perguntou-a

- Mais do que bem. – ela procurou seu rosto – Cansada, estou esgotada.

- Bom. Agora vamos dormir.

- Me sinto como se eu tivesse feito amor com você pela primeira vez.

- Hm. – ele a beijou – Esse era o plano.

Deitando a cabeça sobre o coração dele batendo, acelerado, ela fechou os olhos e se permitiu dormir tranquilamente.