Disclaimer: Inu Yasha e todos os seus personagens pertencem unicamente a Rumiko Takahashi.
Nota da autora: Inu Yasha é um anime que fez parte da minha infância. Escrever uma fic de Inu Yasha com a temática de piratas não estava nos planos, mas a Pequena ama Inu Yasha, e ama personagens femininas fortes, então tentei o meu melhor...
Espero que goste, Pequena! 3 Pra você, de coração!
PoVs alternados.
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Leviathan
Havia um estranho prazer em encarar a vastidão azul à sua frente. O céu estrelado e sem lua impedia a visão de terra, tornando o mar algo perigoso caso se aproximassem da costa, mas estavam a dias de distância de qualquer ínfimo pedaço de terra.
O Leviathan navegava calmamente, perseguindo sua presa, o Rainha Elizabeth. O Rainha era um grande navio mercante, carregado das mais impressionantes riquezas que qualquer um da sua tripulação pudesse sonhar em obter. Seriam todos ricos. Mais ricos do que seus mais insanos sonhos.
- O vento morreu capitã. – o capitão-tenente estava ao seu lado, encarando o mar com um vinco entre suas sobrancelhas – Podemos acabar perdendo o Rainha.
Prestava tanta atenção ao mar e as velas que pendiam sem vida dos mastros que não percebeu o sorriso nos lábios da capitã.
- Esquece-se, Miroku, que se não temos vento, o Rainha também não tem. – passou a mão lentamente pelo cabelo, enquanto a outra repousava no coldre de seu revólver – E ele sendo mais pesado que o nosso, o alcançaremos quando o vento voltar. – virou-se para seus aposentos e deixou o capitão-tenente sozinho encarando o mar.
- Só espero que saiba o que está fazendo, capitã... – o rapaz suspirou e desceu aos aposentos da tripulação, deixando uma prece para os deuses antigos mandarem os ventos de volta e não perderem sua presa.
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O amanhecer tocou lentamente o horizonte, iluminando o mar ao redor do Rainha. O capitão se encontrava em seus aposentos anotando no diário de bordo a perseguição da qual tentava escapar. A porta foi aberta sem cerimônias, o fazendo borrar o que escrevia. Encarou rosnando enquanto sua capitã-tenenteentrava no aposento parcamente iluminado pelas velas que ainda queimavam.
- Fomos abençoados com alguma sorte, capitão. – a morena deu um leve sorriso de canto de boca enquanto limpava as unhas com uma adaga, sem encarar o capitão – O Leviathan não se encontra em local nenhum.
- Não se descuide, Sango. Aquela bruxa não abandonará a perseguição tão facilmente. – fechou os olhos com força e massageou as têmporas antes de fechar o diário de bordo e se levantar – Corrija o curso para Porto Real e abra as velas ao máximo.
A mulher virou as costas para o capitão e abriu novamente a porta. – Você se esquece de quem sou, Inu Yasha. Já estamos navegando em direção a Porto Real a três quartos de hora. – sorriu para si mesma, imaginando o olhar incrédulo do capitão, fechou a porta atrás de si e seguiu em direção ao timoneiro.
- Ela ainda acabará comigo... – murmurou irritado o rapaz. Pegou suas armas e colocou seu casaco vermelho, seguindo a garota em direção ao convés.
Sua tripulação confiava em seus instintos, sabiam que se o Leviathan os alcançasse acabariam com uma batalha sangrenta para defenderem suas vidas e era algo que queria evitar. Não que fosse covarde, muito pelo contrário, porém sabia que seu navio não era equipado com canhões o suficiente para lutar com o Leviathan.
O navio inimigo era um navio de guerra, uma corveta, capitaneado por uma das piores piratas da época, a Princesa dos Mares. Odiava o fato de uma mulher ser tão perigosa. Os sobreviventes aos ataques da Princesa afirmavam que ela era um monstro na luta. Aparentemente não aceitava que um homem lutasse por ela. Lançou um olhar para sua capitã-tenente se perguntando pela milésima vez por que diabos a aceitou em seu navio, por que seu irmão insistira na presença dela. Tinha certeza de que Sango era tão perigosa quanto a pirata que os perseguia.
Lembrar-se do irmão o fazia sentir uma raiva que mal conseguia conter, socou a amurada do navio e fechou os olhos com força. Se tivesse sido um pouco mais forte, não estaria no Rainha, estaria tranquilo e seguro em terra. Infelizmente, seu pai e seu irmão estavam decididos a levar o Rainha a Boston. O que significava enfrentar os perigos dos mares.
- Velas!
O grito do vigia o arrancou de seus devaneios e pegou sua luneta. – Onde?
- A estibordo, capitão!
Correu para o lado direito do navio, batendo na amurada enquanto focava sua luneta e procurava as velas que se aproximavam. O que viu o fez perder a fala.
- Quais são as ordens, capitão? – Sango perguntou, sem tirar os olhos do rosto sem cor de Inu Yasha.
Respirou fundo e manteve os olhos em seu inimigo. – Mantenha as velas enfunadas, preparem os canhões e os homens. O Leviathan se aproxima.
- Abram as velas altas! Mantenha o curso, timoneiro! Homens, às armas! É hoje que o Leviathan será destruído!
Os homens berravam, ansiosos e assustados, não queriam lutar, mas temiam o ódio de Sango. Rapidamente começaram a organizar as armas, acreditando nas palavras da capitã-tenente.
- Você apenas os prepara para a morte, Sango.
- Se tem medo de lutar, capitão, pode se esconder em seus aposentos. Não permitirei que este navio seja tomado sem uma luta. – virou-se para ir embora e completou – Melhor morrer preparado do que entrar numa luta sem armas.
Balançou levemente a cabeça enquanto ouvia a mulher perguntando a velocidade do navio. Sabia que ela estava certa, deveriam se preparar para lutar, deveriam estar preparados para o ataque e lutar com todas as suas forças. Voltou a observar pela luneta, o navio inimigo se aproximava com rapidez.
Como poderiam sobreviver ao ataque da temível besta marinha, o Leviathan?
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- Estamos a 7 nós, capitã!
Franziu as sobrancelhas e voltou a observar sua presa pela luneta.
- Estamos lentos, Miroku. – sussurrou com raiva, seu capitão-tenente suspirando de leve – Estamos! Precisamos aumentar a velocidade ou eles acabarão escapando!
- Abram as velas de cima do mastro! – Miroku sabia que o mastro poderia não aguentar, não haviam tido tempo para calafetar e arrumar todos os defeitos da última expedição que fizeram – Vamos compensar a força do vento com as cordas.
Vários de seus tripulantes começaram a desamarrar as cordas do mastro e puxando-as nas angulações corretas para compensar a força do vento. A capitã se aproximou dos tripulantes que observavam a velocidade e esperava o resultado.
- Tempo!
- 8 nós e meio!
Deu um sorriso de lado e bateu no ombro do tripulante. – Bom trabalho pessoal! Vamos alcança-los antes do meio dia!
Recebeu uma ovação de alegria de sua tripulação enquanto voltava para o lado do timoneiro e observava o Rainha pela sua luneta. Lambeu os lábios com a expectativa do lucro que receberiam com os despojos.
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Percebia que a tripulação estava começando a ficar nervosa com a aproximação do Leviathan. Até mesmo em sua coluna sentiu aquele arrepio típico de ansiedade e medo. Balançou a cabeça minimamente e tocou o coldre de seu revolver. Não podia demonstrar medo frente a sua tripulação.
Lançou um olhar para o mastro principal e viu Sango dependurada na rede, luneta a postos e seguindo a aproximação do navio inimigo. Era um sorriso que via nos lábios dela? Definitivamente ela era uma mulher perigosa. Exigiria respostas do irmão quando o visse novamente. Se o visse novamente.
- Eles estão ganhando velocidade, capitão. – a mulher desprendeu-se da rede e se agachou quando caiu no convés do navio – Todos os canhões estão a postos. Deveríamos nos virar para ataca-lo agora.
Levantou o olhar para a amurada, o Leviathan facilmente visível agora. – Dê a ordem, Sango.
O sorriso que pensou ter visto agora se espalhou pelo rosto dela.
- Escutem bem, seu bando de cagalhões! – ela andava orgulhosamente pelo navio, encarando cada tripulante – Está na hora de mostrarem ao seu capitão o seu valor! Preparem-se para a batalha!
- Quero todos prontos para rechaçar o Leviathan. Os canhões dispararão ao meu sinal! – Inu Yasha levantou a voz, encontrando coragem com as palavras brutas da mulher – Qual a distância do navio?
Passaram-se apenas alguns segundos antes da resposta que desejava escutar soar pelo Rainha.
- Estão a 200 metros, capitão!
- Fogo!
Sabia que teriam poucas chances de conseguir lutar com o Leviathan. Ele era o navio mais rápido e melhor armado. O Rainha, mesmo sendo maior, levava apenas 12 canhões. Seu irmão e seu pai haviam sido claros, não deveria desperdiçar espaço de carga com canhões. De toda a sua tripulação de quase 80 homens, menos de um quarto eram verdadeiros lutadores. Se o Leviathan se atracasse, estariam perdidos.
- Fogo!
A segunda leva de munição, acertou em cheio o casco do Leviathan. Podia ver a madeira se despedaçando e alguns piratas irem ao mar. Sua tripulação gritou, feliz com o feito, mas era nítido que haviam apenas cutucado a fera.
O monstro continuava se aproximando velozmente. Preparou-se para o impacto da proa do navio e fez uma rápida oração para qualquer santo que escutasse.
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- Protejam-se! – o grito era desnecessário, mas saiu automaticamente da boca de Miroku – Preparem-se para abordar!
A capitã permaneceu observando a fútil tentativa do Rainha. Ao menos ninguém poderia chamar o capitão do navio de covarde. Acabou sorrindo enquanto levou novamente a luneta ao rosto, era possível ver o medo e desespero no rosto de cada um da tripulação inimiga.
- Eles estão desesperados – sua voz se elevou acima do som dos canhões de ambos os navios, chamando a atenção de sua tripulação – a batalha deve ser rápida.
Alguns tripulantes engoliram em seco, sabiam que uma tripulação desesperada significava uma luta mais brutal. Estavam a poucos metros do navio inimigo e agora era a hora de abordá-lo.
- Pranchas, cordas e redes, prontas! – Miroku continuava com as ordens, enquanto a capitã se aproximava da amurada, agachada como seus companheiros e se preparava para a abordagem.
O grito que se seguiu fora animalesco. As redes e cordas foram jogadas, prendendo o Rainha ao Leviathan. Agora o monstro capturara sua presa, apenas sangue poderia fazê-lo soltá-la.
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Assistiu desnorteado quando os primeiros piratas saltaram a amurada do Rainha, eles eram verdadeiros lutadores, mal haviam tocado o convés já disparavam golpes em sua tripulação despreparada. O timoneiro tentava deslocar o navio, mas o Leviathan se prendera ao Rainha, não havia o que fazer a não ser lutar.
Sacou sua espada e o revólver, atirando no primeiro pirata que viu. Mais sentiu do que ouviu seu próprio grito de guerra enquanto partia para a batalha. Podia ver Sango lutando com duas espadas contra quatro piratas, mas não foi a visão de sua capitã-tenente que o fez hesitar.
Foi ela.
A Princesa abordara seu navio e estava distribuindo a morte a todos os que se encontravam próximos. Ela sorria, gritava e gargalhava enquanto banhava-se com o sangue de sua tripulação.
Sentiu uma dor lancinante em seu braço e voltou-se novamente para sua luta, não podia perder o foco. Agora era cada homem por si enquanto aguardavam o fim da luta. Podiam – e muito provavelmente iriam – perder, mas não desistiriam da luta tão facilmente agora que ela começara.
- Inu Yasha! – mal pôde se mover ao ouvir o grito de Sango, mas sentiu o choque quando um pirata se chocou em suas costas, virou-se para olhar e viu a espada de Sango cravada nas costas do pirata caído.
Não teve tempo de agradecer, sendo prontamente cercado por 5 inimigos, a Princesa levantara uma sobrancelha para a cena e se aproximava lentamente de si.
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Trocou um olhar com Miroku, não era comum encontrar outras tripulações com mulheres. E se essa mulher, que luta muito bem, estava tão preocupada com esse tal de Inu Yasha, só poderia indicar uma de duas coisas. Ou eles são um casal, o que seria pouco provável, visto que eles mal trocavam olhares, ou ele seria o capitão do navio.
Sentiu o pequeno sorriso surgir em seus lábios e voltou a abrir caminho através de sua espada, aproximando-se do homem de cabelos brancos.
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Enquanto os piratas chutavam suas armas para longe de si e o seguravam sobre o convés, podia ouvir o barulho da batalha diminuindo. Haviam perdido, não havia mais o que se fazer.
Eram mais uma presa capturada pelo monstro dos mares.
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Enquanto a luta morria, podia ver que apenas a mulher, aquela que lançara a espada contra um de seus companheiros, continuava a lutar. Era fantástico observá-la lutando, mas não queria perder mais tripulantes.
- Acabou, docinho. Deponha sua arma. – Miroku sorria apoiado sobre sua espada, a ponta riscando o belo convés de madeira do Rainha.
A Princesa balançou levemente a cabeça enquanto se abaixava em frente a Inu Yasha.
- Você é o capitão?
O rapaz a encarava com ódio visível no olhar, decidido a não abrir a boca. Podia ouvir as risadas de seus tripulantes e lançou um olhar para a batalha que continuava. A mulher conseguira derrubar um de seus inimigos e pulava por sobre ele para alcançar Miroku. Definitivamente não havia sido feliz com seu comentário.
- Sua mulher acabará morta... – nem mesmo uma sombra de preocupação no rosto do homem, mas surgiu um pequeno sorriso macabro em seus lábios.
- Aposto que ela levará muito de seus piratas com ela.
Levantou-se e caminhou até a batalha. Miroku já estava sangrando de pequenos cortes recebidos nos braços e no rosto, enquanto a mulher permanecia forte, mesmo com vários cortes sangrando por todo o corpo.
- Já chega.
Em momento algum sua voz se elevou, mas todos no navio levantaram os olhos para ver Miroku continuar a se defender.
- Eu disse já chega. – apontou o revólver para o rosto da mulher que lutava e não viu o menor sinal de medo ou hesitação.
Encararam-se por longos minutos, ambas prontas para acabar com a outra. Até que lentamente abaixou o revólver, um sorriso se espalhando pelo rosto. A mulher abaixou e soltou a espada, mas quando Miroku se aproximou para amarrá-la, desferiu um soco no meio do rosto dele que o lançou para trás.
- Ei!
Ela sorriu, ameaçadora – Me chame de docinho mais uma vez... – e virou-se, caminhando até Inu Yasha. Os piratas abriram caminho para ela, sabiam que ela só parara por ter encontrado alguém a sua altura.
- Muito bem... – a Princesa voltou-se para a tripulação do Rainha, todos submissos, sentados e desarmados – Vamos ao que interessa. Miroku, leve Kouga e comecem a descarregar nossos espólios. Enquanto isso... Vou conversar com nossos ilustres convidados.
Deu um chute na bunda do homem e sinalizou para a mulher acompanha-los até os aposentos do capitão.
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Odiava o fato de ter sido abordado. Odiava o fato de ter sido salvo em batalha por Sango. Odiava ainda mais o fato de a capitã do navio inimigo estar sentada em sua cadeira, atrás de sua mesa, lendo o seu diário de bordo, como se o Rainha já fosse dela.
Trincou os dentes e cruzou os braços, disposto a ser o mais inconveniente possível para aquela maldita capitã.
- Seu diário de bordo é muito organizado, capitão Inu Yasha. – a mulher elogiou enquanto lia as páginas rapidamente, apenas checando a carga valiosa que o navio carregava – Agradeço.
Grunhiu de desgosto. Como se algo que fizesse fosse para facilitar o maldito trabalho dos piratas. Não... Mantinha o seu diário de bordo impecável porque seu irmão era um contador extremamente irritante.
Escutou a mulher fechar o livro e soltar um leve suspiro.
- A única coisa que nos resta para fazer neste momento é decidir o que acontecerá com vocês.
Isso era algo estranho para se escutar. O Leviathan era um navio pirata temido, mas nunca matou todos os tripulantes dos navios que emboscava, raramente destruía suas presas, afinal, uma vez sendo presa, poderia voltar a caça-los.
- É claro que irá nos libertar, assim que roubar toda a nossa carga. – deu de ombros – Isso é algo óbvio.
A mulher puxou uma adaga e começou a brincar com ela entre seus dedos. – Claro... Como disse, é o óbvio... – deu um sorriso de lado e encarou Sango – Mas sempre existem outras duas opções.
Franziu o cenho, tentando entender as palavras da capitã.
- Você só pode estar de brincadeira.
A fala de Sango o fez encará-la. Era perceptível a raiva reprimida no comentário.
- Falo o mais sério possível, garota. É uma opção.
- E se dissermos não? Nos mata? – riu debochada – Por favor.
Foi a vez da capitã dar de ombros, limpando as unhas com a adaga.
- Como eu disse, é uma opção.
Desviou o olhar de uma para outra, sem exatamente entender o que se passava. – Mas que diabos? Que escolha?
Sango revirou os olhos e voltou a se escorar no batente da porta – Ela está nos convidando para participar da tripulação dela, Capitão. – trocou de ombro com uma pequena careta de dor – Em troca das nossas vidas, aparentemente.
Sua boca se abriu inconscientemente. Se tornar um pirata? Isso com certeza não estava nos planos. O plano era chegar em Boston – ou em Porto Real – vender o restante da carga, aquela que os piratas não conseguissem roubar, e voltar para a Inglaterra, pegar os canhões e caçar a maldita Princesa. Em momento algum se tornar parte da tripulação se encaixava.
- É exatamente isso que Miroku está oferecendo à sua tripulação – deu aquele meio sorriso infame – ao menos aos que sobreviveram...
Isso era ruim. Era muito ruim. Encarou Sango que não demonstrava o que estava pensando e sentiu uma pequena pontada de medo. Com certeza se tornar parte da tripulação de piratas, ainda mais dessa pirata, acabaria com qualquer chance que teria de entrar para a carreira na marinha inglesa.
- E o que acontece aos que disserem não?
Mal terminara a pergunta e escutou o som de um tiro e os gritos do restante da tripulação.
- Entendam, a carga de vocês é muito grande, preciso do navio para transportá-la. – a mulher cravou a adaga na mesa – E ter um navio como o Rainha seria de grande ajuda para nossos comerciantes. Não posso deixa-los ir.
O silêncio que se seguiu parecia ser palpável. Seu coração batia rápido, não podia acreditar que sua carreira, sua vida se acabaria assim, nas mãos da pirata mais perigosa dos sete mares. Precisava de uma solução, de uma forma de escapar.
- E o que nos impediria de mata-la e expulsar seus piratas do navio?
Quase sorriu com a pergunta de Sango, afinal... Ainda estavam armados. Era uma pergunta válida, porém sabia que era apenas uma tentativa de desestabilizar a mulher, afinal, Sango não fez a menor menção de sacar sua espada.
- Confio em minhas habilidades. – a capitã sorriu despreocupada – Diria que temos todo o tempo do mundo, mas temo que se o capitão do navio não se decidir logo, não teremos uma tripulação para navegar os dois navios.
Os tiros não haviam cessado do lado de fora. Suspirou e novamente cruzou os braços. De nada adiantaria lutar e morrer, de nada adiantaria negar e morrer e de nada adiantaria uma tripulação morta para um navio como o Rainha. Ela estava certa. Só havia uma coisa a fazer.
- Eu farei parte da sua droga de tripulação.
