(Eu disse sim.)
Aresto
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Avatar não me pertence. Resposta (tardia) à fanfic homônima de S. Crovax.
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Você pareceu frágil entre meus braços, como uma estalactite de gelo que se despedaça a um toque mais forte, e por um momento eu tive medo de quebrá-la, mas eu sabia que era mentira. Você é inconquistável, como a água que faz dançar junto com a lua.
Eu não me lembro de nossa mãe, nem das chamas que a devoraram. (As mesmas chamas que me fizeram perder um pedaço do meu coração nas águas do Norte, e essa coincidência chega a ser doentia.) Mas eu me lembro de você, e de como nossa tribo se tornava cada vez mais miserável e nosso pai navegava cada vez mais longe para que sobrevivêssemos, e a vovó envelhecendo cada vez mais. Não queria perder o pouco que eu tinha.
Seu dom pareceu-me estranho a princípio, mas seus movimentos delicados e enérgicos conduzindo a água sempre contiveram a beleza de uma dança. Acho que a invejava. Você tinha as águas, e no nosso mundo gelado isso significava tudo. Minhas mãos carregavam um bumerangue e o medo. Você é a única coisa que não posso perder, embora agora eu não tenha mais medo. Foi por medo que por fim me procurou?
As águas ameaçam desobedecê-la e escorrer por seu rosto. Você quer esperar? Você nega. Seus cabelos roçam em meu rosto; eles estão mais volumosos e brilhantes hoje, penteados por muito tempo. Irmã, você se preparou secretamente para essa noite? Há quanto tempo você esperava por essa resposta, e até que ponto a conhecia?
Sua pele está arrepiada, gelada, e eu faço o possível para lhe dar um pouco do meu calor. É só o frio ou a incerteza dos tempos que virão após esse momento? Que preço essa transgressão cobrará ou não, desconheço. Sei que fugirei do alcance do luar prateado e evitarei seu olhar, mas não voltaria atrás. Meu arrependimento seria maior que todo o resto.
Meus dedos percorrem sua pele, e não tenho mais certeza de onde começa meu corpo e termina o seu. Como se eu tivesse esperado toda minha vida por essa noite. No fim das contas acho que esperei.
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N/A: Não finalizada/postada antes por pura indolência. Perdão, Deb.