One-Shot
.Hinata Pov's.
Olhava-me no espelho, com aqueles olhos brancos opacos e sem vida, descoloridos e desbotados. Olhava meu corpo e não achava nenhuma imperfeição, sentia-me suja, fraca e odiada.
.Raiva.
Sentia todas as vezes que era deixam de lado. Via meus colegas se superarem cada vez mais e mais, alcançando marcas e desafios. Em uma equipe, sempre era a mais fraca, a mais desprotegida e que não tinha utilidade. Sempre a protegida e a 'queridinha-do-papai', aquela que deveria ser bem tratada por todos, com aqueles sorrisos amarelos e sem sentimento, puro fingimento.
.Inútil.
Sinto-me toda vez que olho no espelho, contemplando essa existência patética. Não queria ser como algum de meus colegas, só queria pode ser eu mesma, uma única vez. Deve ser sublime sentir-se feliz. Uma existência vazia, sem apego ou carinho. Perfeita aos olhos dos outros, pútrida a meu ver. Meus familiares passam por mim como se eu não existisse. Mais um corpo na multidão.
.Medo.
Medo de não conseguir fazer de minha vida o que sempre quis, medo de ir dormir e nunca mais abrir os olhos. A quem quero enganar? Ninguém sentiria minha falta mesmo. A sim! Meu pai. Ele sentiria, quem ficaria na liderança do clã? Uma louca desvairada como a Hanabi? Ou a Hinata, a tímida menina que não soube crescer ou progredir? Difícil decisão.
.Ilusão.
Os que me vêem acham que sou uma pessoa feliz, tenho um clã respeitado, prestígio e dinheiro. Mais sou mais uma pessoa, que daqui a uns anos a terra a de comer. Um corpo sem alma que se perdera em algum lugar, um nome que será esquecido entre tantos, memórias apagadas através do tempo. Não existem imortais. Uma pequena ilusão sobre mim, como um paradoxo. Não sei quem sou.
.Angústia.
Alguma vez, alguém conseguiu ler seus olhos? Como dizem no ditado "Eles são as janelas na alma"
As minhas são grandes portões de ferro, banhados em neve.
Só de saber que estou sozinha em meu mundo particular, uma angústia me sobre e me impede de respirar. Sufocando-me a esmo, com mãos invisíveis e garras afiadas.
.Repulsa.
Tinha repulsa de mim mesmo. Via os outros como eram por dentro e não ligava como eram por fora. Era o mesmo de mim. Não conseguia me encaram perante o espelho. Era como se eu encarasse outra pessoa. Olhos de uma estranha. Olhos de um morto. Aquilo não era eu.
.Solitária.
Saia à calada da noite, como uma jovem apaixonada a procura de seu amante. Andava solitária por entre as ruas, só com a luz da lua e o vento balançando minhas roupas. Com ele, vinham as várias folhas, de diferentes tipos e cores. Minha pele alva parecia mais pálida à noite, dando-me um ar de melancolia. Olhava a lua e via meus olhos. Uma grande esfera branca e sem vida, simplesmente iluminada através do reflexo do sol, o grande astro. Um brilho opaco e ofuscado. Eu era a lua, mais não sabia quem era meu sol.
.Incógnita.
E a palavra perfeita para me descrever. Uma incógnita, sem cabimento e razão. Não se pode decifrar como uma conta matemática ou um simples jogo de lógica. Eu não tenho solução e muito menos a razão para ser decifrada. Por que eu sou assim? Não sei. Perguntei-me todos os dias de minha vida isso. Então por que sofro por algo que não se sabe?
Saber, eu sei, só não quero enxergar que meus olhos teimam em mostrar.
.Estranha.
Aquela que via no espelho todo dia não era eu.
Não eram meus olhos;
Aquilo mexia comigo.
Eu não consegui me reconhecer;
Quando mais eu mecho, mais afundava;
Perdia-me nesses olhos;
Olhos de uma estranha.
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Aqueles olhos...
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N/A: Estou escrevendo coisas cada vez mais estranhas x.x
Mais fora isso, andei observando cada vez mais a Hinata e descobri nela uma pessoa com sentimentos e um 'quê' fascinante, ela e pouco explorada, por isso farei uma coleção de one-shots centralizados nos sentimentos dela, aguardem-me.
Ficou minúsculo, mais eu quero reviews!
Amo vocês! ;D
