Retratação: Naruto definitivamente não me pertence, nenhum dos personagens, nem nada por estilo.

Linha do tempo: Universo alternativo, alguns personagens terão por volta de 16 a 1000.

Advertência: Yaoi – (não digam que eu não avisei), personagens um tanto quanto OCC.

Casal: Sasuke&Naruto.

Obs: Narração em primeira pessoa, mas não garanto que seguirá dessa forma.

Categoria: Angústia, Drama, Romance.

Descrição: Quanto pode durar a eternidade?


Título: Melancolia

Subtítulo: Alma em Cárcere Aprisionada

Prólogo

Não posso precisar a data de quanto estou aqui, pergunto-me todos os dias que faço eu nessa jaula, que faço eu nesse lugar, nunca achei a resposta.

Talvez tenha passado séculos... Talvez dias, meses, anos. Quem ousaria dizer-me quanto tempo mais aguardarei para a redenção ou a salvação isso se é claro houver algum Deus ao qual rezar.

Mas eu sei, no fundo todos sabem, Deus não existe!

Lembro-me vagamente de estar vivo ainda pisando sentindo a consistência entre meus dedos e a felicidade pelas fibras agora inexistentes do meu coração. E que feliz era!

Nossa vida tão contente em alguma época passada, tão distante quanto a própria existência.

Não sei o motivo, não me recordo muito bem o porquê, mas ainda mantêm-se vivo o como! Ainda agora os vejo todos mortos um por um, o sangue vermelho esparramado pelo solo marrom, manchando-o, as roupas todas sujas e as lágrimas tão dolorosas, mas que nunca foram o bastante.

Quanta dor senti em minha fatídica infância, tão só e com pouca idade, quanto desespero sufocado guardei calado.

Mas de chorar fiquei cansado de rever em minha mente todas às vezes em que eles morriam uma, duas, três a dor nunca cessava, porém o sentimento de ódio aplacou a dor e a vingança foi o único caminho que escolhi.

Meu irmão, quantas vezes amaldiçoei sua existência? Muitas das quais já não me recordo e das quais ainda quero recordar já que a boa morte já te levou esquecendo-me, deixando-me. Eu o odeio tanto... Tanto.

Tão cansado minha vida parou, mas o tempo não, minha existência estagnou, mas constantemente ainda sinto o bater do meu coração rindo-se de mim continuamente.

Os anos passam a vida para alguns cessa, mas a minha continua.

Solidão é só o que sinto então. Não há um futuro ao qual me apegar, no qual morrer em paz sem mais esperanças, sem mais não entendo o motivo pelo qual ainda continuo vivendo ainda sentindo pelas veias o sangue correr tão rápido como a correnteza.

Hoje sinto-me compelido a ter inveja ou até mesmo um pouco de pena de meu irmão, não por ele ter matado sua família, mas por ele ter tido a coragem para tal ato, às vezes nas noites enluaradas pergunto-me qual foi o motivo dele me deixar vivo, nunca cheguei a questionar quanto por fim o matei.

Respiro suavemente vendo a fumaça branca que se forma pela minha respiração, não sei porque mas isso me traz recordações quando nos invernos todos nós ficávamos em frente a lareira, onde aproveitávamos a companhia uns dos outros, nunca via meu pai, mas minha mãe sempre estava lá e eu gostava do calor dela.

Nem sei porque guardo essas recordações insistindo em tê-las sempre por perto quando a solidão for demais, talvez... apenas talvez eu goste de ter o que pensar já que os dias aqui são frios e solitários.

Solidão... Quantas vezes deparei-me com ela?

Não é como se fosse alguma novidade essa sensação de vazio, de inutilidade. E é sempre nesses momentos quanto a solidão ataca em sua mais angustiosa figura.

Os anos evaporam-se e eu nada vejo.

Finalmente o sol acaba de nascer, seus raios dourados clareia tudo a sua volta, ainda me lembro da sensação de tê-lo contra pele, num calor perturbadoramente reconfortante... Essa é a sensação que mais falta me faz.

E lá longe vejo o menino que sempre me visita e divertido vê-lo seu cabelo loiro seus grandes e contentes olhos azuis tão bonito e tão puro em sua beleza infantil... É o único do povoado que não tem medo de chegar perto do tumulo ao qual estou preso...


Só – Allan Poe

Não fui, na infância, como os outros

e nunca vi como outros viam.

Minhas paixões eu não podia

tirar de fonte igual à deles;

e era outra a origem da tristeza,

e era outro o canto, que acordava

o coração para a alegria.

Tudo o que amei, amei sozinho.

Assim, na minha infância, na alba

da tormentosa vida, ergueu-se,

no bem, no mal, de cada abismo,

a encadear-me, o meu mistério.

Veio dos rios, veio da fonte,

da rubra escarpa da montanha,

do sol, que todo me envolvia

em outonais clarões dourados;

e dos relâmpagos vermelhos

que o céu inteiro incendiavam;

e do trovão, da tempestade,

daquela nuvem que se alterava,

só, no amplo azul do céu puríssimo,

como um demônio, ante meus olhos.


Continua...

Iniciado:14 de dezembro / Terminado:14 de dezembro às 14:21 da tarde

Reviwes?