N/A: Fic de presente de Amigo Secreto, para Aquarius Chann, uma grande fã do Kanon! Aqua, divirta-se!

Saga, Saga, Saga

Deitara-se para dormir outra vez. A ansiedade tomava conta de si. Por que?

- Saga...

Maldição. Ainda aquilo. Depois de tanto tempo, de quatro anos... ainda aquilo.

Doía. Talvez não tanto quanto no começo, nos primeiros meses... mas doía. Doía, e parecia não poder cicatrizar jamais.

"Meu doce irmãozinho...!"

Socou a cama, com ódio. Ainda o amava, decerto! Que fazer, que fazer para esquecê-lo...?

"Impossível", dizia, de si para si. "Impossível, se somente de abrir minha boca eu ouço uma voz igual à sua...?"

A voz... os cabelos... o rosto... tudo era estranhamente igual. Kanon achava isto magnífico no passado... quando ambos eram felizes e se amavam. Mas agora...? Agora que estavam separados, e da forma que tudo ocorrera... era uma tortura!

De fato, era terrível! Lembrar-se dele em cada gesto, e em cada som, e em cada linha de seu próprio corpo... a cada vez que se via nu, via a ele também, e sentia falta, e lembrava do desejo que ele lhe inspirara anos antes...

- Maldição!

Tinha vontade de morrer, mas era muito orgulhoso para isso. Precisava conquistar sem grandioso império, esfregá-lo na cara de Atena e de Saga e enfim triunfar. Não morreria antes de fazer isto!

Queria procurar Saga de novo, abraçá-lo, dizer que em quatro anos não o esquecera... mas como? Como, se aquele irmão era tão orgulhoso, se o colocara para fora de casa de forma tão vil e abjeta...? Saga jamais o aceitaria de volta.

E ele, Kanon, também jamais aceitaria voltar àquela vidinha de servo, mesmo que fosse aceito de volta! Não! Tomara uma decisão quatro anos antes, e a seguiria até o fim!

Pois então! Se tinha ódio, e se tinha tanta repulsa, ele que fosse até o fim e esquecesse Saga de vez! Com mil diabos, mesmo com o mesmo rosto, mesmo com o mesmo feitio, eram duas pessoas diferentes! Muito diferentes! Logo, deveria esquecê-lo! Por mais que fosse seu irmão gêmeo; por mais que fosse o homem a quem amara tanto, seu primeiro amor da adolescência!

Com mil diabos, deveria desfazer aquele vínculo de vez!

E após conjecturar assim, tentando desfazer-se da influência obsessiva de Saga, ele enfim dormia.

Só que no meio da noite, ou ainda no início da manhã seguinte, era aquele o nome que vinha lhe assombrar a mente, muitas vezes derramando-se de seus lábios, mesmo contra a sua vontade, o coração disparando, querendo também sair-lhe pela boca:

- Saga!

FIM