Seria minimamente estranho se eu ouvisse ao invés de ver o que vi; é extremamente confuso e perigosamente diferente. Eu dedico pro melhor amigo do mundo, é.

Os dados estavam sobre a mesa, lançados. Os números definidos, pessoas conhecidas, amadas e amáveis ao redor. Somente a sorte decidiria esse estranho jogo. Dados de brincadeira dos pais da Vanessa; vá entender. Acrescentado com um dado numérico e com um dado que apimentaria mais o jogo, e como apimentaria. Só não se contava com algumas atitudes surreais. E quem saiu ganhando com isso? Quem merecia. Ele.

"Vai, joga esses dados logo, Chuck!" – Gritou o Jack, provavelmente ansioso para outro beijo com um belo desconhecido dele. Eu apenas olhei para Nathaniel, e ele estava tão ansioso que transparecia em seu semblante. Apenas torci. Agitei minhas mãos, e boom! – eu nem quis ver. Ou quis ver muito, pois logo abri os olhos e senti que, por pura sorte, consegui algo de bom. Olhei de relance pra Nate. Ele estava lívido, tímido. Eu sorri reconfortante. Olhei para os dados novamente. Beijo+boca+língua como complemento. Número 3 (o número respectivo de Nate) e o 4, que era o número de escolha. Ele ficou confuso, havia meninas bonitas ao redor da mesa. Mas eu sabia quem ele queria e torci mais uma vez. A boca dele se abriu em dúvida e eu me virei rapidamente, bem a tempo de ver um leve aceno de Dan. Um dedo estava esticado, contraindo-se, chamando Nate. Nate foi. Tímido, cabisbaixo, com um sorriso aberto. Dan apenas colocou sua mão na cintura de Nate, e o puxou para mais perto; com a outra mão, dedilhava suas costas por dentro da blusa, devagar. Eu sentia a tensão do meu amigo. Os dois se encararam, e num piscar de olhos, os lábios já se esmagavam. Os olhos fecharam-se e a tensão deu lugar ao desejo. Mãos bobas passeavam perante o corpo dos dois. As línguas se entrelaçavam perfeitamente, eu podia sentir o calor emanado pelos dois. Eu podia sentir a felicidade que finalmente chegou merecidamente, a quem tanto queria. Sorri. Nada podia estar melhor.