Mutt Williams e o Medalhão de Atena__Srta. Maya
Prólogo
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, 1957
A Avenida Paulo Gama estava realmente movimentada e todos caminhavam tranqüilos e felizes. A guerra terminou há muito tempo, o país estava passando por diversas mudanças sociais e políticas.
Nesta rua, também se encontra três pontos muito conhecidos da área central: A Universidade Rio-grandense, o Restaurante General Caldwell e o mais importante, especialmente para estudantes, professores e intelectuais, a Biblioteca Sanchez.
A Biblioteca é propriedade de uma família de imigrantes latinos americanos há cerca de dois anos e se tornou a biblioteca mais composta de variados livros, desde para crianças até para idosos. Gerenciado por Antonio e sua filha caçula Lucrecia, de apenas dezenove anos, os Sanchez conquistaram os gaúchos com sua literatura diversificada e cheia de imaginação. O que a família latina- americana não imaginava eram que seriam alvos de perseguição. Não por causa da condição de imigrantes. E sim de algo muito importante no mundo da arqueologia que só Antonio saberia do que se tratava...
Um dia quando a Biblioteca não estava com tanto movimento, Antonio comentou algo com sua esposa.
-- Não acha algo estranho?
-- Estranho? Hoje não, Toni. O que aconteceu?
Por um breve momento, Antonio olhou para o céu nebuloso de Porto Alegre. Os ventos sulistas do outono pareciam trazer um presságio misterioso.
-- A biblioteca está vazia. Senti calafrios e sei que algo vai acontecer, Jana. Eu sei que vai!
E realmente aconteceu. No mesmo instante que desviou o olhar para as nuvens, avistou um grupo de 7 homens fardados se aproximando na casa. O líder deles, um tipo alto com uma cicatriz na face, adentrou a sala e perguntou ao dono:
-- Quero falar com Sr. Antonio Sanchez. Ele se encontra?
Jana ia responder para os forasteiros, mas seu marido impediu o ato.
-- Sou eu. O que querem comigo?
O tal soldado permaneceu com a expressão altamente séria, combinando com sua patente: a de General.
-- Sr. Sanchez.... – deu uma pausa e depois continuou mais calmo e ainda sério. - precisamos que encontre algo para nós. Algo de grande importância!
Antonio analisou aquelas pessoas e pressentiu. Não eram nada confiáveis. E ainda pediram para iniciar uma grande busca...
-- Sinto muito, mas não sou arqueólogo. Procurem outra pessoa para expedição!
-- É ai que se engana, Sr Sanchez!
Os soldados sacaram suas armas em direção ao casal. Jana gritou, mas um deles ameaçou matá-la caso continuasse com o grito.
O melhor a se fazer é acatar as ordens daquelas pessoas do que ser morto e deixar a filha sozinha.
-- Está bem!—tremeu na voz—O que querem que encontre?
O que poderia ser tão importante para aqueles soldados? Talvez soubesse, talvez não.
O que Antonio não queria era o medalhão não caísse em mãos erradas e rezou mentalmente para que sua filha não tivesse o mesmo destino.
--Está tudo preparado, Jana?
--Sim. A carta está bem escrita. Nossa filha entenderá.
- Espero também que ela arruma ajuda com Henry...
Henry. Um nome esquecido há quase 20 anos. Antonio e ele não se viam desde a escavação na Itália, onde procuravam o fabuloso tesouro da família Tizianno.
Na saída, Jana deixou um livro na mesa e ninguém exceto seu marido, viu o ato. Eles partiram sem avisar.
Continua...
