O mundo de Harry Potter não me pertence.
Capítulo 1
Harry estava cansado. Queria muito chegar em casa. O dia não rendera nada. Lembrava claramente de como era a vida de um auror antes dele ter derrotado Voldemort, e sabia exatamente que não seria a mesma coisa depois disso. Estava certo, se conformou com isso, ama a sua profissão. Os casos eram bons, animadores, porém, estavam diminuindo. Talvez porque os bruxos tinham medo. Riu desse pensamento ao lembrar de muitos outros bons aurores, e de como esses bruxos não os temiam. Não, não era isso. Talvez fosse apenas insegurança.
Quando chegou à porta de casa, procurou suas chaves no bolso da calça. Aparentemente nada.
"É impressionante a capacidade que tenho de perder as chaves. No bolso da calça."
Procurando um pouco mais fundo, finalmente conseguiu encontrá-las. Buscou a chave certa e abriu a porta. Deparou-se com uma Hermione deitada no sofá, lendo um livro. "Novidade" - Após fechar a porta, ele foi em sua direção, se inclinou, segurou seu rosto com as duas mãos e deu-lhe um beijo na testa.
- Boa noite, Harry - cumprimentou Hermione, não tirando seus olhos de cima do livro.
- Boa noite, amor - respondeu Harry, tirando seu paletó e depois jogando-o na cadeira mais próxima - Não ficou aí o dia inteiro, ficou?
A morena nada respondeu, porém, abaixou o livro até o colo e agora fitava-o. Ele a olhava já sabendo a resposta sem precisar que ela o respondesse. Ela não pensou em nada realmente bom ou pelo menos satisfatório para responder ao amigo, então, optou pelo silêncio.
Ele sorriu - Acho que o seu silêncio diz tudo. Agora, larga esse livro. - pediu Harry, sentando-se na beirada do sofá em que a amiga estava, procurando sua mão.
- Não, Harry, sabe que é pro trabalho - "Ops"; agora mesmo ele não ia deixá-la em paz, embora já soubesse que suas chances eram mínimas ante a ele. Ele sempre conseguia, fosse por palavras ou ações. E ela tinha impressão que ele optaria logo pelas ações.
- Hum, sei. Tira o dia de folga pra trabalhar em casa. De jeito nenhum. Vejamos se eu ainda consigo salvar esse dia.
Harry deu um belo sorriso e colocou suas pernas sobre ela, seus joelhos um de cada lado dos seus quadris. Então ele colocou suas mãos na barriga da amiga. - Desconfia sobre o que eu vou fazer?
- Não, Harry, por favor! - os dois começaram a rir, enquanto Harry fazia cócegas na barriga da mulher. Ela, tentava inutilmente segurar-lhe os braços, que não cederiam nunca se dependesse da sua capacidade de pará-los pela força - Tá bom, tá bom! Diga suas condições. - Ela soltou os braços de Harry e cruzou os seus. Ele lhe dirigiu um sorriso vitorioso, mas não saiu de cima dela.
- Que conversa é essa de condições?
- Ora, não esperava que eu te desse a vitória de bandeja, esperava?
- Na verdade, esperava sim. - ele se acomodou um pouco - Mas vou deixar você escolher. Sou um bom menino. - O moreno piscou um olho pra ela.
Menino? Ele era tão menino quanto ela era! Ele conseguia soar confiante e extremamente inocente ao mesmo tempo. Ela se divertia. - Bom, vamos lá, então. - Virou os olhos e deu um sorriso meio torto.
- Ou você sai desse sofá e eu te deixo quieta pelo resto do minuto, - Harry levantou as sobrancelhas e abaixou-as em seguida, continuando - ou você discorda, e eu continuo lhe fazendo cócegas até aceitar a primeira opção.
Ela suspirou ainda mais divertida, mas tentando transmitir discordância.
- Ora, não me parece muito justo.
- Não disse que seria, disse?
Hermione fingiu indignação, desviando seu olhar para o lado e cruzando os braços com mais força. Harry passeava as mãos por sua barriga e sua cintura, mostrando que estava pronto e ansioso caso ela escolhesse a segunda opção (mesmo ele já sabendo que não escolheria).
- Trapaceiro - ela o olhou de volta, relachando um pouco o aperto dos braços. - Há uma terceira opção?
- Sim, claro. Eu te prendo aqui o resto da noite, o que não faria muita diferença pra mim.
- Arrisca alguma opção?
- Ah, sim. - ele levantou o rosto, olhando pra frente, fingindo indecisão. - A segunda me parece bem divertida. - o moreno olhou-a de novo, esboçando um largo sorriso. - E você está só querendo ganhar tempo, que eu sei. Vamos lá, responda.
Ela abriu um pequeno sorriso, o aperto dos braços bem mais leve. Seus olhos desconectaram os do moreno e caíram sobre suas pernas, que ainda a rodeavam com firmeza. Pernas lindas, com coxas definidas; pernas que ficavam tentadoras sobre o contorno da calça preta que ele usava. Seu olhar foi subindo todo seu tórax, seu pescoço, e caiu sobre sua boca. Sentiu um estranho calor interno que a fez piscar fortemente e voltar seus olhos aos do homem.
Ela suspirou e finalmente respondeu, preguiçosamente:
- A primeira. Como se você já não soubesse. - A última frase saiu um murmúrio.
Ele sorriu. - Ah, que pena. Eu estava doidinho para que você escolhesse a segunda - disse, abaixando o olhar até suas mãos, que agora iam até os quadris, que a camisa da amiga não cobria, deixando-os descobertos.
- Desculpe acabar com a sua diversão. - Ela ironizou, sorrindo, enquanto ele se levantava e retribuía o sorriso.
- Não se preocupe. Vão ter outras chances. - eles riram, enquanto o moreno estendia à amiga sua mão, ajudando-a a se levantar também.
- E seu dia, como foi?
- Antes eu tivesse ficado em casa com você. Nenhum caso novo pra gente e nenhuma pista sequer daquele infeliz do Will River.
Harry e Hermione eram aurores há seis anos, moravam juntos há cinco. Juntos, haviam se tornado dois dos melhores bruxos da atualidade e a parceria mais lucrativa do Ministério.
Juntos, nenhum vilão teve seu reinado por muito tempo, até esse River. Passaram semanas procurando-o, até que conseguiram prendê-lo. Pórem, quatro semanas depois ele escapou, e não dava sinais de vida.
Seria novamente um longo trabalho. Ela o olhou preocupada, percebendo que ele havia ficado tenso. A morena se aproximou do amigo, colocando uma mão no seu rosto e a outra indo em direção à dele. - Não se preocupe, eu sei que não estamos numa boa fase, mas nós vamos conseguir.
Harry relaxou com a simples menção da palavra "nós". Eles realmente trabalhavam como uma equipe. Fechou os olhos e colocou a sua mão livre sobre a dela que estava em seu rosto.
- Enfrentaria Voldemort de novo se soubesse que você estaria comigo.
Ele abriu os olhos a viu sorrir.
- Não diga isso.
- É verdade.
Ele levou a mão da amiga à sua boca e a beijou, num gesto doce. Hermione gostou de vê-lo mais tranqüilo, ela fazia de tudo pra ele se sentir a pessoa mais importante do mundo; pelo menos do seu mundo. Não conseguia ver sua vida sem o amigo, seria demasiado dolorosa, vazia. Estremecia só de pensar nessa possibilidade. Balançou a cabeça, voltando ao presente. Dirigiu-se a ele.
- Não quer logo tomar banho enquanto eu começo a fazer o jantar? - perguntou ela, enquanto tirava sua mão da dele e Harry tirava a sua do seu rosto, para que a amiga pudesse se soltar. O fez com dificuldade, ainda sentia o calor das mãos dela em seu corpo.
- Uma boa idéia. - ele sorriu, mesmo contrariado por si mesmo. Gostava de passar o tempo com a amiga. - Mas deixe algo para eu fazer, você sabe que não faz o jantar sozinha.
- Sim, eu sei, sua Realeza. - ela riu, descontraindo com a brincadeira.
Foi a vez dele rir. - Não senhorita, por favor não me chame por um nome que não sou digno, sou apenas um nobre servo que tenta lhe satisfazer. - E então fez uma formosa reverência.
Ele já devia ter feito isso alguma vez na vida, ah sim. Ele tinha jeito pra coisa. Ela nada lhe respondeu, apenas o olhou com ironia.
- Com licença, senhorita, estou indo cumprir suas ordens, antes que me tire daqui a pontapés.
Harry virou-se rapidamente, depois olhou pra trás e segurou o riso ao máximo, até que a morena riu e ele a acompanhou.
Só conseguiu se recompor depois de se dar conta que a morena poderia considerar esse jeito nada amigável de pô-lo pra fora dali, embora o olhar dela denunciasse que ela nunca seria capaz disso. Finalmente Harry seguiu o seu caminho. Enquanto se encaminhava à escada, ele desabotoou sua camisa e a tirou. Depois levou sua mão ao cinto e o tirou também.
- Harry - o homem se virou tão logo ouviu a amiga chamá-lo. Ela, tentou evitar olhar o forte e definido torso dele o quanto pôde, mantendo seu olhar no dele. Uma tarefa um tanto... difícil. - Vê se deixa pelo menos uma peça de roupa pra tirar no banheiro.
Ele sorriu. - Não se preocupe - E nisso, desabotoou o botão e desceu o zíper da calça, para logo depois tirá-la, ficando só de cueca. E, junto com a calça que ele jogou ao chão, foi-se a tentativa de Hermione de ignorar o resto do corpo do homem. Sorte que a cueca dele era preta...
- Harry, Harry, não me provoque. - avisou, fechando momentaneamente os olhos, não querendo espantar a fingida impaciência, mas sim seus instintos femininos. - Sabe o que pode te acontecer se eu pegar minha varinha.
- Ué, você disse apenas uma. - disse inocentemente - E aqui está! - disse indicando a peça, dessa vez, Hermione nem lutou pra manter seu olhar fiel ao dele, e olhou para onde ele indicava. - Ou mudou de idéia e quer que eu a tire também? - Ele sorriu, divertido com a situação.
Hermione abriu a boca pra responder, mas a campainha tocou antes que ela pudesse falar alguma coisa. Virou para a porta, franzindo o cenho. Eles quase não recebiam visitas, e quando recebiam, geralmente avisavam, além da hora. Segundos depois, virou de volta para o amigo.
- Coloca a calça, Harry - Ele a obedeceu e olhou para o relógio. Ele marcava dez e quinze.
- Que horas para visitar alguém sem ao menos avisar.
Ela assentiu. Como uma boa auror, sabia que um bruxo realmente perigoso pesquisaria o dia, a hora e a freqüência em que eles costumam receber visitas. Então, provavelmente não seria um muito experiente, isso se fosse algum, porém, é sempre bom previnir.
A mulher empunhou a varinha que estava no bolso de trás do seu short e caminhou até a porta. O homem a seguia um pouco mais atrás, apenas insinuando a mão pela varinha que ainda estava no bolso lateral, mas pronto caso tivesse que sacá-la.
A campainha tocou outra vez. Ela lançou um último olhar a Harry antes de destrancar a porta. Abriu-a.
- Quem é você?
Primeira Fic, espero que gostem :)
Beijos e fiquem em paz.
