J U N T O S.P A R A.S E M P R E

(Together Forever)

Garota Inu

Faziam uns oito, nove meses desde aquele fatídico dia.

"Hey, eu NÃO sou um cão, você sabe." Inuyasha ralhou os olhos.

Mas parecia que fora há apenas dois dias...

"Mas é meu de qualquer forma." Kagome deu de ombros, sorrindo.

Cada batida de seu coração era pesada, longa e dilacerada cada vez que via atrás de suas pálpebras chorosas o sorriso lindo que respondeu ao seu.

"Para sempre." Ele respondeu, apertando suavemente a delicada mão que segurava a sua.

"Hey, você!"

Kagome soluçou, mordendo o travesseiro. Por causa de um bêbado racista...

"Você não merece uma beleza dessas, seu imundo."

Sua vida acabou...

POW!... O som de um tiro... Sangue esguichando. Inuyasha arrancou o pescoço do inimigo que caiu inerte...

Para sempre.

E seu corpo seguindo ao chão logo depois...

Kagome gritou dentro do travesseiro, soluçando tão alto que sabia que as pessoas lá embaixo – pessoas falsas que fingiam que se importavam só para não aborrecê-la – podiam escutar, mesmo com o rosto enterrado.

"In...?" Seu cérebro já sabia o que tinha acontecido e já sabia que o havia perdido, mas ela – ELA não podia, não queria acreditar...

... que aquele bêbado tinha matado sua vida; que a razão mais forte por ela ainda respirar... agora tinha um túnel atravessando sua testa...

E Kagome com um atravessando seu coração... a mantendo viva e tornando a dor bem real.

xOxOxOxOxOx

Admitia que era loucura... mas sinceramente, de todo o coração, quase esperava que os passos ecoando atrás de si fosse algum marginal querendo estuprá-la e depois matá-la... isso faria a dor ir embora.

Mas isso faria a morte de seu amor ser desperdiçada… Ele morreu para protegê-la. Com uma bala no meio da testa, ele ainda a protegeu. Afinal, qual seria a finalidade de entrar na frente bala para depois morrer e deixá-la desprotegida...? Seria uma morte pobre e inútil. Seria a mesma coisa se ela se deixasse ser pega, agora... mesmo depois de um ano.
Fingindo deixar suas chaves caírem, Kagome olhou para trás e suspirou aliviada quando viu que era apenas uma jovem estudante. Voltou a sua caminhada e estacou quando notou um homem meio esgueirado na entrada de um beco mais a frente.

De novo, não... 'Pelo menos dessa vez, amor, você aqui... eu não vou te ver morrer...'

Rezando a Deus com tudo o que tinha, Kagome caminhou naturalmente por ele, quase chorando de alívio quando ele nada fez.

Uma pena não poder dizer o mesmo da colegial que seguia logo atrás.

xOxOxOxOxOx

Era incrível como a vida gostava de atormentar lembranças nas mentes das pessoas, trazendo a tona todas as memórios sangrentas e doloridas de volta.

Não que Kagome estivesse livre delas. Mas com certeza não ajudava o fato de que a polícia a chamou para reconhecer o homem que quase estuprou a pobre colegial - já que fora ela que o denunciou. Não ajudava nada.
Mas a fazia sentir um brilho microscópico de satisfação. O prazer de seus olhos reconhecerem a pessoa que era a mesma podridão que o homem que lhe tirou a felicidade; a adrenalina de levantar seu dedo e apontar e o quase sorriso que quase puxava seus lábios enquanto dizia "É ele."... ela nunca mais seria feliz por causa dessas pessoas.

Então porque poupá-las?

Quando guardas algemaram o rapaz e estavam quase o levando embora, Kagome os interceptou; um fogo de necessidade tomando conta de seus atos. Com lágrimas inesperadas de lembranças indesejadas, ela olhou bem no fundo dos olhos dele e perguntou o que estava entalado há uma semana dentro de si. "Por que não me atacou?"

O garoto ruivo levantou os olhos vermelhos e furiosos para ela, deixando bem claro sua amargura por tê-lo denúnciado se ele não fez nada a ela.

Roubando o fôlego de Kagome e fazendo-a chorar ainda mais quando seu coração se apertou em dor, ele despejou "Eu não sou idiota, moça. - Por que eu me arriscaria a atacá-la quando tinha seu homem enorme de cabelos prateados com você?"