Título: Amor às Cegas

Gênero: Romance

Classificação: Slash / Yaoi / Lemon / Homem x Homem / Cenas de Sexo – se não gosta, não leia.

Par: Harry Potter x Draco Malfoy

Aviso: Harry Potter e personagens pertencem a JK Rowling todos os direitos reservados. Fic sem fins lucrativos.

Resumo: Draco não acredita no amor. Muito menos em Amor à Primeira Vista. Só não imaginava ser vítima de um Amor às Cegas. SLASH!


O dia amanheceu tumultuado em toda Hogwarts. Garotas corriam de um lado ao outro à procura do melhor vestido, penteado e maquiagem. O motivo? Amanhã teriam o Baile de Inverno. Dançar, paquerar e curtir muito, até o amanhecer do dia seguinte.

Draco acordou tarde nesse dia, pra variar. Saiu de seu dormitório e espiou a correria e tagarelice das garotas e alguns garotos mais afobados. Bobagens, como sempre.

Desceu ao Salão Principal, na esperança de encontrar ainda o que comer, visto que passara do horário do almoço. Não havia muitos alunos por ali, só alguns que ao invés de estarem comendo, como ele faria, estavam ali conversando sobre o baile.

Grupos de garotas se aglomeravam na mesa da LufaLufa e um outro amontoado, na mesa da Grifinória. O comentário era sempre o mesmo. O baile, o par, o convite e por aí ia. Todos pareciam realmente interessados em seus acompanhantes, tanto as garotas como os garotos.

Sentou-se na mesa da Sonserina e passou a comer um pouco de salada e bebericar suco de abóbora, quando a imagem de Parkinson se assomou na sua frente, barrando sua visão, não que tinha coisas interessantes para se ver, mas tudo era melhor do que apreciar a cara de bobo alegre que a garota trazia.

Ela ficou o olhando, com o sorriso de orelha a orelha esperando ansiosamente algo. Fungou irritado e finalmente a olhou nos olhos, já que fingir que ela não existia, não estava funcionando.

- O que quer Pansy?

- Ainda não tenho um par para ir ao baile... – ela se insinuou, abrindo ainda mais o sorriso até mostrar todos dentes da mandíbula.

- E daí? – deu de ombros, voltando a comer sua salada.

- Bem... Perguntei pra todas as garotas que sei que se interessaria, mas nenhuma delas foi convidada por você.

- É mesmo? – se fez de desinteressado, realmente a garota a sua frente não sabia o que era discrição.

- Então significa que ainda não tem nenhum par – ela insistiu, mas agora sem o sorriso.

- Pois é... Eu estava seriamente pensando em convidar Virgínia Weasley para o baile. – tentou apunhala-la da pior maneira possível.

- Ela vai com Dean Thomas... – e lá estava de volta o sorriso.

- Então, quem sabe eu convide Hermione Granger.

- Vai com o sardento do Weasel...

- Perfeito, chamarei Harry Potter! – quase gritou, dando um soco na mesa em sinal de irritação. – Garota! Eu não vou com você! Estou pouco ligando para esse baile imbecil!

Todas as pessoas ali no salão se calaram e olharam para os dois únicos sonserinos. Incluindo uma cabeça de negros cabelos revoltos, que estava no meio do grupo pertencente a Grifinória.

Pansy ficou roxa, enquanto encolhia o corpo como se Malfoy a atingisse fisicamente. Meio sem rumo, saiu correndo salão afora deixando o loiro pagar o mico sozinho.

- O que estão olhando? – enfrentou a todos os olhares com arrogância.

Sem esperar por nenhuma reação, também deixou o salão indo direto ao seu dormitório. No meio do caminho, encontrou com Cho Chang que parecia ainda não ter sido convidada por ninguém.

Ela dispensou um olhar significativo para Malfoy. Pronto, mais uma idiota para irritar-lhe o dia.

- Ahn... Malfoy... Você veio do Grande Salão, certo? – ela puxou assunto.

- Pelo que parece... – tentou cortar a conversa e seguir caminho.

- Potter estava lá?

O sonserino parou no corredor e a olhou com frieza. – Potter? Como vou saber? Acha que perco meu tempo vendo onde aquele ridículo garoto anda?

Ela fechou a cara na hora. – Não precisa ficar aborrecido... E ele não é nem um pouco ridículo, você que tem inveja do carisma dele. Coisa que você não tem.

Isso já era demais. Com brutalidade deu meia volta e agarrou ao braço da chinesa. – Escuta sua tapada... Quando você tinha o quatro-olho derretendo aos seus pés, você preferiu o grande Cedric Diggory. Ta certo que em termos de tudo, ele dava de quinhentos a zero no testa-rachada, mas ele bateu as botas, que pena! Agora quer que o queridinho Potter te convide? Talvez aconteça, já que ele é mais idiota do que Crabble e Goyle juntos, com relação às garotas.

Soltou o braço dela com asco e voltou a caminhar pelo corredor. Apreciando a imagem dela quase chorando e horrorizada por fazê-la se lembrar do falecido. Adorava ser mal, cruel e cínico.

Tudo bem, tinha que ser sincero consigo mesmo. Não gostava de ser assim, mas as pessoas pareciam implorar para serem tratadas desse jeito. E não se deliciava ao ver as pessoas humilhadas, tirando o fato das que não suportava, o que era a maioria.

Mas lá nos confins remotos de sua alma, ele tinha um coraçãozinho de pedra e que ao invés de pulsar sentimentos, cuspia sarcasmo.

Odiava ver as pessoas felizes, sendo que estava triste. Sim, estava frustrado. Todos se divertiam, e no maldito baile, os casais pareciam se multiplicar por toda escola. Enquanto ele, alheio a tanto sentimentalismo barato, sabia desde que nasceu que teria um casamento arranjado com alguém que certamente conheceria um dia antes de se tornarem marido e mulher.

Resumindo, o amor não existe e nunca iria existir. Era apenas um sentimento qualquer, que a pessoa aumentava em quantidades exageradas pela outra e saia suspirando e gritando aos quatro ventos que estava apaixonada.

Uma completa perda de tempo.

Passou o restante do dia trancado em seu dormitório, terminando alguns trabalhos pendentes, enquanto o resto do mundo, fora de seu dormitório, corria para encontrarem um par, e de preferência, com a pessoa que mais gostava.

Quando foi fazer uma pausa, viu uma caixa em cima de seu travesseiro, junto com uma carta. Tomou-a e a leu:

"Querido Draco,

Sei que amanhã é o Baile de Inverno e como não seria diferente, mamãe lhe manda um magnífico traje de gala para que mostre a todos, a elegância e beleza de um Malfoy.

Dance muito e divirta-se.

Com amor,

Mamãe".

Olhou para a caixa com receio. Aquilo o fazia se lembrar ainda mais do maldito baile. Mas como a curiosidade falou mais alto, a puxou para o colo e a abriu com cuidado.

Dentro, retirou um rico e detalhado conjunto de gala, contendo terno, calça, gravata e capa preta com camisa de corte tradicional na cor branca. Ao lado da roupa havia um prendedor de capa prateado na forma de uma serpente. Realmente era uma vestimenta magnífica, pena que não teria para quem se arrumar com esmero e elegância, já que estava pensando seriamente em não ir.


O dia seguinte foi ainda mais tumultuado e todos, com seus pares definidos, só esperavam o anoitecer, para que a festa rolasse solta. Nem mesmo os professores estavam agüentando os alunos excitados, que só comentavam sobre o baile, ao invés de prestarem atenção à aula.

Assim correu o dia inteiro e todos foram liberados mais cedo para se arrumarem para tão esperada festa.

Potter estava nervoso, pois tentou convidar Cho para o baile, mas a garota passou por ele tão estranha e parecendo não querer enfrenta-lo, que se esquivou de todas as suas tentativas de aproximação.

Havia perguntado nessa manhã, para Luna Lovegood se a chinesa tinha par para o baile, mas esta lhe afirmou que ela iria sem par. Sendo que ninguém a convidara.

Achou perfeito e resolveu ir sem par também e no baile a convidasse para permanecer a noite em sua companhia. Talvez conseguiria.

Quando a noite chegou, e todos seguiram com seus pares para o Grande Salão de festa, Harry estava nervoso em seu quarto. Ele já estava no sexto ano, porque a timidez não ia embora?

Olhou-se mais uma vez no espelho, comprovando que estava tudo perfeitamente em ordem. Alisou o tecido branco de seu traje de gala, evitando assim qualquer amasso ou desalinho. Tudo branco, fora alguns detalhes em azul claro e dourado. Deu mais um retoque no cabelo, usando pela primeira vez um spray fixador de efeito molhado, que Neville lhe emprestou, garantindo que suas mechas negras ficariam mais ou menos domadas até o fim da festa. De fato, seu cabelo se assentou melhor, mas continuava com os fios em desalinho, um pouco para cada lado, só não estavam mais arrepiados e cheios como o de costume.

Tomou fôlego umas três vezes e deixou o dormitório em direção à festa.

Na porta, ouvia bem alto o som agitado que tocava para as pessoas dançarem. Voltou a alisar as vestes e o cabelo, pronto para empurrar a porta, entrar no meio da multidão, procurar por Chang e a convidar para passarem a noite um na companhia do outro.

- No três... – murmurou para si mesmo. – Um... Dois...

Foi agarrado pelos braços e arrastado para longe da porta por Fred e Jorge.

- Harry! Não estava pensando em entrar ali sem um par, estava? – perguntou Fred.

- Não estava querendo passar vergonha não é mesmo? – complementou Jorge.

- Bem... Sim, mas...

- Cho Chang também está sem par! – disseram os gêmeos com um sorriso.

- Sim... – ficou sem graça.

- Não faça nada, já temos tudo planejado! – Fred voltou a dizer, com ar suspeito.

- Está tudo aqui! – Jorge bateu de leve na cabeça.

- O que vão fazer? – Harry ficou preocupado, vindo da cabeça desses dois, tudo era possível, principalmente encrenca.

- Relaxa Harry, diremos o que vai acontecer – garantiu Fred.

- Preste atenção... No meio da festa, as luzes se apagarão e você e sua amada serão transportados para uma sala vazia e bem protegida em algum lugar do castelo. – começou Jorge, com um largo sorriso de deleite, pela própria idéia.

- Pensamos nisso o mês inteiro e queremos testar se vai funcionar ou não. Você terá de comer uma das balas de caramelo que estão na taça sobre a mesa principal e garantir que Chang também a coma. Assim, o feitiço que colocamos nelas, transportarão os que tem corações ligados para a suposta sala. Não se preocupe, o feitiço é para deixarem isolados dos demais, então, se mais alguém comer e seu par amoroso também, serão levados a outro lugar isolado. – complementou Fred.

- E o que eu faço quando estiver nessa... – tossiu encabulado. – Nessa sala com Cho?

- Aí, meu caro Harry... Use a imaginação! – disseram os dois.

- Certo... – Harry pareceu duvidoso.

- Tome, coloque isso nos olhos que o fará enxergar no escuro, é melhor pra você, já que fica tímido quando está cara a cara com alguma garota.

Harry retirou os óculos e colocou lentes de contado, piscando algumas vezes para se acostumar. Os gêmeos sumiram com seus óculos o largando sozinho na frente da porta do salão. Se sentiu estranho sem a armação em seu rosto, mas respirou fundo e entrou sem pestenejar.

Algumas pessoas o olharam, vendo-o diferente e bonito, com trajes branco e sem os óculos, mas era muito tapado para notar que estava atraindo atenções, apenas procurou Cho chang a encontrando sentada sozinha, num das cadeiras ao fundo do salão, onde as pessoas não iam muito.

Se aproximou da mesa principal e apanhou duas balas de caramelos antes de se encaminhar até a garota, surpreendendo-a.

- Olá... – sorriu.

- Harry! – ela pareceu feliz em vê-lo, mas logo disfarçou isso.

Ofereceu a bala para ela só então notando que ao invés de oferecer uma bebida, como era a praxe de todo cavalheiro, oferecia um doce. Ficou corado, mas era tarde.

Mesmo assim, ela aceitou e o pôs na boca. Harry fez o mesmo e esperou o apagão, tentando manter um assunto ao menos interessante.

Do outro lado dali, Malfoy entrava no salão, também sem par, não iria ao baile, mas Snape o obrigou a ir mesmo que no meio da festa e lá estava ele. Talvez sua mãe tivesse pedido para que seu padrinho garantisse que estaria se divertindo.

O loiro aproximou-se da mesa e sem muito o que fazer, e ignorando os olhares que as pessoas lançavam para cima de si, pois estava perfeitamente maravilhoso em seu traje de gala, pegou uma balinha de caramelo, colocando na boca bem na hora em que as luzes se apagaram e todos começaram a gritar.


A gritaria ensurdecedora se converteu a um silêncio total.

Harry grunhiu de dor, ao bater as costas contra o piso. Abriu os olhos e pôde ver perfeitamente que era uma sala vazia. Havia uma lareira apagada, um sofá e uma mesinha contendo algumas garrafas de cerveja amanteigada. Estavam caídos sobre o tapete.

Olhou para Cho, preocupado se ela havia se machucado, mas ao invés da corvinal de cabelos pretos, estava um sonserino de cabelos platinados, que resmungava enquanto se sentava e tentava ver através da escuridão.

"Oh! Droga..." – pensou consigo, evitando dar um ruído e se denunciar. Não queria ter uma briga com o loiro arrogante.

- Merda! – Malfoy se queixou, massageando a parte de trás da cabeça. – Quem está aí?

Harry conteve a respiração, mas era óbvio que o sonserino notou que havia alguém a mais com ele, sobre o tapete. Sentiu quando Malfoy estendeu a mão e tocou em seu braço.

Podia ver o rosto do loiro e os olhos prateados. E se perguntou porque ele ao invés de Cho. Tentou se livrar da mão dele, e sair correndo da sala, mas este o deteve no lugar.

- Nem pense! Que brincadeira é essa? Quem é você? – insistiu irritado.

Harry notou o movimento da mão de Malfoy, e foi mais rápido, arrancando a varinha do loiro, antes que esse pudesse iluminar o ambiente e descobri-lo ali. Ficou se xingando por ter confiado nas traquinagens dos gêmeos Weasleys.

"Aí, meu caro Harry... Use a imaginação...".

Viera-lhe as palavras dos dois. Olhou novamente a Malfoy, que segurado em seu braço, o xingava e tentava a todo custo domina-lo.

Não era idiota consigo mesmo e sabia que de um tempo para cá, o sonserino arrogante lhe despertava certo interesse. Tentava disfarçar, mas não conseguia disfarçar a si mesmo, apenas aos outros.

Malfoy era bonito, e nesse baile estava ainda mais belo. E estavam sozinhos numa sala deserta, em algum lugar isolado do castelo. Por que não aproveitar? O loiro era cruel e arrogante, merecia uma punição, e uma boa e intensa punição era o que pretendia lhe dar.

Tinha vantagem sobre ele, já que podia enxergar no escuro com as lentes de contato que os gêmeos tiveram a graça divina de lhe presentear e o outro... Bem, estava praticamente cego.

Se não pronunciasse uma palavra, certamente Malfoy nunca saberia quem se aproveitou dessa situação. Ao menos desconfiaria que era Harry Potter.


Malfoy ia xingar novamente, quando teve o rosto segurado por duas mãos quentes e os lábios calados por um beijo molhado.

A princípio ficou petrificado, mas logo caiu em si e tentou empurrar essa pessoa. sabia que era um rapaz, pois as roupas, como pôde sentir, eram bem masculinas e não havia nenhum sinal de seios, o peito era forte.

Uma das mãos o prendeu pela nuca e a outra o envolveu forte pela cintura, o prendendo num abraço possessivo enquanto se debatia para tentar se livrar.

Foi estreitado de encontro a um corpo forte e alto enquanto sua boca era invadida por uma língua ávida por explorar cada recanto. Tentou manter os lábios fechados, mas o outro insistia com tal voracidade que foi impossível resistir por mais tempo e sentou um choque quando a língua invasora deslizou pela sua e o sabor de caramelo se fundiu com o sabor que mantinha na própria boca.

Resfolegou um tanto sem ar. Tentando se quitar dos braços que o prendia, mas foi forçado a deitar no tapete, enquanto tinha o corpo coberto pelo corpo do estranho.

Conseguiu virar o rosto para o lado e suas bocas se separaram dando tempo de tomar ar. Ofegou desesperado, e isso pareceu incendiar ainda mais o outro rapaz, que agora atacava seu pescoço, dando fortes chupadas e mordidas, provando sua pele macia e pálida.

- Me larga! – gritou, tentando dar socos,mas estava totalmente preso pelo peso sobre si e gritou, ao ser mordido na nuca ferindo sua pele para ser acariciado depois, por lambidas suaves, como que para sanar-lhe o machucado.

Sua capa foi puxada sem cuidado e o broche arrebentou-se, indo tudo ao chão. Assim como a gravata e os botões de sua camisa. Novos beijos e mordidas se espalharam pelo seu peito. Teve os pulsos seguros e seus braços forçados para cima da cabeça, pressionados de encontro ao chão e o deixando imóvel para que seu agressor tivesse mais liberdade em explorar seu corpo.

Gritou novamente quando o som de sua camisa rasgando lhe chegou ao ouvido e sentiu a pressão do membro inimigo em sua coxa. Sim, era um inimigo que o violentava sem piedade.

- Por favor... Não quero... – implorou, deixando de lado seu orgulho. Sua voz estava trêmula e embargada. – Por favor, pare...

O outro pareceu se deter perante suas palavras. Sentia as lágrimas arderem seus olhos e escorrer pelas faces. Estava chorando.


Harry segurou a respiração ao ver as gotas cristalinas escaparem pelos olhos gris e percorrer um caminho lento pela bochecha corada de Malfoy.

Ele estava pedindo e estava chorando. Sem arrogância ou orgulho.

Tomou novamente as faces do loiro e beijo cada lágrima, sentindo o gosto salgado. Estava sendo rude, sem se importar com o prazer de Draco, e isso era errado.

Sentou-se e enlaçou a cintura esguia e puxou o corpo trêmulo para seu colo, fazendo-o encostar em seu peito. Sentiu ele retesar os músculos, mas não parou. Ia dar prazer a esse loiro, e um prazer que ele nunca mais esqueceria.

Sem pudor. Abriu a braguilha da calça de Draco, ouvindo ele se desesperar e se remexer em seu colo, mas o manteve preso. Com uma das mãos, deslizou pelo abdômen pálido até alcançar o membro do loiro, por dentro das roupas.

O sonserino se debateu ainda mais em seu abraço, murmurando constantemente 'não, não', mas ignorou, logo ele estaria murmurando outra coisa.

Draco remexeu as pernas e os braços, quando começou a ser masturbado. Os dedos subiam e desciam lentamente pelo seu pênis, o polegar a esfregar dolorosamente a cabeça do membro enquanto a palma dava a sensação de um orifício quente e apertado.

Harry manteve o ritmo lento até que a respiração do loiro ficasse pesada e estabilizada, passando então a aumentar a velocidade e o aperto nos dedos, tornando o roçar mais intenso e dolorosamente prazeroso, pois Malfoy já não se debatia, mantinha-se tenso, mas com a cabeça em seu ombro e as mãos apertadas em seus braços, unhas cravadas em sua carne, cada vez mais forte. O membro ficando intumescido e algumas gotas começando a sair pelo buraquinho ao qual esfregava o polegar, ajudando na fricção.

Enterrou o nariz ao pescoço do loiro, sentindo seu cheiro e recebeu o primeiro gemido, um pouco frustrado, pois Malfoy não queria admitir que começara a sentir prazer.

Aumentou a velocidade e dessa vez, foi acompanhado pelo quadril do sonserino. Puxou-lhe o rosto, o obrigando a virar para si, para poder vê-lo se deliciando de prazer, os olhos cerrados e a boca levemente aberta, por onde a respiração ofegante escapava. Só mais um pouco e...

Com um grunhido, arranhando os braços que apertava com desespero, Draco gozou na mão do suposto estranho. A calça e a cueca arriada ao joelho. A moleza o dominou por completo e começou a afundar no esgotamento.

Estranhamente, depois de relaxado e sem receio, começou a sentir o perfume do desconhecido e o pulsar de seu coração, e algo lá no fundo, o fez achar familiar. Parecia que conhecia esses toques, esses movimentos e até a respiração que batia de encontro a seu pescoço.

Ficou recostado ao corpo desse alguém, por alguns minutos, até que outro toque em seu membro o fez se arrepiar. Estava sendo masturbado novamente, com carinho. Tudo, desde o início, era premeditado, nada o machucava para que sentisse dor, apenas algumas mordidas, que se transformava em dores de prazer em sua pele. Mesmo tendo as roupas rasgadas, não teve o corpo agredido.

Quando começou a reagir com os estímulos, teve certeza de que dessa vez seria tomado de forma mais íntima. Tinha que admitir que tudo o intrigava. Não poder ver quem estava levando-o ao ápice do prazer, era simplesmente excitante. A percepção de que conhecia esse alguém e ao mesmo tempo poderia ser qualquer um era outra tortura. Descobriu-se masoquista, pois realmente sentia prazer em ser tomado à força como estava sendo tomado.

Gemeu alto quando foi penetrado por dois dedos, sem aviso. Foi explorado com um pouco de brutalidade, mas era perfeito. Os dedos se enfiavam mais fundo, rodeando sua parede anal e o cutucando em todos os lugares possíveis. Nessa hora seu membro despontava mais que preparado para um novo orgasmo.

O outro rapaz segurou firme pela base de seu pênis, retirou os dedos e os substituiu pelo membro ereto, que desde o começo o cutucava por baixo. O falo entrou lentamente até o fim, sem dar tempo para que se acostumasse com a invasão e isso o fez jogar o corpo para frente, reprimindo um grito de dor e passou a rebolar sobre ele, para melhor achar uma posição.

Abriu os olhos, mesmo sabendo que não veria nada pela escuridão do lugar. Suas mãos apertavam com força o tapete, ainda estava vergado para frente, com a respiração difícil e o volume que o lacerava enterrado dentro do corpo, mas a dor foi lentamente sendo substituída por prazer, conforme foi novamente masturbado e currado. Lento no início e gradativamente mais rápido conforme gemia e arfava. O suor escorria pelo seu corpo e era tragado por alguns beijos de seu companheiro oculto. Beijos possessivos como se dissessem a quem Draco Malfoy pertencia.

O ritmo das estocadas chegou ao máximo, não suportaria mais. Suas nádegas batendo rudemente de encontro à virilha amante. Os sons praticamente escapavam de seus lábios, impossíveis de serem segurados, assim como dos lábios de seu possuidor oculto. Um som que o intrigava e o fazia querer ainda mais descobrir a identidade dele. Como se já ouvira daquele timbre, mas teve a mente nublada pelas ondas de prazer e a proximidade do orgasmo. Gritou a plenos pulmou sem se importar em onde estavam e com quem estava, apenas aconteceu e se retesou quando o clímax explodiu em seu membro, jorrando intensamente contra o tapete e sendo preenchido por dentro, enquanto o outro gemia em seu ouvido.

- Draco... Te amo...


Uma dorzinha irritante o despertou. Abriu os olhos ainda sonolentos e quando foi se virar, uma pontada bem lá fez o sono ir embora num instante. Piscou incrédulo ao notar sua situação. Estava deitado no tapete de uma sala abandonada, a camisa aberta, sem botões e a calça também aberta, no seu devido lugar, mas com o botão e o zíper danificados. Sua capa estava jogada não muito longe de onde estava, com sua varinha em cima.

Lembrou-se claramente o que aconteceu e isso fez o rubor tingir-lhe as faces. Recordou de cada sensação, desde raiva, medo, tensão, ansiedade, angústia, frustração, dor, prazer, deleite, palpitação, alegria e assim ia, tudo misturado, o ruim sendo corrompido pelo bom.

Primeiro era a dor sem piedade, depois, o prazer apaixonado... Essa informação cortou-lhe a mente como um raio.

Quem seria tão descarado para tal atitude? Não fazia a menor idéia. Mas que esse rapaz lhe mostrou o quanto era sádico e masoquista, e que podia odiar e amar ao mesmo tempo isso mostrou muito bem.

E o fato principal que ficara marcado em sua alma, foi receber aquela declaração bem quando chegavam ao cume do prazer. Esse rapaz oculto se declarara gemendo seu nome... Tão intensamente que só de lembrar, seu coração disparava e a ansiedade de reencontra-lo era dolorosa. Sabia que o que fizeram era mais que uma transa passageira, pois seu parceiro demonstrou tanto amor e preocupação que agora sentia roubado pelos mesmos sentimentos.

Foi com essa ansiedade que apareceu no Salão Principal, pela manhã, onde todos estavam comendo. Sentou-se em seu lugar, na mesa da Sonserina e suspirou como um apaixonado. Buscando em todos, o causador de suas emoções. Louco para senti-las novamente, louco para desvendar a identidade dessa pessoa. mas para sua decepção, não parecia ter sido ninguém ali.

Do outro lado do sal/ao, na mesa da Grifinória, Harry ria enquanto conversava com os amigos. Esquecera-se completamente de Cho, que da mesa da Corvinal o olhava desiludida. Seus olhos verdes brilhavam como nunca antes visto e seu sorriso sincero era contagiante. Antes de deixar o salão, lançou um discreto e rápido olhar ao rapaz loiro, que revirava a comida no prato esboçando um semblante belo e sonhador.

- Estou louco pelo próximo Baile de Inverno... – comentou com seus dois melhores amigos.

- Por qual motivo? – perguntaram com curiosidade.

- Por realmente amar essas festividades...

Suspirou com deleite, foi a melhor noite de sua vida.

Fim?


N/A: um lemon básico, espero que tenham gostado! Bjus!