FALTOU DIZER EU TE AMO
Sinopse: Depois de muitos anos, Kurama reencontra Botan e uma paixão há muito contida surge. Mas um youkai quer usar a jovem para se vingar de Kurama.
Disclaimer: Yu Yu Hakusho pertence a Yoshihiro Togashi e às empresas licenciadas. A história se passa anos após o fim da série na t.v. E é a minha primeira fic no universo de Yu Yu Hakusho. Espero agradar aos fãs da série e do casal que eu escolhi.
CAPÍTULO 1: Uma noite apenas.
—Ai, que tédio!
Botan disse a si mesma, olhando a paisagem do alto do apartamento que ocupava no modesto hotel. Era sexta-feira à noite e não tinha nada o que fazer.
Havia anos que não voltava a cidade. Esperava viver ali, quando decidiu ser apenas humana e viver no mundo dos homens, apenas para ficar perto dele, mas depois de tê-lo visto com aquela garota, e a maneira carinhosa que ele a tratava, achou que nunca teria lugar na vida e no coração dele.
Mas era tarde demais para voltar para o Mundo Espiritual, então tomou a decisão de morar em outro lugar, longe dele. Mas a saudade dos amigos falou mais alta e resolveu tirar férias de seu trabalho como professora do primário e visitá-los.
Só que deveria ter avisado que viria antes. Yusuke e Keiko não puderam visitá-la, cuidando de um restaurante e de dois filhos pequenos o casal mal tinha tempo, mas prometeu a eles que apareceria amanhã. Kuwabara e Yukina estavam viajando, visitando a mestra Genkai, a jovem youkai queria muito que seu primeiro filho nascesse no templo da velha mestra. E Kuwabara fazia todas as vontades da sua esposa.
Hiei ainda vivia no Mundo das Trevas, impossível entrar em contato com ele, e certamente o koorime não era a melhor das companhias para uma balada. E tinha ele...bem, Botan resolveu que era melhor não contar com ele também. Ainda nutria por Kurama uma paixão que carregava desde a adolescência e que nunca pode ou conseguiu declarar-se, não saberia o que fazer se o encontrasse novamente.
Era melhor esquecer Kurama.
"Acho que devo sair, comer algo e voltar para cá e dormir." -a jovem decidiu, meio desanimada.
Afastou da janela, e após uma última olhada no espelho, ajeitando o vestido moderno e esverdeado que usava e caia em seu corpo com perfeição, deixando-a bem feminina e sensual, escovou os longos cabelos azuis e deixou-os soltos, pegou a bolsa e um casaco ganhando a rua em seguida.
Kurama afrouxou a gravata assim que se sentou no bar do fino restaurante que sempre frequentava as sextas-feiras para jantar. O barman acostumado com o ilustre visitante, serviu-lhe logo o seu martini.
O ruivo deu um gole na bebida e suspirou. Estava cansado, mas satisfeito por ter conseguido ganhar mais um caso e colocado outro criminoso na cadeia. Shuuichi Minamino era um importante e brilhante promotor de justiça, conhecido por sua sagacidade e por nunca perder um caso. Rico, bem sucedido e solitário.
Pensou no tempo em que era um Youko, e lembrou-se das batalhas vividas ao lado dos amigos e que pareciam tão distante agora. Um sorriso discreto apareceu em seu rosto ao pensar nesse tempo, e de repente imaginou onde estaria uma certa pessoa agora.
Yusuke havia lhe telefonado naquela tarde e dito que Botan estava na cidade. Então, por que ela não ligou avisando? E por que isso o incomodava?
—Posso pagar-lhe um drink? -uma bela mulher ofereceu.
Kurama recusou educadamente. Apesar de se sentir lisonjeado, não estava disposto a nenhum flerte essa noite. Estava mais do que acostumado a ser paquerado por belas mulheres, raramente ficava sem companhia femininas, mas eram relacionamentos vazios, que terminavam em sua maior parte na manhã seguinte ao primeiro contato. Queria algo mais, que essas mulheres não possuíam.
Uma música suave dominava o ambiente. Kurama levantou-se para olhar melhor o lugar antes de resolver jantar quando uma figura feminina chamou sua atenção. Como estava mudada!
Com o passar dos anos, a adolescente deu lugar a uma bela mulher. Seus cabelos outrora sempre presos em um rabo de cavalo, agora estavam soltos e emolduravam o rosto, caindo pelos ombros e costas como uma cascata.
Era Botan! E mais linda do que se lembrava! E parecia meio perdida...talvez procurando alguém...
Decidido, empurrou o copo com o martini para o lado e levantou-se caminhando até ela ao mesmo tempo em que pensava no que dizer a ela. Estaria sendo impulsivo?
—Visitando a cidade?
Diante da conhecida voz masculina, Botan virou-se surpresa. Disfarçou o estremecimento de suas mãos segurando firmemente a bolsa contra o corpo. Revê-lo de maneira tão inesperada fez seu coração bater descompassadamente.
—Kurama! Que surpresa! -lindo como da última vez, pensou.
Lá estava ele, mais bonito que ousava imaginar. O ar mais maduro, os belos e enigmáticos olhos verdes, os cabelos mais curtos, na altura dos ombros presos a um rabo de cavalo o deixavam mais sedutor. Estava vestido com um terno cinza, que o deixou irresistível.
—Também fiquei surpreso em vê-la, Botan. -ele estendeu a mão para ela. - Gostaria de me fazer companhia para o jantar?
Logo providenciaram uma mesa para ambos, em um canto aconchegante com vista para um belo jardim oriental.
—Parece importante, Kurama. -ela comentou, depois que Kurama pediu um bom vinho ao maitre.
—O Promotor Minamino é. -respondeu sorrindo. -Sempre venho aqui aos fins de semana. É calmo.
—E pensar que escolhi o local ao acaso. -ela sorriu também. -Promotor? Hum, me lembrei que você ia prestar o vestibular para Direito antes de eu...
—Sumir sem deixar notícias? -ele completou.
—É complicado explicar agora. Como uma deusa da morte tinha minhas obrigações. -ela desviou do olhar dele para o guardanapo na mesa, depois desviou-se do assunto rindo. - Estou morando em Nagoya, sou professora de primário agora.
Ele a olhou surpreso.
—Eu quis experimentar viver entre os humanos algum tempo. O senhor Koenma aprovou. Acredite, enfrentar youkais é bem mais fácil que enfrentar meninos de oito anos hiperativos.
—Senti falta de ouvir sua risada. -ele comentou deixando-a corada.
O maitre chegou e serviu o vinho e anotou o pedido para o jantar, em seguida Kurama percebeu o nervosismo de Botan ao vê-la bebendo depressa demais o conteúdo em sua taça.
—Calma que esse é forte! -falou em tom de brincadeira, depois sério pegou em sua mão. -Enquanto o nosso jantar não vem, vamos dançar?
—Dançar?
Ele a pegou pela mão e a guiou até o espaço reservado para os casais dançarem. Uma música suave e romântica imperava. Kurama puxou-a para si com destreza, envolvendo-a nos braços. Botan nunca estivera tão próxima de Kurama antes, nem quando foram padrinhos do casamento de Yusuke e Keiko e estiveram lado a lado no altar.
Naquele momento, Botan percebeu o quanto estava carente, a simples aproximação dele, enquanto dançavam, exercendo sobre ela uma atração irresistível. Será por causa da sua atuação condição como humana? Quando era uma deusa da morte não sentia falta desse tipo de companhia.
Fechou os olhos Sentindo o tecido macio e caro do terno dele sob o toque de suas mãos, o perfume másculo.
—Que bom que nos encontramos. -ele comentou quebrando o silêncio.
—É mesmo.
—Então...depois do jantar, o que gostaria de fazer?
—Hã? -ela ergueu a cabeça e se viu presa no olhar do youko e depois desviou o olhar para os lábios dele.
Pensamentos nada inocentes invadiram sua mente, imaginando o sabor que eles teriam.
—Agora que nos reencontramos não pretendo deixá-la sozinha essa noite. -ele sorriu. -Vamos passear pela cidade depois?
—Cla-claro!
Depois de ter aceitado o convite, Kurama e Botan voltaram para a mesa onde desfrutaram de um delicioso jantar, conversaram sobre diversos assuntos, principalmente dos velhos tempos. Botan ouviu a maneira entusiasmada que Kurama se referia aos amigos e aos 'sobrinhos', como ele gostava de se referir aos filhos de Yusuke, duas pestinhas que lembravam muito o pai, incluindo na possibilidade de terem energia sobrenatural como o ex-detetive.
—Já está ficando tarde. -Botan comentou ao olhar em volta.
Realmente eram as únicas pessoas a permanecerem no restaurante, os empregados esperavam pacientemente que o casal saísse. Ficaram tão entretidos na conversa que nem repararam a passagem do tempo.
—Vamos "-ele perguntou.
—Na verdade, eu não quero sair e andar pela noite na cidade. -ela riu sem graça. -Acho que exagerei um pouco no vinho.
—Então, que tal um café?
—Onde
—Em meu apartamento.
Botan ficou receosa, inclinada a não aceitar o convite embora fosse sua grande vontade ficar ao lado dele a maior parte do tempo possível, pois logo partiria para Nagoya e nem sabia se voltaria. E além disso, sua condição humana era temporária. O senhor Koenma foi bem específico sobre aproveitar algumas décadas apenas entre os homens e que deveria voltar à real natureza. Então, deveria aproveitar tudo ao máximo.
—Só um café Botan. -ele tratou de tranquiliza-la. -Não farei nada que não queira."
—Tudo bem. -ela aceitou com um sorriso.
—Vamos no meu carro. -ele disse.
Botan ficou admirada, no lado de fora, ao ver o carro dele.
Um porshe? -olhou para o carro prateado e depois para ele.
—Ser um promotor de sucesso tem suas vantagens. -ele ficou sem graça. -Mas não se engane, sou o mesmo Kurama de sempre.
Meia hora depois, estacionavam na garagem de um enorme prédio de apartamentos. Botan imaginou se não estava cometendo um erro estando ali com ele. Não eram mais garotos, muita coisa poderia acontecer, e ela não saberia dizer se resistiria a tentação se ela surgisse.
Chegaram no apartamento, no vigésimo quinto andar. Era grande, espaçoso, sofisticado. A decoração e o ambiente combinavam com Kurama, pensou.
Ele começou a mostrar seu lar, parando em seu quarto.
—É muito lindo! -ela murmurou, olhando pela janela do quarto para a paisagem da cidade iluminada abaixo.
—Você é linda! -ele disse-lhe baixinho, parando bem atrás dela.
Botan virou-se e o encarou.
—Quero beijá-la.
"-Aproveite ao máximo sua condição humana, Botan." -em pensamentos lembrava das palavras de Koenma. – "Um dia irá voltar e terá que esquecer tudo."
Por que não beijá-lo? Se sempre imaginou aquele beijo...
—E por que está me avisando?
—Para lhe dar a chance de recusar.
—Quem disse que eu quero recusar? -ela tocou de leve com a ponta dos dedos os lábios dele. -Estive esperando a noite toda para que me beijasse.
Kurama tomou-lhe o rosto com uma das mãos. O beijo começou quente e lento. Macio e gostoso. Possessivo sem ser agressivo. Era sem dúvida o melhor beijo que Botan recebeu em sua vida. E ela nunca se envolveu com ninguém antes, talvez porque esperava por esse beijo a vida toda.
—Botan...-ele afastou-se ainda segurando o rosto delicado na mão.
—Por que parou?
—Porque se eu continuasse, temo não parar até...
"-Aproveite ao máximo sua condição humana, Botan."
—Não somos mais garotos, Kurama. -Botan estendeu os braços envolvendo-o pelo pescoço. Ela não sabia se sua ousadia estava no fato de ter bebido algumas taças de vinho ou no fato de ter sempre desejado aquele momento em sua vida. -Eu quero você.
"-Aproveite ao máximo sua condição humana, Botan."
Kurama suspirou, e em seguida enterrou os dedos nos cabelos de Botan antes de beijá-la novamente. Botan contorceu-se impaciente e passou a ponta da língua sobre o lábio superior de Kurama, fazendo-o aprofundar ainda mais o beijo.
Ele tateou as mãos por suas costas e abriu o zíper do vestido. Com mãos ávidas a despiu, deixando-a só com a roupa intima. Entre beijos e carícias, Botan ajudou-o a retirar o terno, a camisa e encontrou o zíper da calça.
Kurama a abraçou forte, suas mãos descendo pelas costas até pousarem nos quadris, afagando-lhe a pele sobre a calcinha de renda. Em seguida, a levou sem parar de beijá-la até a beira da cama e a deitou com delicadeza, e em seguida aconchegou-se em seu abraço, voltando a beijar cada centímetro de seu rosto, pescoço, ombros.
As mãos se livraram com agilidade do sutiã e em seguida acariciavam um de seus seios, fazendo-a fechar os olhos e ofegar. Sem nenhum pudor, ele fechou os lábios em torno do mamilo rijo, fazendo-a soltar um grito abafado.
—Não...pare. -ela balbuciou.
Kurama continuou a caricia ousada, enquanto uma mão acariciava o outro seio. A mão livre desceu da cintura para dentro da peça intima que ainda usava e tocou no centro de sua feminilidade. A caricia experiente ameaçava levá-la ao clímax, e de fato, após algum tempo, seu corpo estremeceu diante da explosão de prazer que a dominou.
—Mal comecei... -ele avisou, beijando novamente com paixão.
As mãos dele a acariciavam, sendo seguidos pela boca e língua, Botan gemia e ofegava, contorcendo-se de prazer. Ela acariciava suas costas, passando a língua pelo pescoço dele, enquanto as mãos deslizaram até ajuda-lo a retirar a única peça de roupa que ele usava, ficando totalmente nu.
Agora, nada se colocava entre eles e o prazer total que tanto ansiavam. Então, ele a penetrou suavemente, Botan gemeu de dor e satisfação ao sentir a barreira de sua inocência ser rompida. Kurama estancou ao perceber que aquela era a primeira vez dela. Que havia sido seu primeiro homem.
—Botan, eu...
—Não pare... -ela pediu, envolvendo sua cintura com as pernas, incentivando-o a continuar.
Com o seu auto controle totalmente esquecido, Kurama investiu novamente, devagar, languidamente, o corpo de Botan moldando-se ao seu. Ele gemeu profundamente, acelerando os movimentos, entregando-se ao ritmo primal e sensual.
Ele voltou a beijá-la, de maneira possessiva e selvagem. A íris cor de esmeralda assumindo um tom dourado com o crescente desejo que os dominava. Então, seus corpos foram sacudidos pelo clímax, tão intenso e avassalador que Botan desgrudou dos lábios dele e gritou, rendendo-se totalmente a ele.
Kurama jogou a cabeça para trás e emitiu um som abafado, feroz, como se o Youko tivesse no lugar dele, impulsionado pelo orgasmo. Depois relaxou seu corpo, deitando-se ao lado dela, puxando-a para junto de si, fazendo-a deitar a cabeça em seu peito.
—Foi mais do que imaginei. -ela disse.
—Sim. Foi...você foi fantástica. -ele sorriu e depois segurou o queixo dela fazendo-a encará-lo. -Deveria ter me dito que era a sua primeira vez.
—E faz alguma diferença? -ela sentou-se na cama. -Eu sempre quis que você fosse o primeiro.
—Botan...-ele tentou dizer algo, mas levantou-se da cama, muito à vontade em sua nudez, exibindo um sorriso para conforta-la. -Eu já volto.
Ele saiu do quarto, voltando minutos depois com uma garrafa de champanhe e duas taças. Botan estava recolhendo suas roupas, tornando-se a se vestir. Ela temia não ter forças para ir embora.
—O que está fazendo?
—Eu só estou...acho que devo ir. -foi um erro, pensou.
— Fique. -ele largou o que trouxera em cima de uma cômoda. -Não vá ainda.
Depois abraçou-a. Botan realmente queria ir, mas como resistir? Ela desistiu de lutar, por aquela noite ainda seria dele, e ele lhe pertenceria.
—Eu não vou embora então.
Ele a beijou e depois perguntou com um sorriso malicioso.
—Gostaria de tomar um banho? Junto comigo?
—Sim. - E se deixou levar por ele.
"-Aproveite ao máximo sua condição humana, Botan." –a voz de Koenma voltou a sua mente. – "Um dia irá voltar e terá que esquecer tudo…e não se esqueça. Cuidado com o que faz entre os homens. Tudo o que um humano faz, tem consequências para a sua vida. Então, não faça meleca, menina."
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Na manhã seguinte, Kurama nem precisou abrir os olhos para saber que estava sozinho. Sentiu o vazio ao lado de sua cama e em si mesmo. Abriu os olhos e deslizou a mão nos lençóis ao seu lado, podia sentir o perfume de Botan ainda impregnado nele e em sua pele também.
Não entendia a atitude dela. Partir assim, sem uma palavra sequer?
Tinha esperança de acordar e vê-la adormecida ao seu lado, acordá-la com seus beijos, tomarem o desjejum juntos, e aproveitarem o máximo esse reencontro.
Mas ela fora embora...
Continua...
