Disclaimer: A série Harry Potter pretence a J.K. Rowling. Nada aqui nos pertence, essa história foi feita apenas por diversão, não ganhamos nada com ela.

Sinopse: O primeiro capítulo será focado apenas na família Potter, embora outros personagens façam uma pequena aparição, porém no desenrolar da trama outros núcleos começarão a fazer participações expressivas.

Universo:AU, em um mundo sem magia onde os personagens não possuem características fantásticas ou poderes mágicos. Vivem em um mundo como o nosso e têm empregos comuns.

Avisos:Contém drama e cenas de sexo explícito heterossexual e homossexual.

Essa fanfic não contém spoilers, pois a história se desenvolve em um universo completamente diferente do original.

Ships: James/Lily, Sirius/Remus, Snape/Luna, Regulus/Lucius

N.A.:Essa história foi escrita a quatro mãos, mas de forma tão integrada que o próprio texto se confunde de modo que não se torna possível saber de quem é a autoria de qual cena, portanto assinaremos como se fôssemos um só usando o codinome CatDax e de agora em diante também postaremos na primeira pessoa do singular em todas as notas.

Rated: M/ NC-17

Dance D'Amour

Por Cat Dax

Prólogo

Amores de colegial sempre aconteceram e continuam acontecendo dia após dia; é uma constante universal na escola, assim como os quadros e os próprios professores.

Amores de colegial não costumam durar muito, mas no caso de James e Lily, isso durara mais do que qualquer um esperaria. Talvez porque eles não começaram como um par de namoradinhos adolescentes; James e Lily se bicaram por anos antes de finalmente se conhecerem e começarem a namorarem. Namoro que, para surpresa de todos, virou um casamento.

Ele agora, um grande jogador de beisebol, ela formada em botânica havia conseguido um emprego muito bom perto de casa, para que tivesse mais tempo para se dedicar à família e ao filho único Harry, parece a imagem de uma família muito feliz, mas existem coisas que só quem convive sabe... E outras que dispensam convivências...

Os defeitos de Lily eram do primeiro tipo, os de James do segundo. O fato é que como qualquer relacionamento longo o deles também tinha suas fragilidades e apesar de serem jovens ainda já pareciam desgastados pelas doces surpresas da vida conjugal.

Lily amava James. Ela realmente o fazia. Mas às vezes, ela se perguntava o por que. James a decepcionara tanto, de tantas maneiras diferentes, que ela ainda se perguntava como eles estavam juntos.

O fato de que James parecia completamente alheio a situação delicada que seu casamento vivia só irritava ainda mais Lily. Remus, e até mesmo Sirius conseguiam ver que as coisas não eram mais cor-de-rosa entre eles. Até Harry a olhava às vezes de um jeito estranho, como se soubesse de algo que não fora dito.

Nessas horas ela pensava em Severus, nos momentos em que ele a visitava. James, para desgosto de Lily, ainda tinha a mesma opinião limitada de Snape da época do colégio, mas Severus era às vezes um dos poucos motivos que Lily tinha para sorrir durante o dia.

Mas esse não era um dia, ou melhor, uma noite para aborrecimentos, era o aniversário de casamento dos dois e Lily estava disposta a esquecer dos problemas e se divertir.

Estava em frente ao espelho de corpo inteiro com um vestido simples e discreto, mas ainda assim muito sensual contornando suas curvas de modo gracioso e elegante. Os cabelos estavam soltos como James gostava bem escovados com um brilho incrível e agora dava os últimos retoques na maquiagem suave onde todo o destaque estava no contorno dos olhos verdes...

Harry estava no quarto no computador teclando com os amigos, mas os ouvidos estavam atentos e apesar de não ter nada a ver com isso, olhava o relógio a todo o momento sem conseguir deixar de perceber que o pai estava começando a ficar atrasado novamente.

Não muito longe dali, James comemorava o aniversário de casamento com os amigos, no começo claro não era pra ser uma comemoração... Tudo se iniciou com um brinde e aí vieram as recordações, o tempo foi passando e James foi bebendo e foi ficando.

Quando começou a escurecer, Remustocou o ombro do amigo dizendo:

- James parece que já está na sua hora, você é um cara de sorte, não deixe Lily esperando...

Sorriu e piscou para o amigo de um jeito divertido e todos começaram a rir mandando James embora.

James riu já levemente alterado pela bebida; desde os tempos de colégio, ele ficava bêbado mais fácil do que os outros.

- Caras vocês estão me expulsando? Achei que vocês fossem meus amigos!

- Nós somos - Sirius respondeu - e é justamente por isso que queremos evitar que você venha amanhã chorando seu traseiro arrependido para nós porque a Lily te chutou por você chegar tarde no aniversário de casamento.

- Ouch, Sirius, achei que você me amava - disse James, dramaticamente - Ok, vocês querem me chutar, tudo bem, mas eu vou tomar a saideira antes. Peter passa mais um copo aí para mim.

Peter, um tanto receoso, fez como James pediu. Mas, para a preocupação dos amigos, James não parecia tão ansioso em partir.

Em casa Lily já havia terminado de se arrumar a algum tempo e estava na sala de estar esperando, já começava a ficar preocupada...

Levantou cruzando a sala com um suspiro e pegou a bolsa com o celular pensando em ligar para James, se demorando apenas um segundo... Será que valia mesmo a pena? O que ele ia dizer? Que estava com os amigos como sempre? Por que ligar e ouvir uma história que já conhecia tão bem?

Voltou ao sofá se jogando entre as almofadas sem se importar com o penteado bem feito, ainda olhando o celular... E se ligasse para Snape?

Contraiu os lábios e fechou os olhos querendo a todo custo afastar aquela ideia da cabeça, não ia fazer isso hoje... Chorar no ombro do Snape no dia do aniversário de casamento já seria demais! Definitivamente, hoje não!

- James... Você não acha que já teve demais, cara? - Peter perguntou, quando James tentou pegar outro copo de cerveja.

- Peter, cuida da sua vida, cara. - disse James, a voz enrolada.

- Peter tá certo, James. Já passou da hora de você estar em casa. - disse Sirius, a expressão séria.

- O que você são agora caras, minha esposa? - disse James, indignado.

- Não, James, porque a sua esposa está agora em casa, linda e arrumada, esperando o marido para comemorar o aniversário de casamento, e você está aqui enchendo a cara com a gente. E se você não tivesse bebido você concordaria com a gente. A Lily merece mais do que isso, James. - disse Remus, impedindo James de pegar outro copo.

- Certo! - grunhiu James, irritado - Vou dirigir para casa.

- Não, você não vai, porque você é o mais bêbado de nós. De nós, o Peter foi quem menos bebeu então ele dirige. - disse Sirius, em tom indiscutível.

James preferiu não discutir, apenas saiu do bar batendo o copo vazio na mesa e se dirigiu até o carro... Peter suspirou e seguiu o amigo, coçando a cabeça e abrindo os braços para o grupo que olhava da mesa com uma mistura de revolta e pesar.

- Como ele pode chegar a esse ponto? - Disse Sirius lamentando a situação.

Peter entrou no carro e abriu a porta para James que entrou sem dizer uma palavra, quando o amigo tentou dizer qualquer coisa ele levantou a mão com um gesto firme que dizia claramente "não quero ouvir sermão!".

Peter dirigiu até a casa de James e o deixou na porta partindo logo em seguida sem querer imaginar como Lily ia receber o marido nesse estado.

James tentou enfiar a chave na fechadura, mas aquilo parecia impossível! Quando cansou de tentar começou a tocar a campainha alucinadamente.

Lily já estava quase desistindo de tudo e ir dormir, quando ela ouviu a campainha tocar em um ritmo alucinado, o que respondeu imediatamente à sua pergunta sobre quem era. Ela mordeu o lábio com força; ela não ia chorar. Ela não daria a James aquela satisfação.

- Mãe? Você quer que eu... - Lily assustou-se ao ver Harry em sua frente, um olhar preocupado, indagando se ela queria que ele lidasse com isso. Era uma oferta tentadora, mas isso não era sobre Harry.

- Não, meu filho, isso é sobre o seu pai e eu. Mas obrigada. Por favor, fique no seu quarto, você realmente não precisa ver isso. - disse Lily, tentando sorrir.

Harry assentiu relutante, e voltou para seu quarto. Lily dirigiu-se a porta e a destrancou; após ver James por alguns segundos, ela virou o rosto, irritada.

- Não diga nada James. Você realmente não precisa dizer nada. - Lily voltou a morder o lábio com força, tentando se controlar.

James sorriu e abriu os braços chamando Lily para junto de si... Vendo que ela não se movia ele levou o dedo aos lábios fazendo sinal de silêncio, prometendo com o gesto que ficaria calado e em seguida abriu os braços novamente.

Ela cruzou os braços se segurando e abaixou a cabeça fazendo que não.

- Não James...

Queria dizer tantas coisas, mas seria impossível sem chorar... Passou as mãos pelos cabelos num gesto de desespero e abandono, será que ele algum dia teria noção da solidão em que ela se encontrava nesse momento?

Deu as costas e voltou correndo para o quarto, batendo a porta com toda a força e tinha e se jogando na cama, segurando os cabelos com força como se concentrar naquela dor física fosse impedi-la de chorar.

James ficou confuso por alguns minutos, e após a desorientação, tentou entrar no quarto. Ao ver que estava trancado, começou a bater.

- Vá embora, James! Eu não quero falar com você agora. - disse Lily de dentro do quarto, a voz abafada.

James tentou bater mais algumas vezes, mas como Lily não abrira, ele foi se sentar no sofá, desorientado. Após alguns minutos, adormecera, e a casa entrara em um silêncio mortal.

De dentro do seu quarto, Harry olhava fixamente pra uma das paredes, o notebook esquecido a seu lado na cama. Ele amava seu pai, e ele era sem dúvidas um excelente pai, mas ele odiava a forma como ele negligenciava sua mãe às vezes. Ele queria falar com ela, mas sabia que ela só queria ficar sozinha agora.

Harry suspirou, tentando se concentrar em outras coisas.

James acordara meia hora depois, com a cabeça latejando. Olhando em volta, deu-se conta de que estava no sofá. Ele ainda estava embriagado, mas sentia-se mais sóbrio do que antes, e sentindo o remorso lhe bater, tentou novamente falar com Lily.

Sem obter resposta, James disse, após a terceira batida:

- Lily, por favor, vamos conversar. Me desculpe, eu... Por favor, abra a porta.

Lily não dormira, estava sentada na cama. Ao ouvir a voz mais firme de James, Lily soltou um suspiro, cansada, e abriu a porta para ele.

James entrou devagar, parecia abatido e triste... Segurou a mão de Lily acariciando os dedos dela sem saber o que dizer.

- James, isso tudo que eu não queria que tivesse acontecido com a gente... - Ela foi a primeira a dizer.

Ele balançou a cabeça concordando

- Eu sei Lily, eu realmente não queria que isso tivesse acontecido e...

- Não James! Eu não estou falando disso! Não se resume a isso! Eu estou falando do nosso casamento, eu estou falando de tudo!

Ele levantou a cabeça surpreso com aquela declaração que a esposa fazia quase aos gritos, estava com o rosto vermelho e parecia muito cansada.

- Você parece nem perceber que tudo está desmoronando em volta da gente! Não existe mais nada...

Ela voltou a sentar na cama segurando a colcha com força.

- Lily, mas o que você... - James tentava clarear os pensamentos, mas seu estado e as declarações de Lily tornavam tudo mais difícil - Eu sei que eu tenho minhas falhas, mas...

- É claro que você tem James, eu sei disso! - Lily interrompeu - Eu sabia delas quando me casei com você. Eu não sou perfeita, também. Mas ultimamente... Parece que nós estamos caminhando para um buraco, e você sequer se deu conta disso!

Lily estava fazendo um claro esforço para não chorar. James queria se aproximar dela, mas sem certeza se isso seria um gesto bem vindo ou não, ele manteve-se em seu lugar.

- Lily, eu não sabia que você se sentia assim, e...

- Esse é o problema. Você não sabia. Você não notou. E acho que isso resume nosso casamento. - disse Lily, amargamente.

James suspirou, perdido no que fazer. Pela primeira vez em muito tempo, ele realmente não fazia ideia do que fazer para consertar a situação.

- Lily, você quer que... Você quer ficar sozinha? Você quer que eu saia?

- Mais sozinha do que eu já estou? Onde eu vou parar se ficar mais sozinha que isso?

Lentamente ela foi se deitando... Segurou a mão de James e fez com que ele se sentasse e deslizou pousando o rosto na perna dele.

Buscando algum conforto fechou os olhos, se fechando num mundo só dela imaginando o Snape ali a acolhendo com o carinho que dedicou a ela desde a infância.