Querido Diário Chapter 1: Namorado de Papel, a card captor sakura fanfic

"Querido diário..."

Não, não! Onde já se viu? Que absurdo! Estou escrevendo como se fosse a protagonista de um filme teen. Plágio. É isso. Muito bem. Vamos recomeçar. A garota pensou, enquanto rabiscava a frase no grosso caderno.

"Olá. Como vai você?!..."

Essa não! Pensou. Estou perguntando como um caderno se sente! Por favor, chamem um manicômio! Aposto que será melhor para minha saúde!

"Pois bem. Não consigo imaginar como começar a escrever em você. Talvez, não comece nunca! Porém, tentarei. Não sou alguém que desiste de algo só porque não consegue – 'tá, eu admito: sou SIM! Mas, realmente, a questão não é essa..."

E agora? O que eu faço? E se alguém pegar o diário e ler? E se espalharem para toda a escola? Ai ai ai! Eu não sei o que fazer!!

"A questão é que..."

Respire, inspire. Vamos lá, garota. É só um monte de papel. Não é como se eu estivesse, literalmente, me declarando para ele. É SÓ UM MALDITO DIÁRIO!

"Eu gosto do meu melhor amigo! E aí? Você tem alguma dica, de experiência própria? É... Eu também receio que não. Aliás, tenho certeza absoluta! Ou será que você já teve algum namorado(a) de papel? Não me importo!"

Muito bem. De onde foi que eu tirei isso? Namorado de papel?! Acho que ando assistindo muito "O Diário da Princesa". Aliás, como é que aquela garota parece tão natural, ao escrever em um diário?! Eu estou tão nervosa!!

- Muito bem, classe! Podem ir guardando seus materiais, o sinal já irá tocar. Tenham um ótimo feriado e voltem preparados para nossa pequena prova!

- O QUÊ?! PROVA?! QUANDO?! ONDE?!- A garota gritou, completamente desesperada, ao retirar os olhos do caderno.

- A senhorita saberia, Kinomoto, se parasse de escrever... coisas... em seu caderno. Agora, se me fizer o favor, a senhorita poderia ficar aqui por alguns minutos a mais? Tenho um recado para você.

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- Viu só? Se não ficasse escrevendo "coisas" em seu caderno, não teria de ficar na sala com o professor, Sakura. Aliás, este caderno não foi eu que te deu?

- Sim, Syaoran. Foi você. Agora, quer fazer o favor de parar de ficar se apoiando no meu ombro para ver o que está escrito?!- Disse-lhe, corada, enquanto escondia com os braços o que já escrevera.

- Você tira toda a graça das coisas, Kinomoto!

- E você parece que não tem educação! Saia daqui, Syaoran! Tenho que conversar com o professor. Quanto menos demorar, melhor.

- Okay.- Ele disse, piscando com um só olho.- Te vejo depois, flor!

Fiz um gesto para que ele saísse logo, antes de me aproximar da mesa do professor. Dei vários suspiros, contínuos, e mirei aqueles olhos cor de amêndoas.

- Que é, Touya?! Já não me encheu o suficiente esta semana, hein? Quero ir embora. Papai deve estar preocupado.

- Não se preocupe, flor. Eu já avisei o papai que chegará atrasada. Você vai de carona comigo hoje. E, sim, foi o papai que mandou. E, não, você não irá a pé.

- Droga!- Protestei.- Eu te odeio, TOUYA!

- Shh, garota! Quer que ouçam você me chamando pelo nome? Eu vou despedido, sabia? Então, trate de calar essa boca, sua monstrenga de boca absurdamente enorme!

- Pouco me importo!- Cruzei os braços.- Assim não teremos de disfarçar tanto!

- Para começo de conversa, foi você quem decidiu isso, só para enganar o moleque Syaoran! Quando ele vai dormir em casa, eu sou expulso de lá por causa daquele maldito! Aliás, eu não gosto de como ele olha e fala com você, Sakura!

- O Syaoran é meu melhor amigo, Touya. Não se preoupe.- Sorri.- Eu sei com quem estou lidando. Afinal, eu o conheço desde os sete anos.

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"Continuando... Esqueça o que eu disse sobre namorado(a) de papel. Sei que foi ridículo. Pois bem. Vou te falar como ele é: cabelos castanhos e rebeldes, olhos âmbares tão penetrantes quanto o sol, uns quinze centímetros mais alto que minha pessoa e um pouco mais velho que eu. Nos conhecemos quando eu fui morar com minha mãe – meus pais são separados desde os meus cinco anos e minha mãe foi morar na cidade vizinha. Ele era meu vizinho, então foi fácil nos tornarmos amigos. Porém, quando completei treze anos, minha mãe casou-se novamente. Não gostei do cara e fiquei com saudades de meu pai. Foi isso. Retornei para Tomoeda, desde então. Já se fazem dois anos, e ano passado Syaoran veio para cá..."

Parei de escrever. Meu celular estava tocando. Saí de cima de minha cama e comecei a jogar tudo pelos ares. Cinco minutos depois, eu o encontrei debaixo do tapete, quando eu quase pisei nele. Se eu tivesse pisado... Ele é novinho!

"Há uma mensagem de texto para você. Por favor leia-a. Telefone de Syaoran Li."

" Querida Sakura: olá! Será que dá para você entrar na internet?! Estou te esperando faz mais de duas horas e até agora nada! Será que está ocupada escrevendo coisas em seu diário? No diário que seu lindo amigo aqui lhe deu? ENTRE LOGO!!"

Sorri. Aquele Syaoran não leva jeito mesmo... Fui até minha escrivaninha e abaixei-me, ligando meu computador. Enquanto ele passava todas aqueles "informações" que até hoje eu não entendo nada, eu deitei-me novamente em minha cama e comecei a escrever no diário novamente.

"Ouvi dizer que ele veio só por minha causa. Praticamente impossível... Mas, não dá para resistir! Ele é lindo e eu o AMO! Syaoran... eu..."

Tive que parar de escrever, pois comecei a ouvir o som de alguém me chamando para conversar. Postei-me de frente para o computador e vi uma janelinha brilhando.