Aquela era uma quarta à noite. Quarta sempre é o dia de Afrodite. Quer dizer, não dela, mas de ficar com ela.
Vesti minha melhor jaqueta e coloquei o capacete, decidindo ir como mortal para o ponto de encontro. Era um parque aquático - isolado e quebrado - chamado Aqualândia. Que nome ridículo. Assim que estacionei no estacionamento decrépito, olhei-me mais uma vez no retrovisor da moto. Afrodite já estava lá, magnífica como sempre. Com seus cabelos longos e loiros – que oscilavam entre um caramelo claro e um loiro semi-escuro – caindo por cima da túnica branca. Ela estava sentada em um daqueles mini-barcos que eu costumo detestar, com cisnes e corações em voltas. Por alguma razão ela achava aquilo lindo. Sentei ao lado dela, achando que meu dia não podia ter sido mais abençoado pelos Deuses. Mas, veja bem, um deles não gosta muito de mim e se ele não fosse tão bom quanto eu, já teria exterminado ele.
"Ao vivo para o Olimpo em um minuto." Ecoou uma voz invisível e, antes que eu pudesse me despedir, Afrodite virou desapareceu em meus braços.
Maldito Hefesto. Por Zeus, como eu odiava aquele homem. Desapareci quando a voz anunciava cinco segundos. Cheguei ao estacionamento com tanta raiva que acabei pulverizando um esquilo que ali passava. Droga, mais coisa natural morta para os sátiros encherem o saco dos Deuses. Então eu dei por falta do meu escudo. Bom, ao menos eu tinha uma desculpa razoável para procurar o pirralho de Poseidon; o tal do Jackson.
