POV JAMES

Idiota.

É isso o que eu sou, sabia? UM TREMENDO IDIOTA!

Merlin, ela passou por aqui de novo. Como ela consegue me deixar louco estando linda todos os dias?

ELA não é uma garota qualquer. Ela é a garota. A MINHA garota.

Lily Evans. Cabelo ruivo, vermelho como os lábios sedutores dela; os olhos mais verdes que eu já vi na vida. A voz doce, que jamais foi dirigida à mim sem estar cinco vezes mais alta e afinada do que o tom normal.

Ah se ela usasse aquela vozinha melosa comigo... Eu enloqueceria de vez.

Mas então... Onde estávamos? Ah, sim.

Eu sou um idiota.

Ela é Monitora Chefe. Nerd assumida. Queridinha de todos os professores. E o pior de tudo... Ela me odeia.

É isso aí. Lílian Evans me odeia e eu não sei se vou poder viver com isso por mais tempo.

Sou louquinho por ela. Me jogo da torre de astronomia por ela. Eu posso lamber o chão do Salão Principal por ela.

E por Merlin, não consigo esquecê-la. De maneira alguma. E posso provar isso dizendo que eu a chamo para sair todos os dias.

E ela diz "não", corando de raiva para mim (que por sinal, faz ela ficar ainda mais linda) e gritando comigo com aquela vozinha simpática estridente.

Merda. Ela passou por aqui de novo. Já disse que ela está linda hoje?

- PONTAS! - almofadinhas gritou.

Estávamos sentados no Salão Principal durante o café da manhã, no lugar da mesa reservado aos marotos.

Não era bem reservado, mas quem ocupasse nossos lugares ficaria duas horas sobre a azaração levicorpus com uma maçã na boca e embaixo do Salgueiro Lutador.

Eu não queria nem saber.

Rabicho estava praticamente comendo o prato junto com seus ovos com bacon enquanto Aluado permanecia em transe com o livro apoiado na mesa e os olhos indo de lá para cá.

Bom, não duraria muito até Almofadinhas tirar aquela porcaria dele.

Tudo o que me impedia de voltar para cama e dormir matando a aula de História da Magia era o Meu Lírio mostrando seu sorriso durante café da manhã. O sorriso que um dia, com certeza um dia, ela mostrará para mim e eu vou ter que fazer força para não beijá-lo.

Porém, enquanto eu observava Minha Ruiva linda indo de lá para cá e concluindo seus deveres de Monitora Chefe, Almofadinhas teve a audácia de me interromper.

- Cara, se você continuar assim vai babar no próprio waffle!- ele falou, antes de piscar para uma lufa-lufa que ía passando.

Só por precaução (vai que eu tivesse babado) troquei meu waffle por uma panqueca e voltei a comer.

- Cala boca, Almofadinhas. - falei, querendo que ele calasse a boca mesmo. - Você é sortudo e pode ter a garota que quiser. - apoiei o cotovelo na mesa. - Mas eu não tenho Minha Ruiva.

- Não começa a chorar, viado.- ele disse em tom de escárnio.

- Cervo, cachorro! Já disse que é CERVO.

- A Marriet Norrison da Corvinal tá afim de você. - declarou Aluado, finalmente tirando os olhos lupinos daquela porcaria que ele chama de livro.

- Ela não é a MINHA LILY. - bufei enraivecido.

- James, escuta o Aluado. - falou Almofadinhas, que devia estar usando o tom sério só para me irritar. - A Lily nunca vai sair com você, Ca...

- A LILY VAI SIM! - eu gritei. Merda, eu gritei.

Imediatamente, todo o Salão Principal tinha os olhos voltados para mim, o que nunca fora muito difícil, mas dessa vez a Lily também estava parecia ainda mais bonita quando olhava para mim.

Será que eu sou tão bonito assim, capaz de refletir minha beleza nas pessoas?

Eu acho que não. A Lily é uma deusa, mesmo.

- EU VOU AONDE, POTTER? - a minha ruiva gritou. Os olhos verdes brilhando perigosamente em minha direção.

- Comigo? Para onde você quiser, ruiva! - Falei para ela, sem tirar os olhos por um minuto daquelas esmeraldas.

- POTTER! - já falei que ela estava irritada? - JÁ ESTÁ MAIS DO QUE NA HORA DE VOCÊ ENXERGAR QUE EU JAMAIS IREI À LUGAR ALGUM COM VOCÊ!

- Cuidado, Lily. - disse Lupin. - Pode se arrepender depois.

- Exatamente, ruivinha. - abri meu sorriso mais sedutor à ela. - Você com certeza vai se arrepender de ter dito isso!

- Melhor esperar sentado, Potter. - Lily falou, antes de pegar a mão de Marlene Mckinnon e sair do Salão Principal me lançando um olhar furioso.

Marlene, que também não queria deixar barato, mostrou a língua à Sirius que por sua vez lançou um beijinho para ela enquanto as duas saíam para o Saguão.

- Ela nunca vai te aceitar, cara. - continuou Sirius.

Lançei um olhar frio na direção dele enquanto mastigava minha panqueca ressentido e em silêncio.

Aquele seria mais um daqueles dias monótonos.