Essa oneshot também foi postada no Nyah, então não é plágio, okay?
Por mais que ela não quisesse admitir para si mesma, Violet sabe que tem uma queda por psicopatas.
Sabe reconhecer os traços deles, e os acha fodidamente atraentes, acima de tudo. Ela gosta daquele sorriso fofo que eles emanam. Gosta da confusão deles ao falar. Gosta da falsa confiança que eles transparecem a você. Oh, ela sabe que gosta. Na verdade, que ama. Por que pequenos traços de psicopatia tinham de ser tão atraentes?
Violet percebeu os primeiros traços em Tate em alguns segundos de convivência, mas claro que ela não esperava toda a catástrofe que fora causada por ele, muito menos as que iriam acontecer para si mesma.
Os eventos desafortunados que antecederam o descobrimento de sua morte foram os melhores de sua existência, ela sabe disso. Amou cada segundo que passara jogando Scrabble, beijando a boca fina de Tate de forma carinhosa, as vezes, violenta, enquanto eles viravam um só... Ah, ela amou. Do mesmo modo que amava a psicopatia dele.
Tate ainda está banido da vida de Violet, por algum motivo que nem ela mesma sabe explicar. Harmon nunca foi alguém que cedesse fácil, e a cada segundo que ela passava longe de seu Norma Bates¹ a faziam desejá-lo ainda mais.
A melancolia toma seu corpo. Enquando a voz de Morrisey escorre pelos auto falantes do computador obsoleto, ela reflete sobre a morte. Sabe que sem final feliz não virá; ele o aniquilou. Mas é assim Violet, ela pensa finais felizes não existem.
Os meses passam na casa, vários visitantes junto de Marcy aparecem por lá, mas ninguém a compra. Ela toma cuidado para passar despercebida por todos, pelos pais, Hayden, Travis e principalmente Tate. O conhece bem demais para saber que seria tentada. Maldito doce veneno psicótico.
Tate está lá, sentado todas as noites, velando seu sono. Ele sabe sabe que ela sabe, mas mesmo assim não se importa. Quando a vê daquela maneira, sua pequena e agridoce Violet retorna. As mágoas são esquecidas, cada cicatriz é apagada e a dor some.
Agora, ela sabe exatamente aonde ele está sentado, a observando. No canto mais escuro do quarto que um dia lhes pertencera, fixado no ponto de salvação de sua alma condenada. Ela até gosta, mas desgosta. Tudo que envolve a aparência doce e a alma amarga dele a confunde.
O teto lhe parece um ótimo entretenimento, enquanto ela susurra os versos junto da canção de forma lenta, tomando cada palavra como uma verdade.
Ele observa-a divagar, mexendo o pescoço de forma lenta como a melodia. queria poder se fazer presente, mas isso resultariam em duas palavras: "vá embora". Na voz dela, soavam ainda pior, como uma praga. Vá embora, vá embora, vá embora ecoa por sua memória. Tate queria poder curá-la de cada lágrima que Violet derramou por ele. Mas ele sabe que nunca será possível.
Asleep fode o emocional dela. E a faz lembrar do maldito Tate Langdon. Malditas pequenas lembranças. Ela toca a rosa preta que marca um exemplar surrado de O Tradutor Cleptomaníaco, por meio das folhas amareladas do livro e deixa Morrisey terminar de foder suas emoções.
Violet só deseja um tiro de misericórdia: esquecer todas as merdas causadas por Tate Langdon. Infelizmente, ela sabe que isso a atormentará pelo resto de sua existência.
E também tem plena consiência que seu sangue sempre pulsará mais forte por seu pequeno psicopata.
