16 de Setembro de 2009.
Resumo: The Rapture. Depois de tentar avisar Dean sobre os planos de Zacharias para o Apocalipse, Castiel é arrastado de volta ao céu, para adquirir obediência e lembrar-se quem é seu verdadeiro Senhor.
Beta: EmptySpaces11 (como sempre, só ela pra me aguentar)
NOTA Nº1: Eu amo o Cass. Isso já não é segredo pra ninguém. Depois de assistir "Lucifer Rising", a ideia me veio à cabeça, mas não conseguia colocá-la no papel. Aí dona Galatea Glax me pediu para incluir uma certa frase no meio da fic, e isso acabou disparando o gatilho, fazendo com que eu escrevesse sem parar. Então, esta é para ela, por ter me cutucado até sair. Obrigada por tudo, Ga!
NOTA Nº2: Essa fic é beeem forte. Torturas, sangue, terror psicológico e tudo mais o que uma dark fic implica. Se você não gosta, ou não aguenta ler, sugiro que aperte o x ali em cima e vá ler outra coisa. Se aguenta, bem... Aproveite!
Abismo
Capítulo Um
Sua cabeça rodava. Sentia como se estivesse dentro de um liquidificador potente, que o jogava de um lado para o outro, batendo sua cabeça em lugares estratégicos. Seu corpo inteiro doía. Seus olhos latejavam, como se estivessem sendo feridos, mesmo fechados. Uma luz fraca entrava por uma fresta da janela daquele cubículo cinzento em que fora jogado sem dó, nem piedade.
Uma brisa gentil acompanhou a luz, brincando com seu rosto de anjo, trazendo ar puro àquele buraco. Abriu os olhos vagarosamente, acostumando-se com a dor, voltando à consciência do espaço lentamente. As paredes deprimentes o encaravam, julgando. Há quanto tempo estava ali dentro? Não conseguia pensar. O tempo ali parecia não passar.
Tentou se mover, mas a dor que sentiu foi tão intensa, que decidiu ficar quieto mais um pouco. Estava sendo torturado, espancado, despedaçado. Fisicamente se sentia uma merda. Em compensação, seu espírito nunca estivera melhor. Tomara uma decisão, a decisão certa.
Ouviu a porta se abrir lentamente, rangendo, anunciando que mais sofrimento estava por vir. Fechou os olhos. Esperou mãos enérgicas fecharem-se em volta de seus pulsos e levantarem-no com brusquidão, arrastando o corpo pesado e cheio de músculos de volta para a tortura.
- Castiel? – uma voz conhecida chegou aos seus ouvidos. Abriu os olhos para encarar seu carcereiro. Zacharias o encarava curioso. Um sorriso brincava em sua face, e sua próxima frase saiu como se ele cantarolasse uma canção: - Você está mal.
Castiel pensou em um palavrão humano. Era a única coisa que podia expressar o que sentia naquele momento por seu superior.
- Ah, não fale uma coisa dessas, Castiel. Palavrões são feios. – ele puxou uma cadeira, sentando-se de frente ao anjo, sorrindo de lado. – Está andando muito com Dean Winchester.
Outro palavrão. E a certeza de que andar com os Winchester era a melhor coisa que poderia ter lhe acontecido.
- É mesmo? – Zacharias entortou a cabeça, numa expressão infantilmente curiosa – Por que diz isso?
Castiel tentou não pensar, para não dar o que aquele anjo queria ouvir. Mas era inevitável. Não conseguia não pensar no jeito descontraído daqueles dois em levar a vida. E não conseguia não pensar na verdade que aprendera com Dean: ordens nem sempre valiam a pena serem seguidas.
- Jura? – ele apontou a porta com a cabeça – As coisas que Omael e Elemiah fizeram com você não provam o contrário? Quando você desobedece, Castiel, conseqüências dolorosas lhe encontram.
Castiel tentava fazer com que o ar entrasse em seus pulmões, por isso nem pensou em uma réplica. Estava cada vez mais difícil concentrar-se no mundo ao seu redor, com tudo começando a escurecer lentamente.
Zacharias aproximou-se, colocando a mão em seu rosto. Em questão de segundos, graças àquela luz branca e pura, Castiel estava curado. Suas dores, sua dificuldade em respirar, em manter os olhos abertos, tudo se foi. Só sobravam as marcas arroxeadas em sua pele branquíssima.
Ele sentou-se, encarando Zacharias, perguntando-se porquê o anjo havia lhe curado, se até aquele momento as ordens haviam sido para infringir-lhe quanta dor fosse possível.
- Não sou um monstro, Castiel. Sei quando se deve parar com a tortura. – ele não piscava, encarando os olhos azuis de Cass com ardor. – Só o trouxemos de volta porque esqueceu a quem você serve.
- Não esqueci. – a voz saiu entrecortada, baixa, como se tivesse se esquecido de como falar – Sei que devo obediência aos céus e ao Senhor. Mas como poderia seguir com a farsa que foi imposta aos humanos? Tinha que tentar alertar Dean. Ele merecia saber.
- Por quê? – Zacharias perguntou, com aquela voz aveludada – Dean Winchester vai destruir Lúcifer. Isso é o que ele precisa saber. O resto... Pode ser escondido.
- Mas não é certo. É o mundo deles. Suas vidas, suas conquistas, suas famílias. E tudo isso vai ser posto em risco por uma guerra que nenhum de nós começou.
- Mas que fazemos parte. – Zacharias uniu as mãos e balançou-as na frente de Cass. – Você pode não entender de onde tudo isso surgiu, essa rivalidade com os demônios, o distanciamento com os humanos... Mas são coisas que fazem parte de nós, anjos. Não se esqueça que Azazel começou tudo. Se ele não tivesse cogitado em libertar Lúcifer, nenhum de nós estaria aqui.
- Eu não entendo. Por que deixar Lilith triunfar? Por que não pará-la enquanto ainda há tempo? Que bem pode vir dessa guerra?
- Nós poderemos habitar a casa de nosso Pai. – Zacharias levantou-se, sorrindo, andando de um lado a outro, gesticulando enquanto olhava para Cass. – Pense em como seria andar nos gramados verdes, escalar as montanhas grandiosas. Tomar banho de rio, apreciar a perfeita obra-prima de Deus. Todas essas coisas que os humanos não dão valor hoje em dia. Humanos são fracos, são defeituosos, não sabem o valor das coisas que têm em mãos.
- E uma guerra entre céu e inferno é a solução? Matar milhares deles vai resolver?
- Não. Mas poderemos controlar aqueles que não seguirem nossas regras. Poderemos todos viver em harmonia e paz. – Zacharias parou em frente ao anjo – Você não consegue ver?
- Não. Não acho que destruir uma raça, para que a nossa possa ter mais conforto, seja uma coisa boa. Deus não gostaria que destruíssemos suas criações. Por bem ou mal, seres humanos são criaturas divinas.
Zacharias rosnou, começando a irritar-se. Maldita hora em que designou Castiel para o trabalho de cuidar dos Winchester. Nunca pensara que aqueles dois, principalmente o mais velho, poderiam mudar a cabeça de tantas pessoas. Primeiro, Anna, depois Castiel... O que eles viam de tão especial neles? Eram só humanos!
- São mais do que humanos. Eles, sim, são os verdadeiros anjos. – Castiel olhou Zacharias com certa pena. – E agora entendo porque eles são os favoritos de Deus.
O tapa veio com toda a força do lado esquerdo. A raiva que aquela bofetada continha derrubou Castiel. No chão frio, ele sentiu toda a dor envolver-lhe em um manto negro de inconsciência.
N/A: Okay, esse foi o primeiro capítulo. O que acharam? Bom? Ruim? Dá pra melhorar? Alguma dica, sugestão? Comentem. É rapidinho, não dói nada, e ajuda uma ficwriter a melhorar a qualidade de suas fics, para que vocês possam se divertir cada vez mais!
