Titulo: Seizan, um Mago na Terra do Fogo.
Autor: BeeHime
Sumario: Foi por acaso que Severus Snape encontrou a solução para o todos os seus problemas num diário poeirento.
Disc.: Naruto e Harry Potter pertencem aos seus respectivos autores, nenhum proveito financeiro foi feito com esta fanfiction. Apenas a escrevi para saciar a minha perversa musa.
Nota: Não é muito importante que conheçam bem o mundo que J. K. Rowling e Masashi Kishimoto escreveram, porquê, esta fanfiction é uma versão um pouco diferente do original, por isso esperem o inesperado! Esta fic também foi públicada na minha página em AO3.
Seizan, um Mago na Terra do Fogo.
Prólogo.
Hogwarts, 02 de Maio de 1972. Nove e meia da noite.
Foi por acaso que Severus encontrou aquele velho diário num antigo arrumo na remota Torre das Horas, perdido no meio de mobília já não usada, baús de viagem cheios de roupa doutras eras e livros tão cheios de idade que estavam gastos pelo tempo enchiam todas as superfícies planas.
Foi apenas por acaso que Severus encontrou a passagem para a torre à muito esquecida, atrás dum quadro tão sujo de pó que mal se via a paisagem nocturna inerte nele pintada, onde uma solitária torre branca brilhava serenamente ao luar banhada por um lago calmo, enquanto tentava se esconder dos Marauders.
Foi somente por acaso que deu um encontrão, ao tropeçar na escuridão, e derrubou sem querer um pesado malão de viagem que repousava no topo duma antiga e pesada mesa de madeira com os pés trabalhados, que séculos antes parecia ter pertencido à sala comum dos Gryffindors. Quando o baú bateu violentamente no chão de pedra, a velha fechadura comida pela idade quebrou-se espalhando o seu conteúdo no exíguo espaço que o rapaz tentara passar após entrar na poeirenta sala. Sem equilíbrio, Severus caiu sem cerimónia sobre parte dos destroços do acidente que causara! A sua anca reclamava do seu tratamento inesperado depois de bater dolorosamente na quina da mesa, e o seu ombro, que chocara com o baú caído, protestava em alto e bom som! Iria ter um belo par de nódoas negras pela manhã, pensou, Severus imóvel por momentos até a mágoa acalmar.
Foi então por acaso, que ao sentar-se devagar sob a montanha de tralha debaixo de si, após ter iluminado o estreito lugar que se encontrava com um feitiço, que os seus olhos foram atraídos por uma ilustração fortemente colorida e peculiarmente estática que espreitava dum velho diário meio escondida debaixo duma peça estranha de roupa e outras pequenas coisas que não se deu ao trabalho de identificar. Aquele fragmento de azul parecia chama-lo como uma sereia por entre os castanhos adormecidos, verdes esbatidos e negros mortos que preenchiam todas as coisas na sala meio iluminada!
Cuidadosamente o Slytherin retirou o seu tesouro debaixo todo aquele entulho e à luz brilhante da sua varinha finalmente conseguiu perceber o que representava!
Um mapa.
Um mapa, refinadamente desenhado à mão, dum estranho continente perdido! Apesar da língua ser arcaica Severus conseguiu perceber a legenda no fundo da pagina.
País do Fogo, Continente Escondido dos Ninjas.
E foi por acaso que Severus Snape encontrou a solução para o todos os seus problemas nesse velho diário e muito mais com o conteúdo desse baú.
Estação de Kings Cross, Londres. 01 de Junho de 1978, Oito e vinte da noite.
Severus Snape saíra calmamente da plataforma 9 1⁄2. Cinco minutos mais tarde, sem que ninguém desse por ele entrou numa das casas de banho da estação e depois certificar que estava vazia pôs um sinal na maçaneta dizendo: Fechada para Reparações! Trancando-se lá dentro, logo em seguida tirou do bolso um frasquinho bebendo o desagradável conteúdo num golo só, suprimindo uma careta de desagrado. 'Como eu detesto esta poção!' Pensou inspirando fundo. Os seus olhos apanharam o seu reflexo nos espelhos sob o lavatório. 'Mas serve o seu propósito.' Disse para si observando as mudanças que a poção estava a causar. Enfim pusera em pratica a primeira parte do seu plano que passara os últimos anos à delinear cuidadosamente bem debaixo do nariz do velho Director de Hogwarts, que nunca o respeitara por ser um Slytherin e pela sua audácia em contradizer os seus admiráveis Gryffindors, e dos Simpatizantes de Voldemort, seus colegas, e não só! Que passaram os últimos anos a persegui-lo, pelo o seu conhecimento em Poções, e o que esse seu saber podia fazer por eles sem consideração por ele enquanto pessoa, e como, ele não fazia intenção de se envolver com nenhuma das partes!'
Severus estava literalmente entre a espada e a parede, sendo a sua situação nada animadora!
A Primeira facção detestava-o como principio, por mais asinino que fosse segundo a sua opinião e a Segunda queria usa-lo! E no meio estava ele que não fazia intenção de se juntar aos Deatheaters, só por vingança, contra os idiotas que se faziam passar por "Heróis", Guardiões do Bem contra a Perfídia Maléfica dos Slytherins!
O estranho rosto no espelho passara então a ostentar sorriso trocista em vez de desagrado com o rumo dos seus pensamentos.
'Hipócritas, era o que eles eram! Vingar-se deles pelo que lhe fizeram durante este tempo todo não levaria a nada à não ser mais sofrimento!'
'Quem é que acreditaria nele?'
'Ninguém.'
'Nesse caso ele não teria a Justiça que desejava.'
'Embora, Remus fosse uma inocente vitima das circunstancias criadas por Black, Severus não era cego, e percebera a jogada de Dumbledore para proteger os seus pupilos em detrimento seu, mas o que enraivecia era que o Senhor Director absolveu Black da culpa que era evidentemente sua, acreditando na patranha que o Gryffindor lhe contou por entre lágrimas de crocodilo.' O seus olhos agora azuis coruscavam de animosidade e indignação.
'Como poderia ele acreditar na imparcialidade dos professores, se eles eram tendenciosos quando a situação era séria, ou de que, os pomposos indivíduos do ministério da Magia não sofriam da mesma doença que flagelava em Hogwarts, se uma tentativa de assassinato não merecia mais que alguns castigos que na maioria não foram compridos; porque Black se esquivou por meio da sua lábia encantando os professores encarregues!'
'Como seria lá fora, então? Como poderia ele acreditar que alguém o ajudaria na sua corrente precariedade! Não muito diferente, Severus apostava. Infelizmente a Justiça Muggle não tinha peso no mundo arcaico onde ele se encontrava no caso de Black, e na sua situação actual se ele não se ajudasse a si próprio, não haveria ninguém que o fizesse!'
'O mínimo que Dumbledore devia ter feito no caso de Black era tê-lo discretamente expulso de Hogwarts encobrindo a verdadeira razão para não incriminar Remus e sem o envolver!'
'Mas não!' Recordou com desagrado abaixando a cabeça, apoiando as suas mãos no lavatório.
'Ele é que carregava a culpa do ocorrido.'
'Para além do tratamento injusto fora chantageado para ficar calado; se não mantivesse o silêncio "não seria possível" nas palavras do digno e respeitável Director, até na sua menta a sua voz tomara um tom sarcástico, "a minha permanência na escola actualmente ou nos anos seguintes, e a Bolsa que cobria os meus estudos em Hogwarts não seria assegurada." Por outras palavras seria eu expulso em vez de Black ou proibido de ingressar em Hogwarts no próximo ano lectivo se abrir-se a boca até deixar Hogwarts.'
'Havia mais injustiças mas essa fora mais dura de engolir.'
'O director sabia que a sua família não era rica, e a Bolsa Académica de Hogwarts ajudava as famílias mais necessitadas enquanto as notas do beneficiário fossem boas, e usar isso contra ele era abuso de poder!'
'Contudo, Severus manteve o silêncio, pois não queria que o Directo ou Subdirectora desse muita atenção à sua Bolsa! Não porque fosse falsa, mas não queria que sondassem a sua situação familiar muito de perto. A verdade era que Severus poderia ter pago os seus estudos se desejasse, mas, Hogwarts era a melhor escola em toda a Grã-Bretanha, e onde a sua mãe estudara, além disso, o jovem estava a guardar o dinheiro que herdara da sua progenitora para outro fim e se poupasse dinheiro às custas dos seus atormentadores, tanto melhor, mesmo que os deixasse pensar que precisava de caridade devido ao seu padrasto afogar as finanças da família em bebida!'
'Outra das razões era que não tinha a intenção que o velho Director descobrisse que era um órfão menor sem guardião legal a viver há vários anos sozinho só esse facto poderia complicar-lhe a vida e o seu plano até há bem pouco tempo! Um outro motivo era mais pessoal, que satisfazia o seu sentido de honra. Severus não era um Slytherin por acaso e podia jogar sujo de igual para igual e a ideia de fazer Hogwarts e Dumbledore pagar os seus estudos era retaliação suficiente. Seria divertido ver a cara do senhor Director quando tomasse consciência que fora subtilmente ludibriado por um miúdo de doze anos, e não podia fazer nada pois ele não quebrara a lei!'
'A única coisa que ele podia ser chamado atenção era por omissão.'
'Omissão do facto, de que quando chegara a casa no fim do primeiro ano encontrara o seu abjecto padrasto muggle morto na sala, e que não informara ninguém do sucedido.'
'Omissão do facto, de que depois de se compor de ver um corpo morto na sala passou a noite e o dia seguinte a contemplar o que havia de fazer!'
'Omissão do facto, de ter impiedosamente enterrado o desgraçado num campo baldio nas traseiras da sua casa, no mesmo dia que informara Hogwarts que precisaria da Bolsa Académica pois situação económica da família era pouco favorável, apresentando, a documentação necessária, sem delongas, dias depois a senhora Subdirectora de Hogwarts respondeu, favoravelmente ao seu pedido.'
'Omissão do facto, de que tivera de trabalhar durante as férias no mundo muggle sob poção de Polyjuice para se sustentar; e como abominava estar na pele daquele homem, mantendo a ilusão de que o seu padrasto estava vivo, pelo menos, até ele entrar no sétimo ano, quando exumaria o corpo desse indivíduo e o enterraria no cemitério na cripta da família.'
'Omissão do facto, de que ontem à noite a carta que informara Dumbledore, que o seu padrasto estava gravemente doente e solicitava a sua presença, fora ele que a enviara, e como previsto o nosso querido Director foi bastante solicito, informando Severus hoje de manhã do infeliz acaso e facilitando a sua breve partida! Possibilitando a Severus sair de Hogwarts uns dias antes sem ninguém desconfiar de outro motivo.'
'Por tudo isso nada disse! Deixou os seus inimigos pensar o que quisessem dele, pois quanto menos possível soubessem da sua vida melhor para ele! O Severus que viam na escola era uma ilusão criada por ele sob os preconceito acerbados dos seus colegas, ao principio não fora com intenção que usara sua aparência descuidada, pois era apenas um produto da negligencia do seu padrasto depois deste ter morto a sua mãe acidentalmente, mas os Marauders tomaram isso como um insulto. Desde ai ele usava o seu aspecto como uma maneira dos outros se distanciarem dele, a cada ano inventando algo que aumentasse o seu desagrado com a sua aparência. Tomando isso como treino, usando técnicas muggles que adquirira nas férias e poções que entretanto inventara, com assistência duma única pessoa!'
'Quanto mais tivessem a ideia errada dele melhor! Se eles achassem que Severus não passava duma bola nojenta e traiçoeira dum Slytherin e focassem toda a atenção nisso não viam a verdadeira razão do porquê que ele fazia o que fazia, e era fácil manipular as coisas pois as conclusões das suas acções seriam sempre negativas nos olhos deles. Mesmo que descobrissem as suas verdadeiras razões, estas seriam descartadas como impossibilidades, e ai é que estava a beleza do sua plano, e foi com isso é que Severus jogou nos últimos anos em Hogwarts!'
'Iludindo com sucesso os seus oponentes.'
'Um exemplo, nos olhos de todos, era que ele não passava dum cobarde por evitar confrontos com os Gryffindors, mas o que não viam era que queria passar despercebido o máximo que podia. Felizmente quando Black tentara assassina-lo Severus já era maior de idade e o Director não se viu forçado a escrever ao seu padrasto, que já não existia, informando-o da sua estada inesperada na enfermaria!'
'A única coisa benigna que resultara desse evento fora que à partir dai a fixação patológica dos Marauders por ele cessou de existir, por outro, a sua situação na sua casa piorava de dia para dia sendo constantemente assaltado por os seu colegas Slytherin com veladas promessas de Gloria, Riqueza e Justiça tão cheias de veneno que era preciso ser um asno Cego, Surdo e Mudo para não perceber a manipulação. Tornando então o seu plano de fuga muito mais urgente!'
'Enfim, teria o posto em acção mais cedo, mas o seu desejo de acabar os estudos por mais que detestasse Hogwarts e tudo o que vem atrás dele o fez esperar até agora, incluindo uma certa ruiva que o castraria se partisse mais cedo!'
Acordando repentinamente dos seus pensamentos ao ouvir o apitar súbito dum comboio a partir, Severus tratou então de se despachar a trocar de roupa, a sua versão da poção de Polyjuice que bebera assim que entrara na casa de banho já fizera efeito!
'Em breve estaria livre dos seus problemas; teria deixado solo inglês muito antes da alvorada do dia seguinte e isso animava-o!
'Tirando a sua melhor amiga, nunca mais ninguém veria Severus Snape, nem teriam conhecimento do seu paradeiro por mais que o procurassem, ele próprio encarregara-se de destruir qualquer prova da sua existência. O único vestígio que restara era a sua passagem por Hogwarts. Era inevitável! Teria dado muito nas vistas se tivesse assaltado os arquivos e apagado o seu registo enquanto ainda estava na escola, pois estavam protegidos, mas não havia nada que o impedisse de alterar a informação que continham. As alterações eram esperadas e como os feiticeiros tem o péssimo hábito de deixar tudo ao cuidado dos seus feitiços, por isso não eram vigiadas e só consultavam os arquivos quando necessário. Então no ultimo ano o Slytherin modificou os dados pessoais no seu registo nos arquivos de Hogwarts para satisfazer a suas necessidades sem tocar no registo académico.'
'Com um sorriso trocista Severus lembrou-se do que acrescentara ao seu registo. Teria uma bela surpresa quem tentasse ler o que estava escrito e essa era a sua retaliação!'
'Por fim só faltava destruir os últimos vestígio da existência de Severus Snape que se encontrava aos seus pés incluindo a sua varinha. Sentia-se triste por ter de a destruir pois pertencera à sua querida mãe mas infelizmente era inevitável! Com o coração apertado deitou tudo num caixote do lixo incluindo o aviso na porta, tirou outro fraco com uma poção azul que inventara do casaco e despejou o conteúdo no caixote.'
Minutos depois saiu calmamente da casa de banho pública da estação, desaparecendo entre a multidão.
A perda de Severus Snape seria sentida muito brutalmente nos anos vindouros para a Ordem da Fénix, pois à falta de Snape Voldemort arranjou outro Mestre de poções muito pior do que o Slytherin alguma vez seria, após finalmente desistir de o procurar!
Hogwarts, 03 de Agosto de 1980, cinco e vinte da tarde.
"Albus, sabes quantos registos existe no arquivo?" Torcendo as mãos, seguindo o velho feiticeiro com ríspidas passadas até ao seu escritório.
"O que queres que eu faça Minerva, precisamos do registo de Snape." Afirmou por cima do seu ombro fintando o rosto severo da mulher, que continuou a falar sem lhe dar atenção, a sua voz cheia de irritação.
"Desde o tempo da formação de Hogwarts! E desse todo sabes quantos estão espalhados pelo arquivo? Pelo menos metade! Disse erguendo a voz com cada palavra, fazendo o seu ouvinte estremecer de exasperação. "Isso é quinhentos anos de registos, Albus, dos quais a maior parte, se não todos, é impossível de saber aonde pertencem!"
Ambos entraram no escritório do Director onde Alastor os esperava calmamente bebendo uma chávena de chá. Foi com um sentimento de deleite que os viu entrar a discutir. Minerva era para ele uma força da natureza quando estava alterada, e vê-la explodir na cara de Albus era certamente recreativo! Ele tinha o dom de a tirar do sério na pior das alturas.
Suspirando resignadamente o velho Director dirigiu-se a sua secretaria e sentou-se pesadamente no seu cadeirão.
"Levara anos para encontrar seja o que for!" A subdirectora parou junto de Alastor de braços cruzados com um ar de desagrado calando-se por fim, olhando Albus com azedume, este não estava a prestar-lhe atenção olhando com resignação para Alastor. 'Hoje não me devia ter levantado!' Pensou o Director já sentindo dores de cabeça.
"O que aconteceu Albus?" Perguntou o Auror ao ver os estado desarranjado de ambos os feiticeiros. Vendo que o seu amigo não lhe respondera virou-se para a professora de Transfigurações e de novo para Albus. "Minerva?"
"Alguém, enfeitiçou o arquivo. Quando Minerva abriu um dos armários para tirar o registo de Snape... Hum!" Albus fez um gesto circular com as mãos faltando-lhe palavras designar o sucedido. "Bem, digamos que-" O velho Director ainda se sentia um pouco aturdido.
Minerva interrompeu Albus sentando-se bruscamente na cadeira ao lado de Moody.
"O armário explodiu literalmente na minha cara! Foi o que foi!" Os olhos indignados queimaram o Auror quando este olhou para ela estupefacto. "Alastor, segundos depois um por um todos os documentos contidos nos sucessivos armários durante cinco níveis foram cuspidos para todos os cantos da torre. Ficaríamos soterrados em metros de papel, se Albus não estivesse tão perto da entrada do arrumo e não me tivesse puxado para lá!"
Alastor olhou pasmado para o Director.
"E como a nossa cara Subdirectora me informou desde que deixamos subsolo, é quase impossível descobrir o registo de Snape, fora dos armários os documentos estão fora do sistema de arquivo levaremos anos primeiro que esteja tudo em ordem, e será difícil encontrar seja o que for com a torre inundada de papel!"
"Isso complica um pouco as coisas." Afirmou o Auror pensativamente ponderava o dilema dos últimos meses.
Os ataques a muggles e feiticeiros estavam a ser cada vez mais brutais, os Deatheaters estavam a usar venenos para atingir o maior número de vitimas em menor tempo possível, diminuindo o confronto com os seus adversários e o Ministério era cada vez menos eficiente para conter a situação. Dumbledore tinha fortes suspeitas de que Snape era o mestre de poções que Voldemort anda a usar para criar os recentes venenos, e pedira a Alastor para encontrar o paradeiro de Snape e saber pelos seus contactos o que o Slytherin andara a fazer desde que deixara inesperadamente Hogwarts quase dois anos antes.
"Achas que foi Snape que armadilhou o arquivo?"
"Provavelmente." Respondeu Albus seriamente, mas no seu rosto podia se ver que não acreditava muito no que disse.
"Ou então alguém que não quer que a Ordem o encontre!" Sugeriu a subdirectora.
"Talvez, Minerva!"
"Pelo que tu me contas-te sobre Snape, duvido que tenha sido ele, mas de qualquer das formas, até agora os meus contactos não encontraram nada. Por isso pedi hà algum tempo atrás ao nosso caro Bones para ver se o encontrava no mundo muggle vestígio do seu paradeiro, sendo ele meio-muggle! Pode ser que encontre qualquer coisa, ele deve estar por ai aparecer!"
"Fizeste bem! Era para lhe pedir o mesmo mas com uma coisa e outra não tenho tido muito tempo."
Como por magia a lareira do gabinete acendeu-se e um sujeito apareceu entre as labaredas chamando atenção dos ocupantes da sala!
"Moody! Disse acenando a cabeça ao seu colega."
"Ah, olá professora MacGonagall bons olhos a vejam!' Sorrindo com um ar traquina para a sua antiga professora.
"Boas, Professor Dumbledore! Desculpe, entrar assim de repente, mas-"
"Ora, nada de pedir desculpas meu caro Senhor Bones!" Exclamou levantando-se e saudando-o conjurou mais uma cadeira junto de Minerva. "Alastor, disse que viria, por favor sente-se! Vai um rebuçado de limão, ou talvez um chã!"
"Não obrigado."
"Encontraste alguma coisa?" Perguntou Moody impacientemente ao mesmo tempo.
"Lamento, não encontrei nada sobre Snape. A casa que moravam na Spinner's End foi vendida a um casal de Muggles há quatro anos atrás, e todos os artefactos mágicos incluindo a protecção original foram retirados. O casal conheceu o proprietário e segundo a sua descrição era o pai do homem que procuras Alastor, mas ai esta uma coisa que não bate certo, é que esse senhor segundo os registos muggles consta como falecido desde 1972!
"Deve ser algum engano." Afirmou, lembrando-se da carta que recebeu falando da doença do pai de Snape "O pai de Snape estava gravemente doente por isso é que Snape saiu de Hogwarts uns dias antes no final do ultimo ano é possível que tenha morrido nessa altura."
"Foi o que eu pensei! Andei a sondar os vizinhos, poucos se lembram dele muito menos do filho. O que descobri foi que o Senhor Snape Sénior não passava dum alcoólatra viúvo que trabalhava em biscates para suportar a bebida.
"E sobre o filho?" Inquiriu Albus com pouca esperança.
"Sobre Severus Snape ninguém o vira há anos, todos pensam que o desgraçado do homem o dera para adopção ou os Serviços Sociais lhe retiraram a guarda da criança a seguir morte da esposa no final dos anos sessenta."
Meia hora mais tarde, depois de Bones e Minerva saírem.
"O que achas Alastor?"
Após algum tempo de ponderação com um ar sério, Alastor olhos nos olhos do seu amigo e disse calmamente.
"Albus, tenho a sensação que esse registo não vai levar a nada mesmo quando for encontrado!"
Mansão Black, numero doze Grimmauld Place, Londres. 11 de Setembro de 1981. Quatro e Quarenta da tarde.
A sombria biblioteca dos Black era bem conhecida pela sua extensa colecção de livros exóticos e peculiares que o pai e antes dele o avô de Sirius Black coleccionara antes de morrerem, e era com curiosidade, que Dumbledore espiava duma antiga e opulenta poltrona junto da lareira as enormes pilhas de livros que forravam estantes do chão ao tecto em todas as paredes, tal como, todos os cantos livres que velhos tomos encontraram espaço para repousar na sala, enquanto apreciava uma bela chávena de chá Negro.
Albus esperava perseverantemente que outros membros da ordem chegassem para uma reunião urgente, a antiga Base de Operações da Ordem fora descoberta pelos Deatheaters e destruída três semanas antes e até agora Dumbledore não encontrara um lugar seguro para a nova Base. Sirius cedera a sua antiga casa para esta reunião, se não o tivesse feito teriam de se reunir de novo em Hogwarts e isso agora que a escola estava em funcionamento dava muito nas vistas!
Hoje teria a confirmação de quem era o mestre de Poções usado por Voldmort e com um pouco de sorte onde se encontrava esse individuo, mas, os seus pensamentos apesar de antecipação concentravam-se noutro assunto.
Após um ano à procura do Slytherin, não encontrara nada que desse luz ao mistério do seu paradeiro, o registo de Hogwarts sobre Snape fora por fim encontrado no meio da avalanche de papel por um feliz acaso mas tal como Moody previra não havia dados úteis! Apenas levantavam mais questões e esses pequenos enigmas ruíam-no por dentro.
Ouvir a voz de Artur Wesley despertou o director de Hogwarts, dos seus severos pensamentos, abruptamente informando-o da chegada dos seus camaradas. Levantando-se pesarosamente do seu lugar suspirando resignadamente logo em seguida. 'Estou estava a ficar velho para estas andanças!' Pensou.
"Passasse alguma coisa em que eu posso ajudar, Albus?"
"Não meu amigo! Apenas a pensar com os meus botões. Suponho que se encontram todos na cozinha?" Perguntou Albus, passando pelo senhor Wesley, este acenou com a cabeça afirmativamente, saindo da biblioteca com Albus à sua frente. A viagem até ao seu destino foi feita em silêncio com Dumbledore ainda a ponderar a situação da Ordem, Snape e Voldemort.
'E com cada dia que passava a sua suspeita cai cada vez mais infundada e até os mais adepto da ideia que Snape era um Deatheater mesmo antes de sair da escola como Sirius Black e James Potter tiveram de se render as evidencias pois não havia prova nenhuma de que Severus estivesse a trabalhar para Voldemort nem mesmo sob outra identidade segundo os Aurores.'
'Se isso era verdade, então, ele nunca se enganara tanto na vida como no juízo que ele fez! E ele na sua longa existência esquecera-se de algo importante que a vida já lhe tinha ensinado mas pelos vistos ainda não aprendera: "as aparecias enganam" e ele deixara-se enganar! Deixando a sua percepção ficar manchada pelo preconceito e fechando os olhos a alguns factos que não deviam ter acontecido! Abstendo-se muita das vezes de ser justo. Todavia só agora, longe dos eventos é que se apercebeu que não fora de todo isento de culpa ou arrogância. Velho tonto que era, só vira o que desejava ver! Pondo a cabeça na areia quando a situação lhe desagradava sem que desse conta. Nunca se sentira tão indigno de si mesmo! Como podia ser tão cego! A verdade dos factos nem sempre é o que aparenta ser e o enigma que era Severus Snape continuava à escapar-lhe.'
Ao chegar a cozinha para mais uma reunião da Ordem de Fénix na nova base de operações foi saudado por alguns membros da ordem, os Potter, Sirius Black, Alastor Moody, os Longbottom, Edgar Bones e Dearborn Caradoc que se sentavam a volta duma mesa repleta de comida chá e sumo fresco de abóbora olhavam-no com expectativa.
Um mês mais tarde a traição de Peter Pettigrew, causa a morte dos Potter quando a casa onde se escondiam foi atacada por Voldmort, felizmente o seu filho não se encontrava com eles. Mas infelizmente Black mata acidentalmente Pettigrew num ataque de raiva quando vai atrás deste, sendo preso por Aurores em seguida por ser um Deatheater e sem provas da sua inocência é condenado a prisão perpetua em Azkaban.
Algo de estranho acontecera na casa dos Potter nessa noite, pois Voldemort desaparecera sem deixar rasto mas nunca ninguém ficou a saber o quê, porque a casa foi arrasada e nada dela sobrou, muito menos dos seus ocupantes.
Snape nunca foi encontrado, sendo um entre muitos que desapareceram naquela época tendo sido dado como morto três anos depois, mas muito tempo antes dessa altura o Ministério e a Ordem deixaram de procurar por ele, e todos pareciam ter se esquecido que Severus alguma vez tinha existido, excepto na mente de Albus Dumbledore.
Ao largo da costa do Japão. 02 de Dezembro de 1991 Onze e cinco da manhã.
Uma figura alta e magra coberta em trajes orientais, de pé no convés do navio que o levaria até ao porto de Saimoto uma cidade costeira do País do Vento, olhava pensativamente para a costa do Japão que a pouco e pouco ia desaparecendo no horizonte envolto em neblina como uma ilha fantasma duma antiga lenda. Ele não sabia como se havia de sentir! Alegre, por finalmente estar quase a atingir a sua meta! Triste, pelo que deixava para trás no Japão! Aliviado por estar ainda em segurança apesar dos riscos, que de vez em quando correra, e que ao fim de muitos anos ele podia baixar um pouco a guarda, não muito pois não estava no seu feitio, mas, mesmo assim podia relaxar um pouco! Respirando fundo ele fechou os seus olhos. Devagar virou as costas a paisagem com a cabeça baixa o seu longo cabelo negro obscureceu o seu rosto. Suavemente soltou o ar contido nos seus pulmões por lábios entreabertos, nesse instante sentiu um corpo esguio roçar pela suas pernas confortando-o: ele não estava só!
Suprimindo um sorriso Seizan abriu os seus olhos negros e com passos firmes dirigiu-se para o seu camarote nas entranhas do navio, passos incorpóreos seguiram-no sem que ninguém desse conta.
Academia Kishimoto – Tokyo, Japão. 06 de Agosto de 1992 Dez e quarenta e cinco da manhã.
Akira Kishimoto encontrava-se sentado sob o alpendre contemplando o jardim interior da sua residência atrás de si no dojo três dos seus discípulos meditavam, enquanto no exterior quatro praticavam katas em uníssono; no seu colo repousava uma carta. O seu filho escrevera-lhe contando as ultimas novidades da sua viagem pelo continente escondido e informou-o que finalmente assentara em Konoha, a vila ninja do pais do Fogo. Akira continuava muito insatisfeito pela decisão de Seizan emigrar para o continente, contudo entendia a posição de seu filho, era melhor que se ausentasse dos países mágicos por uns anos mas apesar disso ele não conseguia deixar de estar preocupado! Especialmente agora que recebera uma carta de Inglaterra. Ele responderia em nome de seu filho recusando a oferta de trabalho numa prestigiada escola do Reino Unido, Seizan retorquiria o mesmo, o seu filho não tinha intenção de por os pés em solo inglês enquanto fosse vivo nem ele o deixaria regressar mesmo se quisesse! A situação não melhorara muito desde a ultima vez que abrira um jornal! Embora tenha diminuído os ataques dos Deatheaters com o desaparecimento de Voldmort ainda reinava a instabilidade, uma silenciosa guerra civil que parecia ter sido calada mas não extinta.
'E esse "gaigin",' pensou Akira com desdém, 'ouvira falar de certeza da fama do reservado Professor Tsutomu S. Kishimoto; um brilhante mestre de poções e que até bem pouco tempo leccionava nesta academia. O pedido do inglês não fora o único, todos os meses choviam pedidos de todos os cantos do mundo especialmente escolas de renome que queriam ter o prestigio de o ter a trabalhar para eles, mas Seizan nunca aceitou nenhuma dessas ofertas.'
'Por mais que ele quisesse passar despercebido iria sempre chamar a atenção, pela sua mente extraordinária e mestria em vários assuntos, mas, era extremamente hilariante que a sua proficiência em poções eclipsasse a sua perícia noutras áreas na mente de estranhos ou que as pessoas só visses isso!'
Akira tinha muito orgulho no seu taciturno filho adoptivo; 'Tsutomu não era afável e a sua mente astuta não suportava idiotices nem hipocrisias, era directo, honesto ao ponto de ser brutal, não detinha simpatia por amabilidades inúteis, exigia de si e dos outros o melhor, tinha um senso de honra e dever que igualava o seu, sendo um extraordinário guerreiro tanto com magia, fisicamente ou com palavras! Uma incrível sede de saber nunca o deixara desde o dia que o conhecera como podia atestar os vários mestrados em disciplinas muggles que complementavam o seu conhecimento em poções, runas e outras disciplinas orientais que aprendera entretanto. Fora o seu melhor discípulo, e havia dias que sentia falta da sua calma e fria lógica, inexorável perante os desafios intransponíveis que apareciam no seu caminho!' Suspirando melancolicamente levantou-se e disse austeramente para os seus alunos, "Retomaremos o treino daqui a meia hora! Na cozinha a minha mulher esta a vossa espera."
Apôs uma vénia de respeito ao seu velho sensei, os seus pupilos - saíram contentes em direcção da cozinha onde Hana recebeu-os com chá fresco e bolinhos de arroz e um sorriso nos lábios no rosto enrugado pela idade - sem se importarem com a rispidez do tom.
Calmante Akira dirigiu-se para o seu escritório onde um falcão dos correios ainda repousava numa cadeira junto da janela aberta. Ele iria responder a carta do seu filho primeiro, o Director podia esperar.
Editado: 15/02/2017
