A Escolha

Há muito tempo existiam três grandes raças que viviam em paz no mundo da magia:

- os bruxos, que utilizavam varinhas. Eram humanos e humildes.

- os magos, que utilizavam cajados. Eram os mais sábios.

- os feiticeiros, que utilizavam báculos (porém desenvolviam feitiços simples com as mãos nuas). Eram ágeis e muito orgulhosos.

Mesmo com seus defeitos, eles conviviam em paz até que os bruxos, uma vez discordando dos feiticeiros, os insultaram ferindo seu orgulho.

Então os bruxos se fecharam, fazendo de conta que eram os únicos humanos mágicos do mundo. Porém, isso não foi esquecido pelos feiticeiros, que desde aquela época ainda guardam muito rancor dos bruxos.

Capítulo 1 - O Contato

1995. Finalmente, depois de tantos anos, os bruxos resolveram "reconhecer" os feiticeiros.

É claro que havia um certo interesse. Durante a primeira guerra contra Voldemort, os feiticeiros, apesar de não agirem diretamente, financiaram os feitos de Voldemort esperando que a raça inteira fosse destruída. Portanto, Dumbledore sabia que este tipo de raça era melhor como amiga do que como inimiga.

Talvez fosse por isso que Dumbledore convidou os alunos da escola Diamante Negro para uma confraternização. Como os alunos mais novos da Diamante Negro ainda guardavam mágoa dos bruxos, apenas os mais velhos (acima de 20 anos) estavam presentes. Entre eles estava Christine.

Christine tinha a atitude de uma aluna exemplar - era estudiosa e esforçada. De boa aparência, seus cabelos encaracolados caíam-lhe nos ombros. Inteligente, rica, e, a primeira vista, uma típica patricinha. Mas as aparências enganam. Chris (como a chamavam) era uma boa estrategista, e para ela nada deveria ser ganho sem um mínimo de esforço - não se sentia atraída por coisas comuns nem coisas fáceis. Talvez fosse por isso que se apaixonou pela pessoa mais improvável possível.

Era uma tarde nublada de Agosto quando os alunos da Diamante Negro se reuniram no jardim para a chamada. As expressões eram variadas: alguns estavam animados, outros tinham raiva nos olhos, outros simplesmente sentiam tédio, como Christine. Estava sendo levada para Hogwarts à força porque era a filha do diretor da escola, Caliel. Ele a proibira de ficar na escola porque sua mãe (adotiva) também iria para a confraternização (disfarçada de secretária, é claro). E Christine não podia ficar mais sozinha. Na última vez em que seus pais viajaram deixando-a só na escola, ela a transformou numa supermega-have, ficando de castigo até se formar.

Caliel já estava dando as instruções finais:

- Nós nos teletransportaremos até a estação de Hogsmeade. De lá iremos até o castelo sendo carregados pela estrada. Entenderam?

- Sim, diretor Caliel. - Disseram os alunos desanimadamente.

- Com licença diretor, mas eu tenho uma pergunta - disse uma aluna de Cannomar - Quem irá controlar a terra durante o trajeto de Hogsmeade para Hogwarts?

Assim que ela concluiu a pergunta alguns alunos riram, parando assim que viram o olhar do diretor.

- Ora, senhorita Lobato. Eu.

- Mas o senhor já não controla o fogo?

As risadas recomeçaram, mas o olhar do diretor se tornou mais ameaçador e o silêncio voltou a prevalecer.

- Sim, porém eu sou um dos poucos feiticeiros que podem controlar os cinco elementos.

- Claro, afinal de contas, ele é o diretor. - Disse uma voz na multidão e todos caíram na gargalhada.

'Não necessariamente', pensou Christine, 'meu irmão mais novo será o futuro diretor e duvido que algum dia ele consiga controlar mais do que o seu sangue permita'.

Hiram, o irmão de Christine, não era muito aplicado nos estudos mas, mesmo assim, por ser o filho legítimo do diretor (e ainda por cima homem), seria ele quem herdaria a escola um dia.

De repente, enquanto o diretor colocava ordem nos alunos, seus olhos ficaram ameaçadoramente vermelhos. Quando voltaram ao normal, ele olhou para sua esposa e ambos saíram rapidamente.

- Quem será que aprontou agora? - Perguntou uma cannomar.

- Provavelmente um daqueles pirralhos do ensino Básico. - Responderam.

- Gente, gente - chamou Paula Monteiro, uma aladus de 22 anos - Eu não sei vocês, mas eu não tô afim de chegar lá naqueles bruxos com uma "apresentação" tão sem sal.

Todos começaram a concordar. Christine sorriu. Paula era uma grande líder por natureza e pelo que conheciam os alunos, alguma coisa grande (e nada boa para os bruxos) estava por vir.

- Então - continuou Paula - Que tal se a gente se teletransportasse já para dentro daquela escola?

- Mas eles possuem uma barreira anti-aparatação naquele terreno. - Observou Helena Carvalho, uma bastard.

- Claro, mas o teletransporte feiticeiro é muito mais forte que uma simples aparatação bruxa.

- Claro, mas por via das dúvidas é melhor optarmos pelo teletransporte por pentagrama que é o mais poderoso conhecido. - Disse Helena ajeitando seus óculos.

- OK. Então vamos desenhar um pentagrama básico e iremos aumentando o nível da magia conforme a dificuldade. - Finalizou Paula.

Alguns alunos começaram a formar o pentagrama no chão enquanto outros vigiavam. De repente ouviu-se uma voz fina:

- Só isso?

Todos se viraram. Era Catrina Pepe, uma cannomar um tanto perua para sua casa. Poucas pessoas gostavam dela de verdade, mas mesmo assim ela era popular.

- Nós vamos simplesmente chegar lá burlando a barreira deles? Ora, Paula, temos que aproveitar a oportunidade. Já que vamos burlar a segurança que tal aproveitarmos para matar eles de medo?

- E o que você sugere, Pepe? - Perguntou Paula desconfiada.

- EU sugiro que nos disfarcemos de dementadores. - Disse uma voz grossa. Todos os que não imaginavam quem era por pura lógica olharam.

Carolina Pepe, uma aladus, era mais esperta que sua irmã Catrina, porém não menos excêntrica. Ao ver de Christine, as duas poderiam até ser inteligentes (Carolina) e populares (Catrina), mas quanto ao quesito de moda ambas estavam perdidas entre os anos 60 e 80.

- Dementadores? - Perguntou Paula - Como iremos nos disfarçar de dementadores?

- Simples. Pegamos nossas capas pretas e faremos um feitiço ilusório para parecermos com eles. - Explicou Carolina.

- Mas já estaremos concentrados no teletransporte. - Disse Helena.

- Nem todos precisam estar se concentrando.

- Nós faremos a ilusão. - Responderam em uníssono os gêmeos Hita e Haku Ayube.

Todos sabiam que os gêmeos Ayube eram peritos nas magias ilusórias, ainda mais quando trabalhavam juntos. 'Papai não vai gostar disso', pensou Christine, mas não podia impedi-los.Todos os alunos estavam trabalhando nisso e ela própria se sentia tentada a pregar uma peça nos bruxos. 'Muito ajuda quem não atrapalha', pensou novamente enquanto saía do caminho para aqueles que estavam fazendo o pentagrama.

Calmamente foi pegar sua capa preta enquanto os outros trabalhavam. 'Dessa vez as irmãs Pepe tiveram uma boa idéia', pensou. Ela pessoalmente não gostava da dupla pois parecia que seus cérebros só funcionavam para bolar planos de humilhação, mas como ninguém ali gostava de bruxos, provavelmente seria a primeira e última vez que teriam tantos alunos trabalhando para elas.

- O diretor está chegando! - Avisou um aluno na vigia. Rapidamente todos se posicionaram num círculo para esconder o pentagrama.

Quando o diretor voltou com sua esposa, percebeu que todos estavam estranhamente em ordem e cobertos por suas capas.

-Porque estão vestindo suas capas?

- Porque lá estará muito frio e será melhor se ficarmos encapuzados, meu pai. - Respondeu Christine inocentemente.

- OK, então. - Disse o diretor, desconfiado. - Como combinamos. Um, dois, TRÊS!

Como se o chão desaparecesse, o diretor e sua esposa sumiram num piscar de olhos, mas os alunos pareciam estar numa areia movediça e afundavam lentamente.

- O que está acontecendo!? - Perguntaram.

- A barreira é muito forte. - Respondeu Helena.

- Aumentar a potencia para o nível três! - Mandou Paula.

Christine se concentrou mais, porém, não sentiu nenhuma diferença significativa.

- Não está dando certo! - Gritaram.

- Aumentar para o nível cinco! - Mandou Paula.

- Não vai funcionar, aumente para o nível sete! - Disse Helena.

- O QUÊ!?

- A barreira só vai ceder para feitiços a partir do nível sete! - Reafirmou Helena.

- Como você sabe?

- Dá para sentir a força da barreira e calcular o nível do feitiço.

- OK, todos se concentrem ao máximo, vamos aumentar a potência para o nível sete, pessoal!

Christine se concentrou ainda mais. 'Os bruxos que fizeram essa barreira eram bons' admitiu Christine, 'porém, como todos temos mais de 20 anos, já sabemos como atravessar barreiras de nível seis, que pena.'

Chris sentiu que afundavam mais rápido até perderem contato com a escola e mergulharam no tempo-espaço. Quando já haviam percorrido metade do caminho os gêmeos Ayube começaram a ilusão. Christine inicialmente se sentiu um pouco mal, pois estava sustentando o feitiço de teletransporte para os gêmeos, mas percebeu que valera a pena quando viu suas mão se tornarem pálidas e esguias como as de um dementador.

Começou a sentir a ansiedade da turma para chegar, até que seu coração deu um pequeno salto quando Paula gritou:

- Entramos!

Estava na hora de começar a interpretar.

Sentiu-se subindo e a medida que apareciam podia-se notar a diferença de humor dos bruxos: da surpresa para um medo mortal. Os alunos mais novos já tinham lágrimas nos olhos e outros se preparavam para gritar.

'Como somos cruéis' pensou Christine, sentindo uma ponta de pena dos bruxos, abafada por seu humor negro. Ouviu um aluno ao seu lado contando aos sussurros. Quando este chegou a "cinco", todos os alunos bruxos começaram a gritar. Foi um pandemônio. Os bruxinhos se amontoavam na entrada do castelo, outros tentavam fugir para o bosque, alguns simplesmente ficaram duros de terror. Christine ouviu um garoto chamar pela mãe e uma menina desmaiar. Os professores não sabiam se ajudavam os alunos ou atacavam os dementadores.

Apenas um professor ficou calmo e frio, aparentemente tentando olhar para dentro dos capuzes. Para os feiticeiros não havia maior diversão. Todos se esforçavam para conter o riso até que ouviram a seguinte ordem:

- O QUE PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO!? DESFAÇAM A ILUSÃO JÁ!!

Antes mesmo que os gêmeos Ayube desfizessem a ilusão, Christine tirou o seu capuz. Logo depois todos tiraram seus disfarces e alguns alunos ainda riam, mas Christine permanecia séria.

- Muito bem. - Disse o diretor arfando de raiva e de cansaço - Quem foi que teve a brilhante idéia de se disfarçarem de dementadores, hein?

- As irmãs Pepe. - Christine disse rapidamente e todos assentiram.

- Muito bem, Catrina e Carolina, espero que tenham se divertido o suficiente pois enquanto estiverem aqui terão tanto dever de casa que não terão tempo nem para respirar.

'Yes', pensou Christine. 'Essa é por me dedurar pela have'.

- Mas diretor, foi a Paula quem começou...

- Nada disso, Catrina. - Retrucou Christine.

- Paula apenas deu a idéia de atravessarmos a barreira anti-aparatação nível seis dos bruxos. - Disse Helena. - Você e sua irmã que tiveram a idéia de nos vestirmos como dementadores para assustarmos os bruxos.

A confusão rolava solta para ver quem mais tinha culpa, porém Christine não estava mais interessada nisso. Estava olhando para o único professor que não se assustara (ou pelo menos não demonstrara espanto). Ele era alto, de cabelos negros e estava junto dos alunos de verde. Apesar de todo aquele alvoroço, ainda se mantinha firme.

Seus olhos, frios como duas pedras de ônix, se movimentavam de um lado para o outro a procura das respostas que todos buscavam, como uma águia procurando sua presa. Até que seu olhar se encontrou com o de Christine. Ela deu um leve sorriso e inclinou a cabeça como uma forma de cumprimentá-lo.

Ele, porém, desviou os olhos rapidamente, como se o ato de Christine tivesse sido indecente.

'Ele é tímido', pensou Christine, rindo. 'Que gracinha.'

'Ele não deve estar acostumado a ser assediado' disse uma voz grave em sua cabeça.

'Melhor assim.' Respondeu Christine.

Então ela ajeitou seu vestido preto e penteou seus cabelos com a mão. Tinha finalmente achado alguém que fazia seu coração bater mais rápido. Talvez demorasse algum tempo para conquistá-lo, mas isso só o deixava ainda mais atraente. Talvez tenha sido amor à primeira vista, mas não se pode afirmar com certeza.

Dizem que quando Christine entrou no castelo, estava em um silêncio radiante. Caminhando feito uma rainha, mas com passos de gato, sua cabeça erguida mostrava seus olhos de cor lilás, e seus cabelos balançavam mais vivos que nunca. Mas aquele que deveria se deslumbrar sequer sorriu. Isso só a deixou mais confiante. 'Que a caçada comece' pensou.

OoO

Olá, esta é minha primeira fic e meus dedos ainda tremem enquanto estou escrevendo, mas saibam que esta fic é feita de coração para aquele que eu tanto amo. Meu lindo Prince Snape!!! XD

Espero que gostem e me mandem comentários,pois antes da minha opinião eu preso a de vcs!

Só espero que gostem da Christine e (para aquelas que gostam do Snape) vejam a si mesmas nela.

E (para aqueles que não gostam do Snape) vejam a si mesmos nas pessoas que os cercam, pois esta fic foi feita para todos(as)!

Snif, snif...(me emocionei) bjus, JS

OoO - Mar/2007

Olá! Aqui é a beta. Estou trabalhando junto com a Judy pra essa fic maravilhosa ficar melhor ainda. Com duas cabeças no lugar de uma, demos uma reformulada geral na fic e esperamos que gostem. Tudo feito para agradar as pessoas mais importantes: vocês! Se vcs gostaram, por favor, deixem uma review! É o melhor estímulo pra quem escreve, pois mostra que realmente tem gente lendo. XD Vamos adorar até críticas (desde que construtivas). Bjus!