No início, ela nutria um sentimento parecido com adoração por um ídolo. Brigou, perdeu amizades e se machucou muito por conta disso. Começara então a conviver com ele, começara a conhecê-lo, ou pelo menos achar que estava fazendo-o. Decorara cada expressão, cada gesto, cada detalhe minimalista que deixava transparecer o que ele sentia. O que era idolatria, então, passou a ser amor. Amor de todas as formas. Amor de querer bem, de querer ficar perto, de querer ser parte de um só. Ela amou o príncipe que havia idealizado, mas também amou a besta que conhecera. Amou sua luz e suas trevas. Fez das dores dele as suas dores. Tirou forças de onde nunca imaginaria tirar para tentar impedi-lo de se esvair de suas mãos, mas faliu. Viu aquela antítese que tanto amava ir embora bem na sua frente, sem poder fazer nada. Jurou para si mesma que iria ficar mais forte, jurou que o traria de volta.
