N/A: Naruto não me pertence. Se me pertencesse eu prendia o Itachi, Deidara, Gaara, Shikamaru e Neji em um quarto e fazia o que quisesse com eles, yeah. ;]
Primeira fic de Naruto com dois dos meus personagens preferidos! Eu simplesmente amo imaginar como seria a relação entre a Ino e o Gaara (na verdade eu amo imaginar como seria a relação da Ino com todo mundo, porque eu a acho simplesmente perfeita e que qualquer homem teria sorte em tê-la ao seu lado, hunf!), mesmo que o meu OTP seja ShikaIno ;]
Essa também é minha primeira longshot depois de muito tempo, então eu peço a paciência de vocês :D
O nome da fic é em homenagem a música dos Beatles. Eu acho que Something é perfeita para esse casal. Quem conhece a música vai encontrar algumas referências nesse capítulo xD E quem não conhece, escute e se maravilhe. *-*
Enfim, enjoy! E não se esqueçam de deixar sua primeira impressão...
Something
PARTE UM
Something in the way she moves
Sabaku no Gaara abriu a janela do quarto onde estava hospedado. O dia havia amanhecido há pouco tempo, então as ruas de Konoha ainda estavam vazias. De onde estava, conseguia uma boa visão da vila. Os fracos raios de sol tocando as telhas das casas e a floresta mais adiante tornavam a vista bonita. Uma leve brisa acariciou o rosto do Kazekage, que fechou os olhos, desfrutando da sensação.
Aquele havia se tornado um ritual matinal para ele. Era um bom modo de começar o dia após uma noite sem dormir. Aquilo o despertava, dava-lhe esperança e forças para seguir em frente. Só faltava uma coisa para que sua alegria fosse completa.
Gaara havia chegado na Vila Oculta da Folha com a esperança de rever o garoto que havia mudado seu modo de ver o mundo: Uzumaki Naruto. Havia se sentido um tanto decepcionado ao ouvir da Quinta Hokage que ele ainda não havia retornado de seu treinamento com Jiraiya, um dos três Sennins.
- Mas não acho que eles vão demorar muito para voltar... – Tsunade havia dito ao perceber o desânimo do mais jovem. – Já faz quase dois anos, afinal. Pode deixar que, quando eles retornarem, a primeira coisa que farei será notificá-lo. – ao que a Hokage sorriu gentilmente.
Soltando o ar lentamente, o ruivo tornou a abrir os olhos. Não havia nada que pudesse fazer em relação a isso, pensou. A não ser esperar. Não sabia direito o que pretendia fazer ao rever o outro Jinchuuriki, afinal. Só sabia que precisava agradecê-lo de alguma forma.
Encostou-se no parapeito da janela e observou mais atentamente a rua. Podia ver alguns shinobis indo ou retornando de missões, mas ainda eram poucos, já que era cedo. Temari e Kankurou provavelmente ainda estariam dormindo. Como a reunião com a Hokage só aconteceria depois do almoço, isso significava que ele tinha bastante tempo livre.
Até demais.
Tomando uma decisão, Gaara fechou a janela e saiu do quarto; olhou para os dois lados do corredor. Estava vazio. Podia ouvir alguns sons que indicavam que haviam jounins de vigília no prédio, mas eram poucos e distantes. Seguiu seu rumo silenciosamente, tomando cuidado para que não fosse detectado, e conseguiu sair da Torre do Hokage sem ser visto.
Respirou fundo, erguendo levemente a cabeça para olhar o céu límpido e azul. Começou a andar, prestando atenção em tudo a sua volta. Observou as casas das pessoas do vilarejo, notando sinais de que alguns moradores já haviam acordado em algumas delas, e pôde sentir o cheiro de comida sendo feita pela rua. As pessoas por aqui também acordam cedo, pensou, sorrindo levemente ao pensar que àquela hora da manhã também havia bastante gente acordando em Suna, preparando-se para mais um dia de trabalho.
Não saberia dizer por quanto tempo andou; lembrava-se de ter observado algumas lojas sendo abertas e de ser cumprimentado pelos donos, um pouco acanhados e surpresos por ver o Kazekage andando tão despreocupadamente e tão cedo pelas ruas de Konoha. Mas os seus pés pararam subitamente ao chegar em frente a uma loja que, aparentemente, havia sido aberta mais cedo do que as outras.
Se alguém lhe perguntasse, Gaara responderia que foi algo no jeito em que ela se movia. Ela parecia extremamente desgostosa enquanto colocava um avental com o símbolo da loja; bocejou exageradamente, fazendo com que seus olhos lacrimejassem um pouco. Era óbvio que ela ainda estava sonolenta e que provavelmente fora forçada a abrir a floricultura. Porém sua postura mudou totalmente quando se postou em frente a um dos arranjos. Ela sorriu e sua expressão facial suavizou; estendeu as delicadas mãos e começou a ajeitar as flores gentilmente, acariciando-as levemente vez ou outras. O ruivo notou que seus lábios se moviam um pouco e, surpreso, deu-se conta de que ela estava conversando com as flores.
Inadvertidamente, para a total surpresa do Jinchuuriki, ele soltou um riso baixo. Ele arregalou os olhos ao perceber o que fizera; eram tão poucas as coisas que o faziam sorrir ou rir e, até aquele momento, só quem conseguira foram Temari e Kankurou e talvez um ou outro jounin de sua vila com quem trabalhara ao longo de sua jornada para se tornar o Kazekage. Mas foram tão poucas as vezes e tão curtos os momentos que Gaara nem conseguia se lembrar direito da sensação, só dos olhares de espanto que recebia logo depois. Não era um comportamento normal para ele e todos ao seu redor sabiam disso. Que uma completa estranha tivesse conseguido, sem nem se dar conta, era quase um milagre.
O jovem, então, aproximou-se mais alguns passos da porta da floricultura, tomando cuidado para não ser notado pela garota, que continuava a arrumar delicadamente os arranjos. O cabelo loiro estava amarrado em um rabo-de-cavalo alto e as longas mechas desciam até a sua cintura. Quando ela virou levemente a cabeça ele pôde ver que uma franja cobria o lado direito de seu rosto, enquanto uma pequena presilha segurava o cabelo em seu lugar no lado esquerdo. O conjunto de vestes roxas contrastavam com a sua pele clara e, franzindo o cenho, Gaara se deu conta de que a reconhecia de algum lugar.
Após alguns segundos vasculhando sua memória, ele se lembrou. Tinha-a visto no primeiro Exame Chuunin que prestara com seus irmãos, o exame que mudara sua vida. Lembrava-se de ter assistido a sua batalha. Ela havia lutado com a garota de cabelo rosa que pertencia ao time de Naruto. A mesma garota que, dias mais tarde, ele tentara matar. Engoliu em seco, sentindo uma pontada de culpa devido à amarga lembrança. E, mesmo com o sentimento de culpa, não conseguia lembrar do nome dela. Mas se lembrava do nome de sua adversária.
Ino.
Ele lembrava seu nome porque ela conseguira surpreendê-lo. Rapidamente, claro, e um segundo depois ele já havia se esquecido, mas ela o surpreendera. Ela havia cortado o cabelo e o jogado no chão, como se fosse louca, mas na verdade era parte do seu plano de batalha. Isso o surpreendera, pois a havia julgado inútil no momento que a vira e aquele ato durante a luta lhe mostrara que seu julgamento estava errado. Não se lembra de tê-la visto outras vezes, mas aquela única vez havia suficiente para que ele lembrasse seu nome, mesmo que não completo.
Fora algo no modo em que ela se movia, tinha certeza disso. Quando se deu conta, Gaara já estava passando da soleira da porta da loja, parando alguns metros da loira, com um raro e pequeno sorriso plantado nos lábios.
- Bom dia.
